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Vânia
- 2016-10-24 13:47:16.
Vânia
- 2016-10-24 13:40:26ops...
Me desculpe pelo comentário anterior, já apagado!
Mas você realmente não entendeu meu comentário lá embaixo, muito menos o que vem a ser a chamada quarta revolução industrial. é muito mais que "uma nova organização produtiva/industrial".
GalileuGalilei
- 2016-10-24 13:07:48Técnica e Preconceito
Não. Não se trata de romance de Jane Austen.
Mas, sim, de como a técnica, supostamente neutra, pode assumir comportamentos preconceituosos.
Primeiros sinais de alerta foram detectados, ainda nos anos 80 do século passado, quando redes neurais foram empregadas como auxiliares no processo de decisão para a concessão de empréstimos bancários.
Infelizmente, agora, não tenho a referência.
O sistema foi alimentado com enormes bancos de dados compostos pelos empréstimos anteriores concedidos pelo banco juntamente com os resultados das quitações.
Em pouco tempo, "o sistema" começou a recusar automaticamente todos os pedidos solicitados por moradores de bairros periféricos menos afluentes.
O mesmo processo preconceituoso obtido quando ao detectar correlações se estabelecem automaticamente relações de causa e efeito.
A estatística faz tempo sabe disso.
Os "sistemas inteligentes", ainda não. E não parece ser muito fácil "ensiná-los".
Uma complicação adicional será a dificuldade de reverter decisões burocráticas tomadas a partir do instante em que você for rotulado equivocadamente por um desses sistemas. O caso da menina do napalm foi muito fácil de ser resolvido por ser amplamente conhecido e ante a comoção internacional gerada. O Zé das Couves, entretanto, vai ser esmagado nas engrenagens.
GalileuGalilei
- 2016-10-24 12:22:02E não só os algorítmos.
E não só os algorítmos.
alfeu
- 2016-10-24 11:37:46*
A silenciosa ditadura do algoritmo
POR PEPE ESCOBAR– ON 18/10/2016CATEGORIAS: DESTAQUES, MUNDO, SOCIEDADEEm sociedades digitalizadas, decisões cruciais sobre a vida são tomadas por máquinas e códigos. Por que isso multiplica a desigualdade e ameaça o direito à informação e a democracia
Por Pepe Escobar | Tradução: Inês Castilho
Vivemos todos na Era do Algoritmo. Aqui está uma história que não apenas resume a era, mas mostra como a obsessão pelo algoritmo pode dar terrivelmente errado.
Tudo começou no início de setembro, quando o Facebook censurou a foto ícone de Kim Phuch, a “menina do napalm”, símbolo reconhecido em todo o mundo da Guerra do Vietnã. A foto figurava em post no Facebook do escritor norueguês Tom Egeland, que pretendia iniciar um debate sobre “sete fotos que mudaram a história da guerra”.
Não só o seu post foi apagado, como Egeland foi suspenso do Facebook. O Aftenposten, principal jornal diário da Noruega, propriedade do grupo de mídia escandinavo Schibsted, transmitiu devidamente a notícia, lado a lado com a foto. O Facebook pediu então que o jornal apagasse a foto – ou a tornasse irreconhecível em sua edição online. Antes mesmo de o jornal responder, artigo e foto já haviam sido censurados na página do Aftenposten do Facebook.
A primeira ministra norueguesa, Erna Solberg, protestou contra tudo isso em sua página do Facebook. Também foi censurada. OAftenposten então sapecou a história inteira em sua primeira página, ao lado de carta aberta a Mark Zuckerberg, assinada pelo diretor do jornal, Espen Egil Hansen, acusando o Facebook de abuso do poder.

Passaram-se 24 longas horas até que o colosso de Palo Alto recuasse e “desbloqueasse” a publicação.
Uma opinião embrulhada em código
O Facebook empenhou-se ao máximo para controlar os danos depois do episódio. Isso não alterou o fato de que o inbroglio “menina da napalm” é um clássico drama do algoritmo, como ocorre na aplicação de inteligência artificial para avaliar conteúdo.
Como outros gigantes da Economia de Dados, o Facebook deslocaliza a filtragem de dados para um exército de moderadores em empresas localizadas do Oriente Médio ao Sul da Ásia. Isso foi confirmado por Monika Bickert, do Facebook.
Esses moderadores têm um papel no controle daquilo que deve ser eliminado da rede social, a partir de sinalizações dos usuários. Mas a informação é então comparada a um algoritmo, que tem a decisão final.
Não é necessário ter PhD para perceber que esses moderadores não têm, necessariamente, vasta competência cultural, ou capacidade de analisar contextos. Isso para não mencionar que os algoritmos são incapazes de “entender” contexto cultural e certamente não são programados para interpretar ironia, sarcasmo ou metáforas culturais.
Os algoritmos são literais. Em poucas palavras, são uma opinião embrulhada em código. E no entanto, estejamos atingindo um estágio em que a máquina decide o que é notícia. O Facebook, por exemplo, conta agora apenas com o algoritmo para definir quais hstórias coloca em destaque.
Pode haver um lado positivo nessa tendência – como o Facebook, o Google e o YouTube usarem sistemas para bloquear rapidamente vídeos do ISIS e propaganda jihadista semelhante. Logo estará em operação eGLYPH – um sistema que censura vídeos violam supostos direitos autorais por meio “hashing”, ou codificação para busca rápida. Uma única marca será atribuída a vídeos e áudios considerados “extremistas”, possibilitando assim sua remoção automática em qualquer nova versão e bloqueando novos uploads.
E isso nos traz para um território ainda mais turvo; o próprio conceito de “extremista”. E os efeitos, sobre todos nós, de sistemas de censura baseados em lógica algorítmica.
Como as Armas de Destruição Matemática controlam nossa vida
É neste cenário que um livro como Armas de Destruição em Math [ou “Armas de Destruição Matemática”] de Cathy O’Neil (Crown Publishing), torna-se tão essencial quanto o ar que respiramos.
O’Neil lida com a coisa real; é PHD em matemática em Harvard, ex-professora do Barnard College, ex-analista quantitativa num fundo de hedge antes de reconverter-se a pesquisadora, e blogueira no mathbabe.org.
Modelos matemáticos são o motor de nossa economia digital. Isso leva O’Neil a formular seus dois insights decisivos – que podem surpreender legiões de pessoas que veem as máquinas como simplesmente “neutras”.
1) “Aplicações baseadas em matemática e que empoderam a Economia de Dados são baseadas em escolhas feitas por seres humanos falíveis”.
2) “Esses modelos matemáticos são opacos, e seu trabalho é invisível para todos, exceto os cardeais em suas áreas: matemáticos e cientistas computacionais. Seus vereditos são imunes a disputas ou apelos, mesmo quando errados ou nocivos. E tendem a punir pobres e oprimidos, enquanto tornam os ricos mais ricos em nossa sociedade”.
Daí o conceito de Armas de Destruição Matemática (WMDs), de O’Neil; ou de o quanto modelos matemáticos destrutivos estão acelerando um terremoto social.
O’Neil detalha extensivamente como modelos matemáticos destrutivos microgerem vastas faixas da economia real, da publicidade ao sistema prisional, sem falar do sistema financeiro (e dos efeitos posteriores à interminável crise de 2008).
Esses modelos matemáticos são essencialmente opacos; não responsáveis; e miram acima de toda “otimização” das massas (consumidoras).
A regra de ouro é – o que mais seria? – seguir o dinheiro. Como diz O’Neil, para “as pessoas que executam os WMDs”, o “feedback é a grana”; “os sistemas são construídos para devorar mais e mais dados, e afinar suas análises de modo a despejar nele mais e mais dinheiro”.
As vítimas – como nos ataques de drone na administração Obama – são mero “dano colateral”.
Paralelos entre o cassino financeiro e os Big Data são inevitáveis – e é útil o fato de que O’Neil tenha trabalhado nos dois setores.
O Vale do Silício segue o dinheiro. Vemos nele os mesmos bancos de talentos das universidades de elite norte-americanas (MIT, Stanford, Princeton), a mesma obsessão por fazer o necessário para juntar mais e mais dinheiro para a empresa empregadora.
As Armas de Destruição Matemática favorecem a eficiência. “Justiça” não passa de um conceito. Computadores não entendem conceitos. Programadores não sabem codificar um conceito – como vimos na história da “menina do napalm”. E também não sabem como ajustar algoritmos para refletir equidade.
O que temos é o conceito de “amizade” sendo medido por likes e conexões no Facebook. O’Neil soma tudo; “Se você pensa no WMD como indústria, injustiça é o que está sendo expelido pela fumaça da chaminé. É uma emissão tóxica.”
Mande um fluxo de caixa, já
No fim, é a Deusa do Mercado que regula tudo – premiando eficiência, crescimento e fluxo de caixa sem fim.
Mesmo antes do fiasco da “menina do napalm”, O’Neil já apontara o fato crucial de que o Facebook determina, na realidade, e segundo seus próprios interesses, o que todos veem – e aprendem – na rede social. Nada menos que dois terços dos norte-americanos adultos têm perfil no Facebook”. Quase a metade, afirma relatório do Centro de Pesquisa Pew, conta com o Facebook para parte, ao menos, das notícias que leem.
A maioria dos norte-americanos – para não falar da maioria dos 1,7 bilhão de usuários do Facebook espalhados pelo mundo – ignora que o Facebook canaliza o feed de notícias. As pessoas de fato acreditam que o sistema compartilha instantaneamente, com sua comunidade de amigos, qualquer coisa que é postada.
O que nos traz, mais uma vez, à questão chave no front das notícias. Ao ajustar seus algoritmos para modelar as notícias que as pessoas veem, o Facebook tem agora tudo o que é necessário para jogar com todo o sistema político. Como observa O’Neil, “Facebook, Google, Apple, Microsoft, Amazon têm todos uma vasta quantidade de informação sobre grande parte da humanidade – e os meios para nos dirigir para onde queiram”.
Estrategicamente, seus algoritmos não têm preço, é claro; segredo comercial supremo, não transparente.; “Eles fazem seus negócios nas sombras”.
Em sua recente e propagandeada viagem a Roma, Mark Zuckerberg disse que o Facebook é “uma empresa high-tech, não uma empresa jornalística”. Não é bem isso. O aspecto mais intrigante do fiasco da “menina do napalm” pode ser o fato de que Shibsted, o grupo de mídia escandinavo, está planejando investir um dinheiro enorme na criação de um novo forum social para derrotar – quem? – o Facebook. Prepare-se para uma guerra novinha em folha no fronte do WMD.
http://outraspalavras.net/destaques/a-silenciosa-ditadura-do-algoritmo/
GalileoGalilei
- 2016-10-24 02:14:12?
?
Vânia
- 2016-10-24 01:50:29
This comment has been deleted.
Nosde
- 2016-10-24 00:25:08Que sujeito enrolado,
Que sujeito enrolado, esperava entender pelo menos superficialmente o que seria algorítimo . . . . mas passou longe . . . .
peregrino
- 2016-10-23 23:04:04tempo ao tempo...
e pensar que tudo foi bolado, inicialmente, apenas para selecionar palavras em grandes textos
hoje, pessoas, sentimentos, desejos, preferências, sonhos, visões e segredos
Antonio Uchoa Neto
- 2016-10-23 22:33:29Link interessante
https://www.youtube.com/watch?v=kdMEdGbmZAE
Ivan de Union
- 2016-10-23 21:00:38Ingenuo?! Pra mim foi so
Ingenuo?! Pra mim foi so triste mesmo.
Eu tou pensado que "pensar" eh tecnologia, que "algoritmos" acontecem igual shit, e que se voce nao tem tecnologia de pensamento voce ta fudido, e o item me vem com o centro do problema: "algoritmos".
So que eu nao tou sendo gigolado por "algoritmos" 24 horas por dia, ao vivo, e em real time.
Eh por bichas loucas complexadas mesmo.
GalileoGalilei
- 2016-10-23 20:54:55Houston, temos um problema!
Era para ter saído como resposta à Vânia 17:23.
Saiu no lugar errado.
Além de tudo os algorítmos são estúpidos.
GalileoGalilei
- 2016-10-23 19:36:25Se fosse só isso...
Se fosse apenas retornarmos à idade da pedra, também não ficaria tão preocupado.
Uma coisa é uma nova organização produtiva/industrial. Outra, bem diferente, é o controle totalitário das mentes. Se este é obtido por algoritmos ou por outros métodos importa menos. Ocorre que os algoritmos, do jeito que a nossa sociedade digital evoluiu, são extremamente eficazes, inodoros, insípidos, incolores e, acima de tudo, sem quaisquer possíveis antídotos.
Uma organização produtiva/industrial, ainda que mais opressiva, poderá sempre ter alguma forma de resistência pelos antigos métodos da organização sindical. Acho.
franciscopereira neto
- 2016-10-23 19:29:46Reparem
Quando a gente faz por exemplo, uma pesquisa de preço pela internet de um produto eletrônico ou eletrodoméstico, no instatnet seguinte todas as páginas que a gente está habituado a visitar são inundados com propagandas dos produtos que você pesquisou.
Isso já reparei que acontece comigo aos montes.
Acho que é isso que o professor quis dizer.
E quanto ao que penso políticamente?
É complicado né?
Como se defender?
Vânia
- 2016-10-23 19:23:32Quem sou eu para contrariar a importância dos algoritmos
Muito pelo contrário...
Talvez eu tenha me expressado mal. Quando disse que a teoria que o prezado professor Cesar Castro discute aqui é ingênua, quis dizer que é apenas parte do todo. O que vem por aí, a chamada ''4a. revolução ..." ou seja lá o nome que quiserem é muito mais abrangente e, por isso, mais assustador ainda.
Claro que uma reportagem da BBC não é e nem tem o objetivo de ser profunda, mas o tema em si, é - e muito. Pode fazer uma busca pelo assunto que vai encontrar muita coisa. Tanto em nível acadêmico quanto no âmbito político/social.
Enfim, não se tratam de visões complementares. A aqui denominada "era do algoritmo" é apenas parte da outra, chamada de "4a. revolução industrial".
Sinceramente, por mim, podemos voltar à Idade da Pedra. Viverei muito feliz em cima de uma árvore, tomando meu solzinho, coletando frutas no pé, nadando e pescando nos rios e mares, dando e recebendo amor.
Se deus quiser...
[video:https://www.youtube.com/watch?v=9KJE1rVCC7Y]
GalileoGalilei
- 2016-10-23 18:23:15Visões complementares
Apesar de complementares, considero o post com a entrevista do Professor Cesar Castro bem mais profunda que o deste artigo da BBC.
O Professor Cesar Castro alerta para um problema atual e do qual dificilmente conseguiremos mais escapar. Tal como ficar enredado em uma teia de aranha gosmenta ou cair em um grande "mar" de areia movediça.
Não considero, em absoluto, esta entrevista como simplista ou ingênua.
Ao contrário, já faz muito tempo que todas essas questões deveriam estar sendo debatidas, em profundidade, por todos os parlamentos do mundo; principalmente os daqueles países que supostamente prezam e dizem defender a privacidade dos seus cidadãos.
Observo, para quem não tenha se dado conta, que o post continua em:
Spin D de deriva
- 2016-10-23 17:50:17Olá equipe, falta dar link
Olá equipe, falta dar link para o restante do texto
E por falar em equipe, nós que acompanhamos o GGN há anos, precisamos ver como ajudar na manutenção da comunidade, uma vez que o governo usurpador tem cerceado e pelo visto ceceará cada vez mais a manifestação independente
Vânia
- 2016-10-23 16:20:38Teoria interessante, mas um pouco ingênua ...
A revolução em andamento é muito mais profunda do que sugere o pesquisador entrevistado.
O que é a 4ª revolução industrial - e como ela deve afetar nossas vidas
No final do século 17 foi a máquina a vapor. Desta vez, serão os robôs integrados em sistemas ciberfísicos os responsáveis por uma transformação radical. E os economistas têm um nome para isso: a quarta revolução industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas.
Eles antecipam que a revolução mudará o mundo como o conhecemos. Soa muito radical? É que, se cumpridas as previsões, assim será. E já está acontecendo, dizem, em larga escala e a toda velocidade.
"Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes", diz Klaus Schwab, autor do livro A Quarta Revolução Industrial, publicado este ano.
As vantagens e desvantagens dos métodos de preparo de café
Os "novos poderes" da transformação virão da engenharia genética e das neurotecnologias, duas áreas que parecem misteriosas e distantes para o cidadão comum.
No entanto, as repercussões impactarão em como somos e como nos relacionamos até nos lugares mais distantes do planeta: a revolução afetará o mercado de trabalho, o futuro do trabalho e a desigualdade de renda. Suas consequências impactarão a segurança geopolítica e o que é considerado ético.
Por que às vezes temos a sensação de cair quando estamos adormecendo?Então de que se trata essa mudança e por que há quem acredite que se trata de uma revolução?
O importante, destacam os teóricos da ideia, é que não se trata de um desdobramento, mas do encontro desses desdobramentos. Nesse sentido, representa uma mudança de paradigma e não mais uma etapa do desenvolvimento tecnológico.
"A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital (anterior)", diz Schwab, diretor executivo do Fórum Econômico Mundial e um dos principais entusiastas da "revolução".
"Há três razões pelas quais as transformações atuais não representam uma extensão da terceira revolução industrial, mas a chegada de uma diferente: a velocidade, o alcance e o impacto nos sistemas. A velocidade dos avanços atuais não tem precedentes na história e está interferindo quase todas as indústrias de todos os países", diz o Fórum.
Também chamada de 4.0, a revolução acontece após três processos históricos transformadores. A primeira marcou o ritmo da produção manual à mecanizada, entre 1760 e 1830. A segunda, por volta de 1850, trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. E a terceira aconteceu em meados do século 20, com a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações.

Agora, a quarta mudança traz consigo uma tendência à automatização total das fábricas - seu nome vem, na verdade, de um projeto de estratégia de alta tecnologia do governo da Alemanha, trabalhado desde 2013 para levar sua produção a uma total independência da obra humana.
A automatização acontece através de sistemas ciberfísicos, que foram possíveis graças à internet das coisas e à computação na nuvem.
Os sistemas ciberfísicos, que combinam máquinas com processos digitais, são capazes de tomar decisões descentralizadas e de cooperar - entre eles e com humanos - mediante a internet das coisas.

O que vem por aí, dizem os teóricos, é uma "fábrica inteligente". Verdadeiramente inteligente. O princípio básico é que as empresas poderão criar redes inteligentes que poderão controlar a si mesmas.
Os números econômicos são impactantes: segundo calculou a consultora Accenture em 2015, uma versão em escala industrial dessa revolução poderia agregar 14,2 bilhões de dólares à economia mundial nos próximos 15 anos.
No Fórum Mundial de Davos, em janeiro deste ano, houve uma antecipação do que os acadêmicos mais entusiastas têm na cabeça quando falam de Revolução 4.0: nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, inteligência artificial, biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones e impressoras 3D.
Mas esses também serão os causadores da parte mais controversa da quarta revolução: ela pode acabar com cinco milhões de vagas de trabalho nos 15 países mais industrializados do mundo.

O que é a 4ª revolução industrial - e como ela deve afetar nossas vidas
Revolução para quem?
Os países mais desenvolvidos adotarão as mudanças com mais rapidez, mas os especialistas destacam que as economias emergentes são as que mais podem se beneficiar.
A quarta revolução tem o potencial de elevar os níveis globais de rendimento e melhorar a qualidade de vida de populações inteiras, diz Schwab. São as mesmas populações que se beneficiaram com a chegada do mundo digital - e a possibilidade de fazer pagamentos, escutar e pedir um táxi a partir de um celular antigo e barato.
Obviamente, o processo de transformação só beneficiará quem for capaz de inovar e se adaptar.

"O futuro do emprego será feito por vagas que não existem, em indústrias que usam tecnologias novas, em condições planetárias que nenhum ser humano já experimentou", diz David Ritter, CEO do Greenpeace Austrália/Pacífico em uma coluna sobre a quarta revolução industrial para o jornal britânico The Guardian.
E os empresários parecem entusiasmados - mais que intimidados - pela magnitude do desafio, uma pesquisa aponta que 70% têm expectativas positivas sobre a quarta revolução industrial.
Ao menos esse é o resultado do último Barômetro Global de Inovação, uma pesquisa que compila opiniões de mais de 4.000 líderes e pessoas interessadas nas transformações em 23 países.
Ainda assim, a distribuição regional é desigual e os mercados emergentes da Ásia são os que estão adotando as transformações de uma forma mais intensa que os de economias mais desenvolvidas.
"Ser disruptivo é o padrão modelo para executivos e cidadãos, mas continua sendo um objetivo complicado de se colocar em prática", reconhece o estudo.
Os perigos do cibermodelo
Nem todos veem o futuro com otimismo: as pesquisas refletem as preocupações de empresários com o "darwinismo tecnológico", onde aqueles que não se adaptam não conseguirão sobreviver.
E se isso acontece a toda velocidade, como dizem os entusiastas da quarta revolução, o efeito pode ser mais devastador que aquele gerado pela terceira revolução.

"No jogo do desenvolvimento tecnológico, sempre há perdedores. E uma das formas de desigualdade que mais me preocupa é a dos valores. Há um risco real de que a elite tecnocrática veja todos as mudanças que vêm como uma justificativa de seus valores", disse à BBC Elizabeth Garbee, pesquisadora da Escola para o Futuro da Inovação na Sociedade da Universidade Estatal do Arizona (ASU).
"Esse tipo de ideologia limita muito as perspectivas que são trazidas à mesa na hora de tomar decisões (políticas), o que por sua vez aumenta a desigualdade que vemos no mundo hoje", diz.
"Considerando que manter o status quo não é uma opção, precisamos de um debate fundamental sobre a forma e os objetivos desta nova economia", diz Ritter, que considera que deve haver um "debate democrático" em relação às mudanças tecnológicas.

Por um lado, há quem desconfie de que se trata de uma quarta revolução: é certo que as mudanças são muitas e profundas, mas o conceito foi usado pela primeira vez em 1940 em um documento de uma revista de Harvard intitulado A Última Oportunidade dos Estados Unidos, que trazia um futuro sombrio para avanço da tecnologia e seu uso representa uma "preguiça intelectual", diz Garbee.
Outros, mais pragmáticos, alertam que a quarta revolução só aumentará a desigualdade na distribuição de renda e trará consigo todo tipo de dilemas de segurança geopolítica.
O mesmo Fórum Econômico Mundial reconhece que "os benefícios da abertura estão em risco" por causa de medidas protecionistas, especialmente barreiras não tarifárias do comércio mundial que foram exacerbadas desde a crise financeira de 2007: um desafio que a quarta revolução deverá enfrentar se quiser entregar o que promete.
"O entusiasmo não é infundado, essas tecnologias representam avanços assombrosos. Mas o entusiasmo não é desculpa para a ingenuidade e a história está infestada de exemplos de como a tecnologia passa por cima dos marcos sociais, éticos e políticos que precisamos para fazer bom uso dela", diz Garbee.

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rdmaestri
- 2016-10-24 18:54:02Consulte o Google
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