Augusto Cesar Barreto Rocha
Augusto César Barreto Rocha é Professor Associado da UFAM. Possui Doutorado em Engenharia de Transportes pela UFRJ (2009), mestrado em Engenharia de Produção pela UFSC (2002), especialização em Gestão da Inovação pela Universidade de Santiago de Compostela-Espanha (2000) e graduação em Processamento de Dados pela UFAM (1998).

Cooperação dos Estados Amazônicos, por Augusto Rocha

Realização da COP 30, em Belém, tornará Amazônia mais percebida dentro do desafio global para enfrentamento das mudanças climáticas

Ricardo Stuckert – PR

Cooperação dos Estados Amazônicos

por Augusto Cesar Barreto Rocha

               A 30ª Conferência das Partes (COP) a ser realizada neste ano em Belém tem várias relevâncias e ser no Brasil é uma delas. Teremos uma COP na Amazônia e isso significa que poderemos passar a ser uma parte percebida deste desafio global em relação ao clima. Após duas secas históricas, em 2023 e 2024, talvez comecemos a perceber que o aquecimento global tem muita vinculação com as nossas vidas.

               As Conferências das Nações Unidas sobre mudança climática acontecem desde 1995, mas a cada ano suas ações ficam mais necessárias. De lá para cá, saímos do campo das hipóteses para muitas constatações. Saímos das possibilidades para uma visão e uma sensação completa em vários cantos do planeta.

               Os esforços das Nações Unidas não são desprezíveis. O acordo iniciado em 1992, que assinado por 165 países e ratificado por todos ao longo de alguns anos seguintes e seguido de reuniões anuais desde 1995 tem levado a um nível de informação muito maior sobre o problema. Entretanto, ainda estamos distantes de um resultado palpável para a regiões mais afetadas pelas secas ou enchentes extremas.

               A impressão que temos é que cada país deve lidar por si com seus problemas. As expectativas elevadas para este tipo de acordo podem levar a grandes frustrações em relação aos seus impactos e não podemos ter uma esperança exagerada em relação ao que será feito em Belém pelos grupos de representantes dos vários países. O fato de o evento ser feito na Amazônia, 11 anos depois de ter sido realizada em Lima (Peru, 2014, COP 20) traz uma dose de oportunidade para as cidades afetadas pelos eventos extremos.

               A Amazônia não tem tido recursos para ter uma governança saudável por parte do Brasil e o potencial ingresso de recursos externos para isso é muito remoto. É muito mais provável que exista uma troca desigual nas propostas relativas às proteções que devemos realizar. Como uma das maiores economias do mundo, o Brasil, precisa considerar faze mais do que realiza na Amazônia, tanto em governança, quanto no uso sustentável dos recursos.

               A COP será para quem? Deveria ser para o planeta. Mas como poderemos fazer a nossa cooperação entre as partes da Amazônia, para uso responsável dos recursos ambientais? Há um espaço de cooperação Amazônica dentro do país que ainda não começou a atuar. O evento poderia ser um marco na cooperação dos estados da Amazônia brasileira no sentido de construir uma pauta única ou com várias sinergias.

               A Amazônia brasileira representa cerca de 60% do território brasileiro. Os Estados da região podem aproveitar a conferência para fazer encontro entre seus governos para construir uma verdadeira cooperação amazônica. O mesmo poderia ser feito pelas diversas entidades subnacionais, como prefeituras de capitais, prefeituras do anterior, entidades industriais, comerciais e de agricultura. Tomara que consigamos este intento.

Augusto Cesar Barreto Rocha – Professor da UFAM.

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