
Adolph Berle e o golpe em Getúlio
por José Amaro Ramos
Sobre Adolph Berle, ele era um dos principais membros do grupo de intelectuais que cercaram Roosevelt a partir da sua primeira reeleição, quando esse percebeu a necessidade de intervenções modificadoras na estrutura social americana para impedir uma crise desagregadora.
A gente se esquece que, por complicadas razões da estrutura social e politica americana, a entrada dos Estados Unidos na guerrra europeia, já desencadeada desde 1939, só vai ocorrer em 41, quando o Japão, aliado de Hitler, ataca Pearl Harbour.
Os Estados Unidos assistiram impassíveis até 1941, com Embaixador em Berlim, as invasões da Áustria, Polônia, Bélgica,Tcheco-Eslováquia, Holanda e França…
Mas inequivocamente, um homem do gabarito de Berle, não veio ao Brasil por acaso em 1945. Já era a formação de uma nova política de contenção mundial da União Soviética, que coube a Truman implementar a partir de 1946 após a morte de Roosevelt.
No coração do ThinkTank de Roosevelt, ao qual Berle pertencia e fulgurava, estava um jovem pensador naturalizado americano e um dos múltiplos pais do moderno pensamento Geopolítico, Nicolas Spykman.
Embora Spykman vá morrer em 43, ele já formulara uma visão que começa a afetar a política americana do pós-guerra. Havia da parte americana uma avaliação distorcida da importância do Partido Comunista no Brasil mesmo com Getulio tendo severamente desarticulado o movimento no fim dos anos 30.
Mas a saída política que Getulio começa a desenhar em 1945 com o Queremismo, um crescente nacionalismo e apoio a políticas trabalhistas fizeram os Estados Unidos avaliar a necessidade de retirá-lo do cenário.
Mesmo tendo horror ao que encontrou como oposição a Vargas (Dutra e Góis Monteiro…) Berle, apoiado no O Globo que os americanos financiavam desde 1939, cumpriu seu papel em 12 meses…
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