A história da Volks do Brasil

Coluna Econômica – 22/01/2009

A historiografia brasileira ainda é muito pobre em relação aos principais capítulos empresariais. Daí o pouco conhecimento sobre os 50 anos de Fusca no Brasil.

Mas vale a pena conhecer a história.

O primeiro presidente da Volkswagen do Brasil foi Friedrich-Wilhelm Schultz Wenk. Quando veio, estava em dúvida entre instalar a fábrica no Brasil ou na Argentina, que servisse de base para as vendas no continente. Acabou escolhendo o Brasil.

Era considerado um “bon vivant”, amante das boas noitadas que conseguiu o cargo por ter sido companheiro de cela de “Mister Volks”, Heinz Nordhoff, presidente mundial da organização Volkswagen.

Em 1956, a Volkswagen iniciou a construção de sua fábrica, localizada no Km 23,5 da Via Anchieta, em São Bernardo do Campo – SP. Seguindo exigência da matriz alemã, fabricou a Kombi antes do Fusca.

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Junto com Schultz, veio sua amante russa, Tatiana, que acabou se aproximando de José Rácz, judeu húngaro, foragido da Hungria após a invasão alemã. A migração húngara da época foi pouco contada. Despejou no Brasil um grupo de técnicos de alto nível, parte deles engenheiros voltados para a construção civil (caso de Rácz e de Ianus Justus, pai de Roberto Justus), parte financistas de altíssimo nível.

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Assim como vários de seus compatriotas, Rácz era um engenheiro poliglota, com bela formação técnica que começou trabalhando na construtora de um italiano que deixou a empresa para ele depois que decidiu retornar para a Itália.

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Logo, Tatiana percebeu em Racz uma pessoa confiável. Além disso, era refugiado judeu, em um momento em que todos os alemães purgavam os crimes de guerra de Hitler e da Alemanha. Fez-lhe a proposta: garantiria o contrato para a construção da fábrica da Volks, contando que recebesse metade do lucro. Da sua metade dela, provavelmente a outra metade seria de Schultz, que controlava também todos os contratos com os cegonheiros – que transportavam os veículos fabricados pela Volks.

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A construção do complexo Volks durou vários anos, com as licitações com cartas marcadas sendo vencidas sempre por Rácz. Sua construtora tornou-se das maiores do país, construindo várias fábricas no Vale do Paraiba e lançando empreendimentos por todo o interior paulista. Acabou quebrando no final dos anos 70.

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O boêmio Schultz Wenk acabou morrendo cedo, no final dos anos 60. Foi sucedido por Wolfgang Sauer que, durante todos os anos 70, seria o mais influente executivo estrangeiro em atividade no Brasil. A estrela de Sauer começou a se apagar quando, anos depois, acabou se enrolando na quebra da Brasilinvest. Ele era apenas conselheiro do banco. Mas o escândalo acabou afetando-o profissionalmente.

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Foi um período em que, pequena ainda, a economia brasileira reverenciava os grandes executivos estrangeiros. E as multinacionais enviavam ao país verdadeiros estadistas, com a incumbência de não apenas representar a empresa como o país sede.

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Esse momento acabou. Hoje em dia há grandes CEOs. Mas nada que se equiparasse aos executivos dos anos 60 a 80.

Luis Nassif

32 Comentários

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  1. VIva o Fusca!
    Falei sobre o
    VIva o Fusca!
    Falei sobre o assunto no Trivial do Hermeto

    “Exatamente há 50 anos, a Volkswagen iniciava a produção do Fusca, que antes era importado desmontado, no Brasil. Tinha motor de 1.200cc, bateria de 6v, câmbio “queixo-duro” – a primeira marcha não era sincronizada – e vinha sem mostrador de gasolina. (continua)
    http://oglobo.globo.com/blogs/rebimboca/

  2. é impressão minha o blog anda
    é impressão minha o blog anda meio morno esses dias???

    O quê? Quer me meter de novo na Guerra de Gaza? Bandeira branca, Mário.

  3. Não só os dois da Volks,
    Não só os dois da Volks, outros executivos de multinacionais tinha porte de embaixadores e atuavam mais para fora do que para dentro das empresas, garantindo o bom relacionamento com o Governo, essencial em uma economia fortemente regulada (até nos preços) e em grande parte estatizada.
    Lembramos de memória de Paulo Reis de Magalhães (PHILIPS), Manoel Garcia Filho (GODDYEAR), Trajano Pupo Neto (CITIBANK), Antonio Galotti (LIGHT), , Humberto Monteiro (FORD), Oswaldo Balarin (SANDOZ), Felix de Bulhões (WHITE MARTINS), Carlos Antich (BUNGE), Thomas Romanach (GE), Manoel Pio Correa (SIEMENS), Hugo Etchenique (BRASTEMP), Andre Beer (GM). Esses grandes nomes ficavam décadas nos cargos, saiam apenas com a aposentadoria ou com a morte.
    Eram menos competitivos do que os CEOs de hoje, porque a economia era mas fechada mas em compensação eram mais agradaveis, mas cultos, mais interessados no Brasil. Esses executivos tinham relações pessoais com os Ministros da area economica, tinham acesso quase imediato, a colaboração entre empresas e Governo era muito mais afinada do que hoje, o que beneficiava o Pais.
    Hoje será dificil encontrar um CEO com esse perfil, a maioria solta agressividade pelos poros, o ambiente corporativo ficou bem mais competitivo e o CEO pode a qualquer momento perder o lugar após dois trismestres ruins, a identificação do grande nome com a empresa é coisa do passado.

  4. Não Nassif!

    eu acho que
    Não Nassif!

    eu acho que uma nova guerra so daque a 02 anos na região, a impressão que eu tenho e que eles sentem falta disso lá, acho que eles tem crise de abstinencia quando não ocorre algum tiroteio no Oriente Medio!

    tava achando estranho a placides do momento, sem materias vibrantes, somente materias calmas.

  5. Eu fiz SENAI na Volkswagen
    Eu fiz SENAI na Volkswagen entre 1993 e 1996. Depois, fui “efetivado” e me colocaram para trabalhar na linha de montagem da Kombi. Os três meses que passei nesta linha dariam um livro que um dia, quem sabe, escreverei. O ritmo da fábrica de São Bernardo, naquela época, era frenético, pois tudo era ainda meio que feito à mão, no pior sentido do que isso possa representar de artesanal… hehehe… Mas a melhor história que ouvi da fábrica da Anchieta ocorreu lá pelo final dos anos 70, quando eu apenas sonhava em nascer:
    Na linha de montagem do passat, já na fase do acabamento, certo encarregado, ao ver enorme bolha de cola de sapateiro (como se usava essa cola lá) se formar num teto que ainda iria receber o forro, não teve dúvidas: resolveu “estourá-la” com a chama de seu isqueiro. Hehehe… Imediatamente começou um incêndio que queimou o passat como um palito…

  6. Alguem, hic minha bebida,
    Alguem, hic minha bebida, desculpem

    Alguem se lembra do pé de boi?
    liso e leso.
    kakak

    Crise que nada!

    e qual era o apelido do Gordini?

    musica senhores!

  7. Me lembro de ter lido uma
    Me lembro de ter lido uma entrevista do sr. Wolfwang Sauer em uma revista automotiva dos anos 70 onde ele dizia considerar improvável o lançamento do Audi no Brasil porque a marca era luxuosa demais para o nosso mercado e não haveria consumidores suficiente.

    Hoje em dia, a Audi é só uma marca de segunda linha no nosso mercado de carros premium. Como esse mundo dá voltas…

  8. Não Nassif, esta palavra CEO
    Não Nassif, esta palavra CEO me da urticária, pois estes sujeitos hoje são eminentemente teóricos e não acompanham chão de fábrica, tão valorizados e caros quanto ineptos e vaidosos.
    Estes verdadeiros estadistas sitados por voce conheciam cada operário, suas funções e humildemente conviviam com esta gente em churrascos e comemorações quaisquer.
    O ultimo destes estadistas ainda é o Pinheiro Neto, que a GM insiste m dizer que não é presidente, até porque eu o conheço pessoalmente e sei como ele é.

  9. Não Nassif, esta palavra CEO
    Não Nassif, esta palavra CEO me da urticária, pois estes sujeitos hoje são eminentemente teóricos e não acompanham chão de fábrica, tão valorizados e caros quanto ineptos e vaidosos.
    Estes verdadeiros estadistas citados por voce conheciam cada operário, suas funções e humildemente conviviam com esta gente em churrascos e comemorações quaisquer.
    O ultimo destes estadistas ainda é o Pinheiro Neto, que a GM insiste m dizer que não é presidente, até porque eu o conheço pessoalmente e sei como ele é.

  10. Caro Nassif,
    Independente de
    Caro Nassif,
    Independente de estilo agressivo e do modo peculiar de redigir, pelo que vejo você encontrou alguém que ainda está, mesmo depois de tantos anos, com o fantasma do Schultz-Wenk “engasgado” na garganta tanto que decidiu falar.
    Tirando “os nove fora” e indo para os “finalmente”, como diria o Odorico Paraguaçu (podemos dizer, para inserir no contexto, CEO de Sucupira), me interessaria sim que esta fonte “engasgada” contasse algo mais sobre a “Dark Side” da Volkswagen do Brasil. Não para denegrir os mortos, mas para fixar a história – coisa que permitiria um levantamento ainda não feito e impossível de fazer em alguns casos. Depende de “informantes de época” e como o tempo já se vai adiantado, muitos já foram se reunir aos que já passaram para o lado de lá, tendo entrado mudos e saído calados desta vida…
    O tempo sim é um bom juiz, mas desde as coisas sejam analisadas através do contexto e parâmetros vigentes na época que os fatos ocorreram. Ficar julgando o passado com olhos de hoje, via de regra, não leva a resultado fidedigno!
    Saudações de um historiador que tenta ser somente historiador
    Alexander Gromow

    A fonte, em questão, é de primeiríssima e não me pareceu ser nenhum acerto de contas com o falecido.

  11. Prezado Nassif, permita-me
    Prezado Nassif, permita-me uma correção: quem sucedeu Schultz-Wenk na presidência da VW foi Rudolf Leiding, e não o Sauer. Leiding foi, inclusive, o responsável por salvar a VW do grande incêndio da Ala 13 no fim de 1970. Sauer sucedeu, aí sim, a Leiding.

    Obrigado.

  12. Considerar JC da S Pinheiro
    Considerar JC da S Pinheiro Neto, da GM, um executivo eficiente é uma coisa. Colocá-lo no mundo dos estadistas é forçar um bocado a mão. Ele é vice-presidente da companhia.

    Hehehehehe… Fala, Vicentão, é isso mesmo.

  13. Está certo Marcelim com sua
    Está certo Marcelim com sua observação sobre Audi: realmente foi marca cogitada para lançamento aqui no fim dos 70, começo dos 80. As pesquisas de mercado mostraram, contudo, que não havia renda que comprasse Audi na época, que forçosamente seria vendido a preços diferenciados, bem mais altos do que aqueles que o mercado praticava com Opala, por exemplo. Daí a opção pelo Santana, lançado em 85.

  14. Salve Nassif,
    Grato pela
    Salve Nassif,
    Grato pela resposta: “A fonte, em questão, é de primeiríssima e não me pareceu ser nenhum acerto de contas com o falecido.”

    Então quem sabe haja um caminho para fazer algumas descobertas sobre o passado da VW do Brasil. Será que a gente descobre a história real que levou a Brasmotor (Grupo Etchenique) a ficar sem a concessão do Fusca e sem a parceria com VW, pois o Grupo Monteiro Aranha assumiu as rédeas da porção brasileira do empreendimento de Wolfsburg na Terra Brasilis… Será que a versão oficial (recursos maiores postos a disposição pelos Monteiro Aranha) é a correta? Como ficou o “mentor brasileiro da vinda do Fusca para o Brasil”, o José Bastos Thompson que moveu mundos e fundos, envolvendo inclusive a Diretoria da Chrysler (que vendia CDK’s para a Brasmotor montar), Cecil B. Thomas, na jogada que levou à decisão de trazer o VW para o Brasil. Pois a Chrysler e a VW, Nordhoff, estavam se acertando na Alemanha. A história é complexa e interessante, desvendar mais algumas facetas seria muito interessante para a sua preservação.
    Fontes são coisas para se preservar, sem dúvidas, mas depois de ter passado tantos anos “Em Busca do Fusca” (nome do início de minha campanha para colher dados para o primeiro livro) quando surge uma possibilidade de informações de “background” não como não ficar ouriçado…
    Alguma chance de seguir este caminho de pesquisa com a ajuda de sua fonte?
    Saudações
    Alexander Gromow

    Minha fonte tem as informações sobre a parceria para a construção do complexo Volks. Não sei se teria sobre outros aspectos da vida da empresa.

  15. Prezado Nassif:

    Em
    Prezado Nassif:

    Em primeiro lugar, eu sou formalmente católico e não judeu, embora descenda de judeus.Também sou agnóstico. Só no nazismo era importante saber de que descendência somos.
    Last but not least, em 1956 eu tinha 12 anos de idade.Só agora vejo que incrível genio eu fui para construir a Vokswagen então.rs
    P.S V. esqueceu de buscar as fotos que me pediu dos Kann.
    Abraços
    Peter

    Feio da minha parte, Peter, confundir o nome do pai e do filho. Volto a te procurar para completar o depoimento e pegar as fotos.

    1. Contato de um amigo de infância em Chicago

      Axel, boa noite, ontem estava jantando com um amigo/vizinho aqui em Chicago, que disse ser amigo seu de infância de “camp”. Pediu que se possível, eu o ajudasse a encontrá-lo. Se puder entrar em contato comigo, agradeço.

       

      Tiago

  16. Sir, I went to school with
    Sir, I went to school with Peter Schultz-Wenk, son of the president of VW Brasil. I am trying to contact Peter. Do you have any information on him? I know he did some car racing in 1974. I was in Switzerland in school with him from 1967-1968. Please let me know if you have any information I can use to contact Peter.
    thank you.

    Inge Frye
    Belgium

  17. Sir,
    I see that you had a
    Sir,
    I see that you had a comment on 13/05/09 from Peter Schultz-Wenks brother, Axel. If I could contact Axel, he could help me to contact Peter! Please give me any contact information you have on either Peter or Axel!

    Many thanks

    Inge Frye
    Belgium

  18. Uma curiosidade.

    Há tempos
    Uma curiosidade.

    Há tempos eu procurava informações sobre Schultz-Wenks e Sauer. Schultz Wenks esteve no Xingu mais de uma vez e deixava seu avião à disposição para atender necessidades maiores do Parque Indígena do Xingu.
    Sauer também esteve no Xingu. Tenho guardada ainda uma Kombi 1974, presente da VW para meu pai. Tenho no arquivo de meu pai fotos deles no Parque.

    obrigado,

    Noel Villas Bôas

    1. Shultz-Wenk

      Tenho diversas fotos de meu pai com Sr. Shultz-Wenk, incklusive nas grandes caçadas no pantanal, onde o Axel puxa um jacaré abativo, meu pai era motorista particular do Shultz, e contava varias historias pra nós, Algumas registradas em fotos da epoca.

      Eu cresci na Fazenda Bobeta, foi muito bom ter vivido esse tempo.

       

  19. O meu primeiro carro foi um
    O meu primeiro carro foi um fusquinha 1960, placa CA 6537, eu comprei em 1971, bateria de 6Volts, no inverso era um sufoco para o bixim pegar, foi nesse fusquinha que dei os meus primeiros amassos mais calientes nas namoradas, quantas saudades.

    gAS.

  20. Caro Marcos Rozen:

    Quem
    Caro Marcos Rozen:

    Quem sucedeu Leiding na presidência da VWB foi Werner Paul Schmidt. Sauer só assumiu o cargo após a saída de Schmidt.

  21. o fusca 1956,com quantos
    o fusca 1956,com quantos modelo saiu,me oferecerao um mas tinha o vidro traz.tipo do ano 62 endiante,vidro grande atraz e paracho golerinha

  22. Uma História que não está
    Uma História que não está sendo bem contada.
    “Automóveis de Ouro para um Povo Descalço”, do desaparecido Senador Vasconcelos Torres. Seu livro é um libelo acusatório contra a indústria automobilística brasileira. É bom se conhecer esse livrinho para não ficar falando ‘besteirinhas’, ta!!! Há comentários que foi a indústria do setor que promoveu sua morte por denunciar essa turminha de ladrões e bandidos da indústria automobilística.
    Os nossos carros são vendidos no mercado interno a preços exorbitantes. Mas não é somente os carros, para se ter uma idéia dos absurdos aqui praticados, foi recentemente lançado nos EUA um celular da Motorola que chegará no máximo a R$ 600,00 (seiscentos reais) lá; e, certamente quando o nicho estiver esgotado lá, esse aparelhinho vai chagar aqui no nosso mercadinho por R$ 2.000,00 (dois mil reais) ou mais.
    E ninguém faz nada, somos todos imbecis, pois que, se considera tudo tão normal nessa estranha situação.
    É com o esse tipo de exploração que o Brasil está chegado a ser, em breve, a 5.ª econômica do Globo, tudo as custas da nossa gente sofrida, explorada, lesada, humilhada, e o Estado déspota segue impune e a manada sequer dá um mugido.
    Já que estamos a falar em História, você sabia qual foi à primeira categoria a conquistar o direito a produtividade (foi 4%)? Você sabe onde se deu essa greve? Quem a articulou e a comandou em pleno regime militar? Quando pregaram cartazes até na porta da residência do General Golbery do Couto e Silva, lá no Rio de Janeiro.
    Essa greve no glorioso Estado do Rio de Janeiro, foi deflagrada dentro do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Essa greve partiu dos servidores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Foi desse movimento que partiu CARLOS, funcionário do Banco do Brasil no Rio, e que chegou a ser subsecretario de transportes do primeiro governo do Brizola no Rio de Janeiro.
    Quem comandou essa greve pioneira foi um estudante de direito e também servidor da UERJ, ex-militar da Marinha, JOSAFÁ COSTA DA SILVA.
    Os registros estão na própria UERJ, pois foi naquele momento criada a Associação dos Servidores da UERJ, e que até o presente existe.
    A história da Wolkswagen no Brasil é como a de muitas outras empresas estrangeiras que aqui chegaram e nos usurparam o que puderam. E, até o presente ainda fazem esse trabalho de nos roubar. Exemplo a HP, a SONY e tantas outras ainda pensam que a capital nossa é Buenos Aires da Argentina, somente para nos tentar humilhar, e, ainda, jogam no nosso mercado produtos que lá nos EUA já não são mais vendidos, estão superados. Tudo isso acontece por que o Brasil é a Região Sudeste e o resto não conta. É nessa Região Sudeste que se articulam e se produzem todo o veneno que é derramado sobre essa Nação. Onde está localizado todos os grandes estúdios das concessionárias de televisão, de rádios, dos jornais e revistas? – No Sudeste. Um Brasil que não conhece o outro Brasil de homens trabalhadores, sérios e ainda consciente de certas verdade históricas.

  23. AUTOMÓVEIS DE OURO PARA UM
    AUTOMÓVEIS DE OURO PARA UM POVO DESCALÇO – VASCONCELOS TORRES – BRASÍLIA – 1977. Introdução do Livro: CARTAS NA MESA. “A covardia pergunta: não é perigoso? A conveniência pergunta: será político? A vaidade pergunta: será popular? Mas a consciência pergunta: será correto?” – PUNSHON.
    Às vezes fico irritado com a minha mulher por ver meus velhos livros maltratados. Ela costuma dizer que sou um velho ranzinza. É senador lá se foram muitas décadas, mas ainda tenho seu volumoso trabalho sobre a indústria automobilística e o seu poder de negociar e extorquir o Brasil naquela época.
    FNM
    Ford Company
    General Motors
    International
    Mercedes Benz
    Scania Vabis
    Chrysler
    Toyota
    Vemag
    Volkswagen
    Willys
    Essa turminha roubou bastante neste País. Vamos contar a História de cada uma dessa companhias?
    O honrado Senador se foi, mas seu precioso trabalho ficou. Alguns dos ilustres senhores citados nesta coluna eletrônica certamente, se ainda vivos, estarão com a consciência bem carregada.

  24. Luís Nassif e os demais
    Luís Nassif e os demais comentaristas:

    Os senhores deveriam conhecer a luta que foi se chegar a publicação do livro AUTOMÓVEIS DE OURO PARA UM POVO DESCALÇO do Senador VASCONCELOS TORRES, foi necessário pedidos e mais pedidos, ninguém tinha coragem:

    “Ex.mo Sr.
    Brasilia, 25 de setembro de 1975.
    Deputado Dyrno Pires Ferreira
    DD. Diretor do “Diário de Brasilia”
    Nesta

    Prezado Senhor:

    Represento S. Exa. o nobre Senador Vasconcelos Torres, de quem recebi a incumbência de contactar-me com V. Ex.ª, sobre o que se segue:
    Em recente encontro do Sr. Senador com V. Ex.ª, teve ele oportunidade de expor e comentar os dissabores que, desde há muito, vive por não ter sido editado o livro de autoria dele, Senador, “Automóveis de Ouro Para um Povo Descalço”, cujos originais se encontram em poder da Empresa Gráfica e Jornalística Horizonte Ltda., aguardando publicação.”
    É um longa carta do José Gregório da Fonseca em favor da publicação do livro.

    Cambada de messalinas, busquem conhecer melhor a história da Volks do Brasil, uma grande mancha escura na História do Brasil, uma verdadeira vergonha.

  25. Na infância fui vizinha de Schultz-Wenk no Brooklin Velho, era amiguinha da filha dele. Depois que veio à tona toda a cumplicidade da VW com a ditadura militar de 64, descobriu-se que Schultz-Wenk foi do partido nazista. A VW de SBC tb contratou o comandante dos campos de extermínio da Polônia, descoberto aqui e extraditado para a Alemanha onde foi sentenciado à prisão perpétua mas morreu na prisão antes do trânsito em julgado ser publicado.

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