Por José Carlos de Assis – autor do livro A Razão de Deus
Comentário ao post “A Razão de Deus: economista discute deus e ciência em livro“
Dentre os comentários feitos seria importante avaliar um que se revela mais polêmico, a saber, a questão do aparecimento da vida na terra de forma casual. Meu argumento é que isso só seria matematicamente válido se o espaço-tempo fosse infinito. Ou seja, se o universo fosse infinito, temporal e espacialmente, haveria tempo, qualquer tempo, suficiente para experimentos aleatórios de que resultassem vida na terra. Entretanto, desde Einstein que não se pode falar em espaço infinito sem a dimensão do tempo; por outro lado, desde Hubble se sabe que o universo está em expansão, o que pressupõe um início de espaço de alta densidade e um início do tempo.
Diante disso, e da suposta idade do universo e uma mais conhecida idade da terra, não parece ter havido tempo para o aparecimento espontâneo da vida segundo a teoria de probabilidades. Tomo isso como evidência matemática de que a vida não apareceu por acaso, mesmo porque, dada sua imensa complexidade (DNA, proteína etc), seria difícil aceitar que um específico lado de um dado complexo pudesse resultar do primeiro experimento. Com efeito, se tomarmos como início da vida a construção de uma proteína construída por acaso que por algum caminho (raios cósmicos, relâmpagos etc) tenha adquirido propriedades replicatórias, evoluindo para um DNA elementar, a probabilidade para isso acontecer por acaso seria de 1 sobre 10 elevado a 130!
Ou seja, virtualmente nula. A propósito, faço no livro uma citação de Von Newman, o maior matemático do século XX, que ironiza a probabilidade de que algo tão complexo como a vida tenha surgido por acaso, independentemente do tempo. Diante disso, e de outros argumentos que não tem sentido repetir aqui, mesmo porque estão no livro, considero que a Ciência, embora não prove que Deus exista, nos empurra para que acreditemos num Criador natural. Mas chamo a atenção para o fato de que esta nem é a parte mais importante do livro; mais importante é discutirmos o obejtivo da Criação e a qualidade quântico-determinística dela e do próprio Deus.
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