Comércio global já se organiza sem EUA, diz NYT

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Enquanto países estruturam blocos comerciais independentes, Donald Trump aplica sobretaxas e tenta cercar a economia norte-americana

Foto de Wolfgang Weiser via pexels.com

As sobretaxas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não apenas podem afetar o bolso do consumidor norte-americano como também modificar as relações comerciais entre os países.

Recentemente, Trump aplicou uma taxa de 25% sobre produtos do México e do Canadá, além de 10% sobre mercadorias chinesas, alegando que essas medidas são necessárias para combater a imigração ilegal e o tráfico de drogas.

Diante da possibilidade de uma guerra comercial em formação, diversos mercados – dentre eles aliados históricos dos EUA – estão forjando parcerias econômicas e comerciais sem a presença dos Estados Unidos.

“Ao punir aliados de longa data com tarifas, Trump está encorajando outras nações a formarem blocos e redes comerciais que excluem os Estados Unidos”, destaca reportagem do jornal norte-americano The New York Times, enfatizando que as últimas medidas “unilaterais e protecionistas” de Trump aceleraram um processo que já estava em andamento.

Dentre os exemplos citados, estão o acordo fechado recentemente entre a União Europeia e o Mercosul após 25 anos de negociações, criando assim uma das maiores zonas comerciais do mundo, além das negociações do bloco europeu com a Suíça e o reforço dos acordos comerciais com o México, além da retomada das conversas para um acordo de livre comércio com a Malásia.

Clique aqui e ajude o GGN a financiar documentário
sobre os crimes impunes da Lava-Jato

A reportagem também cita o BRICS, formado originalmente em 2009 por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – a Indonésia é o 10º país a ingressar no bloco, que atualmente inclui metade da população mundial e mais de 40% da produção econômica global, e a perspectiva é de crescimento diante da possibilidade de entrada de mercados como Tailândia, Bolívia e Cazaquistão.

Tais desdobramentos mostram que o comércio entre países não vai acabar, mas está sendo transformado: quando uma barreira impede o andamento de um algum processo, ele transcorre em torno dessa barreira.

Leia Também

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador