Osmar Terra admite na CPI que projetou fim da pandemia em 14 semanas com base em “conclusões pessoais”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Na visão do deputado, seu prognóstico falhou no Brasil porque surgiram "mutações mais rápidas e novas cepas" que fizeram a pandemia tomar um novo curso

Jornal GGN – O deputado federal Osmar Terra admitiu em depoimento à CPI da Covid no Senado, na manhã desta terça (22), que projetou que a pandemia do novo coronavírus duraria cerca de 14 semanas, caindo drasticamente em meados de junho de 2020, com base em “conclusões pessoais”, e não a partir da análise de evidências, dados ou estudos científicos. Diante dos senadores, Osmar Terra defendeu que o fim de qualquer epidemia se dá através da “imunidade de rebanho” e rejeitou a alcunha de “negacionista”.

“Eu tive uma experiência em epidemias. Eu estudei e acompanhei muito. Tem a dengue, no Rio, que não tem vacina até hoje. Teve a epidemia de zika virus, que subitamente terminou em 2016. Aquelas previsões [sobre o controle da Covid-19 no Brasil] ali são baseadas nas minhas conclusões, que são conclusões pessoais”, disse Terra.

Segundo ele, suas “conclusões pessoais” sobre a pandemia de Covid-19 foram formadas a partir da observação de três situações: o fim da pandemia de coronavírus na China, que segundo ele começou em janeiro de 2020 e caiu drasticamente em março de 2020. O mesmo na Coréia do Sul, com a epidemia controlada também em março de 2020. E o desfecho dentro do Diamond Princes, “que foi um navio que ficou em quarentena, lá o contágio foi livre, e com mais de 3 mil passageiros, só 700 foram contaminados e 7 morreram. Diante desses dados, que eram os únicos que tinham na época, isso me permitiu ser otimista”, justificou o deputado.

Na visão de Terra, seu prognóstico falhou no Brasil porque surgiram “mutações mais rápidas e novas cepas” que fizeram a pandemia tomar um novo curso. Ele também admitiu que não tem nenhuma equipe permanente com cientistas lhe prestando assessoria para que ele possa se manifestar sobre a pandemia nos meios de comunicação.

“Quando montei minha equipe para enfrentar H1N1 no Rio Grande do Sul [como secretário de Saúde], eu trouxe infectologistas e epidemiologistas. [Para] Alguns deles, eu ligo de vez em quando para perguntar uma coisa ou outra, mas nada mais do que isso. Até porque eu sou deputado e não tenho estrutura para isso. Mas eu tenho minha opinião e, como deputado, eu sou obrigado a dar minha opinião.”

Terra ainda atacou a imprensa na CPI, por só mostrar “um lado da pandemia”. Disse que o Supremo Tribunal Federal tomou decisões que impediram a gestão da crise pelo governo federal. Atacou o lockdown e afirmou não ser negacionista porque acredita e defende o uso das vacinas.

Acompanhe a sessão pela TVGGN:

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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