
O ritmo de crescimento da zona do euro apresentou estagnação no final do ano passado e, mesmo com os Estados Unidos impondo tarifas sobre seus parceiros comerciais, a região precisa lidar com seu maior problema: as barreiras internas e regulamentações excessivas.
Dados do FMI mostram que as barreiras internas existentes na União Europeia representam tarifas de 45% para o setor manufatureiro e 110% para serviços, fazendo com o mercado interno seja menos integrado do que o visto nos Estados Unidos.
“Além disso, regulações rígidas, como o GDPR, dificultam o crescimento de empresas de tecnologia, reduzindo a produtividade”, diz Mario Draghi, ex-primeiro-ministro da Itália e ex-presidente do Banco Central Europeu.
Em artigo no site britânico Financial Times, Draghi explica que a Europa é igualmente afetada pela demanda enfraquecida desde a crise financeira de 2008: enquanto os EUA injetaram cerca de 14 trilhões de euros em sua economia, os investimentos na zona do euro somaram 2,5 trilhões.
As barreiras locais impulsionaram a abertura comercial: a participação do comércio no PIB da zona do euro saltou de 31% para 55% desde 1999, enquanto o mesmo dado na China subiu de 34% para 37% e nos EUA de 23% para 25%.
Draghi ressalta a necessidade da Europa em remover tais barreiras internas, além da necessidade de incentivar setores inovadores e a adoção de uma política fiscal mais ativa. Caso contrário, a região da zona do euro vai continuar a perder competitividade.

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