Jornal GGN – Marco Flávio Resende, em entrevista ao jornalista Luis Nassif, analisa a conveniência ou não de emissão monetária por parte do governo para enfrentamento da crise, e como isso, diferente do que se possa pensar, não é perigoso hoje em dia. Resende explica que com a recessão que temos à frente, a emissão de moeda não é problema, pois a inflação temida não se concretizaria pois ela é fruto, além do choque de oferta, por dois canais, como a inflação de demanda ou canal de expectativas.
Quando você tem uma recessão muito grande, ela mesma vai ancorar as expectativas e, junte-se a isso, tem-se uma grande capacidade ociosa, deixando o empresário querendo vender e dando até desconto por isso, não aumentando preço e sim aumentando a produção e gerando emprego e renda.
E isso vale também para o canal de expectativas. A moeda é uma convenção social e não vai perder seu valor porque, se houver inflação, vai ser baixa. Se não houver essa crença, os empresários podem querer se antecipar ao fato e passarem a reajustar preço, se se mantiverem na crença de que a emissão não acarretará inflação, se manterão nos patamares atuais. A mesma coisa os investidores, que no lugar de ficarem com as moedas na mão, correrem para a compra de ativos.
A recessão no horizonte não faz ninguém achar que a moeda vai perder valor. A crença compartilhada se manterá, de que a inflação vai ser muito baixa. Assim, a emissão de moeda não significa excesso de moeda na economia, mas a base para o aumento da produção e emprego, fazendo girar.
Marco Flávio Resende foi pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e, atualmente, é professor da Universidade Federal de Minas Gerais, com ênfase em Macroeconomia Pós Keynesiana, Finanças Internacionais e Crescimento Econômico.
Acompanhe a entrevista a seguir.
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Banco emite moeda sem lastro, já pensou nisso?
https://www.youtube.com/watch?v=4MRloJpV0xg
Mas existe alguma relação do tipo: se emito 5% do PIB a inflação sobe 5%?
Se fosse verdade, então todo país em recessão teria uma solução mágica: emitir moeda!
A economia está parada porque o cenário econômico é desfavorável. O boom das commodities ficou na década passada. As estantes das lojas não estão cheias de mercadorias encalhadas à espera de que o governo emita moeda para que alguém vá compra-las. Se o governo emitir moeda, é 100% certo haver inflação, ainda mais lembrando a cultura ainda impregnada em nossos empresários desde os anos da inflação, quando todos os preços eram indexados.
Quem joga esse papo de inflação é solução está com saudades dos tempos quando o governo podia cobrir seus rombos mediante o confisco do poder aquisitivo da população, como se fosse um imposto invisível que não precisa ser aprovado pelo parlamento. Vocês se lembram? Eu me lembro.
Onde está a GASOLINA de 1,50 ou 2 REAIS? Bolsonaro acerta mais uma. Petrobrás já deu mais de 60% de desconto no Preços da Gasolina e Diesel. Mas as quadrilha lideradas por Governadores de Estado, em especial João Dória, mantém preços elevados artificialmente para sustentação de suas astronômicas Cargas Tributárias e manutenção de Monopólios e Oligopólíos Estrangeiros.