A “fumaça da guerra” bolsonarista, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Desde que tomou posse na presidência, o objetivo de Jair Bolsonaro tem sido sempre o mesmo: destruir a credibilidade das instituições cobrindo-as com a "fumaça da guerra".

A “fumaça da guerra” bolsonarista

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Bolsonaro disse que o TCU afirmou que é falso o número de mortes por COVID-19 divulgado. O TCU veio a público e desmentiu o presidente. A imprensa relatou o episódio, mas partiu de pressupostos errados e não fez as perguntas corretas,

É evidente que o capitão mentiu. A questão então é saber porque ele fez isso sabendo que seria desmentido pelo TCU.

Desde que tomou posse na presidência, o objetivo de Jair Bolsonaro tem sido sempre o mesmo: destruir a credibilidade das instituições cobrindo-as com a “fumaça da guerra”. Para entender essa expressão é preciso conhecer a história e o jargão militar.

Durante as guerras napoleônicas, a nuvem espessa e fedida de fumaça produzida pelas baterias de canhões atordoava os soldados dificultando avaliar o resultado da batalha. Enquanto a “fumaça da guerra” se espalhava, uma vitória podia parecer derrota e a derrota poderia ser proclamada como vitória.

A vitória do fascismo será a destruição total da credibilidade das instituições, pouco importando nesse caso se elas estavam ou não funcionando no momento em que foram transformadas em escombros e/ou ocupadas por esbirros do ditador. O que realmente interessa a Bolsonaro é confundir o público, mergulhando tudo na “fumaça da guerra” enquanto continua a disparar seus canhões e a matar gente sabotando o combate à pandemia.

Não é possível julgar Bolsonaro usando a racionalidade e a lógica do período de paz. Quando o mundo já mergulhou na irracionalidade e na crueldade da guerra, as aparências são deliberadamente enganosas e a verdade nunca deve ser vista. “Fumaça da guerra”, entendem?

Fábio de Oliveira Ribeiro, 22/11/1964, advogado desde 1990. Inimigo do fascismo e do fundamentalismo religioso. Defensor das causas perdidas. Estudioso incansável de tudo aquilo que nos transforma em seres realmente humanos.

Este artigo não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Fábio de Oliveira Ribeiro

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