
Os temas econômicos são os principais desafios do governo federal diante da opinião pública, indica nova Pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (11).
Apesar da elevação da projeção do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e a melhora dos últimos índices relacionados ao mercado de trabalho, para 40% a situação econômica do país piorou nos últimos 12 meses.
Em relação ao último levantamento, publicado em outubro, esse número teve baixa de apenas um ponto. Contudo, o percentual daqueles que consideram que a economia melhorou caiu cinco pontos percentuais e agora são 27%.
Em outubro 22% acreditam que a economia “ficou da mesma forma”, hoje esses eleitores somam 30%. Na pesquisa atual, 3% não souberam ou não responderam, na anterior esse índice foi de 4%.
Apesar dos números acima, aqueles que acreditam que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses cresceu de 45% para 51%, em relação a outubro. Enquanto isso, a desesperança caiu de 36% para 28%.
Poder de compra, preços e patamar financeiro
A percepção negativa dos brasileiros sobre a economia aparece de várias formas. Para 68% o poder de compra hoje é menor do que a um ano atrás. Com uma alta de sete pontos percentuais de outubro pra cá, esse é o pior resultado da série.
Já em relação ao preço dos alimentos no último mês, 78% dos entrevistados dizem que os valores aumentaram. Em outubro, essa era a opinião de 65%.
Já o valor das contas de água e luz também aumentou na percepção de 65%. O preço dos combustíveis teve alta na opinião de 59%. Em comparação a pesquisa anterior, esses índices permaneceram estáveis.
“A grande maioria dos brasileiros (61%) acredita que seu patamar financeiro está abaixo do esperado. Ou seja, estão frustrados. É como se a renda, mesmo com o PIB crescendo e o emprego em baixa, não estivesse sendo suficiente“, explicou o diretor da Quaest, Felipe Nunes, em análise publicada na Rede Social X.
“Não basta criar PIB para gerar bem-estar. As expectativas podem produzir frustrações, mesmo diante de bons resultados“, acrescentou Nunes.
Novo pacote fiscal e alta do dólar
A maioria dos brasileiros também acredita que o novo pacote fiscal do governo federal não será suficiente para melhorar as contas públicas.
Neste caso, 68% tem uma opinião negativa, enquanto 23% consideram as medidas positivas. Não sabem ou não responderam 9%.
A comunicação também é uma questão, mas 83% disseram que entenderam completamente o pacote de cortes de gastos. Já 16% disseram que não entenderam. Não sabe ou não respondeu 1%.
Segundo a pesquisa, a medida mais popular do pacote é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Pelo menos 75% dos entrevistados aprovam a ação. Já 20% desaprovam. Não sabem ou não responderam 5%.
Já a alta do dólar é um fator negativo. Para 72% dos entrevistados o aumento da cotação tem “impacto em sua vida”, enquanto 22% consideram que não. Não sabem ou não responderam 5%.
Além disso, 84% consideram que a alta do dólar vai fazer com que os preços dos alimentos e dos combustíveis subam, enquanto 11% dizem que não vai influenciar, e 5% não sabem ou não responderam.
Sobre a pesquisa
Os dados atuais correspondem à quinta e última rodada da pesquisa em 2024, que analisa o final do segundo ano da atual gestão do presidente Lula (PT). Ao todo, foram entrevistados 8.598 eleitores de todo país, de forma presencial, entre os dias 4 e 9 de dezembro. A margem de erro é estimada em um ponto percentual, com nível de confiança de 95%.
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Dizia Suassuna que há três mentiras:
A mentira, a mentirinha e a estatística.
Pesquisa fala mais por si pelas perguntas (viés) que as respostas.
E na pergunta que se constrói a meia verdade, com ratificação da probabilidade matemática.
Ora, perguntar às pessoas sobre a expectativa de melhora das contas com o pacote fiscal é uma tripla cretinice:
Primeiro, qualquer analistas sério sabe dizer que não há problema significativo de déficit fiscal, e que se houvesse, a abordagem do pacote não alteraria quase nada.
Exemplo?
Só a elevação prevista de 1 ponto percentual nos juros engole boa parte da chamada economia fiscal.
A terceira cretinice é imaginar que o pesquisado saiba dessas e outras informações para responde sobre o tema.
Depois vem o dólar, a alta.
Ora, alguém aqui nesse GGN disse essa semana que a atualização do dólar pela inflação dos EUA, descontada a nossa, desde quando o dólar estava 2.86 e agora, teríamos um dólar a 7 reais aproximados.
Ou seja, novamente os dados são escondidos e perguntas mal feitas.
De fato, a gestão de Lula está uma m*rda, mas certamente, não está por suas medidas macroeconômicas.
Está pela incapacidade de reagir as chantagens e extorsão da banca, e gerar um projeto minimamente decente para tributar ricos, baixar juros e reduzir a dependência da economia na venda de pau brasil.
Ah, e sim, a minha percepção sobre a economia, quando vou ao supermercado, ao posto de gasolina, ou ao restaurante, é que está uma m*rda.
Egoísmo classe média baixa?
Pode ser, mas tenho esse direito quando ajudo a sustentar programas sociais (o que é correto) e a obscena fortuna dos ricos que não pagam impostos.