Economia em risco e o desastre do governo Bolsonaro, por Fernando Haddad

"Passado já um ano da eleição, é patente a ausência de formuladores de política na atual equipe econômica"

Jornal GGN – O ex-prefeito da capital paulista e candidato escolhido por Lula para disputar as últimas eleições presidenciais, Fernando Haddad, fez uma análise sobre as políticas econômicas adotadas nos últimos anos pelo Brasil e concluiu pela falta de formuladores e uma agenda que não estimulou a economia, no artigo “Economia”, publicado na Folha de S.Paulo na manhã deste sábado (12).

Haddad introduz falando do governo Jair Bolsonaro: “Passado já um ano da eleição, é patente a ausência de formuladores de política na atual equipe econômica”. Ainda lembrou do impacto da Operação Lava Jato na economia interna, como “um fato sempre negligenciado pela imprensa tradicional”, com a destruição pelo modus operandi dessas investigações de “cadeias produtivas inteiras”.

A crítica não foi sobre o combate à corrupção, mas a falta de proteção das empresas brasileiras que geraram milhares de empregos no país e que expandiram o mercado nacional ao mundo, elevando o PIB. “A experiência internacional deveria ter servido de guia para lidar com grandes empresas dirigidas por gente corrupta ou imoral”, comentou, sem nomear, mas em referência aos Estados Unidos que adota uma política de “correção” de ilegalidades sem destruir as próprias empresas nacionais.

Ao lembrar o que ocorreu no passado, também destacou as principais características de gestões anteriores: “FHC gerou superávit pelo aumento da carga tributária, mas não logrou cumprir as metas de inflação. Lula procurou compensar a valorização do real, acumulando reservas cambiais. Dilma, diante da perspectiva de desaceleração econômica, enfraqueceu a base fiscal”.

Valorizando o que foi feito pelo governo do ex-presidente Lula, destacou que “em 2003, a essa altura, o governo já gestava uma consistente pauta de inovações institucionais, que passava pela Lei das PPPs, Prouni, Bolsa Família, valorização do salário mínimo, crédito consignado, patrimônio de afetação etc., que nos permitiu crescer a uma taxa duas vezes maior do que a média do período anterior”.

Nos últimos anos, o cenário apenas piorou, apontou o líder político. Desde o Teto dos Gastos e as reformas trabalhista e previdenciária de Michel Temer e este ano, culminando com “um governo desastroso em várias áreas” e que impõe um risco ainda maior de “comprometer a recuperação e nos condenar, por anos, a um desempenho econômico medíocre”.

Redação

2 Comentários

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  1. Haddad, como sempre naturalizando o governo Bolsonaro, como se não fosse um governo ilegítimo, fruto de uma fraude, de uma crise política. Fico imaginando o que Lula diria. Haddad demonstra que é um bestão (como, afinal, aparenta ser). Afinal, só os mais fraquinhos da esquerda recebem coluna na Folha.

    Quem embarcou nessa perspectiva política do Haddad, lembre-se: a cada criança assassinada a fuzil, a cada bioma destroçado, a cada setor da economia aniquilado, você apoia a permanência do governo. Quem não é a favor de derrubar o governo, “Fora Bolsonaro”, consente com sua permanência, um “Fica Bolsonaro”.

    “Até 2022”
    Mortes a granel? – Até 2022
    Criança fuzilada? – Até 2022
    Destruição da biodiversidade? – Até 2022
    Lula na cadeia? – Até 2022
    Perda das estatais? – Até 2022
    Desemprego? – Até 2022
    Fascismo? – Até 2022
    Interventores? – Até 2022
    Políticos imbecis? – Até 2022

    E lembre-se: se você não apoia a derrubada do governo por uma mobilização popular, você apoia isso aí.

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