Um Livro contra o Golpe, por Janderson Lacerda e Jean Pierre Chauvin

Organizado em parceria com Vitto Graziano, o livro reúne dezessete autores, quase todos professores e pesquisadores, alguns deles bastante conhecidos do grande público

Um Livro contra o Golpe

por Janderson Lacerda e Jean Pierre Chauvin

Que a história do Brasil é uma sucessão de golpes, provavelmente os leitores já o sabem. De fato, poderíamos afirmar que trajetória deste país é tão acidentada quanto maquilada, graças à combinação de violência e cinismo. A essa altura do planeta ne-pandêmico, deveria estar claro quem são nossos inimigos da banda de cá – a começar por alguns setores da assim chamada imprensa tradicional, que voltaram a demonizar o único candidato progressista com efetivas chances de vencer o pleito eleitoral de 2022.

De nada adianta protestar com perguntas ingênuas, tais como “o que a imprensa aprendeu com a eleição desses monstros?”. É evidente que os jornais e demais instituições conservadoras (de quê?) não tinham intenção alguma de que mudássemos para melhor. Seria absolutamente contraditório que uma imprensa sustentada por milionárias peças publicitárias, custeadas por donos da terra, detentores dos meios de produção, políticos latifundiários e multinacionais em nome da “liberdade”, estivesse preocupada com a melhoria das condições de vida do povo (embora finjam representá-lo).

É preciso recordar a ordem dos acontecimentos e o método empregado pelas ditas elites. O que temos assistido, desde 2013, é a maquinação do golpe parlamentar, deflagrado em nome da legalidade, da ordem e do combate à corrupção, em 2016. Contra as pedaladas fiscais (prontamente reeditadas por Michel Temer, sob o silêncio da mesma imprensa, meses após assumir o mandato roubado de Dilma Vana Roussef), o que temos assistido é, na escala geral, a promoção de irresponsáveis, maléficos e sujeitos muito mais corruptos ao poder máximo desta pseudorrepública. Eles são contra qualquer coisa que não represente vantagem particular, e contam com o silenciamento conivente das mídias e de seus diminutos eleitores.

Dizemos esse pouco para relembrar o nosso papel. Ser cidadão é, essencialmente, participar da vida política e enxergar o país criticamente. Divulgamos um trabalho importante, que visa a registrar impressões de variadas vozes sobre as consequências pessoais e coletivas do golpe. Em 15 de novembro de 2021 – data simbólica que nomeia o golpe da República aplicado em 1889 – lançamos uma campanha para publicação da coletânea Reflexões no Brasil Pós-Golpe, pela Luva Editora.

Organizado em parceria com Vitto Graziano, o livro reúne dezessete autores, quase todos professores e pesquisadores, alguns deles bastante conhecidos do grande público: Carlito Neto, Christian Dunker, Cleber Felipe, Eduardo Sterzi, Elika Takimoto, Elisabeth Spinelli Oliveira, Flavio Limoncic, Herbert Schützer, Janderson Lacerda, Jean Pierre Chauvin, Manoel Herzog, Pedro Marques, Regina Reinert, Sabine Mendes Moura, Veronica Stigger, Vitto Graziano e Xico Sá.

Estendemos essa mensagem a quem se interessar pelo tema do livro, pelas discussões que ele propicia e pela preservação da nossa memória. Se puder, acesse o site e colabore para que a coletânea chegue a mais pessoas. Muito obrigado.

Site da campanha: https://www.catarse.me/reflexoes_pos_golpe

Este texto não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Redação

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