The Guardian: Bolsonaro “aboliu” os Direitos Humanos em favor dos “valores familiares”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O jornal The Guardian repercutiu a nomeação da pastora Damares Alves para ser a titular do Ministério dos Direitos Humanos turbinado com a pasta de Mulheres e a Funai. Na visão do jornal estrangeiro, o “presidente eleito de extrema direita” Jair Bolsonaro praticamente “aboliu” os Direitos Humanos como é atualmente para dar lugar a uma visão “conversadora” da família e valores morais no setor.

“O plano, anunciado na quinta-feira, provocou protestos de grupos feministas, ativistas indígenas e ativistas LGBT, que temem que isso indique que os direitos humanos serão rebaixados sob o novo governo”, apontou o jornal.

Damares é advogada, pregadora evangélica, assessora parlamentar e “co-fundadora de um grupo que resgata crianças indígenas de situações de perigo e evangeliza em comunidades indígenas.”

“Ela se opõe ao aborto – ilegal no Brasil na maioria dos casos – acredita que as mulheres nasceram para serem mães e disse que planeja trabalhar para as pessoas ‘invisíveis’ na sociedade, como ciganos e mulheres que cortam cana-de-açúcar e usam borracha.”

Guardian destacou a frase dita por Damares em 2016, sobre ser a “hora de a igreja governar” e observou que ela deve atender ao anseio de Bolsonaro em reduzir as áreas de reserva indígena já que a meta do capitão da reserva é aumentar a exploração nesses lugares.

Para Cleber Buzatto, secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário, um grupo ligado à conferência de bispos do Brasil, a nomeação de Damares é um risco à comunidade indígena do ponto de vista cultura.

“Alves, que tem uma filha indígena adotiva, é uma das fundadoras do Atini – Voz Pela Vida, um grupo que luta contra o infanticídio de crianças deficientes e não desejadas, uma prática em algumas comunidades indígenas remotas. A página do grupo no Facebook também mostra seus membros pregando em aldeias indígenas.” Está ligado ao grupo missionário Jovens Com Uma Missão, cuja missão é “pregar o evangelho a todas as criaturas do mundo”.

Em condição de anonimamente, um funcionário da Funai disse que os funcionários ficaram “desnorteados” com a decisão de Bolsonaro. “Eles escolheram o pior possível [pessoa]. Estamos em estado de choque”, disse o funcionário.

Sob a “presidência de esquerda Dilma Rousseff”, diz o The Guardian, “o Brasil teve um ministério de mulheres, igualdade racial e direitos humanos, que seu sucessor Michel Temer rebaixou em uma secretaria para políticas femininas, primeiro no ministério da justiça, em junho deste ano para o ministério de direitos humanos.”

“Carolina Oms, diretora editorial da revista AzMina, disse que a decisão de Bolsonaro de agrupar mulheres, família e direitos humanos em um único ministério mostrou o pouco respeito que ele tinha pelos assuntos em questão.”

Bolsonaro expressou repetidamente opiniões homofóbicas ao longo dos anos. Mas Alves defendeu o casamento gay – que é legal no Brasil – na quinta-feira. Toni Reis, diretor-presidente do grupo Aliança Nacional LGBTI (Aliança Nacional LGBTI), disse que trabalharia para encontrar um terreno comum com ela.

“Temos muitas divergências com ela e algumas semelhanças”, disse ele. “Vai ser muito difícil fazer avanços, mas não vamos aceitar ir para trás.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Cada coisa no seu lugar
    A desonestidade intelectual não deve pautar o jornalismo, e nem as instituições. Essas declarações da “pastora” Damares foram registradas num culto, para uma platéia cativa das suas ovelhas. Não é para nós. Não é proposta de trabalho. Cada coisa no seu lugar. O Bolsomito não assinou nem um projeto de lei ainda. O The Guardian está muito apressado.

    1. Troll pago no pedaço

      Prestemos atençao. Nao cadastrado, novo aqui, segundo comentário em que o vejo defendendo Bolsonaro. Escolheu este blog para isso? Pouco provável. 

      1. Bobagem
        Outra bobagem escrita por uma anônima. Não se usa afirmações fora do contexto para argumentar a favor ou contra. Fizeram essa covardia com o Lula e Dilma. Isso se chama desonestidade intelectual.

        1. Anônima? A Anarquista Lúcida

          Anônima? A Anarquista Lúcida é uma das cometaristas mais antigas do blog. Querendo ditar regras e posar de isento falando sobre covardia com Lula e Dilma, ao mesmo tempo que defende Bolsonaro. Isso não cola aqui.

        2. Prova de que nao conhece nada do Blog

          Sou cadastrada aqui (e nos blogs anteriores do Nassif) há MAIS DE 10 ANOS… Sempre com o mesmo nick, é assim que todos me conhecem. Se eu quisesse ficar anônima aqui, usaria o meu nome da vida offline.

  2. Direitos humanos para quem não sabe respeitar o diferente?

    Acho que os valores dos Bolsonaro é dinheiro, muito dinheiro. A familia é importante, principalmente a deles, mas uma familia feita do tripé pai-mãe-filhos, em que o patriarcado é absolutista. Definitivamente não esperava nada de bom para o Direitos Humanos desse governo. 

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