Marília tem a coragem do avô Miguel Arraes, diz Requião sobre a deputada abandonar o PT para ser candidata

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Após desgaste político, Marília Arraes se reúne com Lula para debater saída do PT e viabilizar sua candidatura ao governo de Pernambuco

A deputada federal Marília Arraes. Foto: Reprodução/TVGGN
A deputada federal Marília Arraes. Foto: Reprodução/TVGGN

Recém filiado ao PT, o ex-senador Roberto Requião, pré-candidato ao governo do Paraná, publicou uma mensagem no Twitter, na tarde desta segunda (21), elogiando a “coragem” de Marília Arraes e comparando as atitudes da deputada federal às do avô, Miguel Arraes, liderança histórica do PSB em Pernambuco.

“Gostem ou não, assim queiram ou não queiram, Marília Arraes é Miguel Arraes redivivo na política de Pernambuco. Tem a alma do avô, a coragem e as atitudes”, escreveu Requião no mesmo dia em que o noticiário é ocupado pela informação de que Marília está de malas prontas para o MDB ou Solidariedade.

Após muito desgaste político, Marília estuda sair do PT para viabilizar sua candidatura ao governo de Pernambuco. Liderança feminina jovem, Marília, mais uma vez, teria sua candidatura preterida para atender às negociações do PT com os aliados do PSB no estado. O destino mais provável de Marília seria o Solidariedade. A parlamentar foi filiada ao PSB até 2014.

Nesta segunda (21), Marília se reuniu com Lula em São Paulo em busca de um desfecho para a crise. Porém, o comunicado à imprensa sobre o encontro não apontou conclusões sobre sua saída.

“Tive uma boa conversa política hoje em São Paulo com o presidente Lula. Conversamos sobre o quadro político nacional, analisamos a situação eleitoral em Pernambuco e as alternativas que se colocam no Estado, reafirmando o compromisso com a candidatura do presidente Lula para reconstruir o país.”

Marília Arraes em encontro com Lula nesta segunda, 21 de março. A deputada, que cogita sair do PT, não informou qual teria sido o desfecho da reunião. Foto: Divulgação

CANDITADURA AO SENADO PELO PT É REJEITADA

No domingo (20), Marília chegou a publicar uma nota oficial, em tom bastante duro, contrariando informação divulgada oficialmente pelo PT, dando conta de que ela ficaria no partido para concorrer a uma vaga no Senado na mesma chapa de Danilo Cabral, o candidato do PSB ao governo estadual.

“A posição do PT de Pernambuco, indicando o meu nome para concorrer ao Senado pela Frente Popular revela, no mínimo, descuido com o tratamento de assunto tão sério e uma precipitação sem limites. Não fui consultada e não autorizei que envolvessem o meu nome em qualquer negociação, menos ainda que tornassem público, como se fossem os senhores do meu destino”, disparou Marília.

A parlamentar lembrou que já deixou seu projeto político de lado ou foi sabotada pelo próprio PT em outras eleições, mesmo quando pesquisas eleitorais indicavam que sua candidatura teria chances reais de vitória.

“Em 2018, o acordo de cúpula PT/PSB, impediu a minha candidatura ao Governo do Estado, quando liderávamos todas as pesquisas de opinião. Em 2020, nas eleições para a Prefeitura do Recife, a cúpula do PT fez de tudo para inviabilizar politicamente a minha campanha, o que ajudou a dar a vitória ao adversário. E agora, indelicadamente, usam o meu nome, como massa de manobra”, acrescentou.

ESTAREI A SERVIÇO DE LULA“, DISSE MARÍLIA EM 2020

Em entrevista à redação GGN, em junho de 2021, Marília disse que estaria “a serviço de Lula” em 2022 para derrotar a tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro.

Ela também falou do machismo na política e dos ataques que sofreu durante a campanha de 2020, quando concorreu à Prefeitura de Recife contra o primo João Campos (PSB).

“Nunca no Recife uma mulher tinha chegado ao segundo turno. Nunca sequer uma mulher tinha disputado com chance real de ganhar a eleição, como foi nosso caso“, lembrou.

Marília ficou “muito abalada” por causa dos ataques misóginos que sofreu da campanha adversária, mas relatou que seu maior medo era decepcionar as mulheres. “E se me vissem fraquejar? Se eu transparecesse que estava abalada, elas iriam dizer: ‘poxa, se ela está assim, não dá pra gente mesmo, não dá pra nenhuma outra [chegar lá]. Nesses momentos é que eu conseguia – que eu ainda consigo, na verdade – buscar mais forças para enfrentar as dificuldades.”

Confira a entrevista na íntegra:

3 Comentários

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  1. O Coronelato Nordestino não se aguenta. É uma Guerra Fratricida por seu pedaço de Nepotismo e Curral Eleitoral. Sem um pedaço de Estado e Controle de Talão de Cheques, a opção é ter que trabalhar. Socorro !!! Como ser um AntiCapitalista AntiMeritocracia tendo que levantar cedo e lutar por seu sustento?? A Família Arraes precisa desesperadamente dividir os despojos de PE e fazer como o Coronelato dos Gomes Ferreira no CE. Cada um com seu pedaço da mamata e da Cleptocracia. Política não é Profissão? Alternância no Poder? E Vocês acreditaram nisto?! Pobre país rico. Presidiário precisa de Comparsa para formar novamente a Cleptocracia. Masde muito fácil explicação.

  2. Eu “adoro” esses sem votos, “cabeças-de-planilha” ou caga raiva mesmo que adoram badernar em nome sei lá de que.
    Se desse tempo transferiria meu título só pra votar nela.
    Subscrevo o senador Requião.

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