O IPCA de dezembro mostrou alta em 8 dos 9 grupos pesquisados. A única queda – de 0,56% – ocorreu no grupo Habitação.
Mesmo assim, no acumulado de 12 meses registrou pequena queda em relação a novembro: de 4,83% em dezembro contra 4,87% em novembro.
Na análise de 12 meses, as maiores altas foram Educação (6,88%), Saúde e Cuidados Pessoais (6,66%) e Transportes (6,24%).
Os maiores impactos no mês foram o grupo Alimentação e Bebidas, puxada pela carne, que respondeu por 55% da alta. Depois, Transportes, respondendo por 20.59%.
Quando se analisa a difusão de altas, no entanto, percebe-se uma queda na quantidade de subgrupos em alta – de 43 em novembro para 32 em dezembro -, enquanto os subgrupos em queda saltaram de 7 para 18.
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sem política, não há economia, estúpido! vê-se claramente que o governo navega na governabilidade e, para isso, sacrifica aos mais famigerados partidos a erradicação da miséria e da pobreza. são 70 milhões de endividados. outros 40 milhões de pessoas sem a mais básica segurança alimentar. e a inflação a corroer o parco poder de compra dos trabalhadores. criar empregos com esse salário mínimo é a nova linguagem de escravidão e servidão social de que usa o “mercado”.
Os resultados mostram que, no Brasil, 30,7% das famílias viviam em insegurança
alimentar moderada e grave no período analisado. Dentre esse grupo estão as quase 9%
das famílias – ou 33 milhões de pessoas – que estavam em situação de fome (REDE
BRASILEIRA DE PESQUISA EM SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR – PENSSAN,
2022).
Em termos das desigualdades regionais, chamam atenção os valores da região
Norte (45,2% de famílias em situação de insegurança alimentar moderada e grave) e
Nordeste (38,4%). Em 6 UFs, mais da metade da população estava nesta situação: Alagoas
(54,9%), Piauí (54,3%), Ceará (52,6%), Pará (52,4%) e Maranhão (51,1%).
As desigualdades raciais também são evidentes. Ou seja, a fome afeta mais as
pessoas negras: 41,7% das famílias cuja responsável é mulher negra passavam por
insegurança alimentar moderada e grave no período, sendo que, entre aquelas chefiadas
por homens brancos e amarelos, a proporção era de 16,3%. Em três Estados, a proporção
de famílias em insegurança alimentar moderada e grave cujas responsáveis eram
mulheres negras passam dos 60%: Alagoas (64,6%), Piauí (63,9%) e Pará (62,2%).
Figura 10. Percentual de Famílias com insegurança alimentar moderada e grave, por raça/cor segundo unidades in: https://cdn.brasildefato.com.br/documents/15cb78c372830623b8fc23e1f18e2412.pdf
“Criar empregos com esse salário mínimo é a nova linguagem de escravidão e servidão social de que usa o mercado”. Frase certeira e perfeita esta, venho pensando isso já há algum tempo e me espanta que não se ouça esse tipo de crítica mesmo em meios jornalísticos ditos “progressistas”(também não sei muito bem o que significa progressista, creio que signifique liberal, o que o faz significar partidário do sistema econômico capitalista, o que faz com que qualquer retórico “progressista” de justiça social se dê inevitavelmente à direita.
Com respeito à inflação, sempre que vejo artigos sobre a mesma, aqui no GGN, fico com vontade de não ler e não comentar (dada a ignorância sobre o que é a inflação para os pobres, o que ela significa cotidianamente: fome, miséria, má alimentação, não saber como será o dia de amanhã, exploração, expropriação), mas acabo lendo e comentando, acho que por revolta. É um assunto que atinge diretamente quem é pobre e aí é preciso tomar partido.