Privatização dos Correios é alvo de críticas em comissão do Senado Federal

Em audiência pública, senadores da oposição e representantes dos trabalhadores criticaram proposta apresentada

Agência Brasil

Jornal GGN – Os debatedores presentes à audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), realizada nesta quarta-feira (06/10) no Senado Federal, criticaram a tentativa de privatização da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). O projeto que trata do assunto foi aprovado na Câmara dos Deputados, no início do mês de agosto, e agora está em análise no Senado (PL 591/2021).

Na visão do senador Márcio Bittar (MDB-AC), autor do requerimento para a audiência e relator do projeto de privatização dos Correios, a empresa que vencer o leilão terá de manter o monopólio. Ele também disse que “nos últimos 20 anos” os Correios não deram lucro e disse temer que, daqui a alguns anos, a empresa perca valor.

Já o senador Jean Paul Prates (PT-RN) ressaltou que os Correios não dependem do custeio do governo, e não faz sentido vender uma empresa tão estratégica e lucrativa. Porém, ele disse que os Correios podem tentar outras medidas de capitalização e atuar em outros serviços, sugerindo ao relator ponderar a possibilidade de prever etapas para o processo de privatização dos Correios e fazer “do limão uma limonada”.  

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Na opinião do senador Paulo Paim (PT-RS), a privatização dos Correios é desnecessária. Ele disse que não interessa ao povo essa privatização. Para o senador, se houver privatização, haverá muito lucro para a iniciativa privada e serviços de pouca qualidade para o povo. Paim ainda lembrou que nos Estados Unidos, “país adepto às privatizações”, o serviço de correios é mantido pelo poder público.

O vice-presidente da Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap), Marcos César Silva Alves, informou que os 20 maiores países do mundo em extensão têm serviços públicos de correios e que, dos cerca de 200 países no mundo, em apenas oito os correios são totalmente privados – e que a soma desses oito países ainda é menor que o estado do Mato Grosso.

Alves também chamou a atenção para o grande déficit previdenciário da ECT, e que uma possível privatização poderá fazer o prejuízo ficar apenas para os trabalhadores. “Com esse projeto de privatização, estamos na contramão do mundo”, alertou o vice-presidente da Adcap. As informações são da Agência Senado.

Redação

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