Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.
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Salvaram o Bolsonaro, por ora, para garantir a continuidade do golpismo, por Francisco Celso Calmon

Ingenuidade recorrente deixa de ser boa fé e passa a ser incompetência de alguns líderes do espectro democrático.

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Salvaram o Bolsonaro, por ora, para garantir a continuidade do golpismo

por Francisco Celso Calmon

Uma carta pífia e um prestidigitador iludindo o país e traindo a democracia mais uma vez.

Temer e Gilmar Mendes dois articuladores da tática que mantém o golpe.

Ingenuidade recorrente deixa de ser boa fé e passa a ser incompetência de alguns líderes do espectro democrático.

Retomou a cena os operadores do golpe de 2016, os arautos do poder dominante do Brasil: o arquétipo traidor Michael Temer, com Gilmar Mendes e tudo mais. Embora o tudo o mais não esteja sólido, há fissuras, portanto, suscetível de pressão e convencimento. As pesquisas de intenção de voto em 2022 já influenciam o presente, mormente dos que se guiam pela biruta dos ventos da política, como o Centrão.

Passaram a ilusão de que humilharam o Bolsonaro e o fizeram assinar uma carta pífia, sem garantias e compromissos futuros.

Michael Temer é o prestidigitador da República, ou seja: aquele que possui habilidade para iludir e que utiliza as mãos com ligeireza, como quem desvia a atenção do expectador ou interlocutor das reais intenções.

Temer com aquela carta de marido ressentido à Dilma, desviou a atenção, mesmo servindo de galhofa, mas se serviu dessa ilusão com o objetivo claro de passar a ideia de vítima e ingênuo, enquanto estava preparando o golpe. E o fez depois às claras, quando em discurso afirmou que a nação precisava de alguém que a unisse, descartando a presidenta e se colocando como esse alguém. Após o discurso passou a viajar pelos estados cooptando os govenadores para apoio ao golpe, começando com o governador Paulo Hartung, do Espírito Santo, que o respaldou de imediato, em seguida foi a São Paulo. 

Ofereceu como alternativa a Dilma, aceitar o projeto denominado ponte para o futuro. O caráter traiçoeiro nele é tal, que não se importou em explicar, como a Dilma, eleita com um projeto, mudaria para outro sem trair o povo que a elegeu.

Trair e respirar política são binômios do seu caráter.

Gilmar mudou o curso da história quando impediu o Lula de assumir o Gabinete Civil do governo Dilma. E o fez baseado em notícia da imprensa, que publicou vazamento do ex-juiz Sergio Moro, de uma conversa boba e burocrática, em telefonema da presidenta ao Lula, que o juiz imparcial grampeou, sem autorização, e passou para a Rede Globo.

Seria apenas açodamento do ministro Gilmar, se não fosse ele um articular emérito ligado ao PSDB e descendente da Casa-Grande.   

Temer/Gilmar estacaram momentaneamente o crescente movimento pelo impeachment. Este foi o papel desempenhado, de per si ou não, pela dupla.

Bolsonaro permanecendo, nada acontecendo depois de tudo que já fez, qualquer conciliação, será um exemplo que pode ser repetido na história.

A esquerda necessita ultrapassar o diagnóstico e ser propositiva.

Se o foco principal será no impeachment ou na cassação da chapa via STE, ou ambos, deve estar transparente para a base social.

Sair da reatividade para a proação.

Os partidos unidos pelo Fora Bolsonaro devem articular a ocupação das ruas à luz de uma estratégia comum e bem definida, que simule cenários possíveis e táticas preventivas.

A mobilização e ocupação das ruas devem estar em simbiose com as articulações congressuais e com a CPI.

Cabe aos partidos a direção e comando na implementação da estratégia.

As pautas difusas e descentralizadas devem ceder à principalidade para o Fora Bolsonaro/Mourão.

O timing para avançar em busca de apear Bolsonaro do poder é este.

As ruas já não oferecem tanto perigo da covid-19, inobstante as recomendações sanitárias devem ser rigorosamente obedecidas.

Não é época de colher flores e nem de iludidos cordões, é época de quem sabe fazer a hora, para ousar e avançar pela redenção do Brasil democrático.

Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça

Este texto não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Francisco Celso Calmon

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.

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