Jornal GGN – As exportações brasileiras podem ser fortemente afetadas pelo impacto econômico gerado pela pandemia do coronavírus, segundo relatório divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Essa redução pode ser de até R$ 18,6 bilhões caso se confirme uma retração de 1,1% no PIB (Produto Interno Bruto) mundial.
Na comparação com o ano passado, a CNI projeta que as exportações sejam 11% menores na quantidade de toneladas, dependendo das medidas adotadas por outros países – principalmente na América Latina, que recebe a maior parte dos manufaturados brasileiros.
A CNI também consultou 734 empresas de pequeno, médio e grande porte para mensurar o impacto do coronavírus em seus negócios, e os dados não são dos mais favoráveis: 92% das empresas consultadas são afetadas negativamente pela epidemia do coronavírus, sendo que para 40% o impacto negativo foi muito intenso. Apenas 3% das empresas estão sendo afetadas positivamente.
A demanda por produtos industriais também mostrou forte queda: praticamente oito em cada dez (79%) das empresas consultadas percebem queda na demanda, segundo dados da CNI. Mais da metade das empresas (53%) apontam que a queda foi intensa. Outros 7% das empresas percebem alta da demanda por seus produtos.
A indústria também está enfrentando dificuldades relacionadas ao transporte de seus produtos de insumos e matérias-primas. 83% das empresas consultadas encontram dificuldades na logística de transporte; 38% estão com muitas dificuldades. Somente 17% das empresas não estão enfrentando dificuldades na logística de transporte de seus produtos e/ou insumos e matérias-primas.
O reflexo de tal desaceleração também é visto em outros segmentos: levantamento elaborado pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), que engloba transportadoras rodoviárias, aponta uma redução de 26,14% na demanda por transporte de cargas entre os dias 23 e 24 de março, em comparação com o cenário considerado normal.
Na análise da carga lotação, a queda no período analisado foi de 22,91%. A avaliação da demanda por tipo de carga mostra retração em todas as categorias pesquisadas, sendo que as perdas mais expressivas foram registradas nos segmentos industriais, em especial embalagens (-55,36%), eletrônico (-46,50%) e automobilístico (-37,62%). O único segmento desta categoria que apresentou um avanço discreto foi industrial – farmacêutico, com alta de 0,84%.
A variação da demanda por local de entrega também é de queda expressiva no período em questão: enquanto a variação da demanda geral foi de -29,81%, com destaque para a categoria lojas diversas de rua, com uma perda de 40,74%, seguido por casas pessoas físicas (-29,81%), shopping center e outro tipo de estabelecimento (ambos com -26,88%).
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O setor industrial já andava ruim, só está MAIS na merda. O crescimento do setor farmacêutico é lógico em tempos de cloroquinas e outros placebos.
Nassif,
tenho notado uma lata acentuada em muitos produtos da linha branca em lojas de ecommerce.
Estava pesquisando preços há uns dez dias trás, e de dez dias atrás para ontem , a maioria deles subiu em torno de 30%.