A desapropriação do aeroporto, o silêncio de Aécio e os voos na mídia

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Jornal GGN – A confusão em torno do aeroporto de Cláudio – que o governo mineiro construiu em terras desapropriadas de um tio-avô do ex-governador Aécio Neves – faz com que se debite a Aécio acusações consistentes e acusações inconsistentes.

Separando o joio do trigo, tem-se o seguinte:

Acusações inconsistentes

1. A indenização de R$ 20 milhões que constaria na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

A LDO é um documento obrigatório aos entes públicos dos três poderes. Ela orienta a LOA (Lei Orçamentária Anual), segundo a Constituição. Nela, a sinalização de quanto a máquina administrativa possivelmente despenderá com precatórios é regra. Por lei, o estado é obrigado a registrar contabilmente o valor das sentenças – mesmo que possam ser derrubadas na apelação ou em instâncias superiores.

Ao GGN, a Secretaria de Governo de Minas explicou que, na verdade, a perícia que resultou nos R$ 20,5 milhões é de 2012 e foi derrubada pela Justiça em maio de 2013 (decisão em anexo), depois que a LDO estava definida. Um novo estudo foi solicitado, mas como ainda está em curso, a última perícia é a que consta na LDO 2015.

O valor final a ser definido pela Justiça ainda entrará na fila dos precatórios mineiros e poderá levar cerca de 15 anos para ser quitado (o Supremo Tribunal Federal modula a Emenda 62 na tentativa de reduzir esse prazo).

De acordo com a Secretaria de Governo, não é possível prever quando Múcio Tolentino, dono do terreno e parente de Aécio, terá o dinheiro em mãos. “O pagamento dos precatórios é feito diretamente pelo Tribunal de Justiça, obedecendo à ordem de sua inscrição. Não há previsão do tempo que poderá levar.”

O estoque de dívidas judiciais em Minas, segundo reportagem de um veículo local, chega a R$ 3,7 bilhões, e o Executivo vem destinando, nos últimos anos, menos de 1% da receita líquida corrente anual para quitar o passivo (algo entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões, dependendo do orçamento do ano).

2. A ideia de que o aeroporto é clandestino.

O governo mineiro solicitou sua homologação junto à ANAC (Agência Nacional da Aviação Civil). Como ainda não foi homologado, não se trata de um aeroporto regularizado. Mas também não pode ser tratado como clandestino, já que o processo de homologação está na ANAC.

A Prefeitura de Cláudio deu entrada em 2011 com o pedido junto ao órgão federal. Ainda hoje, a Anac aguarda que o processo se encerre com participação do Comando da Aeronáutica. O setor, segundo informou o governo mineiro, rejeitou o primeiro Plano Básico da Zona de Proteção de Aeródromo de Cláudio enviado pela prefeitura, em 2012. O Paço encaminhou novo documento apenas em abril passado. Nesse período, o aeroporto não foi fiscalizado por nenhuma instituição.

Acusações consistentes

Os voos de Aécio para Cláudio.

De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, um primo do presidenciável afirmou que Aécio sempre usa a pista quanto visita a Fazenda da Mata da família, a seis quilômetros do aeroporto de Cláudio.

Falta esclarecer que tipo de nave utilizou, a quem pertencia, e em quais circunstâncias teve de usar a pista no pequeno município – se usou. Quando a pauta envolve o uso de aeronaves (públicas ou privadas) por figuras políticas, todos estão sujeitos a perguntas. E a mídia tem explorado episódios similares, até com certo exagero.

Foi o que aconteceu, por exemplo, com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em 2012, quando ele usou o helicóptero do Estado para buscar a família que acabara de chegar do México.

Description: http://f.i.uol.com.br/folha/poder/images/12346650.jpeg

 A mulher dele, Lu Alckmin, postou foto numa rede social. O tucano poderia ter feito o trajeto de 50 km do Palácio dos Bandeirantes ao aeroporto internacional de Guarulhos de carro, levaria uma hora. Justificou o ato lembrando que a aeronave está à disposição do chefe do Executivo para eventualidades.

Em 2009, o alvo foi o ex-presidente Lula (PT), quando um avião da Força Aérea Brasileira, à serviço de membros do Banco Central, aproveitou a jornada e deu carona para o filho do petista. Congressistas do PSDB criticaram aos quatro ventos, mas as autoridades consideraram uma atitude “normal” para um presidente.

Em 2013, a cobrança aconteceu com Sérgio Cabral (PMDB), então governador do Rio de Janeiro. Ele foi acusado de ter feito uso do helicóptero do Estado para levar a família e o cachorro à praia.

A prioridade dada ao eroporto de Cláudio

Ainda não convenceram as explicações sobre a prioridade dada à cidade de Cláudio para a construção do aeroporto. Cidade pequena, sem expressão econômica, a poucos quilômetros de centros maiores – e dotados de aeroporto.

Também não ficaram claras as coincidências entre as obras do aeroporto e as contribuições da construtora à campanha de Aécio.

68 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. “O Paço encaminhou novo

    “O Paço encaminhou novo documento apenas em abril passado. Nesse período, o aeroporto não foi fiscalizado por nenhuma instituição”.

    Como fiscalizar se está trancado com cadeado e Titio não libera a chave? Aliás, porque é o Titio que fica com a chave? Ele fez concurso, no Estado, para porteiro? 

    Nenhuma aeronave pode decolar sem que estejam identificadas a própria, toda a tripulação e passageiros, bem como seu plano de voo.

    E então, ANAAC. Vamos dar nome aos bois?

    Será que é por isso que os demotucanos desistiram de interpelar a Agência?

    Será que essas aeronaves transportavam, também, IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS?

    1. Farejando

      Cada vez mais, não quer calar a pergunta sobre “implementos agrícolas”, Perrelas e helicoca. A rota é comprometedora demais, qualquer policial cão-farejador já teria desconfiado. A ligação entre fatos, locais e pessoas é evidente demais para ser ignorada. 

      Desse mato ainda sai muito cachorro.

  2. Uma acusação consistente não

    Uma acusação consistente não levantada, Nassif:

    – Fica claro que o aeroporto foi feito PARA uso do próprio, visto que sua fazenda fica a 6km de distância do mesmo.

    Podem dizer que é coincidência.

    Nâo é. Pois há outro aeroporto, em Montezuma, também próximo de outra fazenda de Aécio.

    Ou seja, a acusação mais consistente é que ele fez obras com dinheiro público, supostamente públicas, com o intuido de se beneficiar diretamente. Juridicamente talvez até seja dificil de se encontrar alguma irregularidade mais grave, porém, moralmente  é óbvio o absurdo.

      1. este aeroporto não se explica

        Nassif:

        1. sabemos você, eu e mais um bocado de mineiros e não mineiros, que este aeroporto não tem razões econômicas possíveis. daí, as razões dele serão outras. quais?

        2. o custo da construção é aceitável? por tudo que eu li, não.

        3. o preço do terreno é aceitável? por tudo que eu li, não.

        um abraço.

        romério

  3. Não entendi! Quer dizer que

    Não entendi! Quer dizer que as inconsistências e consistências são somente essas duas? Construir um aeroporto com esse tamanho e custo, utilzando verba públioca, numa cidadazinha que não comporta nem uma rodoviária grande é normal? Gastar essa fortuna do erário público num aeroporto quando se sabe que bem próximo existe um outro aeroporto, numa cicade maior, também é regular? Construir um aeroporto com dinheiro público numa área desapropriada de um familiar, no quintal de sua fazenda, é banal? Vamos lá Nassif, não desdenhe de nossa inteligência!

    1. O Nassif alivia pro Aécio,

      O Nassif alivia pro Aécio, pro Aluizio, em compensacão bate na Dilma, na Gleisi, no Eduardo Cardoso sem dó nem piedade. 

      1. TAMBÉM ACHO

        SELMA.

         

        Também tenho percebido isso aqui no blog do NASSIF.

        Uma certa tendencia em valorizar o aébrio e o tucanoardo e detonar LULA/DILMA.

    2. Correto

      Não sei quem escreveu o texto do artigo, mas claramente tenta aliviar para o aécio.

      Vamos as incosistências que achei:

      1. Por que escolher Cláudio, uma cidadezinha desimportante e já servida pelo aeroporto de Divinópolis.

      2. O custo da obra é exorbitante, conforme vários artigos já demonstraram, comparando-o com outros obras parecidas.

      3. Aécio alega agora (em nota oficial de sua campanha) que utilizou o aeroporto para pouso de helicóptero, o que é uma afronta a inteligência nossa, uma vez que ele tem um heliporto homologado dentro da sua fazenda.

      4. Por que demrou tanto para regularizar o aeroporto.Quatro anos é uma exorbitância (claro que podemos pensar que era este mesmo o objetivo, para torná-lo exclusivo do Aécio).

      5. Por que Aécio permitiu que um parente ficasse na posse de imóvel público (com as chaves do aeroporto).

      6. Como corretor de imóveis posso garantir que a área desapropriada não vale em hipótese alguma R$ 1.000.000,00 (hum milhão). Vale bem menos, possivelmente algo em torno de R$ 50.000,00 (cincoenta mil reais) por alqueire (24.200,00 m2). Absurdo pior é imaginar que por tal área seja paago R$ R$ 23.000.000,00 (vinte e três milhões).

      Lamento que alguns estejam ai tentando, discretamente, aliviar a barra de tão abjeta figura.

       

      1. Transformando água em vinho

        Se o blog não tivesse tanta credibilidade, dado que sempre mostra os dois lados, aponta os excessos, denuncia os assassinatos de reputação diria que o texto fora escrito por mãos mágicas e cérebro de grande imaginação.

         

    3. “Quer dizer que as

      “Quer dizer que as inconsistências e consistências são somente essas duas?”:

      A terceira eh que Nassif nao pode chamar Aecio de ladrao abertaemente.  Eu posso.  Voce tambem.

  4. Crônica do amor por um fio.

    Em um texto pungente, Elio Gaspari declara que seu amor a Aécio Neves resiste a deslizes patrimonialistas, mas não a uma imperial falta de explicação.

    Quando li o texto de Elio Gaspari na Folha de 30/07/2014 – “A impaciência imperial de Aécio”, um frio passou-me pela espinha.

    A expressão “Às favas os escrúpulos…” recordou-me o momento em que a ditadura de 64 passou de uma ditadura envergonhada para uma ditadura escancarada. Os depoimentos de coronéis depravados falando de cadáveres mutilados e “desaparecidos” bem mostram o quanto escancarada foi.

    Mas não, não se tratava de um texto histórico-jornalístico como outros da brilhante lavra desse jornalista italiano. Tratava-se, antes, de uma súplica de amor, de um amor que quer continuar sendo, “apesar de tudo”.

    “Às favas os escrúpulos com a história do aeroporto de Cláudio. Aécio poderá impedir que o PT se mantenha no poder por 16 anos, e isso basta”.

    Nele, Gaspari relembra que já amou Lula, mas isso foi quando Lula era um pau-de-arara, um retirante nordestino, não um torturado dos porões, entenda-se. Tal amor, porém, não resistiu a vê-lo em aviões de carreira. Até aceitaria vê-lo em um fusca, mas em jatinhos de empreiteiras (sic) foi demais.  “A esperança era de vidro e se quebrou”.

    Enamorou-se, então, de Aécio Neves, apesar de sua “visão patrimonialista do poder”.

    Tal se dá, confessa Elio, “porque não engole as explicações do comissariado para o mensalão, as petrorroubalheiras e o aparelhamento do Estado pelos petistas”.

    Petistas foram julgados e condenados em um julgamento de exceção – já que os mesmos critérios não se aplicaram posteriormente aos peessedebistas. Os réus da AP 470 estão cumprindo pena. As “petrorroubalheiras”, Elio não explica o que sejam e, se se refere à compra da Refinaria de Passadena, de qualquer sorte, tanto o Procurador Geral da República quanto o TCU já se manifestaram a respeito e, ambos, isentaram o governo Dilma de responsabilidades. E quanto ao aparelhamento do Estado, estranho seria se os petistas, após vencerem as eleições, chamassem a oposição para governar.

    Mas, explicações racionais não satisfazem a Elio, para ele, todos esses casos ainda estão guardados no “gavetão de casos pendentes”.

    O rancor de Elio para com o PT é profundo. E, tanto quanto o amor por Aécio, rancor não se racionaliza, sofre-se.

    Mas mesmo esse amor sofrido está agora abalado. Aécio se recusa a dar explicações sobre o aeroporto de Cláudio. O aeroporto em si, o favorecimento pessoal, pouco importa a Gaspari, mas a dúvida que a falta de explicações traz o corroi. Comentando a postura de Aécio em relação a isso, Elio Gaspari se entrega:

    “De novo?” e “está tudo esclarecido” são impaciências imperiais. A pista de Cláudio incomoda, mas deriva de uma visão patrimonialista do poder. A impaciência imperial é bem outra coisa”. 

    E, claro, “quando um candidato à Presidência da República veste o manto da impaciência imperial, a vítima de sua atitude é a esperança dos outros”.

    Que Aécio escute o lamento de Elio, que o procure, que beije suas faces e lhe dê, mesmo que sejam, aquelas desculpas esfarrapadas que o amor por um fio aceita para se manter vivo. 

    Afinal, para Elio Gaspari, quando se trata de manter viva a esperança, “há sempre um momento em que pode ser preferível mandar às favas alguns escrúpulos”.

  5. do que li disso, o  que achei

    do que li disso, o  que achei mais nteressante foi uma questão que mostrava a incompetência política da oposição e o quase vício antropofágico paulista   de entredevorarem-se – dizem que o serra mandou que os editores da folha tirassem da gaveta essa denúncia contra o aécio depois que  irmã dele teria interferido tres dias antes para a queda de xico graziano do comitê de campanha do atual presidenciável.

    deve ser por estas e outras situações históricas paulistas que o grande oswald de andrade criouu o manifesto antropofágico – tipo assim: devoraráimos o conhecimento de fora para usarmos aqui dentro…

    mas isso não mudou em nada a cultura política conservadora paulista, pelo jeito.

    continuacomo já mostrava o sábio machado de assis comentado muito bem por roberto scwartz – a elite on tinua a copiar modelos estrangeiros como o neoliberalismo, mostra-se libertária e democrática mas quando olha para o primeiro que aparecer ao seu lado – um escravo como ocorreu no tempo de machado – desce o chicote nele.

    vide tualmwente o caso israel ouu os cotidianos mesmo – copia-se o que os fora mandam de lá e aqui desce-se o poau nos movimentos populares e no governo progressista. com essa incompetencia toda, tô quase torcendo pro serra ser candidato

     

  6. Antes da LDO, LOA, PPA e

    Antes da LDO, LOA, PPA e explicações sobre registro de passivos e sua questionável quitação, o estudo de vabilidade desse aeroporto e seu impacto ambiental deve embasar os investimentos pretendidos. Com quem ficam ou a quem pertence esses ativos? Estão registrados contabilmente? Ou só interessam os Passivos, como é usual?

    E o que se dizer sobre terem mandado para a ANAC homologar um aeroporto nessas condições? Está apto a receber vôos? E acomodar passageiros? Qual foi a projeção mensal ou anual? Cabe a ANAC analisar se as obras foram superfaturadas ou isso é papel do Tribunal de Contas? Do Estado ou da União? Da CGU ou do Controle interno? Do estado, município ou da União? E o ministério público diz o quê? O do TCE e o outro?

    A única consistência é que há várias irregularidades e ilegalidades. Para simplificar, devolvam o os recursos dessa pista, pelo que foi dispendido, não pelo que vale e o Sr Aécio que se vire com sua família, antes que nós e a ANAC tenhamos que pagar por uma pista que não pode ser colocada em operação a não ser para aeromodelismo ou vôos clandestinos.

  7. “É nosso”

    Denúncias

     

    Sem acesso a vôos, moradores de Cláudio benzem automóveis e adotam o mesmo silêncio da mídia local sobre escândalo

     

    publicado em 29 de julho de 2014 às 16:09

     

    Cadeado

    O cadeado de 14 milhões de reais

    Mineiros têm medo de falar sobre aeroporto de Aécio

    Pista teria sido construída para atender senador tucano e sua família

    Por Lúcia Rodrigues, de Cláudio, especial para o Viomundo

    Um aeroporto trancado com cadeado e pessoas com medo de comentar o assunto. Este foi o cenário que encontrei neste final de semana em Cláudio, município mineiro onde o senador e candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), transformou uma pista de terra em aeroporto, por cerca de R$ 14 milhões, quando ainda era governador do Estado.

    A obra chama a atenção por vários motivos. Além de ter sido construída com recursos públicos no terreno que pertencia a seu tio-avô Múcio Guimarães Tolentino, ex-prefeito de Cláudio, a região concentra terras de outros familiares do tucano. O próprio Aécio tem uma casa em uma das fazendas da família, localizada a aproximadamente seis quilômetros de distância da pista.

    O mais estranho é que o “aeroporto” não possui qualquer tipo de infraestrutura.

    Não há torre de controle, nem hangares; apenas postes de iluminação e algumas tendas de plástico, além de uma construção em alvenaria.

    Legalmente o aeroporto ainda não pode operar. A Anac, a Agência Nacional de Aviação Civil, ainda não emitiu autorização para que aeronaves pousem na pista, embora vez por outra jatinhos desçam em Cláudio.

    Por causa do descontrole, é impossível determinar quem usa a pista ou as mercadorias embarcadas ou desembarcadas.

    De acordo com fontes ouvidas por Viomundo, Aécio é um dos poucos que pousam ali, quando vai descansar na casa da fazenda.

    Apenas um empresário da cidade possui aeronave, mas o avião fica estacionado no hangar do aeroporto de Divinópolis, distante 50 quilômetros de Cláudio.

    Este é outro ponto que causa questionamento. A pista de Divinópolis, de cerca de 1.500 metros, serve a uma cidade de 200 mil habitantes; a de Cláudio, que ficou pronta em 2010, tem 1 mil metros e deveria servir a uma cidade de apenas 30 mil habitantes.

    Fazenda da Mata

    A entrada da Fazenda da Mata, que formalmente pertence ao espólio de Risoleta Neves, avó de Aécio (fotos Lúcia Rodrigues)

    Pista privada

    O aeroporto de Cláudio inexiste para os demais moradores da cidade. Se dependesse das placas de sinalização na via que dá acesso à pista, ninguém saberia que ali foi construído um aeródromo.

    Na entrada, também não há qualquer tipo de identificação informando sobre o aeroporto, apenas uma placa envelhecida onde mal se consegue ler que o acesso é proibido.

    Alguns trechos da estrada que ladeiam a pista têm mato alto e árvores que impedem qualquer visão da área.

    Um portão enferrujado, cerrado com uma corrente de ferro e um pequeno cadeado são as únicas proteções que impedem o acesso ao local.

    Tudo é precário e amador, menos o significativo investimento financeiro na obra.

    O senador Aécio Neves usa como um dos motes de sua campanha ao Planalto o “choque de gestão”  que teria saneado as contas públicas de Minas Gerais. Aliados sugerem que o neto de Tancredo Neves teria melhor capacidade de gerência dos bens públicos que seus concorrentes.

    cidade

    A mídia local desconhece o escândalo, que chegou à cidade de Cláudio através dos noticiários em rede

    Medo e censura

    Depois das denúncias sobre o aeroporto, a população de Cláudio ficou ressabiada. Ninguém se dispõe a falar abertamente sobre o tema.

    Moradores, políticos, comerciantes e empresários da região não verbalizam, mas deixam transparecer que temem algum tipo de retaliação se forem identificados comentando o assunto.

    O controle político exercido pela família Neves na região é grande. O próprio tio avô de Aécio, Múcio, já foi prefeito da cidade.

    Para os que ouvimos sob condição de manter o anonimato, o aeroporto foi construído para privilegiar Aécio e sua família, que agora podem pousar ao lado de suas propriedades.

    Se os moradores se informarem apenas pelo noticiário local, terão dificuldade em saber detalhes sobre a construção e uso do aeroporto. A denúncia da Folha de S. Paulo, repercutida depois por outros meios e blogs, praticamente não apareceu na mídia local, regional ou estadual.

    O blecaute é atribuído ao controle de Aécio sobre a mídia mineira, que adversários políticos afirmam ser exercido pela irmã do candidato, Andrea.

    Cochichos na janela

    A família de Aécio também não gosta de comentar o assunto. Tentamos sem sucesso entrevistar Múcio Tolentino.

    Uma fonte ligada à família informou que o tio-avô de Aécio estava na casa de sua ex-mulher, no centro da cidade.

    Apesar de três carros na garagem e de nossa insistência, ninguém atendeu ao chamamento.

    Todas as janelas da residência estavam fechadas. Mesmo assim era possível ouvir vozes em tom baixo do outro lado das venezianas.

    Além de proprietário da área desapropriada para a construção da pista, Múcio também é apontado como o responsável pelo controle da chave do portão do aeroporto. Quem quer voar, precisa pedir autorização.

    Apesar de funcionar regularmente, o aeroporto da vizinha Divinópolis também exibe deficiências.

    Não tem torre de controle, nem segurança no embarque ou desembarque.

    Segundo fontes, pelo menos uma vez, no meio da madrugada, o piloto que trazia Aécio Neves ligou para o aeroporto pedindo que as luzes da pista fossem acessas para que o avião pudesse pousar.

    divi

    A 50 km, muito maior, Divinópolis tem aeroporto em funcionamento

    Coreto e procissão

    Apesar da cidade ocupar as manchetes, a vida da maioria dos moradores de Cláudio ainda passa em câmera lenta. Município tipicamente interiorano, não lembra em nada uma cidade que necessite intensificar o tráfego aéreo, apesar de a região reunir indústrias de fundição e metalurgia.

    A praça da matriz, a principal da cidade, tem até coreto e as ruas do entorno estão quase sempre desertas.

    O último domingo foi atípico. A procissão da igreja católica, para benzer os automóveis da região, mobilizou moradores e agitou a cidade. A benção marcou a homenagem a São Cristovão, protetor dos motoristas.

    Logo de manhã, um comboio de caminhões e carros, com as buzinas acionadas, cortou as ruas do centro. Depois, seguiu pela estrada, onde os veículos receberam a benção.

    Faz sentido. Sem possibilidade de usar o aeroporto, os moradores de Cláudio que pretendem viajar a Belo Horizonte, a 140 quilômetros de distância, o fazem numa rodovia onde há trechos de pista única e curvas muito perigosas.

    PS do Viomundo: Para fazer esta reportagem o Viomundo contou com o apoio do blog Divinews, de Divinópolis.

    Lúcia Rodrigues viajou a Cláudio com todas as despesas pagas pelos assinantes do Viomundo, que generosamente compartilham o conteúdo que financiam com todos os internautas. Torne-se um assinante.

     

  8. Realmente está todo mundo

    Realmente está todo mundo voando nessa estória de aeroporto,é dito aos quatro ventos que o programa PROAERO planejava construir ou reformar 14 aeroportos mas que,só foram construidos dois,aonde estão estes aeroportos?Porque pelas imagens apresentadas nas reportagens isso não pode ser nem de campo de aviação quanto mais de aeroporto,são verdadeiros terrenos baldios,depósitos isso sim,de todo tipo de praga urbana inclusive o mosquito da dengue.Periga ter sido liberado o dinheiro dos 14 e ter virado pó.É fria Nassif!

  9. A questão não é o uso do

    A questão não é o uso do aeroporto, mas sim a desapropriação em si. O governo de Minas oferece um valor menor que o “pretendido”, então o proprietário entra na justiça solicitando um valor maior, muito apropriado. 
    O mais apropriado e conveniente é que, tinha-se um aeroporto particular, sem a devida infraestrutura, agora devidamente adequado para possivelmente os mesmos usos.

    Isso sim tem de ser esclarecido, não há ingenuidade nesse meio.

    1. Ganho em dobro

      Eh bem isso. Ganharam um aeroporto que servira praticamente que à familia e amigos dos Tolentino e Neves e ainda vão ganhar um bom dinheiro do estado de Minas por isso. 

  10. Escuta telefônica compromete de vez Aécio!!

    Enquanto isso, em um espaço aéreo de um aeroporto do interior de Minas…

    – PT – XK45. Torre, aproximação final a 1000 metros. Favor confirmar condições de pouso 

    – Torre? Ô moço tem esse tal de Torre por aqui não, sô. Só tá eu e o Vitinho. Nóis pulo aqui pra mode vê o jogo do Galo. O Murcio autorizô nóis.  

    – Torre, é o avião do Aécio. Estamos pedindo autorização de pouso. 

    – Uai, vô liga pro Murcio e pirguntá se ele conhece esse tar de Aécio. Pera um mucado! 

    – Torre, torre, não desliga. Caralho!!! 

    – Alô? É o Múrcio?  

    – Não. Aqui é a mulher dele. Quem fala? 

    – Dona, é o seguinte. Tem um tar de Aécio quereno descê aqui no arioporto doceis. Pode? 

    – Claro que pode. O aeroporto é do Sr. Múcio e do Sr. Aécio também. 

    – Tá bão intão.

    – Torre, torre… 

    – ô fio, pó descê, viu. Mais ceis vai tê qui pula o portão. Múrcio liberô chave pra nóis não.

    – Ok, Torre. Procedimento de aterrisagem iniciado.

    – ceis vei vê o jogo, tumbém com nóis?

    – Cumpadi Bené. Es vei não. As parentada do  Múrcio é tudo cruzerense!

  11. Mas desde a construção até

    Mas desde a construção até dar entrada na ANAC, podemos considerar o aeroporto como clandestino?

    Porque a demora?

  12. Esse caso do aeroporto não

    Esse caso do aeroporto não tem outra explicação se não a de “fogo amigo”. No fundo, eu acho que o Aécio NUNCA quis ser presidente da República, não é o que ele deseja, é muita responsabilidade lidar com a pressão diaria da sociedade. Ele sabe disso. Vejam no Senado, quantos projetos ele apresentou? Quantos foram aprovados? Ou mesmo debatidos? Quantas faltas? Quem sempre quiz  ser presidente nós sabmeos muito bem. O Xirico só não entrou na disputa porque ele está batido, mas continua no seu: ” se eu não posso, ele não pode”.

    Mas há algo que possa ter passado desapercebido. A denuncia partiu da Folha de SP, que de petista não tem nada. Lembro na entrevosta do Aécio à Renata Lo Prete (casada com o dono da Folha de SP) que a kornalista perguntara ao candidato se em um eventual Governo dele a liberdade de imprensa seria respeitada, tendo em vista a amizada da imprensa mineira com Aécio. Ele ficou puto da vida e sem jeito. Agora a pergunta:  Não teria a Folha feito essa denuncia do “Aecioporto” apenas como um teste? Do tipo vamos bater para ver se ele é estilo Xirico, ou seja, vai ligar pra gente e peir cabeça de jornalista (sempre democraticos tucanos).

    Será? Será? Hein? Hein?

    1. “Não teria a Folha feito essa

      “Não teria a Folha feito essa denuncia do “Aecioporto” apenas como um teste? Do tipo vamos bater para ver se ele é estilo Xirico, ou seja, vai ligar pra gente e peir cabeça de jornalista (sempre democraticos tucanos)”:

      Nao.  Pra comeco de conversa, foi SERRA quem publicou um item a respeito do “combate aas drugas” um pouco antes disso ser revelado.  Alem disso, Francy, nao faz sentido “testar” alguem que nao eh insano pra ver se eh -errinho que os jornalistas paulistas que se atreveram a fazer sobre Serra sentiram na pele pois Aecio pode ate ser corrupto mesmo (!) mas nao eh insano.

      A irma dele eh.

      E o troco dela nao demora.

      1. A mídia brasileira não faz jornalismo.

        Acho que a Folha precipitou a denúncia para que não ocoresse próximo das eleições.

        Não tem nada de jornalismo. Tem haver com a natureza do escorpião.

        Quando as eleições se aproximarem do dia “D” será a vez das denúncias “bala de prata” contra Dilma.

        Anotem.

  13. R$ 2.000.000,00 por alqueire

    O valor depositado de R$ 1.000.000,00 equivale a mais de R$ 100.000,00 por alqueire…um belo valor…se conseguir os R$ 3.400.000,00 o titio vai fazer um belo negócio…homem de sorte!!!

  14. O maior Polo Siderúrgico da

    O maior Polo Siderúrgico da América Latina, em Claudio/MG, está com sua produção toda voltada para PREGOS DE CAIXÃO.

  15. Como acham desculpas

    Como acham desculpas rapidamente para os “santos” tucanos! Realmente, sp e mg, são estados a mercê dos ar roubos tucanos, e aplaudem.

  16. Há algo de muito podre, mais

    Há algo de muito podre, mais podre que imaginamos.

    Aécio por  impulso vai querer dar o troco, aguardem..

    ele até deu uma sumida.

  17. Quireza, juridicamente é irregular!

    Ora, Quireza, a obra é juridicamente irregular.

    Noticiado que o caso é de uma desapropriação pública judicial.

    Neste caso, o Estado,antes de realizar a obra, deve ajuizar a desapropriação e pedir a imissão na posse do imóvel, a fim de realizar a obra. Sem o deferimento da liminar, ou tomar definitivamente a posse do imovel, o Estado não pode, em hipótese, alguma, iniciar a obra ou executá-la, sob pena de inobservância dos princípios constitucionais da legalidade e moralidade e da supremacia do interesse público.

    Se o Estado fizer a execução da obra sem tomar posse do imóvel desapropriada, o proprietário do imóvel estaria sendo beneficiado com a obra pública. A existência de uma desapropriação judicial comprova, à saciedade, que há inegavelmente uma desobediência à lei, máxime quando se informa que o proprietário desapropriado mantém as chaves do aeroporto ou seja, mantém a posse do imóvel.

    Isto não existe em direito público.

    O texto traz notícia de que o proprietário do imóvel desapropriado está ainda de posse do imóvel. É uma irregularidade impensável. A questão do valor da indenização não pode impedir que o Estado permaneça na posse e termine a obra, legalizando-a junto aos órgãos competentes.

    Qualquer obra pública torna o imóvel um bem público, mesmo que seja desapropriado indiretamente, quando o Estado toma a posse do imóvel, deixando de proceder, por decreto, a desapropriação e ajuizar a ação competente, e nele constrói. Se não permanece na posse, é caso de favorecimento de particular com a feitura de uma obra pública.

    Não posso entender uma obra pública construída permanecer em mãos do proprietário do imóvel enquanto se discute o valor da indenização. Isto não existe.

    No caso, como as publicações sobre o ocorrido estão nos mostrando, houve um depósito de um milhão de reais pelo Estado. O magistrado, no processo de desapropriação, deve ter concedido a liminar e a posse deve ter sido concedida para o Estado. Sem a imissão na posse, não há como o Estado legalmente construir. Se o faz, sem a liminar, estaria executando irregularmente uma obra pública.

    Com a desapropriação, o imóvel passa para o Estado, o valor da indenização, quando não há concordância do desapropriado, não impede que a obra seja concluida e que o Estado tome em definitivo a posse do imóvel. Apenas, o valor será estimado no processo, mediante, principalmente provas periciais. Ao final, havendo diferença a maior a ser paga, esta deverá ser paga ao desapropriado.

    Porém, entenda-se, com a desapropriação, havendo liminar do magistrado, o Estado tem a posse do imóvel.

    O que não entendo é como as chaves do aeroporto estão nas mãos do proprietário. Isto é inédito. Não existe em Direito Público. Houve, claramente, ofensa aos princípios constitucionais acima elencados. A obra é irregular e os seus executadores devem ser responsabilizados, na forma da lei.

    Não é possível que uma obra pública executada, paga com recursos públicos, com desapropriação efetuada, não possa estar gerando e produzindo benefícios ao povo, aguardando ( rsrsrsrsrsrsrs) o desfecho do processo judicial de desapropriação, que poderá depender de recursos e mais recursos e ser concluída sabe Deus lá quando. Será que daqui a dez anos, ou vinte. Quem sabe?

    Até o término do processo de desapropriação – isto não existe em direito – o seu proprietário estará de posse do aeroporto. É o fim.

    Imaginem se a moda pega!

     

  18. A Dilma (com aquele jeito

    A Dilma (com aquele jeito mineirim) e o Lula, ao serem entrevistados por empregados da porca mídia, poderiam indagar :

    “Meus queridos vocês tem notícias sobre os aeroportos que o Aécio mandou construir com dinheiro do Governo de Minhas para ajudar na aterrisagem e decolagem de aeronaves da própria família ?  “

  19. A desapropriação do aeroporto, o silêncio de Aécio e os voos na

    ENEGENHARIA FINANCEIRA COM DINHEIRO DO CONTRIBUINTE

    Está as escâncaras: o tio tem uma dívida por improbidade em ação movida pelo Ministério Público. Para pagá-la, simula-se “um suposto interesse público” para desapropriação. É oferado um preço a menor, porém, reserva-se R$ 3.500.000,00 (três milhões e quinhentos mil reais) na Lei Orçamentária para  induzir na cabeça do juiz a idéia de que o Estado de Minas “confessa” que o valor “justo” é o da Lei e Meios e não o ofertado. Pronto, está garantido o dinheiro para o titio saldar a dívida por “improbidade”. .

    Observe-se que cuidadosamente foi criado um projeto com 14 aeroportos, mas só foram construidos 2. Se fosse contruído somente o de Cláudio-MG, ficaria evidenciada a falcatrua. Assim, aponta-se para 14, constoi-se 02 e paga-se um (do titio). 

    1. O Coronel de Minas

      É isso. Aécio Fanfarrão é politiqueiro retrógrado representa as oligarquias e o retrocesso. Um coronel que se apoderou do Estado de Minas para atender aos interesses de seus conhecidos.

  20. O arrazoado da GGN

    Desculpe-me, mas o assunto foi muito mal tratado pela GGN. Parece um advogado do Aecim defendendo o seu cliente, com argumentações do tipo:

    “Ele é culpado de alguns pequenos deslizes mas em grosso modo acertou em quase tudo que fez. Foi uma obra necessária, feita a custo correto, com desapropriação feita a custo correto (inclusive a perícia feito posteriormente que avaliou a terra em R$ 23 milhões) , não sei como o terreno foi desapropriado, mas continua de posse do antigo dono, dono este que apesar de ter um processo por improbidade no caso do aeroporto, pode e deve receber uma grana preta em breve e pagar o débito e livrar-se do processo, mas meu cliente não tem nada com isto. Meu cliente tem uma fazenda bem perto, mas isto não vem ao caso, apesar de só o meu cliente usar o aeroporto e mais ninguem. Voces estão fazendo uma tempestade em um copo de agua.

    LARGUEM DO PÉ DO MEU CLIENTE, PELO AMOR DE DEUS! 

  21. Nesse mato tem coelho

    Lógico que nesse mato tem coelho. Aécio Falastrão fez tudo de caso pensado. Como o terreno já tinha impedimento por outros mal feitos da família, seu governo usou o local para fazer uma obra para atendê-los. Isso mesmo, para atender a ele e a sua corja. Essa questão é peixe pequeno perto da bandalheira de seu desgoverno em Minas. Faz outros políticos parecerem crianças em colégio de freira. CANSAMOS DE SER ENGANADOS.

  22. Nao Gardenal, o jatinho que

    Nao Gardenal, o jatinho que serve ao desocupado, nunca pregou um prego numa barra de sabao, transporta po de pemba.

    Orlando

     

     

     

     

  23. O material jornalístico

    Conforme se pode ver em http://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,campanha-admite-que-aecio-usou-aeroporto-de-claudio-imp-,1535932, a campanha do senador Aécio Neves reconheceu ontem que o candidato tucano à Presidência usou o aeroporto de Cláudio, no interior de Minas Gerais, apesar de o local não ter sido homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para receber pousos e decolagens. Para tentar tirar o caso do noticiário, a equipe de Aécio produziu um documento – “Voos ocasionais para a pista de Cláudio/MG; Aspectos da legalidade” – no qual cita uma norma da Anac que permitiria “operação ocasional” de helicópteros em aeroportos não homologados: “Os voos realizados pelo presidenciável Aécio Neves para a pista em Cláudio/MG foram feitos totalmente em conformidade com a legislação vigente. Trata-se de operações denominadas operação ocasional”

     

    Imagino, então, que o fez utilizando helicópteros.

    Mas… como se explica o documento abaixo o qual mostra que há um heliponto regulamentado na fazenda? Por que preferiu utilizar um local totalmente inadequado para pousar o helicóptero? Ah! Era avião? Então não podia pousar…

    __________________________________________________________________________________________
    PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, Nº 244, SEÇÃO 1, P. 23, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2010.
    AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL
    PORTARIA ANAC N° 2334/SIA, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2010.

    Renova a inscrição do Heliponto Privado
    Fazenda da Mata (MG) no cadastro de
    aeródromos.

    O SUPERINTENDENTE DE INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA DA AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL – ANAC, no uso de suas atribuições outorgadas pelo artigo 41, incisos VIII e X, do Regimento Interno aprovado pela Resolução n° 110, de 15 de setembro de
    2009, nos termos do disposto na Resolução nº 158, de 13 de julho de 2010, com fundamento na Lei nº
    7.565, de 19 de dezembro de 1986, que dispõe sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica, e tendo em
    vista o que consta no processo nº 60800.069256/2009-94,
    RESOLVE:
    Art. 1º Renovar a inscrição do heliponto abaixo no cadastro, mantendo-o aberto ao tráfego
    aéreo:
    I – denominação: Heliponto Privado Fazenda da Mata (SJCT);
    II – município(UF): Cláudio (MG);
    III – proprietário: Fernando Quinto Rocha Tolentino;
    IV – ponto de referência: 20° 28′ 27″ S / 044° 46′ 58″ W;
    V – tipo: no solo;
    VI – elevação: 799 metros;
    VII – formato e dimensões da área de pouso e decolagem: quadrado – 21 metros
    VIII – natureza do piso: concreto;
    IX – resistência do pavimento: 5,0 toneladas;
    X – superfícies de aproximação: 23;
    XI – comprimento total do maior helicóptero a operar: 13,75 metros;
    XII – condições operacionais: VFR Diurna/Noturna (L26 e L30).
    Art. 2º A inscrição tem validade de 10 (dez) anos.
    Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

    MARCELO LEANDRO FERREIRA
    Superintendente de Infraestrutura Aeroportuária

     

  24. resumo da opera
    aecio

    resumo da opera

    aecio construiu um aeroporto dentro da fazenda do titio e ainda pagou pelo terra,,,,

    agora ficou um aeroporto rodeado de terras da familia,,,,

    detalhe a menos de 40 km tem um aeroporto normal funcionando,,,,,

    outro detalhe interessante, cumplicidade da imprensa mineira,,,,,

  25. “juridicamente”?

    Quando leio neste blog e em outros lugares alguma palavra derivada da raiz jus, preparo-me para ler asneiras.

    No caso da decisão administrativa de construir aeroporto em Cláudio, a ilicitude é flagrante, escancarada.

    Onde a impessoalidade, onde a eficiência, onde a racionalidade do ato administrativo?

    A atuação do Ministério Público e do Juiz de Direito no processo de desapropriação da área destinada à construção do aeroporto, foi de tal vazio formalista que encoraja outras suspeitas. Tomemos um exemplo caricatural. Se um juiz aceita a petição inicial de uma ação expropriatória, digamos, para construir um forno incineratório de negros e prostitutas, ou não leu nada, ou ?…..!

    É o caso, proporcionalmente. O fim da desapropriação era abertamente espúrio. O processo não poderia ter prosseguido. Um mapa e algumas informações da economia local bastariam para destinar o processo ao lixo.

    Mas o processo prosseguiu, a obra foi executada, e a situação ficou toda no submundo jurídico, onde o jurídico não passa de manto grosseiro para encobrir safadezas e torpezas.

    Assim, é torpe e safado usar palavreado supostamente difícil para relativizar o ataque vil contra a Administração, perpetrado por Tancredo Neves e por Aécio.

    Quem usa o termo jurídico para amenizar esses atos patrimonialistas, esses furtos contra o Estado, está se acumpliciando aos safados deste País. Conscientemente ou não.

    fabiano

    1. Perfeitas observações

      Tudo que não se viu nessa vergonhosa empreitada  diz respeito  a não observância aos princípios que regem a administração pública.

      Não dá para cuidar do caso sem constatar que tais princípios foram flagrantemente desrespeitados.

      O ali praticado é indefensável.

  26. “Ao GGN, a Secretaria de

    “Ao GGN, a Secretaria de Governo de Minas explicou que, na verdade, a perícia que resultou nos R$ 20,5 milhões é de 2012 e foi derrubada pela Justiça em maio de 2013 (decisão em anexo), depois que a LDO estava definida. Um novo estudo foi solicitado, mas como ainda está em curso, a última perícia é a que consta na LDO 2015.

    O valor final a ser definido pela Justiça ainda entrará na fila dos precatórios mineiros e poderá levar cerca de 15 anos para ser quitado (o Supremo Tribunal Federal modula a Emenda 62 na tentativa de reduzir esse prazo).”

    Fim de semana passado estive em MInas, numa cidade do interior, mas com o dobro do tamanho de Claúdio.

    Perguntei ao meu anfitrião quanto custa um alqueire de terra naquelas paragens e me foi dito que algo em torno de R$ 60,000,00. 

    Esta indenização, mesmo que R$ 1,000,000,00, está muito superfaturada. Coisa que só tucano explica.

  27. SOBRE ACUSAÇÕES INCONSISTENTES (?)

    SOBRE ACUSAÇÕES INCONSISTENTES (?)

    O Jornal GGN está querendo fazer letra morta de uma provisão de indenização de R$ 20.5 milhões, só porque uma instância da justiça a derrubou ? A parte não pode recorrer a instâncias mais altas ?

    E não seria jornalisticamente relevante questionar, por exemplo, quem fez esta perícia de R$ 20.5 ? E procurar saber o que está por detrás deste enorme rabo ?

    O Jornal GGN também diz que acusar o aeroporto do Titio de clandestino é uma acusação inconsistente. O que dirá de todos os pousos e decolagens clandestinos do aeroporto do Titio, durante 4 anos ?

    Ou será que o Nepotista só usou o aecioporto com helicoptero, para satisfazer a norma da ANAC, dando-se ao trabalho de perder tempo na estrada para chegar ao seu Palácio de Versalhes, esquecendo-se que o palácio da família tem heliponto ?

    De qualquer modo, reconheça-se que o Jornal GGN evoluiu um pouco a respeito deste assunto, pois o mesmo foi inicialmente tachado aqui como um tema irrelevante.

    1. “De qualquer modo,

      “De qualquer modo, reconheça-se que o Jornal GGN evoluiu um pouco a respeito deste assunto, pois o mesmo foi inicialmente tachado aqui como um tema irrelevante.”

       

      E até hoje não vi o GGN falar sobre o jornalista Marco Aurélio Carone, preso por criticar o esquema do Aécio em Minas.

      O GGN ficou indignado com a prisão da Sininho et caterva, mas sobre o jornalista, nenhuma palavra.

  28. TESTANDO HIPOTESES COM AECIOPORTO

    TESTANDO HIPOTESES: AECIOPORTO

    Creio que muitos como eu ainda estão tentando entender o que motivou a Folha SP a publicar matéria de capa sobre o aeroporto na fazenda do Tio do Aécio e depois continuar a repercutir a matéria, inclusive com editorial apontando a fragilidade das explicações do candidato.

    Alguns acreditam que tal postura somente foi adotada para aparentar isenção e que daqui para frente virá chumbo grosso contra a candidata do Governo. Não creio nesta hipótese, em primeiro lugar porque ao longo dos anos a Folha SP não tem mostrado este tipo de preocupação e tem publicado todo tipo de baixaria (ficha falsa e etc…), em segundo lugar porque se assim fosse, seria muito mais seguro trabalhar um tema menos perigoso, como por exemplo a questão das verbas de saúde pública que foram a principio desviadas em sua gestão, o que já seria suficiente para demonstrar sua suposta isenção, tratando de um tema de difícil assimilação popular.

    Contudo, o tema levantado pela Folha SP é extremamente de fácil assimilação da população e de grau absolutamente explosivo, pois é muito fácil se espalhar a noticia de que o candidato usou dinheiro publico para fazer um aeroporto na fazenda de seu tio para que ele e a família possam visitar suas fazendas, não creio que a Folha SP arriscaria desta forma trazer a tona um tema que pode causar severos prejuízos ao candidato, quando para demonstrar isenção poderia tratar de tantos outros temas menos arriscados.

    O que chama atenção no caso é que a GLOBO e a VEJA não compraram a matéria, não alimentaram o assunto, somente a Folha SP continuou aprofundando o assunto e colocando ainda mais uma saia justa no candidato, é isto soa muito estranho.

    Testando hipóteses creio que a Folha SP está cumprindo fielmente os interesses do PSDB de São Paulo que não quer que o Aécio seja eleito e para isto apresento as seguintes considerações:

    1ª Aécio somente virou candidato porque o PSDB de SP não tinha nomes para indicar, FHC e SERRA estão superados e Alckmin e o PSDB paulista jamais largariam a administração de bilionária de São Paulo onde tem grandes chances de se manter no poder e manter seus trensalões e etc… para correr o risco de perder um disputa presidencial

    2ª Se Aécio ganhar ele e seus aliados certamente tomarão as rédeas do PSDB nacional e isto o PSDB paulista certamente não quer;

    3ª Mas não basta somente ele não ganhar, pois se apresentar uma boa desenvoltura irá se cacifar para 2018, o que pode minar o projeto paulista de 2018 com Alckmin;

    4ª Ao PSDB paulista interessa que Aécio apenas desgaste ainda mais a Dilma, pois em 2.018 Alckmin estará encerrando seu Governo e certamente estará encontrando o PT no seu momento mais debilitado por ausência de nomes para sucessão e o desgaste pelo longo período de 16 anos de governo.

    5ª É inegável que a Folha SP age de acordo com os interesses do PSDB Paulista muito mais do que qualquer outro meio de comunicação.

    Portanto, creio que o Aecioporto da Folha SP é fomentado pelo PSDB paulista que não tem interesse na eleição de Aécio, tanto que em recente noticia foi vinculado que o Alckmin não irá vincular o nome de Aécio em sua propaganda, ou seja, o PSDB paulista só pensa nele mesmo.

     

      

      

     

     

      

     

  29. Editorial Carta Maior
    29/07/2014 00:00 

    Aeroportos e colisões tucanas

    Na série de escaramuças que marca o jogo pesado entre Aécio e Serra, a reportagem da Folha sobre o aeroporto em Cláudio pode ter sido um ponto fora da curva.

    por: Saul Leblon Arquivo

     

    Há exatamente quatro anos, em 29 de julho de 2010, o jornal ‘O Globo’ noticiava a evidência de um  racha profundo nas fileiras tucanas, a minar a campanha  do então candidato à presidência da República pelo PSDB, José Serra.

    Aspas para o Globo de 29-07-2010:

    ‘O candidato a presidente pelo PSDB, José Serra, terá uma estrutura independente em Minas Gerais para impulsionar sua campanha no Estado (…). A estratégia foi montada para fazer frente a algumas dificuldades. A decisão foi tomada após descontentamento com o ritmo da campanha no Estado, onde o ex-governador Aécio Neves, que recusou-se  a ocupar a vaga de vice na chapa de Serra, é a principal liderança do PSDB…’

    Corta para o coquetel de autógrafos de  Serra, no Rio, na semana passada, dia 23 de julho de 2014, no lançamento de seu livro de memórias, “50 anos Esta Noite”.

    Aécio Neves não compareceu ao evento, onde Serra comentou  laconicamente o episódio que há dez dias faz sangrar seu velho rival e agora o  candidato do PSDB à presidência.  

    ‘Um programa de construção de aeroportos no interior de repente bate na família. Não quer dizer que houve favorecimento..’ disse olímpico sobre a obra de R$ 14 milhões feita por Aécio na fazenda de um tio,  paga com dinheiro público.  ‘Eu não tenho parentes no interior. Se tivesse, poderia ter acontecido…’, observou  Serra com irônica ambiguidade.

    Especulações sobre a origem da denúncia veiculada em 20/07, pela  ‘Folha de SP’,  de notórias afinidades com o serrismo, ganharam lastro extra a partir do editorial  publicado pelo diário da família Frias , no último domingo, 27-07.

    O texto com  sugestivo título,  ‘O pouso do tucano’,  desmonta as explicações de Aécio para o escândalo e lança uma comprida sombra sobre o futuro de sua candidatura:

     ‘Mais econômico, na verdade, teria sido não fazer obra nenhuma. A demanda por voos em Cláudio é pequena, e o aeroporto de Divinópolis fica a 50 km de distância. Ainda que todo o processo tenha sido feito de maneira legal, como sustenta Aécio Neves, restará uma pista de pouso conveniente para o tucano e seus parentes, mas de questionável eficiência administrativa. Não é pouca contradição para um candidato que diz apostar na união da ética com a qualidade na gestão pública’.

    Mas o principal  subtexto das suspeitas quanto à fonte da denúncia remete ao recheio mineiro da derrota  sofrida por  Serra nas eleições presidenciais de 2010, quando as urnas sepultaram de vez suas pretensões ao cargo máximo da política brasileira.

    Numa disputa marcada logo no  início pela colisão frontal com Aécio, que postulava a mesma indicação no PSDB, Serra terminaria abatido fragorosamente pelo ‘poste’,  Dilma Rousseff,  que teve  56,05% dos votos, contra 43,9% do ‘experimente’ ex-governador de São Paulo.

    Um tônico inesperado da derrota foi  a desvantagem ampla de Serra nas urnas de Minas Gerais.

    No  segundo maior colégio eleitoral do país – de onde Aécio conquistou uma vaga no Senado, arregimentando 7,5  milhões de votos–  Serra obteve um apoio inferior a sua média nacional ( 41,5%).

    O de Dilma, ao contrário,  foi sugestivamente superior (58,4%).

    Seria um erro atribuir o resultado ao boicote de Aécio, abstraindo assim a tradicional força do PT em Minas Gerais e o prestígio conquistado pelos investimentos do governo Lula (que teve 65% dos votos de Minas em 2006 e 66,5% em 2002) .

    A verdade, porém, é que a derrota consagrava um processo de desidratação interna do candidato do PSDB, que remontava à própria  dificuldade inicial de preencher a vaga de vice em sua chapa, reservada até o último minuto como um prêmio de consolação que Aécio rechaçou.

    A recusa, mineiramente dissimulada na protocolar promessa de ‘não poupar esforços pelo candidato’, era o troco à forma  como o ex-governador de São Paulo   impusera seu nome ao partido, sem abrir espaço para uma consulta às bases, inédita entre tucanos, reivindicada pelo rival . 

    A disposição bélica das fileiras serristas de atropelar o adversário mineiro com um misto de fatos consumados e jogo baixo ficaria evidente  logo no início de 2009.

    Um artigo  famoso, publicado em fevereiro daquele ano na página 3 do jornal O Estado de S. Paulo,  dava o peso e a medida  do fair play  que ordenaria o confronto a partir de então.

    Assinado pelo editorialista do jornal, Mauro Chaves, reconhecidamente ligado aos tucanos, mas sobretudo a Serra, o texto trazia  no  título a octanagem do arsenal disponível,  caso Aécio insistisse em desafiar a vontade ‘bandeirante’.

    “Pó, pará, governador?” , diziam as garrafais, num  trocadilho com o suposto uso de droga por parte do político mineiro.

    Era o gongo de uma série de rounds subterrâneos.

    Eles incluiriam acusações mútuas sobre dossiês mortíferos engatados de um lado e de outro em um embate fraticida que quase paralisaria o PSDB.

    Sobre Serra pairavam suspeitas de ter mobilizado  ex-delegados  da polícia federal para municiar o paiol contra Aécio.

    A ira do mineiro envolveria garras não menos afiadas.

     Uma delas, Andrea Neves,  cabo-de- guerra do irmão para golpes de bastidores e controle da mídia, estaria associada à contratação de repórteres, antes até, em 2008,  pelo jornal Estado de Minas, para investigar a vida de Serra e de sua família.

    Com resultados suculentos, diga-se.

    O livro ‘A privataria Tucana’, de Amaury Ribeiro  Jr, seria um subproduto desse mutirão.

    O nebuloso episódio de uma reunião  ocorrida em junho de 2010, da qual teriam participado  Amaury, arapongas e Luiz Lanzetta  –membro da pré-campanha de Dilma,  atiçaria as evidência de um tiroteio cerrado nos  bastidores da campanha tucana.

    Denunciado por um alcagueta presente, o encontro  teria tratado de  informações comprometedoras envolvendo  lavagem de dinheiro, paraísos fiscais, Verônica Serra (filha do tucano) e a irmã do banqueiro Daniel Dantas, Veronica Dantas.

    Na Polícia Federal,  Amaury confirmou que pagou R$ 12 mil a um despachante paulista para obter as informações sobre os tucanos, entre setembro e outubro de 2009. O jornalista não revelou quem o contratara, nem quem financiou a  investigação,  iniciada como pauta do Estado de Minas. 

    O fato é que, nesse processo,  a candidatura presidencial de Serra desidratava de dentro para fora do partido. Seu caminho para as urnas lembrava um trem fora dos trilhos, com poucas chances de ser devolvido ao leito original.

    Em julho de 2010, a percepção de que estaria sendo cristianizado por fileiras amplas do tucanato era muito forte.

    O termo ‘cristianização’ colava em sua trajetória como o bolor  nos  corredores  abafados dos hotéis de estação.

    A expressão vem do nome do político mineiro, Cristiano Machado que, a exemplo de Serra, havia imposto sua candidatura ao partido (o PSD) nas eleições presidenciais de 1950.

    Cristiano foi abandonado pelos companheiros, que acabaram apoiando Getúlio Vargas.

    O termo “cristianização” passou a designar o candidato ‘escondido’ pela sigla, que teme o contágio tóxico que sua impopularidade acarreta às demais candidaturas.
    Assim foi com Serra.

    Em 2010, a três meses das urnas do 1º turno,  a maior parte do material de campanha de Aécio Neves, candidato ao Senado por MG, e o de Anastásia, seu candidato ao governo do Estado,  omitia a imagem de Serra em santinhos e adesivos.

    O alto comando serrista busca desesperadamente formas de fazer com que a campanha demotucana encontrasse motor próprio em MG.

    Além de um comitê exclusivo,  os serristas tiveram  que montar  40 subcomitês  distribuídos por todo o estado, na tentativa de algo quixotesca de contornar o boicote silencioso sofrido  no  segundo maior colégio eleitoral do país, por parte de seu ‘aliado’ e líder local, Aécio Neves.

    No melancólico reconhecimento da derrota final para Dilma, em 1º de novembro de 2010, Serra diria que o “povo” não quis que sua eleição fosse “agora” e se despediu do eleitor com um “até logo”.

    No breve discurso ao lado da família, o tucano agradeceu o empenho do partido, festejou a eleição de Alckmin, porém não citou uma única vez o senador eleito por Minas Gerais, Aécio Neves.

    A queda de braço não terminaria ali.

    Aécio rapidamente ocuparia o vácuo da derrota pavimentando a sua candidatura dentro de um PSDB de joelhos, com o serrismo acuado.

    O mineiro aplastou o desafeto em todas as frentes de comando.

    Tomou a presidência do partido em primeiro lugar. E negou a Serra até mesmo a direção do medíocre, mas rico, Instituto Teotônio Vilela,  o think  tank  do PSDB.

    Humilhado, Serra  engoliu um cargo honorífico no Conselho Político do partido, um enxerto  criado pela Executiva Nacional, mas no qual, ainda assim, seria minoritário.

    A partir de então, experimentaria a mesma ração de fatos consumados e menosprezo que dispensara ao oponente  em 2010.

    Braço direito de Aécio Neves no Senado, o impoluto Cassio Cunha Lima, distribuía patadas em seu nome dirigidas diretamente ao estômago de Serra.

    Em outubro  do ano passado, enquanto Serra se comportava como se ainda pudesse pleitear a  candidatura tucana ao Planalto –ou mudaria para o PPS, sugeriam seus ventríloquos  na mídia–  Cunha lima  desembarcou em São Paulo.

    O emissário de Aécio conversou com FHC , Geraldo Alckmin e outros graúdos bicos curtos e  longos.

    Não procurou Serra. E ainda disparou um recado recebido com espanto pelas viúvas do ex-governador na mídia:

    ‘Não vamos mais repercutir o que Serra diz. A imprensa que faça isso. Deixa ele falar, nós vamos ignorar’ (revista Veja; 25/10/2013).

    Serra ouviu e registrou em sua volumosa  agenda mental  encapada com  o ditado: ‘a vingança é um prato que se come frio’.

    Dois meses depois, 48 horas antes de Aécio lançar sua bisonha ‘cartilha’,  na qual não mencionaria uma única vez o pré-sal nos  12 pontos que comporiam  suas propostas de governo, Serra retirou o prato da geladeira.

    E disparou um artigo na ‘Folha de SP’, em 15/12/2013.

    O tema: o consumo de drogas.

    O primeiro parágrafo: ‘ O debate sobre o consumo de cocaína no Brasil pode e deve ser uma pauta em 2014’.

    Desde então, aconselhados por Fernando Henrique e o pelotão dos ‘interesses maiores’, os desafetos  baixaram os punhais. Uma trégua acomodatícia  foi costurada pelos seguidores dos dois lados com a linha grossa da conveniência.

    Aécio trouxe o braço direito de Serra, Aloysio Nunes,  para ocupar a vaga de vice em sua chapa. Serra recolheu-se à disputa por uma cadeira no Senado, com a promessa de um ministério, se Aécio for eleito.

    As farpas refluíram;  parecia que o PSDB cicatrizaria as  profundas fendas  internas.

    Até que no  17 de julho agora, uma quinta-feira, surgiu a notícia da defecção de um serrista graúdo afastado de um cargo de confiança na campanha de  Aécio.
    Xico Graziano, conhecido pela mão pesada com que exerce a fidelidade aos próprios interesses, foi defenestrado do pomposo cargo  de ‘chefe da estratégia de redes’ da candidatura Aécio.

    Nos bastidores afirma-se que Xico Graziano perdeu o posto  por uma questão prosaica: incompetência.

    Seu projeto de site de campanha teria sido  avaliado como um fiasco   pela cúpula da candidatura.

    Depois se soube que um  outro  site já estaria pronto e seria lançado em seguida.

    Quem supervisionou o trabalho paralelo e empurrou Xico para a ladeira da campanha  foi a irmã do mineiro, Andrea Neves.

    Três dias depois do episódio, no domingo, a ‘Folha’ estamparia a  denúncia do aeroporto construído por Aécio na fazenda do ‘tio Múcio’, com gastos de R$ 14 milhões do tesouro de Minas Gerais.

    Na série de escaramuças desse histórico pode ser um ponto fora da curva.

    Uma desprezível  coincidência.
     
    A ver.

     

      

  30. He,he Nassif se superando,

    He,he Nassif se superando, até o ex presidente Lula entra no bojo para justificar o injustificável. Aético Never construiu um aeroporto em terras de familiares para proveito pessoal seu e dos familiares. Um conflito ético indiscutível. O valor de 14 milhões também não se coaduna com a pista construída. O Tijolaço já demonstrou que com valores muito menores aeroportos mais sofisticados foram construídos. Até Maluf na Folha identificou que as dimensões da pista são compatíveis para o pouso de aeronaves do tipo turbohélice, logo um empreendimento privado com aparência de ser público

  31. Relativação mal feita e muita coisa sem explicar. Texto horrível

     

    Bem, primeiro que a tentativa de relativar o caso citando vôos de Alckimin, Lula e Cabral é um despropósito, porque estes simplesmente usaram aviões não construirram aeroportos em terras, ainda que desapropriadas (que tratarei mais à frente), ou seja, os casos usados para tentativa de relativação não servem em NADA para aliviar o lado do Aécio nessa questão, primeiro que os citados não construiram nenhum aeroporto em condições, no mínimo obscuras como no caso de Aécio e segundo porque as aeronaves destes não usaram pistas não homologadas, para início de conversa. Então essa relativatização é um fiasco memorável.

     

    Segundo, querer justificar o valor absurdo da LDO, sem um investigação prévia, apenas dizendo que por lei ela deve constar na LDO porque foi feita uma perícia e que por isso na LDO deveria constar obrigatoriamente o valor apontado na perícia. Isso é MEIA VERDADE, porque se precisaria descobrir como é que um aeroporto daquele tamanhho (que serve apenas para turbo hélices, ou seja, praticamente para aviões particulares, chegou ao valor de 20 milhões pelos “peritos”? Quem fez essa perícia? Como chegaram a esse valor absurdo para um aeroporto minúsculo e sem infraestrutura, não tem nenhum posto de comunicação sequer.

    Terceiro, qual foi o papel do Ministério público nesse processo? Como fiscal da Lei, gostaria de saber como o MP não embargou a Obra e nem o TCE (tribunal de contas do estado) porque não havia, e dificilmente se encontrará explicações para necessidade desse aeroporto e tão pouco para o custo exorbitante da Obra, com sinais mais que evidentes de superfaturamento.

    Como o juiz autorizou a desapropriação? Baseado em que laudos ele entendeu que a obra era necessária, que não havia conflitos de interesses?

    Quarto, a evidência mais clara e que houve superfaturamento, que o processo judicial foi um embuste para legitimar o ilegítimo e que esse aeroporto foi feito para nunca ser homologado pela ANAC e continuar servindo para fins particulares da família de Aécio, até porque é apenas uma pista asfaltada, sem nenhum equipamento de apoio e AS CHAVES FICAM COM OS FAMILIARES DE AÉCIO.

    Quinto, a nota da assessoria do Aécio confirmando que usou o aeroporto (se é que se pode chamar aquilo de aeroporto – pois é muito mais fácil se perceber que é uma pista particular) de forma legal É INVERÍDICA, pois ele cita uma norma que é para uso de HELICOPTECORES e não de aviões e aquela é uma pista para AVIÕES TURBO HÉLICE DE PROPORÇÕES PEQUENAS, e mesmo que fosse um helicóptero, coisa duvidosa, precisaria de autorização que não seria concedida para um aeroporto não homologado.

    Enfim, A RELATIVATIZAÇÃO USADA É FRÁGRIL E NÃO SE SUSTENTA POIS CITA CASOS QUE SE DIFEREM MUITO DO CASO DO “AÉCIOPORTO”, todo processo judicial está sob suspeita, não está esclarecido o preço totalmente fora dos padrões para uma pista daquelas, não foi explicado porque as chaves ficam com a família de Aécio e porque mandam pedidos de homologação sem critérios, o que serve apenas para ir adiando a homologação para que o tal aeroporto continue, na prática, servindo apenas para fins particulares da família de Aécio.

    Finalizando, o texto é frágil e não se sustenta e a tentativa de relativatização citando casos que em nada são semelhantes ao caso do Aécio é bisonha.

    1. EXCELENTE COMENTÁRIO, EDUARDO

      EXCELENTE COMENTÁRIO, EDUARDO

      Lembro que a perícia de R$ 20.5 milhões (quem fez ?) se refere à indenização pelo terreno e não ao valor do aeroporto. E isto reforça mais ainda a sua posição e o absurdo desta matéria do Jornal GGN.

       

  32. PUZZLE

    Tancredo Tolentino, o “Quêdo” é primo de Aécio Neves, também, é ele quem tem as chaves do aeroporto de Cláudio.

    Em 2012 Quêdo foi preso pela Polícia Federal por vender Habeas Corpus para traficantes de drogas.

    Apesar do montante gasto 14 milhões na implantação e mais 23 milhões pela desapropriação do terreno, estranhamente o aeroporto de Claudio ainda opera clandestino.

     

  33. consistencia x

    consistencia x inconsistencia

    completamente inconsistente a versao pregada que admistracao governo mineiro aecio/anastasia/gerdau/falconi era “choque gestao”

  34. Aécioporto

    Caro, Nassif, o governo de Minas te enrolou:

    1) Existem critérios para pagamentos de precatórios que não são necessáriamente a “fila”.

    2) Idade, saúde e alimentação podem antecipar.

    3) Se o TJ apresentar uma proposta de acordo, e as partes aceitarem, isso não entra na fila dos precatórios.

    Logo, o valor incluido na LDO era para impressionar. O governo iria resistir, como jogo de cena e por obrigação formal. Com um acordo na faixa do três milhões, o governo diria que defendeu o interesse público. Tudo jogo combinado.

    Ah, e se o tio Mucio morresse, seu inventário poderia conter surpresas.

    Logo, não engula essa prosa.

    Na administração pública temos vários princípios além do da legalidade: o da impessoalidade, da moralidade, da economicidade, da publicidade.

    Ora, num país onde o público e o privado se misturam muito, um aeródromo usado a 31 anos pela família e que teve dois aportes de dinheiro público deveria ser algo a ser evitado, não?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador