Lula reúne ministros para discutir preços dos alimentos

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Medidas incluem redução da alíquota de importação de itens com preços mais altos; nenhuma ação intervencionista será adotada

Ministros falam após reunião com presidente Lula sobre alimentos, no Palácio do Planalto. Foto: Wallisson Breno/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu ministros nesta sexta-feira (24/01) para discutir estratégias que venham reduzir a alta dos preços dos alimentos, um dos pontos que mais afeta o bolso da população.

Uma das medidas consideradas no encontro é a redução da alíquota de importação de alimentos que estiverem com preços mais altos no mercado doméstico ante o visto no exterior.

“Os produtos que estejam com preço interno maior do que o preço externo, nós atuaremos na redução de alíquota para forçar o preço a vir, pelo menos, para o patamar internacional”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa, após o encontro.

“Não justifica nós estarmos com preços acima do patamar internacional. Não tem a menor explicação para isso, já que o Brasil se constitui como um dos maiores produtores de alimentos de grãos do mundo”, explicou, ressaltando que o governo federal não irá adotar medidas intervencionistas nesse sentido.

“Nenhuma medida heterodoxa será adotada. Não haverá congelamento de preços, tabelamento, fiscalização, não terá rede estatal de supermercado ou de lojas para vender produtos. Isso não existe e sequer foi apresentado em nenhuma reunião”, afirmou.

Ênfase na produção de itens da cesta básica

De acordo com Costa, o presidente Lula pediu que uma atenção maior fosse dada à definição de políticas públicas e recursos já existentes para o estímulo da produção, com foco em produtos que fazem parte da cesta básica.

“Nós também vamos dialogar com o mercado, vamos chamar aqui reuniões de produtores para dialogar com eles sugestões de como reduzir os preços, aumentar a produção, vamos chamar mais uma vez a rede de supermercados, vamos chamar os frigoríficos grandes para conversar, os frigoríficos pequenos e médios, dialogando com o mercado, que é onde o preço se realiza. Medidas que a gente pode somar no mercado mais as medidas institucionais de estímulos para a produção”, disse Rui Costa.

Diante disso, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira destacou o lançamento de dois Planos Safra, que tiveram valores maiores, além do aumento no subsídio no Plano Safra.

“O segundo esforço é concentrar na produção de alimentos da cesta básica. Esses créditos têm que ir para a produção de alimentos e estímulos, nós diminuímos os juros para os alimentos, além de aumentar a produtividade do agricultor, do pequeno e médio agricultor, para que ele tenha um resultado melhor e que esse alimento chegue mais barato na mesa do povo”, elucidou Teixeira.

6 Comentários

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  1. Governo que tem um rui costa como ministro da casa civil não precisa de inimigos.Lula anda muito distraído.Não se pode colocar um provinciano para dirigir a casa civil.Cada vez que o rui escorrega é o governo que cai. Daqui de onde eu vejo ele é desastroso na comunicação.

  2. A onda de 150 dias de calor intenso em São Paulo, combinada com a falta de água e os previsíveis aumentos de preços da água privatizada durante o período de estiagem causarão a destruição de parte da produção agrícola no cinturão verde da capital paulista. O que for produzido chegará nas feiras a um custo proibitivo para a população pobre da periferia, mas a imprensa não culpará o sorridente Tarcísio de Freitas (que privatizou a Sabesp como os jornóialistas neoliberais da Folha de S.Paulo exigiram). A conta será jogada nas costas de Lula e do PT que nunca governaram ou governarão o estado de SP se depender da imprensa.

  3. É, a gente imagina que tá ruim, e vêm os imbecis do luloquistão e nos provam que vai piorar.

    Esse tipo de anúncio e igual a polícia avisando que vai fazer uma operação em 15 dias em determinado local.

    Só serve para:

    O pessoal da boca “realizar” o máximo de lucro possível, ese esconder.

    Ora, quem está ganhando com a especulação de alimentos vai meter o pé no acelerador, e depois correr para atuar nos mercados futuros de comoditties, seja apostando na baixa ou em novo refluxo de alta.

    Sem falar nos chacais do mercado cambial.

    Tem jeito não, Lula tá na gaveta faz tempo.

  4. Tem um outro fator, que sequer é abordado por analistas, e por governos.

    O Financial Land Grabbing.

    A primeira vez que tives acesso ao termo foi um um livro coletânea, organizado por doutorandos da UFRRJ.

    A abordagem principal tratava da financeirização das colheitas e da tomada de terras pelos fundos de investimento, que antecipam dinheiro para o setor, e incorporam as propriedades dadas em garantia.

    Essa circunstância pode ser um fator a mais que explica a impulsão de preços, já que há uma necessidade de realização de lucros acima das variáveis comuns ao setor, como oferta, demanda, câmbio, insumos, nível de automação e clima.

    O livro está disponível para qualquer imbecil do governo tentar ler, mas eu receio que, ou não vão entender, ou entenderão, mas vão ignorar.

    1. O governo federal tem a solução mas não usa pelos “mistérios” da política. No centro de tudo vejo a cada vez mais presente acomodação de Lula aos ditames do vozerio direitista. Lula perdeu o ímpeto administrativo já faz tempo. Tem no governo quadros muito bons mas a todos lhes falta a visão de governo – não esquerdista – mas ao menos com alguma tendência à esquerda. É claramente de centro e nada mais. Com maioria clara no BC não se vê qualquer movimento no sentido de botar a SELIC em valores sensatos e a subida de preços de produtos agrícolas também não é atacada via estoques reguladores. São pecaminosas intervenções. Acompanha, passivo, o vozerio da rede global.

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