Marinha entra na busca por jornalista britânico e indigenista brasileiro na Amazônia

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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O jornalista tinha como tema a garimpagem ilegal, madeireiros, caçadores e grupos de plantadores de coca.

Reprodução vídeo

Com atraso, a Marinha finalmente enviou uma tripulação de dez pessoas para auxiliar nas buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, que desapareceram durante uma reportagem em parte remota da floresta amazônica, próximo da fronteira com o Peru.

O jornalista Dom Phillips escreveu para vários jornais, como The Guardian, The Washington Post, The New York Times e outros, principalmente sobre meio ambiente e a devastação da Amazônia.

Esta viagem tinha como roteiro o Vale do Javari, com Bruno Pereira, um dos maiores especialistas do Brasil em tribos isoladas. O jornalista tinha como tema a garimpagem ilegal, madeireiros, caçadores e grupos de plantadores de coca. O Javari é onde ficam os povos indígenas mais isolados do mundo.

A Marinha, através de sua porta-voz Cibelly Lopes, informou que a equipe de busca chegará até Atalaia do Norte e depois seguirá para a comunidade ribeirinha São Gabriel, onde os dois homens foram vistos pela última vez.

Também a Polícia Federal está trabalhando nas buscas. Segundo informações fornecidas a jornais, a PF enviou sua própria equipe de busca, mas que ainda não havia informações sobre o paradeiro ou mesmo pistas do que poderia ter acontecido.

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fez nota detalhada sobre o desaparecimento informando que ameaças foram recebidas nos últimos dias.

A Survival International, ONG que defende os povos indígenas, disse que Pereira recebeu ameaças por causa de seu trabalho com tribos indígenas, o que torna ação de localizá-lo mais urgente.

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas de Nova York se pronunciou em comunicado dizendo que o desaparecimento do jornalista era ‘extremamente preocupante’ e pediu às autoridades brasileiras que localizem os dois homens rapidamente.

A Univaja também enviou dois grupos de busca para procurá-los.

O Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha entrou em contato com as autoridades brasileiras pedindo celeridade nas buscas.

A esposa de Dom Phillips, através do jornal The Guardian, fez apelo para que as autoridades brasileiras atuem, pois ‘cada minuto conta’. Alessandra Sampaio, que mora com o marido em Salvador, apelou às autoridades, dizendo que as famílias estão desesperadas e ‘por favor, responda à urgência do momento com ações urgentes’.

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Lourdes Nassif

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