Governo de São Paulo prossegue no desmantelamento da pesquisa

Jornal GGN – Dando continuidade ao desmantelamento da pesquisa no Estado de São Paulo, a gestão estadual de Geraldo Alckmin pretende vender pelo menos 13 fazendas voltadas para pesquisas de agricultura e pecuária, no intuito de aumentar as receitas estaduais. A venda faz parte de um pacote de alienação de 79 imóveis que tentar levantar R$ 1,43 bilhão e que tramita em caráter de urgênca no Legislativo paulista. Criticada por pesquisadores, a venda das fazendas devem representar em torno de 90% do total.

Em carta para a Assembleia Legislativa, Saulo de Castro, ex-secretário de Segurança Pública e atual secretário, justificou o pacote de alienação de imóveis colocando a culpa na “crise macroeconômica que atinge o país” e que resultou na queda de arrecadação de impostos. 

Vinculada à Secretaria da Agricultura, a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios tem mapeado suas 42 propriedades para estabelecer as áreas prioritárias para pesquisa. Segundo a agência, algumas dessas propriedades perderam a funcionalidade para pesquisas. Em um primeiro momento, serão disponibilizadas ao mercado unidades nas regiões de Araçatuba, Jundiaí, Piracicaba, Campinas e Ribeirão Preto. 

Do Valor

Governo paulista pretende vender 13 fazendas de pesquisas agropecuárias

O governo paulista pretende colocar à venda ao menos 13 fazendas de pesquisa científica voltadas à agricultura e pecuária, na tentativa de elevar as receitas do Estado. A venda, que tem provocado críticas de pesquisadores, faz parte de um pacote de alienação de 79 imóveis que tramita em caráter de urgência na Assembleia Legislativa e prevê levantar R$ 1,43 bilhão. Somente as fazendas vinculadas à Secretaria de Agricultura deverão representar cerca de 90% desse total.

A proposta foi apresentada em abril aos deputados por meio do Projeto de Lei nº 328, que deverá ser aprovado até o próximo dia 15.

“Como é de conhecimento, a crise macroeconômica que atinge o país implicou a queda da arrecadação tributária, com potencial de gerar consequências danosas para o equilíbrio das contas públicas, notadamente em um cenário no qual é necessário manter investimentos em serviços públicos essenciais à população”, defendeu, em carta à Assembleia, o secretário de governo Saulo de Castro Abreu Filho.

Desde 2013, a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), vinculada à Secretaria de Agricultura, vem mapeando todas as suas propriedades para estabelecer áreas prioritárias e indispensáveis para a pesquisa e as passíveis de “reordenamento”. A agência tem 42 unidades, que ocupam 16 mil hectares, a maior parte recebida como doação de cafeicultores no início do século passado.

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Redação

11 Comentários

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  1. Em tempos de crise, qualquer

    Em tempos de crise, qualquer pai de família faria a mesma coisa.

    Pela reportagem tem 42 fazendas de pesquisa e vai vender APENAS 5 e em 8 fazendas vão vender apenas uma parte, provavelmente ociosa, delas.

    Isso se chama governar com seriedade.

     

    1. Esse é da turma.

      Ociosa porque faltam projetos e planos de pesquisas, né Benedito?

      Assim como estavam “ociosas” as outras centenas de empresas entregues nos tempos da Privataria?

      1. Bonobo.
        Governar é eleger

        Bonobo.

        Governar é eleger prioridades.

        Onde você prefere que se cortem gastos para manter as 42 fazendas de pesquisas funcionando a todo o vapor?

        Dos hospitais, planos de saúde, escolas, transporte público, da cultura, da proteção ã mulher, segurança pública, de onde?

        Eleja as suas prioridades e se candidate a Governador nas próximas eleições.

    2. Já cortar nos gastos absurdos com o roubo-anel

      nem pensar, alguém precisa garantir o leitinho dos filhos dos empreiteiros que subiram o preço da obra apenas em 300%. Isso sim é administração séria: acaba com a água, com a luz que é uma vergonha, vende tudo pros amigos e está sempre sem dinheiro – pai de família assim eu não desejo pra ninguém.

    3. Isso não é governador

      Isso não é governador, é gerente de fluxo de caixa.

      Governar com seriedade não é empacar pesquisa e desenvolvimento. Depois vem a midia seborrenta dizer que para sair da crise é preciso “criatividade”, “inovar”… Para o gerente de fluxo de caixa do Tucanistão, inovar é vender por ninharia e cobrir e o caixa até vender o próximo patrimônio. Isso se não for para alugar pelo dobro do preço de venda lá na frente…

       

       

      1. Privatization is the same of “briberization”!

        Quem explica bem o que realmente move a compulsão privatizante dos agentes do Mercado é o Joseph Stiglitz.

         

        Wednesday, October 10, 2001

        by Greg Palast

        The Globalizer Who Came In 
        From the Cold 
        Joe Stiglitz: 
        Today’s Winner of the Nobel Prize in Economics        

        “Each nation’s economy is individually analyzed, then, says Stiglitz, the Bank hands every minister the same exact four-step program.

        Step One is Privatization – which Stiglitz said could more accurately be called, ‘Briberization.”

        “You could see their eyes widen”

        at the prospect of 10% commissions paid to Swiss bank accounts for simply shaving a few billion off the sale price of national assets.

        http://www.gregpalast.com/the-globalizer-who-came-in-from-the-cold/

        O que interessa à malandragem amiga do judiciário e do MP são as BRIBES (propinas) que correm soltas na administração dos “amigos” e os órgãos de controle vivem procurando onde elas não existem. É o tal do jabá que sempre rola nas operações de venda (doação) do patrimônio publico.

    4. Isso se chama comentário de aluguel.

      Benedito D. 

      O que vc afirma que se chama “governar com seriedade”, para um bom entendedor pode ser chamado, por sua vez, de comentário de aluguel, a exemplo daqueles comentaristas coordenados pelo Xico Graziano, remunerados com dinheiro público. Porque não tem o menor cabimento comparar gestão do patrimônio do Estado com a economia doméstica e qualquer um estudante secundarista tem obrigação de saber disso. Simplesmente pelo fato de que o bem patrimonial privado tem valor econômico definido no mercado, a critério do proprietário, ao passo que os ativos do Estado tem seu valor associado a uma gama muito mais complexa de fatores que incluem valores intangíveis de difícil mensuração associados principalmente ao interesse público que, no caso em comento, envolve a geração de conhecimento científico que transcende o entendimento do pensamento neoliberal de determinados governos de plantão.

    5. Coisas do Tucanistão.

      Comentarista de aluguel.

       

      Esse deve ser da turma dos comentaristas mercenários, como aqueles revelados em Sorocaba, a serviço do prefeito Antonio Carlos Pannunzio, amigo do peito do Xico Graziano, coordenador da pirataria virtual mantida com dinheiro público.

      http://www.viomundo.com.br/denuncias/em-sorocaba-ate-parabens-ao-prefeito-tucano-e-pago-com-dinheiro-publico-mensagens-postadas-por-gente-que-ganha-ate-r-85-mil-mensais.html

      Vc ganha por comentário, ou tem cargo público remunerado para defender o indefensável, como aqueles agentes de Sorocaba, hein Benedito?

       

  2. Destruição da Historia, do Herbário , das Coleções do IAC.

    Põe na Bacia das Almas as áreas de pesquisa do importante Instituto Agronomico de Campinas.(IAC) F

    Destroe seu famoso Herbário( isto no país com maior diversidade florística do mundo) e suas coleções antiquissímas.  Destroe as áreas de culturas.Inimaginável em qualquer país sério do mundo.  O governador Alckimim entra para a historia brasileira como um imbecil  e nosso povo  ( e mídia) se calam. Lamentável destruição para a história da pesquisa.

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