Ações de empresas estatais avançam no mercado chinês, diz Peterson

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Estudo mostra que ações de empresas com presença do governo têm puxado ganhos entre as principais corporações ao longo dos últimos 10 anos

Foto de Jakub Żerdzicki na Unsplash

O setor privado vem perdendo espaço para o estado entre as ações com maior desempenho dentre as principais corporações da China nos últimos anos, segundo pesquisa elaborada pela Peterson Institute for International Economics.

A participação das empresas privadas na capitalização de mercado entre as 100 maiores empresas listadas da China encolheu de um pico de aproximadamente 55% em meados de 2021 para 33% no final de junho deste ano, um declínio de mais de 40% em apenas três anos.

Ao mesmo tempo, a participação das empresas estatais, ou seja, aquelas majoritariamente de propriedade do partido-estado chinês, aumentou de forma constante de menos de um terço para cerca de 54%.

De acordo com a instituição, o fenômeno do preço das ações tem sido “notavelmente correlacionado” com os fundamentos econômicos – a participação do setor privado na receita agregada das maiores empresas da China incluídas no ranking Fortune Global 500, sejam listadas publicamente ou não, também estagnou nos últimos anos desde que atingiu o pico em 2020.

A Peterson destaca que tais desenvolvimentos “parecem cada vez mais estruturais”, uma vez que a postura adotada pelas autoridades chinesas desde 2020 – incluindo o endurecimento regulatório e os lockdowns zero-covid – podem ter causado danos de longo prazo à economia privada na China, “cujo dinamismo foi uma característica definidora de seu milagre econômico nas últimas quatro décadas”.

“Quase 20 meses após a reabertura da China devido à COVID, o setor privado ainda não se recuperou, apesar de muitas declarações e gestos pró-negócios privados da liderança chinesa. Em suma, as descobertas aqui corroboram a visão de que a China continua sofrendo de ‘COVID econômica longa’”, diz a instituição.

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