Fragilidades no sistema básico de ensino ampliam o analfabetismo na Alemanha

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Sugerido por Pedro Penido dos Anjos

Alemanha enfrenta a praga invisível do analfabetismo

Por Graça Magalhães, em O Globo  

A Alemanha é o país dos grandes filósofos, escritores e… analfabetos. Uma pesquisa divulgada na semana passada revela que 7,5 milhões de alemães não sabem ler e escrever. Segundo Urda Thiessen, professora de alfabetização para adultos entre 18 e 64 anos de idade, o sistema alemão favorece os melhores e oferece poucas chances aos mais fracos. Quem termina o primeiro ano escolar sem saber ler ou escrever corre o risco de ficar analfabeto para sempre.

— No sistema de educação regular, não há nenhuma chance de recuperação desse déficit no início do período escolar, provocado muitas vezes por doenças ou crises familiares, como a separação dos pais — diz Thiessen.

Problema passa despercebido

Frequentemente, os analfabetos têm um QI normal ou até mais alto do que a média da população. Quer dizer, eles não deixaram de aprender a ler por falta de inteligência, mas sim por problemas que não foram observados pelo professor.

— Na Alemanha, há escola gratuita para todos, mas os professores da escola primária, em classes com 30 ou mais alunos, não têm tempo para se ocupar com alunos problemáticos — explica.

São casos como o de Thomas S., de 21 anos. No primeiro ano escolar, ele faltou muito à escola por motivo de doença. Como os pais não tinham dinheiro para pagar aula particular de apoio, Thomas terminou analfabeto.

— A vida é um estresse constante de fazer de conta que se sabe ler — confessa Thomas.

Depois de completar 20 anos, ele resolveu contornar seu problema. Matriculou-se em um curso de alfabetização para adultos em NeuKölln, no Sul de Berlim, e com o método especial, que consiste em ensinar os alunos a ler e a escrever com base na vida cotidiana, aprendeu rapidamente o que não tinha conseguido nos quatro anos de escola primária.

Thomas acha tão divertida a sensação de superar uma dificuldade que dedica seu tempo livre a projetos da associação, como a “oficina escrever”, que tem um jornal escrito por ex-analfabetos.

— Os analfabetos são muitas vezes altamente criativos — registra Urda, confirmando a teoria de que problemas escolares não estão relacionados ao grau de inteligência.

Segundo Tim Thilo Fellner, ex-analfabeto e hoje escritor de livros infantis, o problema surge em algum momento do período inicial escolar e fica cada vez “mais crônico” com a completa perda da autoconfiança. Quando ele tinha 29 anos, tentava ganhar a vida como motorista, mas tinha problema até para ler os nomes das ruas. Aos 30, matriculou-se num curso de alfabetização, e o resultado foi uma revolução individual. Para ele, o problema do analfabetismo é ainda mais grave do que os dados apontados no último estudo, feito por associações dedicadas à alfabetização para adultos e pela Universidade de Hamburgo.

— Na verdade, uma em cada sete crianças deixa a escola sem aprender a ler e escrever — registra.

Os analfabetos deixam a escola sem conclusão e começam a trabalhar numa profissão em que sua deficiência é pouco notada, como ajudante de cozinha ou na construção civil.

— É uma tortura viver como analfabeto na Alemanha. Precisamos de muito esforço para ocultar o problema e não sermos alvo de discriminação — revela Peggy Gaedecke, outra ex-aluna de Urda Thiessen.

Peggy começou a vida profissional trabalhando em restaurantes. Ficava exausta com o esforço para que ninguém percebesse seu problema: ela decorava o cardápio, mas acabava entrando em apuros quando havia mudanças.

— O analfabeto vive de mentiras — conta ela.

Segundo o estudo da Universidade de Hamburgo, apenas 50% dos analfabetos vivem no desemprego. Como a demanda por mão de obra de baixa qualificação é grande na Alemanha, eles não têm grandes dificuldades em conseguir um emprego, ao contrário de acadêmicos que se formam em disciplinas de pouco uso prático, como Filosofia, Latim ou Grego antigo, cursos oferecidos em quase todas as universidades alemãs.

Já o Instituto do Trabalho e Qualificação revelou que, na disputa por emprego, 8,6% das pessoas com título acadêmico — muitos até com doutorado — terminam aceitando ofertas que exigem baixo nível de educação formal, competindo com os analfabetos.

Até o próximo ano, todos os estados alemães promovem uma estratégia nacional para erradicar o analfabetismo. Mas Urda Thiessen não acredita que o tempo previsto pelo programa seja suficiente.

— Apenas começamos a atacar o problema de frente — diz, embora a associação onde trabalha exista há mais de 20 anos.

O estudo da Universidade de Hamburgo revela, ainda, que muitas pessoas hoje analfabetas um dia chegaram a aprender a ler e a escrever na escola. A falta de leitura seria a causa de elas terem voltado ao analfabetismo.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

33 Comentários

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  1. É um sistema bárbaro.

    É um sistema bárbaro. Darwinismo social, encampado pelo governo, procurando ainda quimeras bárbaras, como excelência eugênica, em pleno século XXI. A Alemanha tem o que de mais avançado em pensamento há, justamente por causa das categorias linguísticas, que favorecem o avançar do pensamento com conceitos amplos e definidos sendo fechados em formas facilmente apreensíveis. Mas faz isso conviver com o que de mais atrasado existe em matéria de pensar globalmente a Humanidade. A própria constituição da Alemanha se debate com este dilema: Cuidaremos só da Alemanha e seu sucesso, ou cuidaremos da Alemanha dentro de um contexto que compreenda toda a Humanidade, colocando a Humadidade acima dos interesses imediatos da Alemanha? Este dilema constituocional persiste. De qualquer modo, embora quase invisível, subsiste na Alemanha uma rígida disciplina hierárquica, que nada tem a dever à disciplina japonesa que abrange toda a sociedade. O alemão, para se sentir mais à vontade nos dias atuais, finge que é livre. Só finge. É um escravo de suas origens e de sua cultura que em última análise é bárbara.

    1. Tive a oportunidade de

      Tive a oportunidade de trabalhar com alemães em complicado programa social. Estava sendo aplicado o método ZOPP. Não havia como eles conseguirem mensurar a avaliação de cada etapa, e isto os deixava enlouquecidamente perdidos. Enquanto todos nós brasileitos sabíamos exatamente o que estávamos fazendo, eles sofriam porque os itens saíam fora de controle. Mesmo no andamento extraoficial as coisas não iam bem.  “Severino, pode nos conseguir o número de um táxi?” e eu dizia “um momento, vou conseguir um táxi prá vocês assim que terminar aqui”. Eles não entendiam e então procuravam outro meio de conseguir um táxi. Mas mesmo assim fingiam que estava tudo bem, o que eu também acreditava. Era, afinal, uma equipe de brasileiros e alemães em esforço conjunto. Acontece que não era nada disso. Uma noite, flagrei os alemães todos reunidos, sofrendo caladinhos uma reprimenda feroz do chefe, coisa que me fez lembrar os discursos midiáticos de Hitler. O método ZOPP é excelente, mas necessita que vários fatores se comportem de modo ideal, quando a realidade os faz aleatórios. Fico arrepiado de saber que tal método funcione na Alemanha. Isto me faz temer pela integridade humanística dos alemães. 

      1. Vc os cofundia

        Eles perguntavam banana”? E vc respondia “laranja”.

        Eles pediram o número de um serviço de táxi,  para chamarem um quando precisassem. Eles não pediram para vc chamar um táxi. 

         Eles pedem exatamente o que querem saber ou conseguir.

        1. Sem qualquer dúvida, você tem

          Sem qualquer dúvida, você tem toda razão. O método  certo é perguntar, e se não entender, procurar  rapidamente outra solução. O taxi, eles queriam na hora. Estavam apenas precisando do número para telefonar. Mas o erro de tudo foi que eu pensava que poderia substituir uma necessidade deles por uma solução mais abrangente. Ele me pediu o número de um telefone, e eu pedi a ele que tivesse calma que daríamos a ele uma carona. Mas eu que é quem foi estúpido, ele talvez não quisesse um táxi para ir embora, como eu pensava. Talvez, mas eu não mereci dele nem esta pequena explicação. As bobagens que a gente vê ou faz, configuram nossa maior herança.,

        2. Claro que não, amigo. Banana

          Claro que não, amigo. Banana pode ser uma fruta mais conhecida por um alemão que por um paulista ignorante.

        3. Hm… sim, eles perguntam
          Hm… sim, eles perguntam exatamente o que querem, mas fico me perguntando, os brasileiros que devem se adaptar aos alemães ou os alemães que devem se adaptar aos brasileiros? O que eu vejo é um conflito de culturas, pode ser fácil apenas dizer que o brasileiro deveria ter entendido o que o alemão queria, mas o melhor seria que ambos tivessem consciência de que estão lidando com culturas diferentes e que estes tipos de equívocos certamente ocorrerão.

  2. Vejam só o que a Internet

    Vejam só o que a Internet está desmistificabdo. Pensavamos que éramos uma ilha de de malversação de recursos na educação e estamos começando a ter uma visão real do que ocorre em outras nações, algumas delas surprendentemente com fama de paraísos. De destacar a informação de que na Alemanha há grande demanda por mão de obra pouco qualificada e que muitos são graduados em áreas de pouca aplicação prática e disputam empregos com os menos qualificados.  A gente morre e não vê tudo. Mas a Internet está se encarregando de desmentir essa mídia brasileira  incompetente que insiste em nos manter na ignorância do que ocorre no mundo.

  3. Esse é o caso da propalada “qualidade da educaçao” d anos atrás

    Fala-se muito que a educaçao era de excelente qualidade, mas esquece-se de que apenas cerca de 50% da populaçao brasileira CHEGAVA à escola primária, e que só cerca da metade desses passava na primeira série, a da alfabetizaçao. Menos de 30% chegava à quarta série PRIMÁRIA. Depois havia ainda o funil do exame de admissao para se chegar ao ginásio. Quem atravessava tudo isso tinha uma boa educaçao, mas o preço dessa “qualidade” era a exclusao da maioria. 

    1. Exatamente assim… escola

      Exatamente assim… escola pública (estadual) era para poucos, geralmente tinha que ter um “pistolão” para entrar, ou já fazer parte do “clube” – filhos de professores, profissionais liberais, políticos.

      E na saúde era o mesmo:as pessoas não morriam nas filas do INPS, elas não tinham o direito de chegar até a fila…

      eheheheh

    1. Alemanha enfrenta a praga

      Alemanha enfrenta a praga invisível do analfabetismo

      Cerca de 7,5 milhões de adultos não sabem ler e escrever no país

      por Graça Magalhães-Ruether, correspondente

       

      O Globo   06/07/2014 7:00

       

      QUERIDO JOSAPHAT,

      POR FAVORCONFRONTE A SUBLINHADA SUB-MANCHETE DE O GLOBO DE HOJE COM OS DADOS POPULACIONAIS DA ALEMANHA EM 2012 (ULTIMO CENSO REALIZADO LÁ):

       

      Alemanha População Perfil 2012

      Início > Alemanha

       

      População

      81.305.856 (Julho 2011 est.)

      Distribuição da idade

      0-14 anos: 13,3% (homens 5.569.390/mulheres 5.282.245)
      15-64 anos: 66,1% (homens 27.227.487/mulheres 26.617.915)
      65 anos y mais: 20,6% (homens 7.217.163/mulheres 9.557.634) (2011 est.)

      Taxa de crescimento

      -0,2% (2011 est.)

       

      GOSTOU, BEM?

       

    2. Alemanha enfrenta a praga

      Alemanha enfrenta a praga invisível do analfabetismo

      Cerca de 7,5 milhões de adultos não sabem ler e escrever no país

      por Graça Magalhães-Ruether, correspondente

       

      O Globo   06/07/2014 7:00

       

      QUERIDO JOSAPHAT,

      POR FAVORCONFRONTE A SUBLINHADA SUB-MANCHETE DE O GLOBO DE HOJE COM OS DADOS POPULACIONAIS DA ALEMANHA EM 2011 (SEGUNDO O ULTIMO CENSO REALIZADO LÁ):

       

      Alemanha População Perfil 2012

       

      População

      81.305.856 (Julho 2011 est.)

      Distribuição da idade

      0-14 anos: 13,3% (homens 5.569.390/mulheres 5.282.245)
      15-64 anos: 66,1% (homens 27.227.487/mulheres 26.617.915)
      65 anos y mais: 20,6% (homens 7.217.163/mulheres 9.557.634) (2011 est.)

      Taxa de crescimento

      -0,2% (2011 est.)

       

      GOSTOU, BEM?

       

        1. Auf Wiedersehen?

          Acho que o melhor seria “Auf Wiedertippen”, né?

          E veja que, leider, 7,5 milhões de Deutscher não conseguem ainda eintippen.

          Traurig sehr, não é mesmo?

    3. como você provalmelment já

      como você provalmelmente já sabe, a idéia é mostrar que a diferença entre o Brasil e o dito “primeiro mundo” não é tão grande como muitos pensam

       

      a sua piadinha ordinária de comentário de youtube diz mais sobre você do que sobre a educação no Brasil

       

      1. não concordo que

        meu comentário seja de youtube. E se o fosse, qual o problema. Eu não me acho melhor…

        Prefiro não usar o “você” em meus comentários.

    4. E o complexo de vira-lata, ó! Nota onze!

      Alguém diz “a Alemanha tem 7,5 milhões de analfabetos” e o sujeito responde, triunfante: “mas o Brasil é pior!”.

      Nunca vi nada igual. Caso pra psiquiatra!!

      1. Adoro

        os vira-latas, tenho duas. É nosso caso, não? uma mistura de raças. É exatamente o que amo no Brasil. Não tem problema me chamar assim. É um orgulho para mim. 

        Quando ao meu comentário, ele é contextual, especial para aqui. Pra mexer um pouco com o falso ufanismo que domina o blog. Falso porque é antes uma torcida ideológica por um partido político, do que pelo país. Isso é porque em um blog que quase assume que apoia um partido que não fez absolutamente nada, depois de 12 anos governando a república, pelo ensino de base, criticar a educação alemã (fingindo que faz jornalismo isento e depois esculhambando a mídia coxinha de fazer o mesmo) é hipocrisia não? 

        Caso para psiquiatria é o surto idealista, sobretudo por um partido político. 

        Se ainda fosse um verdadeiro ufanismo…

         

  4. Seriam doces bárbaros?
    Muita

    Seriam doces bárbaros?

    Muita informação antes negada ou obstruida vem aparecendo e

    confrontando nossa realidade “brazuca”.O mundão não é   tão

    distante, seremos o óbvio um dia.

    1. Doces bárbaros é um conceito

      Doces bárbaros é um conceito brasileiro. Conheço um alemão que vive no Brasil há cinco anos. e que é a melhor pessoa do mundo, mas não abdica um único milímetro de ser um alemão. Fala português quase sem sotaque, embora esteja aqui há pouco tempo. Não se trata de um ignorante, ele sabe muito hstória e filosofia. Vive como um inglês: com o que pode ter, sem jamais se sentir diminuido. O que mais me impressiona é o ódio que ele tem dos americanos, ele é capaz de comer um hambúrguer por partes, só para não dar a entender que é americanófilo .

      1. Ele poderia pensar em estar

        Ele poderia pensar em estar comendo um “Hamburgo” ao invés de 

        um “hamburguer! Seria ódio uma questão ideológica ou uma questão

        de patente?

  5. Entropia nos traz o entendimento dos declinios

    Um declínio grave é o da cultura, da sociedade, de sua civilização e este tem muita conexão com a taxa dos que nascem imbuidos com aquela cultura e neste quesito a Europa como um todo e a Alemanha em particular já passou faz tempo do nível crítico. O declínio da taxa de reposição populacional, isto é, o número que filhos que uma mulher deve ter para que a população total de um país não diminua nem aumente, é de 2,1: duas crianças substituem os pais e a fração 0,1 é necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a idade reprodutiva. Coloca-se que 1,9 é uma taxa limite e que o 1,3 que a Alemanha e muitos países europeus convivem, é irreversível. É uma pirâmide invertida.

    E o duro da crise não vai ser quando chegar a isto. Já chegamos.

    Um país pode morrer?

    Com níveis cada vez menores de fecundidade e emigração em massa, países da Europa Oriental poderiam se tornar exemplos de Estados insustentáveishttp://www.cartacapital.com.br/internacional/um-pais-pode-morrer-9136.html 

    O lado sombrio da baixa taxa de desemprego alemã

    http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=3432474&especial=Elei%E7%F5es%20na%20Alemanha%202013&seccao=MUNDO

     

    1. Bobagem. As pesquisas têm a

      Bobagem. As pesquisas têm a limitação fundamental e distorcida de vêem o futuro com dados do presente, além de não contarem com influências inesperadas, que podem ser gigantescas. Um ignorante em história pode até pensar que a  Alemanha seja um país predestinado. Mas não é. Nem foi. Para entender a Alemanha é preciso ler os diários de Cezar, o que diz Cezar sobre os alemães, depois que esmagou os germânicos e fundou a cidade de Colônia.

  6. É estranho mas é assim mesmo

    Os sistemas educacionais altamente seletivos funcionam bem dentro de grupos homogêneos. Isto é, com condições semelhantes de origem social e cultural, acesso igualitário aos bens  materiais e culturais. É necessário, ainda, que não ocorram muitas “perturbações” que tragam efeitos negativos nas condições individuais e que haja um mínimo de motivação que sirva de motor para o avanço e que alimente a competição entre os estudantes – a motivação não precisas ser necessarimente econômica (formar-se num curso que leva a uma ocupação rendosa), pode ser, simplesmente, a vontade de provar algo a alguém.

    O problema é que essas condições ideais são uma abstração. Há desigualdades das mais diferentes formas e que podem ser estruturais ou conjunturais. Querer que todas as crianças de uma determina idade respondam igualmente na escola é mais ou menos como querer que nas corridas de fórmula 1 todos os conjuntos carros, equipes e pilotos tenham o mesmo desempenho em todas as provas da temporada chegando emparelhados na bandeirada final. Ou seja, é apagar diferenças e desconsiderar as individualidades.

    Nas situações onde as desigualdade estruturais são maiores – como no Brasil – essa escola idealizada é um poço sem fundo. Consome recursos e não entrega aquilo que a sociedade precisa. Em sociedades como a alemã ela cria uma situação que nos parece estranha – afinal são ricos, por que não aprendem? São ricos, mas as condições não são iguais.

     

  7.  
    Tres Pensadores alemães

     

    Tres Pensadores alemães entram num bar.

     

    O garçon, muito edicado, pergunta aos três se seria cerveja para todos.

     

    O primeiro respondeu:

    -Eu não tenho certeza.

     

    O segundo respondeu:

    -Eu não tenho certeza.

     

    O terceiro respondeu:

    -Certamente.

     

     

  8. Alemanha enfrenta o problema

    A Alemanha enfrenta o problema. E nós? Sou professora e já encontrei muitos alunos analfabetos na oitava série. Nós fingimos que isso não acontece. Nós também precisamos enfrentar esse problema. Boa parte dos meus alunos de Ensino Médio têm dificuldades enormes em entender o que lê.

  9. Dos analfabetos eu não sabia,

    Dos analfabetos eu não sabia, mas com  sistema de ensino deles, não me admiro. Na 4a. série eles decidem se seu filho vai para para uma universidade, se vai fazer curso teecnico ou na 3a. escala, vai se preparar pra fazer serviço braçal. é muito cruel o sistema de ensino alemão, eu mesma, que me mudei pra Alemanha a 6 meses, optei por uma Escola Waldorf, que é única que foge desse estigma, junto com a Montessouri, mesmo particulares, essas escolas pra conseguirem  incentivos financeiros do governo precisam de uma “cota” de alunos que venham a fazer universidade para manter a essa ajuda. Essas escolas tem sido muito procuradas nos últimos tempos. Na Bavaria, para onde nos mudamos há por volta de 8 escolas Waldorf, apenas uma tinha vaga, algumas tinham fila de 2 anos de espera… muita gente matricula o filho quando nasce, pra garantir vaga… Sinal que as pessoas estão percebendo que esse sistema não funciona, segrega… Se alemães passam por isso, imaginem filhos de estrangeiros, em particular os turcos… 

     

     

    1. As coisas podem regredir!

      Esta notícia é uma verdadeira demonstração como as coisas podem regredir. Em 2  Esta notícioa mostra como há possibilidades das coisas regrediram, em 28 de Outubro de 1717 Frederico Guilherme I (Friedrich Wilhelm I), rei da Prússia, instituiu a  a obrigatoriedade do ensino primário na Prussia, isto 72 anos antes da revolução francesa fazer o mesmo, inclusive na décadas depois no início do século XIX as ideias pedagógicas de Pestalozzi foram apoiada e introduzidas na Alemanha sendo este o segundo região que apoiou este método.

      Tenho um pequeno artigo em http://blogln.ning.com/forum/topics/28-de-outubro-1717-uma-data-que-ningu-m-lembra que escrevi sobre o assunto. Inclusive na discussão do artigo se mostra a intrasigência das educadoras dos último século que se mostra relutante a importância de Pestalozzi na educação, isto é uma influência da escola francesa, que apesar de entrar em retardo na educação obrigatória com métodos modernos e escola popular, quer levar para si todos os louros.

  10. Curiosa notícia, um dia

    Curiosa notícia, um dia depois de se identificar aquele agente duplo dos EUA na Alemanha. Agora sabemos que é um país de analfabetos. Coincidência.

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