Crédito bancário registra maior expansão desde setembro de 2008

Dados do Banco Central mostram disparada na concessão de crédito para empresas em março, por conta da pandemia do coronavírus

Foto: Reprodução

Jornal GGN – O volume de crédito concedido às empresas disparou no mês de março ao mesmo tempo em que a média dos juros foi reduzida em diversas linhas de financiamento, como consequência direta da pandemia do coronavírus, segundo dados divulgados pelo Banco Central.

No total, o crédito bancário apresentou um aumento de 2,85% em março, na comparação com fevereiro, para um volume total em mercado de R$ 3,587 trilhões, a maior expansão mensal desde setembro de 2008, quando o aumento foi de 3,68%.

O crescimento do crédito para as empresas foi de 6,4%, para um total de R$ 1,5 trilhão, enquanto o saldo para as pessoas físicas avançou 0,3%, para R$ 2,1 trilhões.

Em março, ocorreu expansão tanto nas modalidades com influência sazonal (desconto de duplicatas e recebíveis, antecipação de faturas de cartão) quanto nas relacionadas a fluxo de caixa (capital de giro), e nas de comércio exterior (adiantamentos sobre contratos de câmbio, financiamentos a exportações). Adicionalmente, cresceram os saldos influenciados pela variação cambial (notadamente repasses externos).

As concessões de crédito por meio do desconto de duplicatas e de recebíveis aumentaram 42,3% ante o registrado em fevereiro, para um total de R$ 44,901 bilhões. Para o desconto de cheques, o aumento foi de 14%, enquanto a antecipação de faturas de cartão aponta um avanço de 48,6%.

Já a concessão de crédito para capital de giro aumentou 86,6%, sendo que o capital com prazo inferior a 365 dias subiu 148,9%, ao passo que as operações com prazo maior tiveram um aumento de 63,8%. Na modalidade teto rotativo, o capital de giro avançou 47%.

Para a conta garantida para empresas, as concessões avançaram 29,2% em março ante fevereiro. Já o cheque especial para pessoas jurídicas registrou aumento de 5,7% nas concessões no mês passado.

Já o crédito livre a pessoas físicas somou R$1,1 trilhão, com estabilidade no mês (+0,1%) e expansão de 15,7% em doze meses, com destaque para as modalidades crédito pessoal consignado e composição de dívidas.

Pode-se dizer que os dados divulgados pelo Banco Central foram influenciados pelos efeitos da pandemia do coronavírus, que colocou boa parte da população brasileira em isolamento social e afetou a atividade das empresas.

 

Leia Também
No Brasil, a recuperação econômica será mais lenta, por Victor Leonardo de Araujo
Coronavírus causa queda sem precedentes na atividade industrial, diz CNI
Mercado especula dólar a 7 reais com crise política e coronavírus

 

Redação

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Tá certo, a ideia era essa mesmo: todo mundo devendo as calças aos bancos. Além, é claro, do que estão recebendo para repassar (repassarão?) do estado para quem não está podendo trabalhar.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador