“The Economist”: há muita conversa sonhadora na nova política de Marina

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Em matéria de matéria da “The Economist”, o jornal Valor Econômico trouxe uma avaliação da revista britânica sobre o advento Marina Silva. Segundo a revista a candidata do PSB é a mais provável vencedora das eleições presidenciais, mas com a ressalva de que precisará provar que será capaz de governar o Brasil.

A revista discorre sobre a trajetória política da candidata, dizendo não ser uma novata e que foi uma das fundadoras do PT, sendo depois ministra do Meio Ambiente no governo Lula e que ficou em terceiro lugar na corrida presidencial de 2010.

Afirmou ainda que a candidata tem apelo na parcela mais pobre da população, de onde veio e que também ganhou a simpatia dos mercados “que gostam de sua plataforma econômica ortodoxa”, e dos brasileiros comuns, que tem “um profundo desejo de mudança” depois de longo período de governo do PT.

Mas a reportagem vai mais longe, diz que Marina precisa superar duas preocupações em relação à sua conduta, caso vença as eleições. “A primeira é a reputação de intransigência, que tornaria difícil governar o Brasil, onde a coalizão multipartidária é a norma”. Relata que Marina renunciou ao cargo de ministra do meio ambiente em 2008 “por causa das oposições às políticas verdes, mas, em princípio, ela não poderá largar o Planalto”.

Continua a revista que “sua fé pentecostal faz com que não seja liberal em algumas áreas: recentemente ela tirou do programa de governo o apoio ao casamento gay”. No entanto, assinalou que, apesar disso, “Marina parece ter se tornado mais pragmática e tem se articulado bem com os empresários, diminuído sua hostilidade contra os grandes projetos hidrelétricos”.

Para a “The Economist” a segunda preocupação com a candidata está relacionada à experiência de Marina. Lembra que Dilma Rousseff já é presidente e que Aécio Neves governou Minas Gerais durante anos, mas as dúvidas pairam sobre Marina e sobre seus poucos conhecimentos econômicos.

Segundo a publicação, a formação de equipe econômica pode ser um ponto bastante delicado. “Eduardo Giannetti, um acadêmico respeitado que costuma ser consultado pela candidata, não deseja ocupar um posto ministerial. Armínio Fraga, ex-presidente do banco central e guru econômico de Aécio Neves, nega, até o momento, interesse em assumir o Ministério da Fazenda”.

Por fim, a revista diz que “Marina precisa explicar como pode governar o Brasil. No momento há pouca substância e muita conversa sonhadora sobre a nova política”. E prevê que, “no final, os eleitores do Brasil terão de fazer uma escolha entre a Rousseff sem brilho, o Aécio amigável aos negócios ou apostar na emocionante, mas obscura, Marina Silva”.

Com informações do Valor e por sugestão de Pedro Penido dos Anjos

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

14 Comentários

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  1.  
     
    Matéria atrasadaa .

     

     

    Matéria atrasadaa . Osmarina já cedeu  para o agronegócio, bancos e especuladores .

     

    Vai repetir o neoliberalismo pior que o de FHC .

      1. Já disse, mas isso não importa mais

        Depois da bomba das delações premiadas de Paulo Roberto Costa, o que pensa a The Economist é irrelevante.

        A atenção agora é sobre o tal “petrolão” (é o nome que estão dando), se existem provas etc. As denúncias são gravíssimas.

  2. sem fantasias nem delírios

     

    Não tenho dúvida de que votarei na Presidenta sem brilho. A propósito, havia um secretário de segurança aqui no Rio que afirmava que a noite do Leblon brilha (com cocaína, bem entendido). Já a puritana Maria Osmarina, embora não use drogas legais nem ilegais, está tentando criar um porre coletivo cuja ressaca serea amarga para todos os brasileiros.

     

  3. E daí……………….

    Artigo xulo, este do The Economist, repassado pelo Valor!!

    Falaram, falaram e falaram da bailarina e não disseram nada que prestasse! 

    Aos que querem embarcarem nesta aventura suicida, que o faça, mas sem meu voto, que ela jamais terá!

    O Brasil merece melhor sorte!!!

    Depois, não adianta chorar sobre  o leite derramado!!!!!!!!!!!!!!

  4. Como sempre a materia do The

    Como sempre a materia do The Economist é precisa, uma anlise de situação sem tomar lado, como já fizeram em 1914 ao analisarem os objetivos dos Imperadores da Russia, da Alemanha e do Rei George V nos dias antecedentes da Primeira Guerra Mundial. Ao se revelar o Pacto Germano Sovietico de 23 de agosto de 1939, The Econoist criticou o Foreing Office por sua lerdeza em negociar antes com os russos, The Economist reconheceu que o erro foi da Inglaterra.

    A cobertura do The Economist da Guerra Civil Espanhola foi soberba, seu reporter era ninguem menos que George Orwell. The Economist não toma lado, apenas analisa, faz isso há 167 anos.

    É considerada no meio jornalistico mundial como a melhor revista de informação do planeta, inimitavel, influente como nenhuma outra nos centros de poder, chancelarias, grandes bancos,  corporações e organismos multllaterais.

     

     

  5. Como Marina vai governar?

    Ora, ela já disse (ou confessou?)

    Será com os “melhores”…

    do capital predador e traíra da nação.

    Na verdade, a pergunta é imprópria: eles vão governar!

  6. o the ecobnomist  é

    o the ecobnomist  é neonliberal, mas sabe das imposturas que esse modelo provocou na europa,

    o caos economico, o desemprego etc.

  7. “e dos brasileiros comuns,

    “e dos brasileiros comuns, que tem “um profundo desejo de mudança” depois de longo período de governo do PT.”

    Sou um brasileiro comum e para mim a mudança começos há doze anos. Se continuar por mais uns trinta pode ser que consigamos ser razoavelmente desenvolvidos. Sou a favor da mudança e Dilma é sua representante.

    O resto é voltar para trás e conversa para enganar otáriios.

  8. O correspondente da ´the

    O correspondente da ´the economist´, tal como fez NASSIF, em outro post, no dia 02/09 – https://jornalggn.com.br/noticia/a-eleicao-de-marina-e-um-risco-sua-candidatura-um-avanco –  faz excelente leitura da realidade política e social e das razões que levam a maioria dos brasileiros a confiarem no discurso de mudanças políticas desafiadas por MARINA. Assim, apenas reitero aqui o comentário que fiz naquele post, afinal, estamos na correria da campanha, somos poucos e não temos 25.000 filiados em cargos públicos para as tarefas de levar à população o discurso “da esperança que vencerá o medo e o terrorismo eleitoral.”

    Destarte, a matéria fez o perfil e trajetória da nossa mulher, negra, pobre, estudiosa, religiosa sim, mas dedicada em toda a vida a construir um futuro melhor a todos, sem qualquer ranço corporativo ou de apartação entre ricos e pobres, pretos e brancos, elite e trabalhadores e conclui a matéria sugerindo o que seria o discurso do sonho petista: “Para a “The Economist” a segunda preocupação com a candidata está relacionada à experiência de Marina. Lembra que Dilma Rousseff já é presidente e que Aécio Neves governou Minas Gerais durante anos, mas as dúvidas pairam sobre Marina e sobre seus poucos conhecimentos econômicos..”.

    Eis, portanto, o sonho da presunção petista, a de que somente cabe ao PSB-MARINA e ao PCdoB, seus históricos aliados leais, o papel de coadjuvantes secundários e não o de protagonista das mudanças que a população defende e somente viáveis pela história do PSB – desde 1989 – por ter sido um partido não sectário que sempre compôs alianças políticas e de governos de coalizão com o PT e o PSDB.

    A matéria não diz que onde o PSB governa, a educação, a cultura e a educação são prioritárias. Não diz o que foi divulgado ontem pelo IDEB. Somente seis estados brasileiros superaram a meta préestabelecida, e desses seis, quatro são governados pelo PSB.

    Agora o discurso ´do medo´ da incógnita; da desconfiança com a inexperiência; da temeridade com as alianças de apoio, tudo enfim, argumentos fartamente utilizados contra LULA, revelam o medo da alternância de poder, em que, a derrota numa eleição é regra básica da democracia: o continuísmo é que não é democrático.

    Lembro que o Brasil precisa de uma liderança positiva, que olhe para a frente, pois de ´gerência´ já basta, e que MARINA, assim como FHC, CHAVES, LULA, MICHELLE, MANDELA, OBAMA ou CRISTINA são representações simbólicas de um movimento político revelado por mais de 70% dos eleitores que exigem mudanças no paradigma político e institucional. Essas são lideranças que representam um sentimento nacional e não são eleitos por serem bons e experimentados ´administradores´. São eleitos por melhor representarem esse sentimento da nação em um dado momento histórico. São eleitos para conduzirem seus países a uma nova realidade política. 

    As precondições estão dadas, em ambiente de paz e de conciliação, dependente apenas da grandiosidade política dos principais líderes partidários, caberá ao povo no exercício do voto soberano, legitimar esse processo político.

    Enfim, a eleição de MARINA-PSB  se destina a quem acredita que é possível colocar o Brasil no prumo e no rumo certo: economicamente próspero; politicamente democrático e socialmente justo.

  9. Apoios e desapoios

    (Pobres perderam uma aliada e os opulentos ganharam uma legitimadora. Leonardo Boff.)

     

    Principais apoios explícitos a Marina Silva

     

    Neca Setúbal e Roberto Setúbal. A família Setúbal é uma das controladoras de um dos maiores bancos do país, o Itaú-Unibanco. Os Setúbal, embora segundo a Forbes não possuam patrimônio superior a US$ 1 bi, são opulentos, como diria Leonardo Boff. Há notícias de que o Itaú deve R$ 18,7 bi à Receita referentes a impostos pela fusão com o Unibanco.

    Silas Malafaia, pastor dissidente da seita Assembleia de Deus. Malafaia criou uma nova seita chamada Vitória em Cristo, e fez fortuna. Segundo a Forbes, a fortuna pessoal de Silas Malafaia é de R$ 300 mi (Malafaia contesta e diz que tem “apenas” R$ 45 mi). Malafaia declarou que recebeu R$ 2 mi de um de seus fieis e uma Mercedes-Benz blindada no valor de R$ 450 mil de outro. Disse ainda que sua “igreja” fatura(!) R$ 50 mi/ano! Malafaia é outro opulento que apoia Marina.

    Clube Militar (Gal Purper Bandeira). O manifesto do Clube Militar em apoio a Marina foi redigido pelo general da reserva Purper Bandeira. Este general tem costumeiramente emitido bestialógicos político-partidários, nos quais se opõe a trabalhadores, atacando seus partidos e sindicatos. Reclama dos sindicatos porque estariam fazendo política partidária. Assim, para Purper Bandeira, militar fazer política pode, tanto que ele faz; já sindicatos, não! Mas o radicalismo e incoerência de Purper Bandeira têm explicação: o general vicejou nos anos da ditadura (aspirante em dezembro 1967, tendo chegado a coronel em  abril de 1990), sendo, portanto, manifestação do pior da ideologia atrasada produzida naquele período de trevas (até em sovietes ele fala!).

    Natura. A Natura foi multado em R$ 628 mi por IPI e PIS não recolhidos. O apoio da Natura, assim como o do Itaú, tem preço, a não ser que se acredite que se trata de puro idealismo.

    George Soros. George Soros é credor da Argentina e, provavelmente, do Brasil. Armínio Fraga foi empregado de Soros e, depois de ser empregado de Soros, foi presidente do Banco Central brasileiro! Enquanto devíamos dinheiro a Soros! Marina Silva é tida como marionete (puppet) de Soros, como noticia Wayne Madsen, em http://www.strategic-culture.org/news/2014/08/30/all-factors-point-cia-aerially-assassinating-brazilian-presidential-candidate.html, em artigo que traduzi e pus em comentário aqui no blog em outra thread.

    A turma do avião. A turma do avião, que, além de destilaria, é composta de importadora de pneus e mesmo a CIA (ver artigo antes mencionado de Wayne Madsen – ) uns opulentos e outros a serviços de opulentos de potência estrangeira.

     

    Principais desapoios explícitos a Marina Silva:

     

    Filha de Chico Mendes. No Facebook, Ângela Mendes, filha de Chico Mendes, à sombra do qual Marina se criou como personagem política, diz que a trajetória de vida da ex-senadora não basta para governador o país: “minhas dúvidas são pra Marina, mas minhas esperanças são pra companheira Dilma, que ela consiga, se eleita, continuar melhorando o Brasil, com uma política que tem problemas mas que não admite dúvidas”. Portanto, Ângela Mendes não só desapoia Marina Silva, mas, ao apoiar Dilma, é contra Marina.

    Bispo de Jales (SP), Dom Demétrio Valentin. Diz Dom Demétrio: “a gente tem medo do fundamentalismo que ela pode proporcionar. Existe na Marina uma tendência ao radicalismo, pela convicção exagerada ao defender seus valores e suas motivações, que pode derivar para o fundamentalismo”.

    Sindicatos e organizações de trabalhadores. Não há nenhuma organização importante de trabalhadores apoiando Marina, e quase todas são contra ela.

    Intelectualidade. Não há intelectuais importantes apoiando Marina Silva, exceto Caetano Veloso, se é que Caetano Veloso pode ser classificado como intelectual.

    Movimento LGBT. O movimento que em um primeiro momento tendeu a apoiar Marina Silva, é agora contra ela, como denota o manifesto de Jean Willys em que declara que Marina Silva “mentiu a todos nós”.

     

    Claro que omiti muitos apoiadores de Marina Silva e muitos que a desapoiam. Mesmo assim, dá para perceber um dos vieses da candidatura Marina, e que é o seguinte: Marina é muito mais apoiada por ricos, do que é por os pobres; e Marina é muito desapoiada por pobres do que por opulentos.

    Há outras categorias de apoiadores a Marina. Afora os apoiadores ricos, cujos interesses ($) são fáceis de identificar, há, também, os movidos por ideologia radical e cega, e que são massa fácil de manobra dos opulentos.

    Ainda quanto a apoiadores, enganam-se os que pensam que Marina é apoiada por evangélicos em geral. Não é. Marina é apoiada por “pastores” multimilionários (os da “teologia da opulência” que eles chamam de “teologia da prosperidade”, sistema em que a igreja faz as vezes de instituição de investimento). Nas “igrejas da opulência”, “pastores”  confessadamente “ganham” “doações” milionárias de fiéis e comandam igrejas feitas para faturar”! Marina é comandada, mais do que apoiada, por esses “pastores” opulentos.

    Há opulentos que apoiam Marina, como o pessoal do Itaú, da Natura e investidores internacionais que têm expectativas claras de obter retorno financeiro com a eleição de Marina Silva. Há “pastores” que querem manter a boquinha das “doações” milionárias (!) ad eternun a salvo de qualquer investigação (parece que querem mais isenções de impostos, como Marina teria prometido!)! Há os radicais raivosos que apoiam Marina (quem diria…) para acabar com partidos trabalhistas e sindicados, invocando “sovietes” (!) na empreitada tresloucada e jurássica.

    Se você é um do Povo, como eu sou, e acha que Marina vai nos ajudar, mesmo com todos os indícios de que ela vem para tirar mais dinheiro de nós para passá-lo a opulentos, de que a intolerância religiosa passará a reger nossa sociedade como acontece no Oriente Médio e de que vozes violentas da ditadura passada se farão ouvir, então, vote nela. Já eu acho que ruim com Dilma, muito pior sem ela.

     

     

  10. [  “A primeira é a reputação

    [  “A primeira é a reputação de intransigência, que tornaria difícil governar o Brasil, onde a coalizão multipartidária é a norma”]   De fato, para se fazer algo que preste, só pode chegar ao poder que tiver por lema, de uma canção, ¨vamos precisar de todo mundo¨.  Mesmo das correntes mais corruptas e muito especialmente dessas. Ou seja, o Brasil é simples de administrar, desde que se esquça esse coisa de sonhar, tem que ser apenas dentro do que a realidade obriga

  11. Então……………..

    Vamos ver agora se  a Dilma acorda, pois o Lula dormiu neste ponto, e implementa a regulação da midia, caso contrário, durante todo seu governo, no segundo mandato, irá sofrer este tipo de desconstrução.

    A ver…………….

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