Por Igor cornelsen
Caro Luis
As restrições que eu fazia a Dilma Roussef antes das eleições são as mesmas que eu faço hoje.
O Brasil tem um deficit em conta corrente crescente, mesmo com os preços das commodities nas alturas, uma enorme bolha, e bolhas explodem.
Precisaríamos de uma mudança radical na política monetária e cambial a tempo do enorme fluxo de capital especulativo que entrou, e continua entrando, saia do Brasil pagando um pedágio para a nação, via um real bem mais desvalorizado.
O discurso da Dilma depois da eleição é justamente o que eu mais temia antes da eleição, que vamos ter mais do mesmo, real apreciado e as maiores taxas de juros reais do planeta.
O Lula inclusive recomenda a manutenção do Meirelles no BACEN.
Outras restrições que faço à presidente é sobre a política fiscal.
Quando a economia cresce, como em 2010, o setor público deve ter altos superavits, para ter gordura fiscal para queimar numa eventual nova crise internacional. Ela é contra ajuste fiscal, inclusive vetou uma proposta do Palocci neste sentido há algum tempo atrás.
Além disto a candidata era a favor de várias obras de alto custo e baixo retorno, em termos de bem estar social ou financeiro, tipo Copa do Mundo , trem bala (substituiria viagem de avião entre Rio e São pauulo para os mais ricos), Olimpíada no Rio etc.
A economia internacional não está saudável. Existem grandes desequilíbrios entre as nações. O Brasil é vítima de sua política monetária, mas também da política monetária dos EUA.
Angela Merkel conseguiu aprovar no Bundestag uma lei para que se eventualmente um banco alemão tiver necessidade de ajuda do estado, seus credores vão participar do sacrifício. Esta lei vai gerar um efeito parecido com a falência da Lehman. Vai fazer investidores procurarem ativos sem risco, reduzindo a capacidade dos bancos de emprestarem, e com isto de desenvolverem negócios. Ela ainda quer estender esta filosofia para toda a Europa. Quem compraria bônus da irlanda Grécia, Portugal e Espanha se ela vender esta idéia ao fundo Europeu?
O mundo voltou a flertar com a depressão econômica como se não tivesse aprendido nada com a crise de 2008.
A Dilma e o governo brasileiro não parecem estar cientes da grande confusão que vamos estar envolvidos.
Gostaria de estar equivocado, mas em algum tempo no futuro próximo vamos ter um estouro da bolha de commodities e das moedas emergentes, nesta hora vamos ter o teste da nossa presidente.

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