A íntegra do debate entre Guido e Armínio na Globonews

 

Ai vai a íntegra do debate de Guido Mantega e Armínio Fraga no programa da Mirian Leitão, na Globonews.

https://www.youtube.com/watch?v=a_b59O3akB8 width:700 height:394

Guido se saiu surpreendentemente bem. Deu respostas satisfatórias para as críticas, apresentou um modelo de país que vai além do mercado e no qual o mercado é meio. E fez uma crítica consistente às razões da crise de 2002.

Já Armínio se manteve contido durante todo o programa. Certamente por receio de cometer alguma impropriedade, externar de forma muito clara o que seria seu programa de ajuste econômico. Afinal, a candidatura Marina Silva já tinha levado dois tiros no pé, com declarações de Eduardo Gianetti e Alexandre Rands, falando para o mercado mas sem se dar conta de que a fala chegaria à opinião pública.

Como Armínio e Mirian esmeraram-se apenas nas críticas ideológicas – mercado x estado – deixaram de explorar melhor as vulnerabilidades da política econômica de Guido.

Nada disse, por exemplo, sobre o absurdo do Banco Central e Tesouro atrelarem o custo da dívida pública aos movimentos de curto prazo da Selic. Nem o balizamento da remuneração das reservas bancárias pela Selic, impedindo a reciclagem dos recursos para a economia real. Ou seja, Armínio não se manifesta sobre os erros da política que beneficiam o mercado.

Por outro lado, repete o velho mantra da “lição de casa”. Vamos fazer ajuste fiscal cortando subsídios, gastos sociais, impondo sacrifícios porque, no final do arco-íris haverá o pote de ouro do desenvolvimento, permitindo dinheiro para todos os setores.

Dois pontos ficam claros:

1.     A política econômica aplicada tem rumo e se perde pela implementação. Com um bom Ministério, Banco Central e Tesouro, e sem a cabeça-dura de Dilma Rousseff, tem jeito. E aí, é necessário uma aposta de que o aprendizado com a campanha fará Dilma mudar seu estilo de governar.

2.     A política proposta por Armínio é exclusivamente mercadista. Vende a ideia de que se acabar com o crédito subsidiado do BNDES haverá juros mais em conta para todo mundo. São sempre bordões nos quais ele não define as relações de causa e efeito – nem a entrevistadora lhe cobra. Qual o mecanismo que fará com que bancos privados reduzam juros e spreads se houver menos crédito dos bancos públicos? É questão de fé.

Quando eleito presidente, Tancredo falou algo sobre não pagar a dívida (isto é, curvar-se ao mercado com o sangue do povo). Não se sabe se Aécio teria a mesma grandeza.

Luis Nassif

37 Comentários

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  1. Mantega se saiu bem porque é

    Mantega se saiu bem porque é um dos poucos defensores do desenvolvimentismo que, como ministro, tem a coragem de peitar o mercadismo hegemônico dentro da casa dos seus maiores defensores.

    Armínio se saiu mal porque não podia dizer a verdade que está por trás do que defende a política de Aécio.

    A política econômica aplicada tem rumo e não se perde pela implementação

    Se perde na falta de informações honestas da mídia sobre os resultados benéficos que terão as obras do PAC e da política para os setores das indústrias aeronáutica, de defesa, farmacêuticos e naval,e das consequências positivas dos novos polos de educação técnica e cientíifica.

     

    1. Prezado Assis,
      por política

      Prezado Assis,

      por política econômica entende-se a atuação do Ministério da Fazenda, do Banco Central e da Secretaria do Tesouro.

      As políticas setoriais entram na relação das políticas industriais. Assim como o Sistema Nacional de Inovação e os programas educacionais.

      A Fazenda, o Tesouro e o BC só atrapalham, ao não dar transparência às contas públicas e fazer um contingenciamento que está afetando todos esses setores. Essa é a perna falha do governo Dilma.

      1. Mas Nassif…

        O tal contingenciamento não diz respeito exatamente à política econômica, quer dizer, atingir a meta para o “Superávit Primário”, que por sua vez serviria para dar a desejada transparência aos mercados?

        E não é aí que as políticas as quais você chama de setoriais cruzam com os eixos do que você delimitou como sendo o campo da política econômica?

        Porque até onde eu entendí, para conter a inflação, aumenta-se o Juros Básicos que são usados como referência na “administração da dívida”. Isso faz com que a quantidade de dinheiro destinado a pagá-los aumente, ou seja, preciso tanto cortar recursos das políticas setoriais para disponibilizar mais recursos para Juros, quanto devo diminuir despesas para que o volume da dívida baixe para fechar, finalmente, a conta do aumento da SELIC.

        Isso seria “virtuoso” porque no fim das contas, segundo os que defendem isso, o volume de dinheiro usado para pagar juros de administração da dívida decresceria e aumentaria o poder de investimento do Governo novamente.

        Mas só que temos as externalidades: menor atividade econômica, menor nível de empregabilidade e menor cresimento e acúmulo de renda, com o ptencial devastador das expectativas negativas que retroalimentam o arroxo.

        O que resultaria disso?!

        Segundo minha análise, em portas abertas para justificar o Estado Mínimo, só que eu acho que o Brasil não está pronto para isso.

        Se está difícil assim, ficará melhor mudando para o que propõem os economistas ortodoxos e neoliberais?

        Abraços!

        André

      2. Nassif,

        É do Ministério da Fazenda a responsabilidade do financiamento público que o Brasil precisou, e precisa, para alavancar todas essas áreas que tocam ao nosso debate. Se a Fazenda disser arrocho, como propõe Aécio, by-by o que está no meu comentário

        Por exemplo

        DEC Nº 7.482

        Art. 21

        XXXVII – estabelecer normas e procedimentos sobre aspectos da gestão dos investimentos públicos, incluindo aqueles realizados sob a modalidade de parceria público-privada, no que tange à programação financeira, à execução orçamentária e financeira, à contabilidade e registro fiscal, ao cálculo e acompanhamento de limites de endividamento, à verificação de capacidade de pagamento, à ocorrência de compromissos contingentes; …

  2. “Guido se saiu

    “Guido se saiu surpreendentemente bem.” Nassif.

    Nao ha ninguem 100% e poucos sao pedra 90, e isso vale pro Guido. Entao por que vc, Nassif, se surpreendeu?

      1. Calma, Nassif, calma. Nao

        Calma, Nassif, calma. Nao precisa ficar chateado comigo. Eu sei que vc sabe da capacidade do Guido, o que nao lhe isenta de cobra-lo. Mas eh que a palavra “surpreender” vai meio que contra isso.

        1. Francis
          é surpreendente para

          Francis

          é surpreendente para mim o bom desempenho do Guido no debate porque eu não reconheço capacidade em Guido.

          1. Bem, essa entrevista pode ser

            Bem, essa entrevista pode ser um ponto para voce pensar. Ha pessoas que vem capacidade no Ministro e nao falo apenas dos conselheiros do Rei que nao foram ouvidos. Essa eh sua opiniao.

          2. Demorará muito para que Guido Mantega seja compreendido

             

            Francy Lisboa (terça-feira, 14/10/2014 às 12:42),

            A discussão sobre o debate entre Armínio Fraga e Guido Mantega não tem a menor relevância na eleição. O que importa neste período são as acusações de corrupção que pesam sobre o PT e a capacidade de convencimento dos dois candidatos. E para esse último item o Aécio Neves parece-me ter mais carisma do que a presidenta Dilma Rousseff.

            Em relação ao debate entre Armínio Fraga e Guido Mantega e sem ser economista, eu gostaria de trazer três considerações. Primeiro, talvez Aécio Neves tenha condições de fazer mais coisas boas para o país do que se imagina. Ele pode criar, por exemplo, uma alíquota de 35% no IR. É uma medida que o PT não pode ficar contra e assim, Aécio consegue a aprovação de algo que o PT não consegue apoio no Congresso e a mídia faria a caveira do PT logo em seguida ao PT encaminhar uma medida assim.

            Segundo, o Armínio Fraga parece fraco, mas eu o considero mais capacitado do que a fisionomia shakespeariana dele deixa transparecer. Como presidente do Banco Central , ele nos trouxe um instrumento maluco que é o Regime de Metas de Inflação, mas que é um instrumento que, dada a dívida de curto prazo elevada que a feitura do Plano Real para ganhar a eleição causou ao país, consegue dar maior margem de segurança ao aplicador e o inibe de aumentar a liquidez do mercado desfazendo dos títulos de curto prazo e aumentando a inflação.

            E para mais bem analisar o Armínio Fraga, cabe lembrar de dois dados do período dele de presidência do Banco Central. Primeiro em 1999 nós tivemos uma inflação de cerca de 9%. No ano anterior a inflação, dependendo o índice, fora de quase 0%. E depois em 2002, a inflação foi de 12%, sendo que se se anualiza a inflação dos últimos três meses de 2002, a inflação é de mais de 50% no IGP-DI ou no IGP-M. Bom, isso significa que para Armínio Fraga a inflação não tem de ser combatida a ferro e fogo. Se isso for verdade ele tem um grande mérito.

            O fetiche da inflação baixa é o maior engodo que se conseguiu incutir nas pessoas. E não é só no Brasil. No mundo inteiro todos defendem a inflação baixa. E em situação normal de temperatura e pressão, muito provavelmente os ricos ganham mais com a inflação baixa do que com a inflação alta. Em situação normal de temperatura e pressão a inflação baixa é conseguida via juro real elevado. E a inflação pode ser de qualquer tamanho, desde que estável, quanto maior, melhor para um país. Entretanto, como a inflação alta é inviável politicamente para os governantes, os políticos encarregaram os economistas a desenvolverem instrumental para combater a inflação e assim temos o Regime de Metas de Inflação. É o instrumental teórico mais moderno de combate à inflação. Eu espero que no futuro se chegue a conclusão de que quanto mais o Regime de Metas de Inflação for eficaz no combate à inflação mais ele possa ser visto como algo ruim. Este futuro, entretanto, vai demorar a chegar.

            De todo modo, para uma compreensão melhor dos efeitos econômicos da inflação eu lembro que nos 5 anos de José Sarney com todos os desajustes inflacionários que tivemos, o Brasil cresceu mais do que nos 8 anos de Fernando Henrique Cardoso.

            O efeito mais importante da inflação não é, entretanto, econômico, mas sim político. O grande problema da inflação é que supondo os mesmos candidatos em dois países iguais, um com inflação maior e índice de desemprego menor e outro com inflação menor e índice de desemprego maior, a oposição terá mais condições de ganhar no país de inflação maior e índice de desemprego menor. Primeiro porque a inflação atinge a todos e o desemprego só aos desempregados. E segundo porque com índice de inflação maior, a oposição terá mais facilidade de chamar o governo de corrupto. Aliás, para roubar sem que o povo recrimine é preciso baixar a inflação, ou seja, é preciso aumentar o juro, ou seja, é preciso mandar mais dinheiro para os rentistas.

            Jânio Quadros já sabia dessa associação que o povo faz da inflação com a corrupção. É como se o povo achasse que o aumento dos preços fosse fruto do conluio entre o empresário e o governo. Até mesmo o pequeno empresário pensa que o aumento dos preços do seu fornecedor é produzido pelo conluio dos governantes com os grandes empresários. Esta concepção popular sobre a inflação e sua associação com a corrupção foi bem percebida por Jânio Quadros como pode ser visto no post “O primeiro comercial político na TV” de terça-feira, 21/09/2010 às 07:49, aqui no blog de Luis Nassif e originado de sugestão de Almeida e se encontra no seguinte endereço:

            https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-primeiro-comercial-politico-na-tv

            E em minha terceira consideração, eu vou me prender a Guido Mantega. Foi uma pena esse final um tanto melancólico para Guido Mantega. Ele me parece um daqueles personagens do neurologista Oliver Sacks que possuem algum dom especial. Como pessoas que parecem ver os números primos fora de uma onda de números, o Guido Mantega parece ver o fluxo da economia.

            Há mais de um ano, na quinta-feira, 18/07/2013 às 23:54, eu enviei um comentário para Alexandre Schwartsman, junto ao post “O fracasso órfão” de segunda-feira, 15/07/2013. O endereço do post “O fracasso órfão” é:

            http://maovisivel.blogspot.com.br/2013/07/o-fracasso-orfao.html

            O post “O fracasso órfão” é uma crítica a Guido Mantega, judeu  genovês, utilizando a observação de Einstein sobre ele mesmo caso a teoria dele fosse comprovada ou desmentida. Tentei fazer um pouco de humor no meu comentário e no final dele eu faço a seguinte pergunta para Alexandre Schwartsman:

            “Será que com sua capacidade premonitória, posta a prova na sua previsão sobre até onde o juro ia cair, até onde o dólar ia subir e os efeitos nos preços no Brasil da seca no oeste americano, você começa a ver indícios de recuperação da economia que vão levar o liguriano ao pedestal?”

            Era humor, mas havia também convicção no que eu dizia. Eu brinquei sobre as previsões de Alexandre Schwartsman porque de um lado ele realmente acertou ao dizer que a inflação ia aumentar, mas parte do acerto dele contou com os efeitos da seca que ocorreu no oeste americano de 2011 a 2013 e que pressionara bastante os preços no Brasil. De todo modo, naquele período eu começava a perceber que a economia brasileira também se recuperava. O PIB do segundo trimestre de 2013 só seria divulgado em final de agosto de 2013, mas já havia previsão de que ele fora muito bom. Em minha avaliação já ali eu imaginava que o Brasil estava retomando o crescimento.

            As informações sobre o PIB mudam muito. Em fim de agosto de 2013 sairia o PIB do segundo trimestre de 2013. Não sou economista e, portanto, não fico muito preocupado em saber como a economia está funcionando. Só me interesso pelos dados do PIB quando sai a publicação “Indicadores IBGE, Contas Nacionais Trimestrais” e tomo os dados apenas como indicadores. E quando monto um gráfico, se for possível, só utilizo os dados do quinto trimestre anterior ao último informado, pois esse dado ainda consta nos “Indicadores IBGE, Contas Nacionais Trimestrais” e já de forma mais definitiva.

            Lá no post “O Ministério da Fazenda, Aécio e um psicólogo amador, por J. Carlos de Assis” de quarta-feira, 08/10/2014 às 07:33, aqui no blog de Luis Nassif com o texto de José Carlos de Assis, em comentário que eu enviei quarta-feira, 08/10/2014 às 21:21 para junto do comentário de Motta Araujo de quarta-feira, 08/10/2014 às 11:05, eu montei um quadro que tenta mostrar como a economia funcionara até aquele momento em que eu fizera o comentário para Alexandre Schwartsman. O quadro traz uma coluna para os trimestres, uma seguinte para indicar o crescimento de um trimestre comparado com o trimestre imediatamente anterior, uma terceira coluna com os dados do crescimento anterior anualizado e uma quarta coluna mostrando a Formação Bruta de Capital Fixo. Transcrevo o quadro a seguir:

            Trimestre  — Cresc trim anterior — Anualiz o cresc –FBCF(trim ant.)

            3º Trim 2010             1,00           4,06 

            4º Trim 2010             1,10           4,47  

            1º Trim 2011             0,90           3,65 

            2º Trim 2011             0,60           2,42 

            3º Trim 2011             0,10           0,40 

            4º Trim 2011             0,10           0,40 

            1º Trim 2012             0,10           0,40 

            2º Trim 2012             0,10           0,40 

            3º Trim 2012             0,60           2,42 

            4º Trim 2012             0,90           3,65                       1,8

            1º Trim 2013             0,40           1,61                       3,9

            2º Trim 2013             2,10           8,67                       3,4

            Não peguei os dados mais recentes porque eles podem ser visto no último “Indicadores IBGE – Contas Nacionais Trimestrais – Indicadores de Volume e Valores Correntes Abril / Junho 2014” que pode se acessado no seguinte endereço:

            ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Fasciculo_Indicadores_IBGE/pib-vol-val_201402caderno.pdf

            E os dados anteriores ao 4º trimestre de 2012, com relação à FBCF não foram pesquisados porque eles eram negativos. Aliás, é importante observar que o que sustentava o PIB era o consumo das famílias. A FBCF precisa do espírito animal do capitalista. Então é necessário que o empresário perceba que as coisas estão funcionando a contento para ele investir. O primeiro momento a FBCF só diminuía. Até que o país começou a recuperar e ai o investimento foi retomado. Não era isso que eu queria mostra. Só queria mostrar que os investimentos tinham retomado.

            O endereço do post “O Ministério da Fazenda, Aécio e um psicólogo amador, por J. Carlos de Assis” é:

            https://jornalggn.com.br/noticia/o-ministerio-da-fazenda-aecio-e-um-psicologo-amador-por-j-carlos-de-assis

            O meu comentário é o penúltimo da primeira página havendo hoje 53 comentários.

            A recuperação, entretanto, sofreu um baque no terceiro trimestre de 2013. E o governo perdeu o fio da meada. Ali quando eu escrevi o comentário para Alexandre Schwartsman, eu imaginava que tudo ia dar certo para o governo. Na parte econômica, o terceiro trimestre foi a pá-de-cal em uma programação muito bem engendrada de recuperação da economia brasileira.

            Aliás, a própria redução do crescimento fazia parte da programação. Recentemente o Banco Central informou que havia uma bolha da construção civil em 2009. Com a política de juro se combate a inflação e as medidas macroprudenciais foram tomadas mais para atacar problemas de natureza tal como a bolha de ativos. Hoje não se fala mais na bolha, mas até 2012, o Fuhgeddaboudit™, um comentarista de direita e com provavelmente muito conhecimento de cálculo atuarial e que era frequente aqui no blog, ameaçava a economia com a bolha da construção civil.

            A previsão sobre a retomada da economia não dera certo. E não apareceu ninguém para explicar porque houve a reversão no terceiro trimestre de 2013. Em razão do insucesso, talvez Guido Mantega fique na história como um fracassado. E poderia ter sido um sucesso. Eu gosto do Guido Mantega em especial pela humildade numa área em que não há humildes e com a vantagem de que não se jacta da humildade. E ainda que ele saia como um fracassado, eu certamente vejo motivos para dizer que nunca houve um ministro como Guido Mantega.

            Clever Mendes de Oliveira

            BH, 14/10/2014

  3. 10/08/2002 – 08h07PT quer

    10/08/2002 – 08h07

    PT quer ajuda de Armínio Fraga em governo de Lula

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    FÁBIO ZANINI

    da Folha de S.Paulo

     

    Integrantes do alto escalão da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva defendem a colaboração do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, em um eventual governo do PT, no mínimo como um consultor informal.

     

    Petistas com voz ativa na campanha consultados pela Folha vêem o presidente do BC como peça importante para o período de transição e para a fase subsequente à hipotética posse de Lula.

     

    Há quem sugira até a criação de uma espécie de “conselho” para assessorar o governo, do qual Armínio poderia constar. Não há ainda posicionamento formal do partido quanto a isso, entretanto.

     

    Já a manutenção de Armínio no cargo pelo PT é definida por um líder partidário como “difícil”.

     

    O presidente do BC, cuja indicação, em 1999, foi recebida com críticas ácidas por lideranças petistas, hoje é respeitado dentro do núcleo moderado do partido.

     

    É tido, inclusive por Lula, como técnico competente, que se preocupa mais com a economia do que com posicionamentos partidários. Acima de tudo, é considerado bom negociador, mantendo relação estreita com um dos porta-vozes econômicos do PT, Aloizio Mercadante (SP).

     

    Tais características destoam radicalmente, segundo o PT, da personalidade de figuras como o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o ex-presidente do BC Gustavo Franco, vistos como arrogantes e com tendência a politizar demais suas ações.

     

    Segundo a Folha apurou junto ao alto escalão petista, existe pontualmente no partido o desejo de que Armínio permaneça à frente do BC pelo menos no início do governo Lula, para emprestar credibilidade ao governo e sinalizar ao mercado que mudanças de rota bruscas não serão feitas.

     

    Simbolismo

    As mesmas lideranças que admiram Armínio se dizem conscientes, contudo, de que mantê-lo no BC seria simbolicamente negativo para um partido que faz campanha com o discurso de mudança na política econômica.

    Teme-se inclusive comparação com o ex-presidente argentino Fernando de la Rúa, que se elegeu prometendo reformas e acabou trazendo para o governo um dos artífices do modelo então vigente, o ministro Domingo Cavallo.

     

    As chances de o PT manter o presidente do BC no cargo são pequenas, mas não podem ser descartadas totalmente, porque o assunto ainda não foi discutido formalmente pelo partido. “Manter ou não Armínio, bem como definir o grau de autonomia do BC, são temas que rondam a campanha em conversas informais, mas ainda ninguém as colocou na mesa”, disse um líder petista.

     

    Lula e o presidente do PT, José Dirceu, afirmam internamente no partido que o presidente do BC será trocado, porque acham Armínio muito identificado com a atual política econômica. Mas eles têm sinalizado que seu auxílio, mesmo informal, num eventual governo seria positivo.

     

    Múltiplas frentes

    O PT enxerga em Armínio qualidades que o colocariam em condição de atuar em várias frentes. Além de ajudar no dia-a-dia da operação do BC no início do governo, poderia atuar como uma espécie de embaixador econômico informal do Brasil, por ter vasta rede de contatos com a diretoria de organismos multilaterais -FMI, BID e Banco Mundial- e de bancos estrangeiros.

     

    Dificilmente o PT o colocaria em um cargo formal num governo Lula, do tipo negociador junto ao FMI. Esta é vista como uma função exclusiva do governo.

     

    O PT ainda não tirou posição oficial sobre Armínio nem o sondou, até porque o partido de Lula não sabe quais serão os planos do presidente do BC após deixar o governo. Ele já sinalizou publicamente que está disposto a colaborar com o futuro presidente.

     

    O que o PT já tem claro é que quer continuar contando com quadros do atual governo, de segundo e terceiro escalões. Funcionários graduados de instituições como Itamaraty e Banco Central -mesmo alguns diretores de perfil técnico- deverão ser mantidos, o que seria uma forma de dar tranquilidade à transição. Uma renovação total na administração está descartada.

     

    Outra idéia para acalmar o mercado que já foi aventada, a de antecipar nomes da equipe econômica ainda durante a campanha presidencial, tem chance remota de vingar.

     

     

    1. Publicidade

      O aecio depois da derrota vai ser convidado para ministro dos transportes do governo Dilma,principalmente para construir aeroportos na terra de parentes e chegados e metrô fictico nas terras do PSDB.tambem criara incentivo para a base aliada do helicoca que emprega piloto e paga gasolina em gabinetes.lembrando FHC vao naiufragar plataformasde petroleo para baratear o preço da Petrobras que sera leiloada a preço de nbanana.Com orientaçao dos alinça liberal.O peixa não vê a agua mas nada de braçadas em terra de piranha jacaré nada de costas.a maior derrota do melhor goverona da historia liula/Dilma é uma oposiçao nanica,raquitica,rasteira formada pelo cartel midiatico e seus dois netinhos.

  4. Hoje conversei com uma

    Hoje conversei com uma vizinha, funcionária da Caixa, que diz votar em aécio. Perguntei o que pode acontecer à CEF se Armínio Fraga fizer o prometido. Ela disse que isso são terrorismos. Pra ela, vai acontecer a junção dos bancos estatais, porque o papel desses bancos está todo embolado: Caixa fazendo o que devia ser do BB, etc. Sua argumentação maior foi recordar do sucedido ao BNH, que foi incorporado à Caixa sem prejuízo aos funcionários. Eu, que tenho uma poupancinha na instituição, já tenho medo do destino do meu dinheiro, imagine se fosse funcionária.

    1. Hoje conversei com uma

      Se o PSDB ganhar, toc…toc…toc.

      Assim será o calendário:

      DIA 31/12 feriado bancário. 

      Dia 1º/01- Posse do vencedor. toc.toc.toc.

      Dia 02/01 – feriado bancário (sexta feira) decretado.

      Dia 05/01 secunda feira – “As medidas impopulares e se possível no primeiro dia de governo”.

      Aí será tarde: Tal como Color de Melo, o mesmo programa para salvar o País. Seu dinheiro acima de R$50,00 em qualquer instituição e aplicação – TÁ  CONFISCADO.  NEFASTAS LEMBRANÇAS. 

      Valei-me Nossa Senhora!!!

    2. Hoje conversei com uma

      Se o PSDB ganhar, toc…toc…toc.

      Assim será o calendário:

      DIA 31/12 feriado bancário. 

      Dia 1º/01- Posse do vencedor. toc.toc.toc.

      Dia 02/01 – feriado bancário (sexta feira) decretado.

      Dia 05/01 secunda feira – “As medidas impopulares e se possível no primeiro dia de governo”.

      Aí será tarde: Tal como Color de Melo, o mesmo programa para salvar o País. Seu dinheiro acima de R$50,00 em qualquer instituição e aplicação – TÁ  CONFISCADO.  NEFASTAS LEMBRANÇAS. 

      Valei-me Nossa Senhora!!!

      1. Para a novela ! que eu quero descer !

        Mais um confisco, não !

        Mas o desespero dos que financiam o Aécio é enorme e exigem medidas exageradas mesmo. O confisco com outras medidas decididamente deve fazer parte do repertório do Aécio e do Armínio. Talvez sem devolução.

        Se ganhar o governo é melhor se prepararem mesmo.

        O Ouro não dispara, mas as compras da China, Russia, Índia, Israel,… estão no limíte do mercado.

        Sei não, mas vem chumbo grossso com esta gente, isto vem.

  5. Vamos ser HONESTOS, Por favor!!!!

    Por favor, sejamos verdadeiros, tenhamos o mínimo pudor. O que assisti no debate foi a fala de um homem honrado e responsável – com muitas chances de ser o futuro ministro da economia de um pais estagnado – sendo replicado pelo Sr. NINGUÉM. O Sr. Guido Mantega é, neste momento, EX-ministro em exercício – seja lá o que diabos for isso. Guido “Jabuticaba” Mantega.

    Quem em são consciência, faz tempo, liga para o que este Sr. fala. É um homem que se prestou ao papel de mero capacha da senhora Dilma. Isso, é claro, já nos diz bastente sobre ele.

    Olha, NUNCA, mas NUNCA mesmo, vou esquecer do dia em que este cidadão veio aos meios de comunicação para, em suma, dizer o seguinte: Se não fossem as coisas ruins; tudo estaria bem. Esse é o NAIPE do cara que FOI ministro da senhora Rousseff.

    A prova maior de sua “competência” nos foi dada por sua patroa: DEMISSÃO PELA TV.

    1. Com tanto senhor cidadão…

      Senhor cidadão
      senhor cidadão
      Me diga, por quê
      me diga por quê
      você anda tão triste?
      tão triste
      Não pode ter nenhum amigo
      senhor cidadão
      na briga eterna do teu mundo
      senhor cidadão
      tem que ferir ou ser ferido
      senhor cidadão
      O cidadão, que vida amarga
      que vida amarga.
      Tom zé

    2. O Sr pede honestidade, portanto

      eu ia escrever o que eu achei do comentário acima.

      Mas como sou educado, vou me abster.

      Como sempre, os defensores do Aécio, i.e.. do mercado financeiro, abusam de arrogância e grosseria pela falta total de argumentos racionais.

  6. Não sei se concluo algo disparatado, mas vi a plutocracia desesp

    Querem sair do enrosco em que se meteram.

    Não existe Mercado X Estado, tai o nobel da economia 2014 para não me deixar sozinho nesta, que por sinal defendo há mais de 40 anos.

    Existe é Plutocratas X o Resto da humanidade.

  7. Bem diferentes

    Armino foi retorico toda a entrevista. Não respondeu bem (convicentemente) as perguntas, fugiu à questão sobre o arrocho econômico que esta no tal programa do Aécio, jogou em cima do Lula os problemas econômicos no final do governo FHC, titubeou em varios momentos, quando deveria falar o que faria ‘se’ e ainda negou que ha uma crise econômica mundial grave.

    Guido foi didatico. Explicou muito bem o que os governos Lula e Dilma vêm fazendo e rebateu um a um os pontos levantados.

    Quanto a questão Selic, se não falaram, é porque estão de acordo com o que esta sendo feito. O Arminio me parece, sinceramente, pouco preparado para o mininstério da Fazenda. So o Aécio e o pavão não vêem. Agora que o mercado o adore, entendo perfeitamente.

     Alias, Arminio foi com uma num tom de azul e Guido com uma bonita gravata de seda vermelha :::)))

     

     

    1. Iguais

      Então não entendi nada… Arminio Fraga foi otimo na entrevista e respondeu muito bem a todas as questões, sem apelar para a retorica de que hoje esta muito pior que na sua época. Ja o Ministro Guido Mantega titubeou, não soube explicar porque o Brasil não cresce, não levantou dados etc… Eu hein ! Estão de mau humor nessa reta final das eleições ?

       

  8. O CANTO DE SEREIA CONTRA O BEM ESTAR SOCIAL

    O discurso que prega a priorização das práticas de mercado na definição da política econômica, conforme apregoado pelo especialista em especulação financeira que é o Armínimo Fraga, significa abandonar a ação estatal voltada para evitar os efeitos das crises cíclicas que periodicamente abalam o sistema capitalista em todo o mundo.

    As consequências deste opção voltada para o favorecimento do mercado em detrimento do bem estar social têm sido mostradas de forma cruel e desastrosas na trajetória que a Europa tem percorrido desde 2008, com um desemprego crônico e uma forte tendência recessiva, cujos efeitos tem sido bastante graves não apenas nos países mais frágeis, como Portugal, Espanha e Grécia, mas também na poderosa Alemanha.

    Alguns dos principais aspectos capazes de demonstrar a inadequação das políticas neoliberais preconizadas pelo guru da área econômica do PSDB foram muito bem destacados pelo ministro, especialmente na referência ao crescimento descontrolado da inflação ao final do segundo mandato de FHC, e à relação de tal descontrole com a situação extremamente crítica do Balanço de Pagamentos à época, decorrente da exigüidade das reservas cambiais, situação esta cujo saneamento constitui dos grandes feitos do PT à frente da Presidência da República.

    Outro destaque foi a clara demonstração de que a diferença essencial entre a política econômica desenvolvida pelos governos petistas e aquela esposada pelo neoliberalismo do PSDB é a concepção do papel do estado como promotor do desenvolvimento. E tal diferença está diretamente relacionada com a prioridade conferida pelo PT à políticas econômicas anti cíclicas, cuja implementação permitiu que o Brasil sofresse menos com a crise internacional iniciada em 2008, conforme resta evidenciado.

    Um recente artigo de um economista alemão destaca uma série de motivos para os brasileiros preferirem a continuidade do governo petista na Presidência da República, dentre os quais destacou a comparação entre a evolução do desemprego, que dobrou na Alemanha desde 2008 enquanto diminui em nosso país. E foi destacada também a diferença entre os índices de crescimento do PIB neste ano de 2014, no Brasil, estimado para 0,9%, mas que é bem menor na Alemanha, previsto para 0,3%, em grande parte em razão da linha neoliberal da política econômica adotada pela Alemanha.

    E vale destacar também a brilhante comparação feita por Mantega relativa ao contraste gritante entre o crescimento da renda per capita no Brasil, que foi de 3% no período 1995-2003, e de 30% no interregno 2003-2013. Faltou talvez apenas lembrar que tal crescimento é incompatível com a visão elitista e neoliberal de Armínio Fraga, que recentemente tem afirmado considerar o salário mínimo muito alto…

    Por fim, é dever destacar, com máxima ênfase, que o canto de sereia entoado pelo Aramánio Fraga, ao dizer que a redução da oferta de crédito pelos bancos públicos iria resultar em redução dos juros e spreads cobrados pelos bancos privados, não constitui uma questão de fé, ao contrário evidencia uma inegável má-fé ilusionista.

    É óbvio que o modelo de atuação dos bancos públicos durante os governos do PT é fator determinante da redução das taxas de juros de todo o mercado, e que a oferta de crédito, incrementada pela política de promoção do desenvolvimento, com estímulos tanto ao investimento produtivo quanto ao financiamento do consumo, é indispensável para prover condições favoráveis à manutenção e ampliação dos níveis de emprego, bem como à indução do crescimento econômico necessário para permitir a expansão das políticas de redução das desigualdades sociais e regionais.

    Dizer o contrário, como faz o especialista em especulação, é negar o óbvio.

    A verdade é que a preservação da prioridade que deve ser conferida à promoção do desenvolvimento com redução das desigualdades depende agora da reeleição de Dilma.

  9. O mais curioso foi ver os
    O mais curioso foi ver os direitistas fazendo propaganda deste debate imaginanfo que Fraga iria destruir o Mantega.

    Após o debate e, com o resultado bem mais favorável a Mantega (pífio para Fraga, segundo o FT), os mesmos direitistas solenemente ignoraram o assunto.

    Foi risível!

    1. Isso mesmo. Tinha um no meu

      Isso mesmo. Tinha um no meu facebook que não parava de comentar. Daí o debate aconteceu e não o vi nem falar um “piu” sobre o assunto. rs

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