
A Petrobras distribuiu um total de R$ 289 bilhões de dividendos ao longo dos quatro anos do governo de Jair Bolsonaro (PL), o que representa quase seis vezes a média contabilizada pelos últimos quatro governos.
Vale lembrar que o lucro acumulado no mesmo período foi de R$ 358,3 bilhões, segundo cálculos atualizados pela inflação – ou seja, o valor distribuído aos investidores representa 80% do lucro da estatal.
O montante ficou muito acima do visto em governos anteriores: até então, a maior relação tinha sido vista no primeiro mandato de Dilma Rousseff, quando a Petrobras distribuiu quase a metade do lucro em dividendos aos acionistas.
Cálculos elaborados pelo pesquisador do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) Cloviomar Carneiro e divulgados no jornal Folha de São Paulo mostram que a estatal fechou 64 operações de vendas de ativos, com valor total de US$ 33,9 bilhões (R$ 177 bilhões, pelo câmbio atual).
Na gestão Temer, foram 15 operações, somando US$ 17,6 bilhões (R$ 92 bilhões). Com Dilma, foram 16 operações, a US$ 8,3 bilhões (R$ 43 bilhões).
Embora o plano de focar as atividades no pré-sal e vender ativos vistos como não prioritários iniciada no governo Temer tenha agradado ao mercado financeiro, sindicatos e a então oposição criticaram as medidas adotadas.
Tal plano deve ser revisto pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, recentemente, criticou a falta de investimentos por parte da estatal em detrimento dos dividendos distribuídos.
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Haveria descoberta e exploração do pré-sal com esse padrão de distribuição de dividendos?