Presidente do Ciesp: “maturidade digital poderia aumentar produtividade da indústria brasileira em até 50%”

Em artigo para a Folha de São Paulo, Rafael Cervone comemora os 94 anos da sua entidade e defende uma “reinvenção da indústria”, a partir de um projeto que envolva cerca de 40 mil empresas

Agência Brasil

O engenheiro e empresário Rafael Cervone, presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), publicou um artigo nesta segunda-feira (28/3), na Folha de São Paulo, para comemorar os 94 anos de existência da entidade que dirige, no qual não falou tanto sobre a história, e sim sobre o futuro da indústria no Brasil, o qual ele afirma que requer um novo projeto de incentivo, sobretudo em um ano eleitoral como este 2022.

“O Brasil não vai crescer se não pensar grande. E faz parte desse projeto uma indústria forte, que conquiste uma política industrial moderna e audaciosa, de longo prazo – uma atitude de Estado, não de governos”, desafiou o empresário.

O artigo, intitulado “a reinvenção da indústria”, defende o conceito de “maturidade digital” como um dos mecanismos capazes de mudar os rumos do setor no Brasil, e traz , como proposta concreta, o projeto Jornada da Transformação Digital, desenvolvido pelo Senai e o Sebrae, cuja meta seria “estimular 40 mil indústrias a aderir voluntariamente e a receber apoio profissional para alcançar a maturidade digital nos próximos quatro anos”.

Segundo Cervone, “o projeto poderá trazer ganhos de produtividade, na média, em torno de 50% (…) Nosso esforço é concentrado e se dá no apoio a empresários para promover e ampliar seus negócios num clima de cooperação e com o profissionalismo que o mundo hoje nos exige”.

“Além disso, temos incentivado as indústrias a adotarem as políticas de sustentabilidade ESG (Enviromental, Social and Governance), que primam por questões importantes de impacto socioeconômico, como o estímulo à presença das mulheres e dos jovens do empreendedorismo. Também temos trabalhado em projetos de incentivo à inovação tecnológica. É com um olhar muito atento que percebemos os movimentos que acontecem no mundo, e estamos sempre participando das transformações”.

Cervone também lembrou que “no ano passado, a indústria de transformação respondeu por 22,2% do Produto Interno Bruto (PIB), por 71,8% das exportações e 68,6% dos investimentos empresariais em pesquisa e desenvolvimento. Isso dá uma noção do tamanho de nossa responsabilidade com o Brasil e com os brasileiros, acima de tudo”.

“Nossa missão de manter o setor industrial unido, integrado e forte não é uma causa setorizada. Estamos falando de um sonho que mexe com a vida de todos. Um país com indústria forte oferece mais oportunidades, mais equilíbrio social e melhores condições de vida para a população”, escreveu o empresário.

Para concluir, Cervone lembra que o Ciesp foi criado em 28 de março de 1928, sendo “um marco na industrialização do país e traria consigo o sonho de modernizar a indústria brasileira da época após passar por um período de gargalo com as importações devido à 1ª Guerra Mundial”.

Leia também:

A queda continuada da indústria, por Luis Nassif

Redação

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador