Após promessas de investimentos barradas, Biden visita Manaus e anuncia mais US$ 50 mi ao Fundo Amazônia

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Biden pousou no início desta tarde em Manaus, se tornando o primeiro presidente dos EUA em exercício a pisar na Amazônia

Foto oficial da Casa Branca por Adam Schultz – via fotospublicas.com

O presidente dos Estados Unidos, democrata Joe Biden, anunciou neste domingo (17) uma série de “novos esforços” para conservação da Amazônia, no dia em ele se tornou o primeiro presidente norte-americano em exercício a pisar na floresta.

Biden pousou no início desta tarde em Manaus, onde irá se encontra com lideranças indígenas, fará um sobrevoo de helicóptero pela Amazônia e deve visitar o Museu da Amazônia (MUSA), na Reserva Florestal Adolpho Ducke. 

Na sequência, o norte-americano segue para o Rio de Janeiro, onde participará de encontros do G20, que acontecem até terça-feira (19). Ele também tem uma reunião bilateral com o presidente Lula (PT). 

“Hoje, como parte de sua viagem histórica à Amazônia, o presidente Biden anunciará que os Estados Unidos cumpriram sua promessa histórica de aumentar o financiamento climático internacional dos EUA para mais de US$ 11 bilhões por ano até 2024“, diz o comunicado

A lista de medidas anunciada por Biden começa por um investimento de mais US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia, que devem ser destinados às ações de preservação, monitoramento e combate ao desmatamento no bioma.

Sendo assim, segundos os EUA, isso levará as contribuições totais do país ao projeto para US$ 100 milhões. Contudo, o novo aporte ainda está sujeito à aprovação do Congresso norte-americano.

Promessas não cumpridas

Próximo a deixar a Casa Branca, após desistir de concorrer às eleições contra o republicano Donald Trump, que venceu a candidata democrata e atual vice-presidente, Kamala Harris, Biden já havia prometido investir muito mais na Amazônia.

Ainda em 2020, antes de vencer Trump, Biden fez promessas à Amazônia em um debate televisivo. “Eu começaria imediatamente a organizar o hemisfério e o mundo para prover US$ 20 bilhões [R$ 116 bilhões] para a Amazônia, para o Brasil não queimar mais a Amazônia“, disse ele na época, segundo reportagem da BBC.

Já em 2023, Biden anunciou que os americanos pretendiam remeter US$ 500 milhões ao Fundo Amazônia, divididos em cinco anos. Mas, na verdade, o envio dos recursos dependia da aprovação do Congresso, formado pela maioria republicana, e o aporte não ocorreu. 

Nesse mesmo ano, os americanos, na verdade, destinaram US$50 milhões para aportar no Fundo Amazônia. Em dezembro de 2023, o recebeu Brasil um montante inicial de US$3 milhões, e o restante, US$47 milhões, em agosto de 2024.

Agora, especificamente para a Amazônia, Biden prometeu:

  • Anunciando 50 milhões de dólares para o Fundo Amazônia. 
  • Lançamento da Coalizão Brasil de Financiamento da Restauração e da Bioeconomia. 
  • Novo investimento do DFC nos maiores projetos de reflorestamento da Amazônia.
  • Suporte para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre – FFTS. 
  • Alavancar a demanda por créditos de carbono florestal de alta integridade.
  • Novo Acordo-Quadro de Cooperação entre o DFC e o BNDES. 
  • Lançamento de um laboratório de investimento em soluções baseadas na natureza.
  • Lançamento de alianças pela Amazônia. 
  • A USAID fornecerá 2,6 milhões de dólares para o Projeto Rainforest Wealth.
  • 4 milhões de dólares para apoiar novos modelos de negócios que mantêm as florestas em pé e beneficiam empresas e famílias locais.
  • Investimento da USAID de 1,4 milhão de dólares na Assobio: A Chamada para a Sociobiodiversidade. 
  • Investimento da USAID de 2,8 milhões de dólares na atividade de Agricultura Regenerativa para a Conservação da Amazônia (ARCA). 
  • Apoio do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) aos esforços para melhorar a eficiência dos fertilizantes.
  • Apoio do Departamento de Estado, por meio de um prêmio de 2,5 milhões de dólares para a Nature Conservancy (TNC), aos esforços para reduzir o desmatamento.
  • Parceria com o Governo do Brasil para Combater a Extração Ilegal de Madeira e Comércio Associado.
  • Apoio da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) sobre os esforços de mapeamento de áreas queimadas quase em tempo real para o Laboratório de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
  • Investimento da USAID de 7,8 milhões de dólares em sua parceria de longa data com o Serviço Florestal dos EUA para fortalecer a gestão do fogo no Brasil. 
  • Investimento da USAID de 1,9 milhão de dólares para lançar a Aliança dos Povos Indígenas pelas Florestas da Amazônia Oriental.
  • Expansão do apoio a programas existentes dos EUA, incluindo o Mecanismo de Acesso ao Financiamento dos Povos Indígenas (IPFAF).
  • Investimento da USAID de 4 milhões de dólares para lançar a Atividade Tapajós pela Vida.
  • Investimento da USAID de 1,4 milhão de dólares para lançar o projeto de bem-estar e gestão territorial nas bacias dos rios Negro e Xingu. 
  • Investimento da USAID de 2,6 milhões de dólares para lançar a atividade de Gestão Territorial Indígena Integrada.
  • Lançamento de Sistemas Avançados de Energia Zero Carbono na Amazônia.
  • Promoção da Cooperação One Health no Brasil e da Bacia Amazônica.
  • Fornecimento de 1,4 milhão de dólares para redução da atividade criminosa organizada relacionada à mineração ilegal e ao tráfico de mercúrio.

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1 Comentário

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  1. Putz…

    Histórica????

    Só se foi pela derrota histórica…

    Meu Zeus, um presidente que sequer concorreu, senil, e em fim de mandato.

    Trouxe uns trocados no bolso …

    Que vergonha, que vergonha…

    Bem, pelo menos a primeira dama dele não dá vexame, né?

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