
Rejeição a Bolsonaro, no Nordeste e entre mulheres, é expressiva.
Haddad tem muitos votos para colher no Nordeste.
Jornal GGN – O Ibope divulgado na terça (25) tentou dimensionar o tamanho do antipetismo, que é citado em vários debates quando o assunto é a possibilidade – que ganha contornos mais fortes a cada pesquisa – de um segundo turno entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro. Os dados do levantamento mostram, ao contrário do que foi produzido pelo senso comum nos últimos anos, um certo equilíbrio entre o volume de eleitores que rejeitam o PT – que o Estadão chamou de “antipetistas” – e os eleitores que têm o partido de Lula como sigla preferida.
Segundo o Ibope, exatamente 30% do eleitorado “não votaria de jeito nenhum” no PT, nesta eleição. Outros 27%, contudo, disseram que o PT é seu partido favorito dentre todos os outros. A margem de erro da pesquisa (em anexo) é de 2 pontos percentuais.
O Estadão divulgou esses dados sob a manchete “Bolsonaro cresce nas intenções de voto de antipetistas”. Mas o que se depreende da análise é que Bolsonaro, na verdade, abocanhou um eleitorado que tradicionalmente vinha votando no PSDB e outros candidatos contrários ao PT.
Na média nacional, Bolsonaro não cresceu desde a última pesquisa. Ele está hoje com 28% das intenções de voto, “estabilizou”, enquanto Haddad cresceu 3 pontos e chegou a 22%.
A mesma pesquisa Ibope indica que, no eleitorado “antipetista”, Bolsonaro cresceu de 53% (dado aferido no dia 11/9) para 59%. No dia 5 de setembro, véspera do atentado em Minas Gerais, ele tinha 41% entre os eleitores que rejeitam o PT. Ou seja, ele cresceu 18 pontos nesse nicho, sendo que 11 pontos ele retirou dos adversários, diz o Estadão.
“Com isso, o PSDB, que por mais de 25 anos polarizou a política nacional com o PT, perdeu na atual campanha o papel de protagonista no eleitorado avesso ao partido de Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os antipetistas, o tucano Geraldo Alckmin tem apenas 10% dos votos, o equivalente a um sexto da taxa de Bolsonaro”, descreveu o Estadão.
Os números mostram como a campanha de Bolsonaro esvaziou a de Alckmin em seu segmento eleitoral.

Hoje, o PSDB é o partido mais rejeitado por 8% dos eleitores, ocupando o segundo lugar. O PT é o primeiro, com seus 30%. Outros 10% citaram o PSDB como partido preferido.
REJEIÇÃO A BOLSONARO E HADDAD
Apesar do jogo aparentemente equilibrado no quesito favoritismo vs. antipetismo, é de se questionar se a rejeição a Haddad crescerá a ponto de permitir que Bolsonaro seja eleito.
O capitão da reserva é atualmente o candidato mais rejeitado de todos. Ele tem 46% de “não votaria de jeito nenhum”, contra 30% de Haddad.
Outra informação ruim para a campanha de Bolsonaro é: ele tem uma rejeição expressiva entre as mulheres (54%, contra 26% de Haddad), numa eleição em que o voto feminino pode virar o jogo. O resultado, inclusive, reflete movimento de mulheres organizado nas redes sociais, que ganhou repercussão internacional nesta semana, com as participantes usando a hashtag #elenão.
Além de ser repudiado no nicho feminino, Bolsonaro também é recordista em rejeição no Nordeste: lá, 60% disseram ao Ibope que não votariam no deputado de jeito nenhum.
A título de comparação: Haddad é rejeitado por 36% do Sudeste e 34% do Sul, regiões mais propensas a votar em Bolsonaro, em substituição ao PSDB.
Além da rejeição, no Ibope, Bolsonaro tem uma parcela de 24% de eleitores que dizem que votam nele hoje, mas que podem mudar de opinião até o dia 7 de outubro, ou que têm no candidato apenas uma “preferência inicial”.
Haddad, por sua vez, tem mais uma carta na manga: ainda tem metade do eleitorado do PT no Nordeste para conquistar. Do total de 22% que declaram voto no petista na média nacional, 34% estão no Nordeste, onde o PT teve, nas últimas 3 eleições presidenciais, um patamar de 60% dos votos.
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O antipetismo representa a direita brasileira.
Vejam o perfil ideológico dos brasileiros:
Direita comportamental
A virgindade da filha do vizinho não enche o bolso de ninguém.
Já viram algum anti América
Já viram algum anti América de MG? Ou anti Portuguesa? Mas anti Flamengo e anti Corinthians a gente vê bastante por aí, até aqui em BH. Normal. Isso mostra que o PT continua forte, ao contrário do que diziam aqueles que decretaram seu fim. Depois dizem que o PT é só o Lula. Aposto que anti PSL não deve ter ninguém, apesar da rejeição do boçal ser bastante alta.
Antidilmismo
A maior dificuldade no segundo turno será defender o governo Dilma. Hadad terá de antecipar os movimentos do adversário, como num jogo de xadrez, evitando comparações.
Datafolha vai dar 30 ou 32% para o Bolsa e 19 ou 20% para Haddad
A próxima pesquisa de intenção de votos da Datafalha deve dar 19 ou 20% de intenção de votos para o “Andrade” e 30 ou 32% para o Bolhossauro.
A conferir.