Um filme chamado Brazyl
por Izaías Almada
BRAZYL: UMA ÓPERA TRAGICRÔNICA, é o novo filme do diretor José Walter Lima, conhecido por outros filmes como: “Antonio Conselheiro, O Taumaturgo do Sertão”, “ Um Vento Sagrado” e “O Alquimista do Som”.
J.Walter Lima, formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, é um cineasta egresso do Cinema Novo brasileiro, tendo trabalhado como ator em filmes do grande diretor Glauber Rocha, seu conterrâneo.
Começo por dizer que “BRAZYL” é um soco bem dado na hipocrisia e na ignorância dos brasileiros, sejam eles de qualquer classe social ou adeptos de ideologias que se opõem.
Os amigos leitores conhecem razoavelmente a história do Brasil? Se acreditarem que sim então se preparem para ver esse novo filme de José Walter Lima que conta com um trabalho magistral das atrizes Clara Paixão, Rosana Judkowitch, Vanessa Carvalho e dos atores Clovys Torres, Lucas Valadares e Wagner Vaz.
Cada sequência, cada cena filmada trazem o carimbo da nossa insensibilidade, da nossa falta de conhecimento por ainda não percebermos – no dia a dia do primeiro quarto do século XXI – a raiz originária da nossa exploração como povo, da nossa viralatice em relação a outros países e outras culturas.
“BRAZYL”, diz o folheto publicitário “é um filme manifesto, impactante tapa na cara da republica dos canalhas, uma mescla de linguagem ficcional, teatral, pictórica e cinematográfica, uma ópera tragicrônica”.
Três povos nos formaram e cada um deles com suas características físicas, sociais e culturais: europeus, africanos e nativos. Durante alguns séculos considerados racialmente como brancos, negros e indígenas.
No entanto, estudos científicos já no século 20, jogaram por terra o racismo, pois em baixo da nossa cor de pele, somos todos iguais.
Contudo, temos culturas e hábitos diferentes, religiões diferentes, organizações sociais diferentes, leis diferentes, línguas e/ou dialetos diferentes.
Com as grandes descobertas a partir dos finais do século XV surge o Novo Mundo e lá está o Brasil. E que Brasil é esse? Uma ópera tragicômica.
“BRAZYL” estreia em São Paulo amanhã, 14 de novembro. Um filme a não perder. Uma radiografia cruel e irretocável de um povo que ainda não se conhece e que desconhece a sua grandeza.
Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.
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