Nasceu índia, como todas as pessoas daquela época.
As amarguras corriqueiras – algumas nem tanto assim – arrancaram os penachos que a enfeitavam. Entretanto, para cada batalha, uma marca na pele: a representação cultural de que algo acontecera na alma.
O Sol, as luas, a força mística e a beleza da vida entoaram um belíssimo coro de chamado: seja. Simplesmente seja.
E a índia subiu, então, na cachoeira mais alta e, com ajuda das águas mais cristalinas, foi. Lançou-se em queda livre.
Livre de julgamentos, do peso e da dor, banhou-se naturalmente de si mesma para recuperar as forças, os focos, a fé.
E então a menina-índia dos cabelos negros pode assim, e só assim, afirmar com o coração aquilo que o Universo havia pautado para si: eu sou.
Munida de flechas de ponta vermelha, o corpo pintado de amor, corre como onça brilhante, hoje gritando silenciosa e firmemente aos quatro ventos pelos cantos e por todo o mundo: sejam todos, seja cada um.
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