O avanço da geopolítica eletrônica dos EUA

Jornal GGN – Uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos deu autorização para que o FBI (Federal Bureau of Investigation) e outros órgãos de segurança do país possam invadir computadores em qualquer local do mundo, com um único mandado judicial. Antes, os juízes federais só podiam autorizar os órgãos a hackear um computador dentro de suas juridições. Com as novas regras, o FBI vai poder realizar buscas em computadores de localização desconhecida.
 
A autorização gerou críticas dentro e fora dos Estados Unidos, levantando questões de violações à privacidade e a direitos dos cidadãos. A União Europeia disse que as mudanças das regras terão um “efeito inibidor” nas relações comerciais entre os EUA e a Europa. Leia mais abaixo:
 
Do Conjur
 
Decisão permite ao FBI invadir computadores em qualquer lugar do mundo

Graças a uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, o FBI (Federal Bureau of Investigation), assim como qualquer órgão de segurança do país, poderá “hackear” computadores “independentemente de sua localização física”, com um único mandado judicial. 

Até agora, os juízes federais só podem autorizar os órgãos de segurança americanos a “hackear” computadores dentro de suas jurisdições, por meio de mandado judicial sustentado em suspeita razoável de crime. Isto é, se o FBI, por exemplo, quiser invadir computadores de um suspeito em dez jurisdições diferentes, terá de obter dez mandados judiciais. Com a nova regra, bastará um.

Outra vantagem para os órgãos de segurança americanos, igualmente significativa, também vem da frase “independentemente de sua localização física”. Até agora, o FBI tem de descobrir a localização certa do computador, para pedir o mandado judicial na jurisdição certa. Nem sempre é possível descobrir a localização exata de um computador, porque ela pode ser obscurecida por meios digitais.

Com as novas regras, o FBI poderá, remotamente, fazer buscas em computadores de localização desconhecida. Há navegadores, como o Tor, que permite a usuários usar a Internet em completo anonimato. O FBI poderá espionar até mesmo computadores de vítimas de crimes cibernéticos.

As notícias se referem particularmente ao FBI porque a mudança foi feita nas “Regras Federais de Procedimento Criminal”. Mas são válidas para qualquer órgão de segurança. A Suprema Corte determinou que as novas regras entrarão em vigor apenas em 1º de dezembro de 2016. Até lá, o Congresso dos EUA poderá rejeitá-las ou alterá-las, antes que entrem em vigor automaticamente.

Reações
As mudanças geraram protestos em âmbito doméstico e internacional. No país, elas levantam dúvidas sobre questões de violações à privacidade e a direitos dos cidadãos, como os de não serem sujeitos a buscas e apreensões fora das proteções que lhes são garantidas pela Constituição dos EUA.

As novas regras possibilitam ao FBI fazer buscas em milhões de computadores ao mesmo tempo, disse o senador democrata Ron Wyden, por enquanto uma voz solitária no Congresso, prometendo apresentar projeto de lei para barrá-las.

Um caso possível (e comum) de invasão em grande escala pelo governo ocorre, por exemplo, quando o FBI decide atacar uma rede de crimes cibernéticos, formada por milhares de computadores comprometidos, chamados “botnet” — o termo é frequentemente associado ao uso de softwares maliciosos, referindo-se, às vezes, a uma rede de computadores. A maioria dos computadores “botnet” é usada por cidadãos comuns, que não têm ideia de que seus computadores estão comprometidos.

Em âmbito internacional, a União Europeia disse que as mudanças das regras exercerá um “efeito inibidor” nas relações comerciais entre os EUA e a Europa, que está “extremamente sensível” à vigilância cibernética do mundo desde que Edward Snowden as denunciou em 2013.

Já está abalado um acordo, duramente negociado entre o Departamento de Comércio dos EUA e a Comissão Europeia no início do ano, em que os americanos se comprometeram a não espiar os cidadãos europeus e que qualquer esforço dos EUA de vigilância estaria sujeito a claras limitações, salvaguardas e mecanismos de supervisão.

Para o diretor de Execução da Lei e Segurança da Informação da Google, Ricardo Salgado, apesar de o governo americano assegurar que não fugirá de seu objetivo, que seria apenas o de combater o crime, as novas regras irão permitir aos órgãos se segurança conduzir buscas fora dos Estados Unidos sempre que tiverem elementos para convencer qualquer juiz federal a expedir um mandado de busca.

 

Redação

12 Comentários

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  1. okay
    Mas aqui são criminosos.
    Caso alguém do Brasil seja grampeado quero ver a PF levar o Obama para depor….coercivamente.

    Quero ver a valentia da PF!

    1. Pois é…

      Abuso de poder, só contra os mais fracos, né.

      O FBI pode invadir sistemas informatizados da PF, do MPF, do STF e outros F’s, que garanto que não haverá “condução coercitiva” alguma… Porque assombração sabe prá quem aparece…

  2. Por sinal, o item parece ter

    Por sinal, o item parece ter sido mal traduzido ou interpretado.  A sentenca do meio nao faz uma gota de sentido solta no meio desse paragrafo:

    “Com as novas regras, o FBI poderá, remotamente, fazer buscas em computadores de localização desconhecida. Há navegadores, como o Tor, que permite a usuários usar a Internet em completo anonimato. O FBI poderá espionar até mesmo computadores de vítimas de crimes cibernéticos”

  3. o avanço da geopolitica…

    Snowden e Assange foram calados e em silêncio ficou toda a hipocrisia mundial. Assange inclusive continua enclausurado , sem que as tão afamadas Corte dos Direitos Humanos e Corte de Direitos Europeía deêm um único pitaco. Este caso vai de encontro a proibição imposta pelo juiz brasileiro a um aplicativo. É a mesma coisa. O direito nacional será atropelado pelos detentores da tecnologia. Seus mecanismos estão fora dos países. De forma centralizada quem detém a tenologia detém o poder.

  4. Podem cortar aa vontade

    Podem cortar aa vontade porque eu nao vou deixar de repetir:  o supremo americano legalizou trabalho escravo mundial.  Desde que o slave master seja os Estados Unidos.

    Eh MENTIRA deles que isso tem a ver com” terrorismo” ou “crimes”.  Eh mentira de todos eles.

    Tem a ver com trabalho escravo.  Isso eu vi na propria pele e nao vou parar de repetir NUNCA, ok?

  5. Dai saiu o engendramento

    Dai saiu o engendramento daquelas jornadas de junho de 2013 que coincide com o perído que o Brasil foi o país mais espionado.

  6. 1984, estado policial

    1984, estado policial pós-buschismo e 11 de setembro…

    o título geopolítica eletronica diz tudo sobre a possibilidade de guerra

    geopolítica contra os ditos inimigos dos eua….

  7. Qual é a novidade?

    Estão regulamentando o que fazem há muito tempo, desde a época do telégrafo e do pombo correio. Para lutar  contra isto precisamos de mais Snows e Assanges.  Mas temo que teremos mais é de Bin Ladens. Se há uma coisa que mais justifica o terrorismo dos fracos é a prepotência dos fortes.  Como culpar alquém que  tendo um vizinho cujo cachorro todos os dias ameaça a vida de seus filhos, e incapaz de impedi-lo pelos modos civilzados, um belo dia lhe dá de presente um pastel recheado de veneno?

  8. Você usando esse Windows e Android e acha que é seu.

    Você que esta aí usando esse sistema operaciona Windows e esses celulares instalados com o 

    Androide, usando o navegador Chrome, Facebook, Twetter.

    Isso tudo não é seu, você e seu computador é apenas um mero terminal de milhões de computadores,

    ligados ao governo americano. 

    O caso dos celulares é interessante, pois eles podem lhe ouvir, lhe ver e lhe localizar.

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