Cine Ateu: “Pride”

Crítica: Pride (2014)

DO BLOG CINEMA ARTE

por Rafael Menegon

O preconceito contra homossexuais ainda é latente na nossa sociedade, mas se compararmos com décadas atrás, percebemos que muita coisa melhorou e ainda há de melhorar. Pride, do diretor Matthew Warchus, se baseia numa história real para mostrar mais um importante acontecimento nessa luta histórica por direitos iguais.

Estamos na Inglaterra, verão de 1984. Enquanto Margarete Thatcher comanda o país com pulso firme, os membros da União Nacional de Mineiros entram em greve por melhores condições de trabalho para sustentar suas famílias. Ao mesmo tempo, outra união surge nas ruas britânicas pedindo por direitos: a dos homossexuais, que lutam por mais respeito e dignidade numa sociedade ainda extramente conservadora.
Mark (Ben Schnetzer), considerado pelo outros como um líder, resolve reunir todos os outros membros para formar um grupo de apoio aos mineiros, denominado LGSM (algo como “Lésbicas e Gays Apoiam os Mineiros”). Apesar de ambos os grupos pedirem por coisas parecidas, os gays em sua maioria resolvem não aderir ao protesto, pois sempre foram motivos de piadas e chacotas por parte dos mineiros.
No começo apenas sete pessoas formam o grupo, que começa a ir atrás de arrecadações. Convidados a apresentar a proposta de apoio na sede da União dos Mineiros, eles pegam a van e embarcam na aventura. Chegando lá, eles são recebidos por um público pouco receptivo, que os vê como escória da sociedade. Mesmo assim, Mark continua com a ideia de ajudá-los, e aos poucos, eles vão conquistando o apoio mútuo.
Quando todos parecem ter aceitado o apoio, surge Maureen, uma mulher rígida que junta os dois filhos para irem contra todo o resto do vilarejo. O que importa é que o mundo é feito de pessoas ruins e boas, e para nossa sorte, os bons ainda são maioria. Por esse motivo, o final emociona, numa demonstração de igualdade e respeito que todos deveriam levar como lição.
O filme possui diálogos engraçados, usando de um humor inteligente e peculiar, mesmo sendo considerado um drama. Além disso, podemos acompanhar cenas belíssimas como a parte onde todos cantam, em coro, a canção de protesto “Pão e Rosas”. Aliás, a trilha sonora é sensacional, e embala a trama com perfeição.
Com atuações espetaculares e personagens carismáticos, Pride é um filme excelente e muito bem construído, sendo um dos mais cotados para o próximo Óscar. Numa época em que a luta dos homossexuais está em voga, principalmente contra a homofobia, esse filme caiu como uma luva. Simples e direto, é um sucesso em todos os sentidos.

 

Redação

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