Camilo Santana quer trazer sucesso do Ceará para a Educação brasileira

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Ex-governador do Ceará, gestão de Camilo ficou conhecida por levar o estado de 14º a 3º no ranking de educação

Camilo Santana recebeu o broche de ministro da Educação pelas presidentes da UNE e da UBES – Foto: Reprodução MEC/Youtube

Camilo Santana toma posse como o novo ministro da Educação, nesta segunda-feira (02), e destaca que a pasta será uma das prioritárias do governo Lula. Em seu discurso, Santana destacou os objetivos de sua gestão e citou o Patrono da Educação brasileira, Paulo Freire, que teve seu nome e histórico atacados por Jair Bolsonaro.

“Vivemos recentemente tempos muito sombrios, onde o Brasil foi violentamente negligenciado nas suas mais importantes áreas. E a educação, sem dúvida, foi uma das mais atingidas”, afirmou Camilo Santana, na manhã desta segunda, em sua posse.

Ex-governador do Ceará, sua gestão dos últimos 8 anos ficou conhecida por levar o estado de 14º a 3º no ranking de educação. Entre as propostas de “reestruturação” do MEC anunciadas, estão o reajuste da merenda escolar, investimentos em escolas em tempo integral e do ensino infantil e um programa de aprendizagem que foram aplicados no Ceará para a melhora do ensino.

Outro ponto a ser trabalhado pelo novo ministro é a alfabetização na idade certa. “A última avaliação feita pelo Saeb [Sistema de Avaliação da Educação Básica] mostra que apenas 1 em cada 3 crianças é alfabetizada na idade certa neste país. Ou seja: a maioria é analfabeta dentro da própria escola, o que provoca graves repercussões na sequência da vida dessas crianças”, explicou.

Camilo também destacou como metas federais a retomada das obras de creches e escolas paralisadas por falta de recursos e maiores investimentos para ciência e tecnologia, autonomia das Universidades, retomada do Fies e do ProUni – ambos programas criados pelo governo Lula -, e o fomento do Enem.

Na representação de mostrar a melhora do diálogo com as universidades e institutos federais, os quais afirmou que serão protagonistas para a elaboração do novo Plano Nacional de Educação, a partir de 2024, o ministro recebeu o broche de empossado das presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), Jade Beatriz.

Ao concluir seu discurso, Camilo fez referência a uma frase de Paulo Freire, Patrono da Educação Brasileira, criador da pedagogia crítica, preso por 70 dias na ditadura de 1964 e exilado na Bolívia e o Chile durante o regime militar.

“Encerro com uma frase de Paulo Freire, que inspirou tanta e tantos educadores nesse país: ‘ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, os homens se libertam em comunhão'”, disse o novo ministro da Educação.

Já o ex-ministro de Jair Bolsonaro na pasta, Victor Veiga, não compareceu ao evento para transmitir o cargo.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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