Austeridade volta a ganhar força como arma política

Uso como ferramenta de redistribuição nas mãos de figuras como Elon Musk e Javier Milei requer atenção redobrada, diz economista

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O uso da austeridade como mecanismo econômico voltou com tudo, mas com um ponto extra: sua aplicação como ferramenta política e redistributiva, o que pode ser um perigo nas mãos de figuras como Elon Musk e Javier Milei, presidente da Argentina.

Enquanto Milei usa a austeridade como solução para a crise inflacionária do país, em meio ao aprofundamento da pobreza local, Musk e seus aliados conservadores promovem cortes no orçamento público para redução de impostos e desmonte do Estado administrativo norte-americano.

“A última vez que ouvimos o tambor da austeridade foi durante a crise financeira global. Nos EUA, a resposta veio na forma de um modesto “sequestro” (limitação de gastos)”, explica Mark Blyth, cientista político e professor de economia política internacional na Universidade de Brown.

“Mas na Europa, o aperto fiscal foi muito mais profundo, destruindo uma década de crescimento, minando o investimento público e contribuindo para muitos dos problemas que o continente ainda enfrenta hoje”, ressalta o economista, em artigo publicado no site Project Syndicate.

No atual quadro norte-americano, o país apresenta uma economia forte em meio a pressões inflacionárias, e o uso da austeridade pode até ajudar a criar espaço fiscal para corte de impostos, mas outro ponto plausível pode estar ligado à geopolítica e desequilíbrios globais.

Para Blyth, o retorno da austeridade não é apenas um erro econômico, mas também representa uma mudança profunda no equilíbrio de poder, colocando o peso da crise sobre as classes mais vulneráveis e beneficiando elites econômicas.

“A austeridade está de volta, mas desta vez não é apenas uma ideia ruim. É também uma arma política e uma perigosa ferramenta de redistribuição”, reitera o articulista.

Nota da redação: Este texto, especificamente, foi desenvolvido parcialmente com auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial na transcrição e resumo das entrevistas. A equipe de jornalistas do Jornal GGN segue responsável pelas pautas, produção, apuração, entrevistas e revisão de conteúdo publicado, para garantir a curadoria, lisura e veracidade das informações.

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  1. O Estado desempenha uma tarefa bastante importante àquilo que se conhece como Nação. Sua função é dissipar conflitos de interesses, visando uma defesa do bem comum e maior para a preservação do conjunto que dá forma e constituição a cada Nação. A formulação do Estado de Direito, condicionou através da afirmação de concessão dos direitos negociados, também obrigações igualmente negociadas ou impostas. O requerimento de austeridade ao Estado/Nação na aplicação dos valores recolhidos nas formas das leis e regulamentos para o cumprimento dos seus deveres é indiscutível. A lógica disso que agora se refere como políticas de austeridade, que na maioria dos usos é pura e simplesmente retirar das formas mais variadas e criativas,, esses valores pagos por todos os que são responsáveis pela existência do Estado/Nação , para um grupo receber benefícios, é na realidade uma ruptura do Estado/ Nação e sua condição legitimada através do direito. A redução de impostos quando o Estado cumpre com suas obrigações e o faz como parte de iniciativas é uma coisa. Quando simplesmente quer transferir recursos para aumentar lucro de quem não tem mais desempenho para obtê-los, é outra coisa. A dívida pública dos EUA está em mais de centro e trinta porcento em relação ao PIB. Porque as partes da economia não estão desempenhando. Isso não é austeridade, é esperteza.

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