O tal do mundo não se acabou

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Um dos vícios mais recorrentes dos jornais é a síndrome do “maior desastre”. Consiste em comparar um indicador ruim com o pior indicador anterior. Tipo: foi o pior desempenho desde o ano tal.

Não há receita para a manchete. Ás vezes se submete o indicador à tortura das comparações irrelevantes. Tipo, é o pior indicador desde 2012, ou mais negativo dos últimos 6 meses, períodos estatisticamente irrelevante.

Outra impropriedade frequente são as manchetes sobre as cotações do dólar, comparando com outros períodos sem deflacionar. Manchetes tipo “o dólar atinge a maior cotação da era do real” tem tanto valor quanto dizer que os automóveis de hoje têm preços nominais muito mais altos do que 20 anos atrás. Comparar a cotação atual do dólar com o valor nominal do dólar em períodos passados tem o mesmo significado que comparar preços de geladeira, do feijão ou qualquer outro produto de consumo.

O indexador utilizado para calcular a cotação efetiva do dólar é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado). Corrige-se o real pela IPCA, o dólar pela inflação dos EUA e faz-se a conversão para se chegar ao câmbio efetivo.

Efetuando essas contas, chega-se a diversos outros períodos em que o dólar chegou perto ultrapassou em muito os R$ 4,00 de hoje. Em outros períodos ficou abaixo mas devido a um controle oneroso por parte do Banco Central: o período do congelamento de câmbio, no primeiro governo FHC, que literalmente quebrou o país.

Em setembro e outubro de 2001, o dólar chegou a R$ 3,96 na média. Houve dias em que bateu em cotações superiores.

No segundo semestre de 2002, configurada a vitória de Lula, o dólar bateu nos R$ 4,57 em dezembro. Em fevereiro de 2003 chegou a R$ 4,60.

***

Esses saltos não se deveram à deterioração dos fundamentos da economia, mas a dúvidas sobre o cenário político. Depois do tiroteio da campanha de 2002, na qual analistas terroristas chegaram a prever a invasão do Brasil pelas FARCs – e houve quem acreditasse, como foi o caso dos leitores da Veja – a lagoa ficou propícia para pegar lambaris. Investidores profissionais pescavam lucros em cima do pânico dos lambaris.

***

O que movimenta o dólar, agora, são essencialmente dúvidas fundamentadas sobre a crise política, decorrentes da grande sucessão de erros de Dilma Rousseff.

Só que nenhum desses erros, até agora, comprometeu os fundamentos da economia. Criou problemas fiscais, acentuou a recessão. Se o Banco Central persistir em trancar o crédito e manter os juros nas alturas, pode-se ter um problema concreto mais à frente, o chamado efeito engarrafamento – no qual empresas que vinham em velocidade, de repente descobrem que não existe mais estrada pela frente, brecam de uma vez provocando o abalroamento das que vêm atrás.

***

Ainda não se chegou a esse quadro.

Há o risco iminente do Congresso derrubar os vetos de Dilma à farra de gastos. Nesse caso, Dilma seria jogada inapelavelmente no corner.

Por outro lado, há a possibilidade de um choque de bom senso da parte do Senado e da Câmara, motivado pela antevisão do caos. Nesse caso, a crise se esvaziaria rapidamente e o dólar voltaria para níveis mais adequados, por volta de R$ 3,50.

A pior das hipóteses aconteceu várias vezes, como no início de 1999, quando FHC se viu confrontado com uma rebelião de governadores de estados quebrados. Parecia que o mundo ia se acabar. Mas, como diria Assis Valente, o tal do mundo não se acabou.

 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

14 Comentários

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  1. Vejam o que o Nassif diz

    Vejam o que o Nassif diz sobre a cotação do dólar em 2002.

    “Esses saltos não se deveram à deterioração dos fundamentos da economia, mas a dúvidas sobre o cenário político.” LN

    Mas o desastre econômico de 2015 tem qual causa? Com certeza não é a Selic, nem a dívida pública, nem a inflação, nem a carga tributária e nem o desemprego, já que essas cinco variáveis já estiveram muito pior durante o governo FHC e apesar de serem piores, o Brasil não deixou de crescer em nenhum ano, só resultados positivos.

    A crise de 2015 são causadas por dúvidas sobre o cenário político, já que o Brasil inteiro espera a renúncia ou o impeachment da Dilma para virar essa página e poder avançar.

  2. “Um choque de bom senso da parte do Senado e Câmara”…

    Assisti o “finzinho” do Brasilianas de anteontem.

    Descupe-me não lembrar de nenhum dos nomes dos Debatedores.

    Tinha um Diretor do IPEA que parecia disléxico.

    Um cara “do Mercado” que parecia ter bom senso e preocupação sincera com o País.

    E, um “Professor da Dilma” da UNICAMP, arrogante como devem ser tais Professores de Economia.

    Ao ser perguntado pelo Nassif se o envio do Orçamento 2016 tinha sido um erro, este não hesitou em responder, com um certo ar de ironia, que tinha sido um desastre (da Dilma).

    Advoguei neste Blog que “a Verdade é a Maior Sacanagem”.

    Dilma ao enviar o tal Orçamento deficitário, simplesmente explicou ao Povão que o que o PSDB/PMDB queriam era implantar o Ajuste “Caracu” (onde o Povão não entraria com a Cara).

    Daí vale o ditado de que se “ser rebaixado pela S&P é inevitável, relaxe e…”.

    Alertei o Nassif de que seria uma Jogada de Gênio (e, Solitária) da “Anta”.

    Agora são 2:00 am e a Votação não terminou.

    Mas, parece que “a possibilidade de um choque de bom senso da parte do Senado e da Câmara” é Real…

    Acho que vencerá o “senso patriótico” dos congressistas.

    Afinal quem tem C…, tem medo.

     

    1. Coincidência ou não

      Também pensei exatamente a mesma coisa.

      Nada como dar um choque de realidade para chamar as pessoas à razão.

      Não foi desastre nenhum não, como disse o professor (também assisti o Brasilianas).

      E Dilma nem precisou ir à televisão fazer terrorismo populista.

  3. A dívida pública não está atrelada ao câmbio

    Não está havendo e não haverá grandes impactos na dívida pública.

    Nas crises cambiais anteriores sempre ocorreu um grande impacto nas contas públicas em função da elevada divida externa, ou em função da existência de títulos públicos atrelados ao câmbio.

    Desta vez, como em 2008, tanto a dívida externa é muito pequena, como praticamente não há títulos da dívida pública interna atrelada ao câmbio.

    Mesmo considerando a parcela da dívida atrelada ao IPCA, precisamos lembrar que os títulos de renda fixa mais do que compensará a correção dos títulos pelo IPCA, já que como os juros são pré-fixados está ocorrendo uma queda dos juros reais dos títulos pre-fixados da dívida pública.

    Agora com a taxa de câmbio em R$ 4,00 patamar mais do que suficiente para permitir a rentabilidade das exportações de manufaturados, bem como substituir parte das importações pela produção nacional, vamos ver como se comporta o Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

    Quando ocorre uma  significativa mudança no cenário econômico pela alteração dos juros americanos, alteração da nota de crédito pelas agências internacionais ou quebra no sistema financeiro internacional, há uma intensa movimentação no mercado de câmbio.

    Se alteração provoca aumento da demanda por dólares, os agentes econômicos tomam posições compradoras no mercado de câmbio, com exportadores retendo ao máximo os dólares das exportações, os importadores comprando o mais rápido possível os dólares para quitar as importações, as instituições financeira e empresas cancelando a contratações de novos empréstimos e quitando antecipadamente os empréstimos já realizados, alterando significativamente a fluxo normal de  dólares no mercado de câmbio, o que torna necessário a ação do BC vendendo dólares para restabelecer a normalidade e sinalizar o patamar da taxa de câmbio.

    Nestes momentos alguns exportadores além de reter os dólares das exportações, passam a comprar dólares  para obter lucros financeiros, o mesmo ocorre nas instituições financeiras.

    A venda de parte dos dólares das Reservas Cambiais no mercado vista, faria com  que exportadores e importadores retomassem o fluxo normal de venda e compra de dólares.

    Mais importante do que impedir novas altas exageradas dólar, é impedir que o dólar volte a cair de forma acentuada, por meio de compra de dólares, caso seja necessário.

  4. Gastos em viagens internacionais caem 46% em agosto

    Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil

    Os gastos de brasileiros em viagem ao exterior em agosto chegaram a US$ 1,263 bilhão, queda de 46,26% em relação ao mesmo mês de 2014 (US$ 2,350 bilhões), de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (22).

    Nos oito meses do ano, essas despesas somaram US$ 12,879 bilhões, queda de 25,13% na comparação com igual período do ano passado (US$ 17,201 bilhões).
    O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, destaca que a alta do dólar influencia rapidamente – e com intensidade – os gastos com viagens internacionais. Maciel também citou a redução da renda devido à queda da atividade econômica. “De forma geral, acredito que o brasileiro viajará menos ao exterior tendo em vista o encarecimento de passagens áreas e das despesas no exterior de forma geral”, disse.

    As receitas de estrangeiros em viagem no Brasil chegaram a US$ 436 milhões, no mês passado, contra US$ 493 milhões, em agosto de 2014. Nos oito meses do ano, as receitas ficaram em US$ 3,847 bilhões, ante US$ 4,863 bilhões em igual período 2014.

    Com esses resultados de despesas e receitas, o déficit na conta de viagens internacionais ficou em US$ 9,032 bilhões, nos oito meses do ano. Hoje o BC revisou a projeção para o déficit em viagens internacionais de US$ 14,5 bilhões para US$ 13 bilhões este ano.
     
    Edição: José Romildo
    URL:
    http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2015-09/gastos-em-viagens-internacionais-caem-46-em-agosto

  5. Frase absolutamente

    Frase absolutamente verdadeira e recorrente:

    “Outra impropriedade frequente são as manchetes sobre as cotações do dólar, comparando com outros períodos sem deflacionar.”

     

    Como se tem feito sem qualquer pudor com o “reajuste” dos servidores. Diz-se que vai custar 10 Bilhões!….

    ,,,, em 2019. Que deflacionado a módicos 10% a.a., dá 40%, equivalente a 6 bilhões de dinheiro de hoje. Ou menos.

     

    O governo do partido pós-Carta aos Brasileiros tem sido profícuo em duas jogadas da imprensa que se noticia sempre e aprendi a identificar por artigos publicados aqui:

    – os grandes números (10 bilhões!!!….. para 120 mil famílias).

    – as jogadas com deflação (25 bilhões!!!!  36 bilhões!!!!!!!!!!……. divididos de 2006 a 2019, são o quê? 2 bilhões a.a? A planilha aceita tudo) 

     

    E já não se conta a estratégia de malhar o adversário pelos pecados que se comete. (O Cunha massacrou o regimento!!!!….. Hoje mesmo a situação estava lá, malhando o regimento para tentar passar a rasteira nos servidores do judiciário, como se fossem membros de uma assembléia estudantil, até duas da manhã). Desrespeitar a Constituição é golpe!!!!!!!!!!!!!!…… E tratorar o funcionamento do Congresso Nacional durante seis meses, e impedir o legítimo pleito de uma categoria que se organizou apesar dos sindicatos aparelhados, não é golpe?

     

    O mundo não se acabou, o governo não venceu. E entregaram o Ministério da Saúde ao PMDB de bobeira, porque o veto 26 não foi derrubado. A cada dia que passa, soam feito amadores, agora alinhados a banqueiros.

  6. Setor Externo(antes do dólar atingir os R$ 4,05)

    Banco Central do Brasil -NOTA PARA A IMPRENSA – 22.9.2015(ZIP – 187 Kb—-.xls)

    I – Balanço de pagamentos – Agosto de 2015
    Em agosto, as transações correntes apresentaram deficit de US$2,5 bilhões, acumulando, nos últimos doze meses, saldo negativo de US$84,5 bilhões, equivalente a 4,34% do PIB. Na conta financeira, as captações líquidas superaram as concessões líquidas em US$2,1 bilhões, destacando-se os ingressos líquidos de US$5,2 bilhões em investimento direto no país.

    A conta de serviços registrou despesas líquidas de US$2,6 bilhões no mês, recuo de 30,2% na comparação com agosto de 2014. As despesas líquidas com transportes recuaram 55,6%, na mesma base de comparação, atingindo US$365 milhões. O item viagens internacionais registrou despesas líquidas de US$827 milhões, 55,5% inferiores ao ocorrido em agosto do ano anterior, apresentando reduções de 46,3% nos gastos de turistas brasileiros em viagens ao exterior e de 11,7% nas despesas de viajantes estrangeiros ao Brasil. As despesas líquidas com aluguel de equipamentos somaram US$1,4 bilhão, 4,2% superiores ao resultado de agosto de 2014. Na mesma base de comparação, as despesas líquidas com serviços de propriedade intelectual, e com telecomunicação, computação e informações, recuaram 16% e 23,6%, na ordem.

    As despesas líquidas de renda primária totalizaram US$2,6 bilhões em agosto, recuo de 38,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. As remessas líquidas de lucros e dividendos atingiram US$1,5 bilhão, ante US$3 bilhões, em agosto de 2014. As despesas líquidas de juros somaram US$1 bilhão, 10,7% inferiores ao resultado do período comparativo. As saídas líquidas de renda de investimento direto totalizaram US$1,5 bilhão, redução de 44,4%, na comparação com agosto de 2014. As despesas líquidas de renda de investimentos em carteira reduziram para US$900 milhões, compostas por despesas líquidas de lucros e dividendos, US$307 milhões; de juros de títulos negociados no mercado externo, US$224 milhões, e no mercado interno, US$369 milhões. A despesa líquida de renda de outros investimentos somou US$384 milhões, 42,5% acima do registrado em agosto do ano anterior, enquanto as receitas de reservas atingiram US$219 milhões.
    A conta de renda secundária apresentou ingressos líquidos de US$219 milhões. A receita bruta de transferências pessoais atingiu US$212 milhões no mês, 30,6% acima do resultado observado em agosto do ano anterior.
    Os investimentos diretos no exterior somaram aplicações líquidas de US$308 milhões, compreendendo US$363 milhões em participação no capital, incluídos US$443 milhões decorrentes do reinvestimento de lucros; e retornos de US$55 milhões, proveniente de operações intercompanhias.
    Os investimentos diretos no país aumentaram US$5,2 bilhões, dos quais US$3,3 bilhões em participação no capital, incluídos US$785 milhões decorrentes de reinvestimento de lucros; e US$2 bilhões em operações intercompanhias. Em doze meses, os ingressos líquidos dos investimentos diretos no país somaram US$73,6 bilhões, equivalentes a 3,71% do PIB.

    Os investimentos em carteira passivos somaram saídas líquidas de US$1,6 bilhão em agosto, compostos por remessas líquidas de US$1,1 bilhão em ações e US$673 milhões em títulos de renda fixa, e ingressos líquidos de US$181 milhões em fundos de investimento. Os investimentos em títulos de renda fixa negociados no país totalizaram ingressos líquidos de US$741 milhões. As operações com títulos soberanos negociados no exterior somaram amortizações de US$1,2 bilhão, decorrentes do exercício, pelo Tesouro, da opção de amortização antecipada e integral do Global 40. Os demais títulos de renda fixa de longo prazo negociados no exterior apresentaram amortizações líquidas de US$259 milhões, enquanto os de curto prazo registraram ingressos líquidos de US$30 milhões.

    Os outros investimentos ativos aumentaram US$3,7 bilhões, compreendendo expansão de US$507 milhões em depósitos mantidos por bancos brasileiros no exterior, e de US$569 milhões em depósitos de titularidade de empresas não financeiras. Os créditos comerciais e adiantamentos cresceram US$2,7 bilhões em agosto.
    Os outros investimentos passivos registraram ingressos líquidos de US$3,1 bilhões. Os ingressos líquidos decorrentes de créditos comerciais e adiantamentos atingiram US$1,7 bilhão, concentrados em operações de curto prazo. Os empréstimos totalizaram ingressos líquidos de US$1,5 bilhão.

    II – Reservas internacionais
    As reservas internacionais no conceito liquidez totalizaram US$370,6 bilhões em agosto de 2015, redução de US$193 milhões em relação ao mês anterior. Em agosto, o estoque de linhas com recompra atingiu US$2,4 bilhões, decréscimo de US$100 milhões em relação à posição de julho de 2015. A receita de remuneração das reservas somou US$219 milhões. As variações por preços e por paridades reduziram o estoque em US$349 milhões e US$147 milhões, respectivamente. No conceito caixa, o estoque de reservas atingiu US$368,2 bilhões em agosto, redução de US$93 milhões em relação ao mês anterior.

    III – Dívida externa
    A posição da dívida externa bruta estimada para agosto totalizou US$346 bilhões, redução de US$3,2 bilhões em relação ao montante apurado para junho de 2015. A dívida externa estimada de longo prazo atingiu US$287,1 bilhões, redução de US$2,2 bilhões, enquanto o endividamento de curto prazo somou US$58,9 bilhões, diminuição de US$1 bilhão no mesmo período.
    Dentre os determinantes da variação da dívida externa de longo prazo no período, destacam-se os empréstimos líquidos tomados pelo setor financeiro, US$2,4 bilhões, a amortização de títulos do governo, US$1,3 bilhão, e as reduções decorrentes de variações por paridades e preços, US$1,4 bilhão e US$1,5 bilhão, respectivamente. A variação da dívida externa de curto prazo no período é explicada, principalmente, por amortizações de empréstimos tomados pelo setor não financeiro, US$839 milhões.

    URL:
    http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPEXT
    http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPHIST
     

  7. Êrros de Dilma Roussef

    Que erros são esses ?

    Seriam erros do 1º mandato como reduzir IPI, desonerar a folha de pagamentos, derrubar a Taxa Selic, manter os preços dos combustíveis, manter os juros subsidiados do BNDES, diminuir o preço da energia elétrica sem ter consultado São Pedro ?

    Ou teria sido o erro de confiar que os empresários, com o aumento das vendas e a redução de custos, voltariam a investir destinando, pelo menos, parte dos enormes lucros obtidos para expandir suas plantas de produção,gerando um círculo virtuoso de crescimento e voltando a fazer crescer a arrecadação do governo ?

    Na verdade, acredito que o grande erro de Dilma foi a ingenuidade e querer fazer o melhor pelo país.

    Quanto aos erros do 2º mandato, somente uma supermulher maravilha seria capaz de enfrentar essa turba de estupradores da razão que permeiam a imprensa velhaca brasileira e o Congresso Nacional.

    Nassif, mais uma vez vou te pedir: dê a tua receita para a solução dos problemas nacionais. Plano de Ação consistente ou Programa de Desenvolvimento sustentado ou que nome tenha, como você já disse que o governo não tem.

    Essas críticas pontuais, esses apontamentos de erros, sem discriminá-los, ou apontar falhas de comportamento pessoal ou na área de gestão, contribuem pouco para a compreensão dos fatos e rumos a tomar e contribuem muito para desgastar a imagem de uma Presidenta honesta (o que não é pouco), republicana e com a firme intenção de fazer o melhor pelo país.

    Talvez, um pouquinho desarticulada.

    Mas quem não é diante de “n” problemas que envolvem “n” variáveis

    Talvez, você, no fundo, goste mesmo é dos “cabeças de planilhas”.

    1. Inversão de Valores

      Jorge,

      Parabéns pelo Comentário Simples e Direto.

      Acrescente aos erros da Dilma o fato de (até agora, decorridos 18 meses de Lava Jato) ser, ainda, considerada Honesta.

      O Nassif quer que Dilma tenha “Jogo de Cintura” e consulte os “Líderes” Temer, Renan, Cunha, Gerdau, etc.

      Todos uns “Bagres Ensaboados” que vão lhe dizer para “ficar à vontade” em suas Decisões.

      Pelo menos o Delfim é mais sincero, entrega o que lhe “encomendam”, agora, engrossando o coro dos que querem Dilma ajoelhada pedindo Perdão pelos tais “Erros”.

      O Nassif ainda encontra “elogios” como “Dilma fechou-se no Palácio em sua Dieta” (não literal).

      Tenho inclusive dúvidas sobre o atual “Erro” da Selic (maluca) do Tombini.

      Imagine algum Presidente Brasileiro que promovesse um “Realinhamento de Tarifas” e Câmbio de mais de 50%…

      O papo já seria de Hiperinflação e não a perfumaria de Rating da S&P.

      Saudades do tempo em que as Manchetes eram sobre a tal MAXI Desvalorização de 30%.

  8. comparadores falaciosos neste blog

    Alguns dos muitos comparadores falaciosos de dados não corrigidos adequadamente são frequentadores deste blog. Já que estamos falando do valor do dólar, vai aí uma comparação feita aqui com frequência: no início do governo Lula, o dólar estava a R$4. Depois, apesar da inflação do real, caiu para R$2. Usando esses dados com casca e tudo, há vários comentários deste blog, alguns deles do Diogo Costa, atestando que o governo PT quadruplicou o PIB brasileiro. Concordo que o governo FHC foi muito ruim, mas o fato é o governo petista não criou nada melhor, em política econômica, para por no lugar. Em particular, manteve o real sobrevalorizado, o que acabou de arruinar nossa indústria, que vinha sendo destruída consistentemente desde o governo Sarney.

    1. Comparadores falaciosos

      Não chegaria a chamar de falaciosos, pois a análise de Nassif, sobre este momento, me parece correta. Não me recordo de nenhuma análise dele na época da transição FHC (que “d”eus o tenha, apesar dele se dizer ateu) e Lula. Porém, concordo forte numa parte onde você diz:  “Em particular, manteve o real sobrevalorizado,”. Creio que este é um ponto em que os governantes pecaram e pecam: tentam segurar o dólar fora de sua realidade. Quais os problemas? Posso imaginar alguns:

      – Se a cotação sobe, buscando o valor correto, há uma histeria catastrófica, pois o “dólar passou de R$2,85 para R$4,00”! Aí, a mídia cai em cima, agravando o desepero. Só se beneficiam a mídia golpista, os políticos golpistas (e não falo só dos atuais) e os especuladores profisionais, que faturam, rindo, dessa crise criada, ou melhor, fermentada, em cima de notícias (que, muitas vezes, “empiricusmente”), são plantadas, como drogas nas mãso de maus policiais.

      – Se a cotação sobe de uma hora para outra, a indústria, em especial a que importa, se vê frente a um desastre em sua programação financeira. Os que exportam sorriem, de orelha a orelha, com razão. Porém, por pouco tempo, pois a situação é imprevisível.

      – Se a cotação sobre, de uma hora para outra, pode ser devido a um represamento articial da verdadeira cotação. Segurar o dólar artificialmente (ou a valorização do real, como queiram), pode, ao longo do tempo, provocar uma sangria intestinal, imperceptível, mas que corrói o orçamento na Nação. Seria como colocar rolha no ânus para não deixar ver que, por dentro, o intestino está sangrando.

      Deixar a cotação do dólar subir “suavemente” e sempre que necessário, ao meu ver, seria um dos remédios para as manchetes catastróficas, para as manipulaçõoes e para a sangria escondida. Poucas vezes o BC precisaria intervir no mercado colocando dólar para segurar a disparada.

      Final: patrocinar juros altos pelo Copom me parece loucura. Com cerca de 1% de aumento não feito, o ajuste fiscal poderia não ser necessário. Segurar inflação com a cotação? De uma hora para outra? Falta olhar no longo prazo. Apagar incêndios deve ser função de bombeiros, não de governos. 

       

  9. Vamos superar todas as atuais

    Vamos superar todas as atuais dificuldades com a vantagem de os golpistas estarem escancarando as suas caras como nunca antes e ficarão marcados pelo eleitor democrata e consciente pelo resto da vida.

     

     

  10. Não tem nada a ver com o post

    Não tem nada a ver com o post mas…

    Não vi uma notinha sequer aqui no blog sobre o absurdo da condenação de Vaccari sem qualquer prova material e baseada apenas na delação dos réus cúmplices da república do paraná. Em tempos de fascismo e em que o STF tem juízes do calibre moral de Gilmar Mendes e Toffoli, os jornalistas dos blogs progressistas deveriam se precaver e começar uma campanha contra essa aberração deste desqualificado juiz Moro e sua república do paraná.

    Dirceu esta preso porque deu assessoria enquanto o ladrão Paulo Roberto Costa está em casa. Vai que nos porões onde são tramados os fios desta inacreditável Operação Lava Jato, onde se condena o tesoureiro do PT por doações legais e os tesoureiros do Psdb (10 milhões para Sergio Guerra/Alvaro Dias), PSB (dezenas de minões mais o jatinho sem dono), PP (envolvido até o talo) e Pmdb ( de Cunha e bandidos afins) são sequer citados e em que os capos da imprensa tradicional aliados ao Psdb e asseclas + alguns membros da elite empresarial do país apoiam qualquer tipo de arbitrariedade se julgue “necessário” começar a prender jornalistas independentes. Réus que, sob tortura prisional, revelam qualquer mentira é o que não falta. 

    Sem esquecer que Gilmar Mendes já delatou os blogs no seu infame voto do financiamente de campanhas.

     

    1. Vários depoimentos inocentaram o Vaccari.

      Vários depoimentos inocentaram o Vaccari mas o injuiz Moro desconsiderou-os (não vem ao caso). Sem prova material (inclusive de enriquecimento pessoal), apenas suposições de que as doações legais (pois declaradas ao TSE)  seriam propinas, o injuiz Moro condenou o Vaccari somente considerando as delações premiadas, pois estas atendiam e confirmariam o seu propósito já firmado de antemão de condená-lo e o PT.

      É primário, em um Estado Democrático de Direito: avaliando os depoimentos contra e a favor do réu, sem nenhuma prova que confirme as acusações dos delatores, inocentar o réu.

      O injuiz Moro não julga. Ele age de forma a confirmar o seu pré-julgamento.  É mais do que óbvio que os delatores foram pressionados pelas prisões preventivas a denunciar Vaccari e o PT. Quanto às denúncias aos políticos do PSDB/DEM, simplesmente, não vem ao caso.

      Foi assim no julgamento da AP 470 (mensalão), quando ele escreveu o voto da Ministra (injuiza) Rosa Weber, que declarou em plenário que condenava José Dirceu mesmo sem provas.

      O julgamento do mensalão mineiro (do PSDB) está parado, aguardando a prescrição.

      O que também espanta nesse julgamento do Vaccari é que o injuiz não iniciou de imediato um processo de cassação do registro do PT. Ora, se o PT recebeu recursos ilegais (propina), por intermédio de Vaccari, não só tem que devolvê-los, como a Justiça Eleitoral terá que cassar o seu registro ou não ? ou fica por isto mesmo e, neste caso, também não vem ao caso ? Ou será que o injuiz Moro é tão maquiavélico que ele espera que Vaccari, pressionado pela condenação a 15 anos de prisão, passe a participar do jogo dele (do injuiz) e denuncie o PT para que o Partido devolva o dinheiro e não ele, Vaccari (que não os tem, evidentemente, pois não houve enriquecimento pessoal e foram repassados para o PT).

      Diante da AP 470 e diante dessa condenação do Vaccari, o Poder Judiciário do país pode passar a não ser reconhecido, por muitos cidadãos brasileiros, como qualificado para julgá-los em relação a quaisquer infrações às leis em vigor.

      Quem sabe o Poder Judiciário comece a processar esses cidadãos por desacato.

      PS: juiz é quem faz Justiça;

      injuiz é quem faz injustiça, para atender seus propósitos predeterminados.

       

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