Troyjo, um bolsonarista na corte dos BRICS, por Luis Nassif

No poder, Troyjo revelou-se um bolsonarista raiz, especialmente em suas participações na Jovem Pan News

Pedro França – Agência Senado

Marcos Troyjo – atual presidente do BRICS, que pode ser substituído pela ex-presidente Dilma Rousseff, segundo publicou a Folha – é um diplomata polêmico e meio sem modos. Décadas atrás, houve um evento do Itamaraty em Boston. Os funcionários do hotel que acolheu os diplomatas esboçaram uma paralisação geral, devido à forma como foram tratados por Troyjo.

Depois, saiu do Itamaraty e foi trabalhar com Mário Garnero, no Brasilinvest. Aos amigos, Garnero atribuiu-se o mérito da aproximação de Troyjo com Bolsonaro.

No poder, Troyjo revelou-se um bolsonarista raiz, especialmente em suas participações na Jovem Pan News.

Uma de suas participações mais estrepitosas foi essa:

“Para o destaque internacional no Jornal da Manhã, conosco o comentarista professor Marcos Troyjo, diretor do BRICLAB da Universidade de Columbia em áudio e vídeo aqui no Jornal da Manhã. 

“Professor, ontem, o jornal The New York Times publicou um artigo do ex-presidente Lula em que ele critica a Operação Lava Jato e pede por democracia no Brasil. Que análise o senhor faz desse artigo que foi escrito pelo ex-presidente Lula, ou pelo menos alguém escreveu para ele? Bom dia, professor! 

“Marcos Troyjo:

“Bom Dia, Tiago! Bom dia, amigos do Jornal da Manhã. Ontem, o jornal americano The New York Times abriu espaço para um artigo de opinião do ex-presidente e agora presidiário Lula. Sob o título ‘Existe em curso um golpe de direita no Brasil, Lula faz uma série de elogios ao seu governo e às administrações do PT. Critica a Operação Lava Jato como parte de um conluio de forças conservadoras e neoliberais contra o Brasil. E, claro, clama por democracia. 

“Se em 2002, durante a campanha presidencial que levou ao Planalto pela primeira vez, Lula havia apresentado uma carta ao povo brasileiro, que nada mais era do que uma espécie de comunicado à comunidade financeira internacional de que ele buscaria manter a estabilidade macroeconômica conquistada com o Plano Real, esse artigo de ontem do New York Times nada mais é do que uma espécie de carta aos bobos e incautos e internacionais. Porque Lula deixa de mencionar que o seu governo e o de sua sucessora sistematizaram a corrupção no Brasil e legaram ao país a maior recessão de sua história.

“Lula também esquece de mencionar as várias alianças que fez com gente como Paulo Maluf, Renan Calheiros ou mesmo com Eduardo Cunha, que, na condição de presidente da Câmara dos Deputados, acolheu a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff e que, também depois de investigado, encontra-se preso sob a investigação da Lava Jato. Mas eu me lembrei, com tudo isso, de um outro episódio que mostra o apreço que Lula tem pela democracia. Em 2004, o correspondente do New York Times no Larry Rohter publicou uma matéria em que explicava o hábito e a predileção de Lula por tomar uma bebidinha. 

“Essa matéria deixou o Lula furioso, que decidiu então cancelar o visto de trabalho e expulsar o jornalista Larry Rohter do Brasil, esquecendo até mesmo que Larry era casado com uma brasileira e tinha um filho brasileiro. Ao mostrar que se sentiu ferido por uma matéria jornalística, Lula demonstrou claramente o pouco apreço que tem pelo princípio democrático de liberdade de expressão. Aparentemente, Lula, ao defender a democracia ontem no New York Times se esqueceu disso, e o New York Times também. É isso, Tiago Bom dia”,

Abaixo, algumas das participações dele:

Luis Nassif

3 Comentários

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  1. Com essa matéria fico na dúvida se o bolsonarista em questão falou a verdade ou não. Sei o que ele declarou na sua “participação estrepitosa”, mas não apareceu nenhum comentário depois. Lula cancelou algum visto? O presidente pode fazer isso? O jornalista saiu do país? Se sim por qual motivo? Essa matéria parece que perdeu um pedaço, um livro faltando os últimos capítulos…

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