O governo da Rússia recomendou aos produtores de fertilizantes que suspendam a exportação de insumos por conta da guerra com a Ucrânia.
Pode-se dizer que tal manobra é mais um embaraço diplomático ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que viajou recentemente à Rússia sob a justificativa de garantir o fluxo de insumos ao país – apenas em 2021, o Brasil gastou US$ 15,2 bilhões em importações de adubos e fertilizantes químicos, valor 90% maior que o gasto no ano anterior.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, a decisão russa é creditada à “desorganização da cadeia logística de exportação”, um efeito das sanções impostas a diversos setores econômicos por conta da guerra.
Por conta dessas restrições, as transportadoras ocidentais suspenderam suas atividades com a Rússia, e partes importantes da estrutura logística deixaram de operar.
O governo brasileiro já dá o aumento da inflação de alimentos como certo, mas o impacto ainda precisa ser mensurado já que ainda não se tem uma norma técnica para explicar como tal suspensão será aplicada.
Enquanto o Ministério da Agricultura cogita importar fertilizantes de outros países, é preciso lembrar que a situação poderia ser bem diferente se o governo Bolsonaro não decidisse vender ou desativar fábricas de fertilizantes ao longo dos últimos anos.
Uma dessas unidades é a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras no Paraná (Fafen-PR), em Araucária, fechada em março de 2020, e que era responsável por 30% do mercado brasileiro de ureia e amônia e 65% do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), aditivo para veículos de grande porte que atua na redução de emissões atmosféricas.
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