Comércio atacadista responde por maior parte das vendas vistas em 2022

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Segmento contabiliza 51% das vendas, maior taxa da série histórica do IBGE; receita bruta do comércio soma R$ 7,2 trilhões

Foto de Antonius Natan via pexels.com

As empresas comerciais encerraram o ano de 2022 com uma receita bruta total de R$ 7,2 trilhões, segundo a pesquisa anual do setor elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A receita operacional líquida, livre de deduções como vendas canceladas, descontos e impostos, foi de R$ 6,7 trilhões.

Dos R$ 7,2 trilhões apurados pelo setor, R$ 621,1 bilhões foram provenientes do comércio de veículos, peças e motocicletas; R$ 3,7 trilhões do comércio por atacado; e R$ 2,9 trilhões do comércio varejista. Já a receita operacional líquida foi de R$ 6,7 trilhões.

O comércio por atacado avançou 6,7 pontos percentuais entre 2013 e 2022 e se manteve o mais representativo do setor, com 51% do faturamento total, maior taxa desde 2007.

Já o comércio varejista registrou uma perda de 2,7 pontos percentuais mas seguiu na segunda colocação com 40,2% de participação, menor taxa dos últimos dez anos. O comércio de veículos, peças e motocicletas foi o que teve a maior redução de representatividade, com perda de 4,0 pontos.

Desde o início da série histórica, em 2007, o ano de 2022 registrou a maior diferença entre as participações dos segmentos do atacado e varejo (10,8 p.p.).

Ao longo de dez anos, a maior representação em termos de receita operacional líquida foi apurada pelo atacado de combustíveis e lubrificantes (12,7%), que cresceu 2,5 pontos percentuais. Hipermercados e supermercados (11,4%) caiu para a segunda posição em 2022. Já o comércio por atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,6%) assumiu a terceira posição.

O comércio por atacado de matérias-primas agrícolas e animais vivos foi o agrupamento que mais cresceu entre 2013 e 2022 (3,7 pontos percentuais), o que fez passar da 16ª para a quinta colocação. Por outro lado, comércio de veículos automotores foi a atividade que mais perdeu participação na análise dos 10 anos (-3,6 p.p.), e saiu da terceira para a sétima posição.

Na comparação de 2022 com o período pré-pandemia (ano de 2019), destacou-se o fato de hipermercados e supermercados ter sido o agrupamento com a maior perda em participação das receitas (-1,5 ponto percentual).

Margem de comercialização atinge R$ 1,4 trilhão em 2022

A margem de comercialização – diferença entre a receita líquida de revenda e o custo das mercadorias vendidas – foi de R$ 1,4 trilhão em 2022, sendo que o varejo respondeu pela maior parte (50,3%), menor valor entre 2013 e 2022; seguido pelo comércio por atacado (41,8%), maior valor da série histórica desde 2007; e pelo comércio de veículos, peças e motocicletas (7,9%).

A taxa de margem, que é a margem de comercialização dividida pelo custo das mercadorias revendidas, caiu de 30,5% em 2013 para 27,9% em 2022, afetado pela redução da margem no comércio varejista, que passou de 39,9% para 36,5%, e do comércio por atacado, que registrou uma queda de 3,0 pontos percentuais, resultando em 22,1% em 2022.

O comércio de veículos, peças e motocicletas teve um crescimento de 4,4 pontos nesse indicador, atingindo 24,7% em 2022, a maior margem de toda a série histórica desde 2007.

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1 Comentário

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  1. É preciso considerar que houve uma grande mudança nos diferentes formatos de mercados, com o grande crescimento dos chamados “Atacarejos”. As grandes redes também passaram a focar muito mais neste formato, como Assaí do GPA, Atacadão do Carrefour, etc. Este tipo de loja funciona como atacado, mas vende também no varejo a consumidores finais. Resta saber como são computados nas estatísticas do comércio.

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