O anacronismo do neo anticomunistas brasileiros

Comentário ao post A indústria do anticomunismo na disputa política

Todos os neo anti-comunistas

Por Fábio de Oliveira

Todos os neo anti-comunistas brasileiros têm algo em comum: eles cheiram a mofo. O anacronismo deles é evidente. De fato os anti-comunistas não combatem uma ideologia revolucionária representada por um partido de massas revolucionário. O verdadeiro inimigo deles é a normalidade constitucional/eleitoral e a soberania popular.

Mas eles têm vergonha de sustentar abertamente suas teorias de supremacia social/racial. É por isto que recorrem ao anti-comunismo, ideologia que neste momento equivale a uma espécie de recalque discursivo: sob o neo anti-comunismo se esconde o que não pode ser dito.

Se fosse abertamente enunciada, a supremacia social/racial dos supostos anti-comunistas deslegitimaria automaticamente as lideranças deste movimento e sua proposta de rasgas a CF/88. Estamos diante de uma típica rebelião da Casa Grande, que procura restaurar seus privilégios político-oligárquicos que foram consolidados pelo Império e mantidos sob nossa primeira constituição republicana. Estes neo anti-comunistas no fundo acreditam que somente os ricos deveriam votar e ser votados, restringindo a política a um pequeno e seleto grupinho de “brancos bem nascidos e mestiços remediados e subservientes”.

Redação

11 Comentários

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  1. > Mas eles têm vergonha de

    > Mas eles têm vergonha de sustentar abertamente suas teorias de supremacia social/racial.

    Ô Nassif… isso aí virou post? É só o pessoal “anti-comunista” que espanca espantalhos? Francamente…

    Sei lá se o que incomoda é a suposta falta de civilidade no debate político ou o fato dele existir em moldes que não estejam estritamente confinados dentro dos muros do assim chamado “progressismo”. Alguns militantes disfarçados de jornalistas (porque falando em nome do “bom” jornalismo e não da sua militância, óbvio) chegaram ao ponto de criar (e muita gente comprou) o mito de uma imprensa majoritariamente conservadora no Brasil… que valores que podem ser identificados como conservadores essa grande imprensa defende?

    1. Essa foi boa:

      “chegaram ao ponto de criar (e muita gente comprou) o mito de uma imprensa majoritariamente conservadora no Brasil”

      Então me cita qual grupo de mídia brasileira que não seja conservador no seu “jornalismo”!

      Só um basta, e quero algum embasamento para entender onde começa para você o “conservadorismo”?

      1. Acredito ter feito uma

        Acredito ter feito uma pergunta simples, colocada de forma clara, mas repito de outra forma para ver se me faço entender: quais são os valores tradicionalmente ligados ao pensamento dito conservador que a nossa grande imprensa defende e que fariam dela, portanto, majoritariamente conservadora?

  2. Incomoda a quem?

    “Que valores podem ser identificados”…Todos os valores meu caro. Basta conhecer um pouco de jornalismo e de valores conservadores para sacar.

    1. Minha cara, a melhor maneira

      Minha cara, a melhor maneira de demonstrar falta de conhecimento sobre alguma coisa é, diante de uma pergunta específica, dar uma resposta generica. Mas ganhou cinco estrelas, parabéns! 🙂

  3. Confuso e fraco

    Acho confuso e fraco o seu argumento. Leva todo o problema para um assunto social/racial, e isso é muito amplo e complexo. É de esquerda, então, aquele moderninho, zen, maconheiro e que simpatiza com LGBT e, pelo contrário, é de direita um cara aprumado, com tradições, com certos valores e preconceitos pessoais. Agora, inventar nomes como “neo anticomunista” já é forçar a barra. Parece palavra tirada do dicionário do Gunter. O jogo político mundial não é mais entre esquerda e direita, mas a própria supervivência de cada país, como nação independente, perante a globalização que extrai o melhor de cada território e deixa o bagaço. Prefiro direitistas brasileiros, que amem o seu país, ao invés dos entreguistas tucanos, ou social-democratas de Green Card.

     

  4. devagar com o andor, fascismo X ex-comunismo.

    O comunismo não está mais em discussão. O que o arsenal nuclear e a tecnologia de Tio Sam não conseguiram em 70 anos, Reagan, Thatcher e João Paulo II conseguiram em menos de uma década. Usar a religião para derrubar o regime de Moscou, ninguém acreditava ser possível. Penetrar no Politburo e conseguir eleger um Gorbatchev que substituisse um regime de solidariedade por outro, de mafiosos eslavos, foi mais prático e barato. O PCUS, dirigido por dezenas de anos por camponeses e operários sem muita cultura, de repente foi assaltado por um engenheiro (Gorbatchev). Eu nunca havia visto uma “primeira-dama comunista”. Sua esposa Raíssa, doutora em Sociologia, era mostrada em todas as capas de revistas do mundo estilo Time, Vogue, Paris Match, etc. como exemplo da “mulher comunista”. Tanto endeusamento só podia dar no que deu. Gorbatchev era o Barbosa da vez. Não ficou dois anos no poder, foi derrubado por um bêbado louco, direitista radical, que pasmem, um ano antes era secretário-geral do Partido em Moscou, um dos cargos mais emblemáticos da burocracia soviética. Um tal de Bóris não-sei-o-quê, consultem o Google. Portanto, o comunismo como forma de governo de uma potência nuclear não existe mais, pois a China atual é tão comunista quanto Wall Street.

    O que existe no Brasil não é anti-comunismo nem neo qualquer coisa. É apenas um direitismo rasgado, que vai dos “debatedores” proto-fascistas do William Waack na GloboNews aos manifestantes coxinhas “apolíticos”, que quase destruíram a cidade por vinte centavos a mais nas tarifas de ônibus. Os mesmos que não se manifestaram quando Serra majorou essas tarifas em 17% e 15% em menos de 18 meses, num acumulado de uns 34%. Na Folha, só saiu no caderno “Cidades”: “Tarifa de ônibus vai para R$ 3,00 a partir de sábado, dia X.”.  O Brasil nunca esteve tão bem em sua história e nunca foi atacado com tanta virulência por sua imprensa como agora. Por quê? Essa ascensão da gente pobre, sem modos à mesa e falando alto nos voos para Miami, incomoda essa gente branca descendente de ladrões e bandidos europeus, que exibem seus loiros cachos e seus olhos claros como sinal de nítida superiodade entre os “morenos” brasileiros. Isso para eles, é inaceitável.

     

  5. A verdade é que sob o

    A verdade é que sob o disfarce da indústria do ‘anti-comunismo’ atuam os notórios defensores do Apartheid Social, do Elitismo, dos Golpes de Estado, das Ditaduras e do Reacionarismo.

    É aquele pessoal que diz que a África do Sul era melhor na época do Apartheid e que dizia que a criação do 13o. Salário seria desastroso para o Brasil (e que falavam o mesmo sobre a Lei Áurea e as Leis Trabalhistas). 

    Resumindo: Ele é um típico movimento organizado por quem não tolera a ascensão (social, econômica, cultural, política) dos trabalhadores e dos mais pobres. 

    O resto é conversa fiada para boi dormir.

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