Irã e Venezuela: Vanguarda de um novo mundo?, por Peter Koenig

Sugestão de Alfeu

Irã e Venezuela: Vanguarda de um novo mundo?

Peter Koenig

New Eastern Outlook pelo Irã News 

Venezuela é estado campeão em democracia, em eleições democráticas, como ficou provado duas vezes nos últimos 12 meses, e mais de uma dúzia de vezes desde 1999. Pouco importa que o ocidente lunático não queira ver – simplesmente porque o ocidente (EUA e seus paus mandados e os vassalos europeus) não pode tolerar que um país socialista prospere – e tão próximo da fronteira do império e, como se fosse pouco, país riquíssimo em recursos naturais, como petróleo e minerais. O sucesso econômico da Venezuela poderia disparar ondas de choque “de esquerda” sobre a população norte-americana, zumbificada e bestializada, com fragmentos que ricocheteariam diretamente contra a Europa de olhos bem vendados.

Seria terrível. Por isso a Venezuela tem de ser economicamente estrangulada, literalmente, por sanções ilegais, por intervenções externas absolutamente ilegais contra a Venezuela soberana, por distribuição de alimento e remédios para corromper, não para alimentar e curar, literalmente pagando aos motoristas de ônibus para que não se apresentem para trabalhar, e assim deixar sem transporte a população que viaja de casa para o trabalho e do trabalho para casa; e corrompendo caminhoneiros para que não entreguem as cargas, para mostrar prateleiras vazias nos supermercados. As prateleiras devidamente fotografadas, fazem crer que a Venezuela esteja à beira do colapso.

Os menos jovens lembrarão que esse foi exatamente o padrão da interferência dos EUA no Chile, em 1973, que levou ao golpe instigado pela CIA que matou o presidente Salvador Allende, democraticamente eleito, e pôs no poder o neonazista Augusto Pinochet. A interferência externa – pela CIA e por outros serviços secretos mantidos pelo Departamento de Estado dos EUA – também está ativada agora, tentando influenciar e boicotar o processe eleitoral democrático na Venezuela. Não funcionou. Não conseguiram.

Situação semelhante acontece com o Irã – nação poderosa, com nível altíssimo de formação intelectual, de pesquisadores, na indústria e na agricultura e – o mais importante – com um modo de pensar nacional coletivo que não deixa espaço para as armadilhas que inventem o ocidente e, nem é preciso dizer, que Washington invente. Irã é país líder no Oriente Médio e eventualmente será o principal pilar de estabilidade da região.

Nenhum governo israelense se atreveria a desafiar o Irã. As ameaças de Netanyahu não passam de provocações vazias. O Irã também tem aliados fortes e confiáveis, como China e Rússia. A China está comprando grande parte da produção de petróleo e gás do Irã e não ficará indiferente num confronto de EUA-Israel contra o Irã. Assim sendo, o Irã não precisa submeter-se à ditadura de Washington. O Irã é nação soberana, já abraçou a via da ‘Economia de Resistência’ –, uma separação gradual do sistema monetário ocidental fraudulento baseado no EUA-dólar. O Irã considera atualmente a possibilidade de lançar uma criptomoeda gerida pelo estado, que seria imune às sanções ocidentais – como o petro venezuelano apoiado no petróleo.

Se o ocidente permitisse que a Venezuela prosperasse, o povo norte-americano teria chance para acordar. E, por exemplo, exigir explicações de por que o próprio governo é tão pouco democrático, tão antidemocrático, a ponto de interferir nos assuntos de outros países em todo o mundo, derrubar governos soberanos – matar milhões que não aceitem curvar-se às regras do ditador norte-americano; e, em casa, semear o medo, servindo-se de ataques forjados, ataques terroristas encenados que vão de tiroteios em escolas, massacres nas ruas (Manhattan) e bombas em Maratonas (Boston).

Nada muda que o presidente dos EUA por trás desses ataques chame-se Trump, Obama, Bush, ou Clinton – e a lista continua. Pode-se acompanhar até muito antigamente, sempre o mesmo padrão de submissão dos cidadãos pelo medo, pela propaganda, por atos de terror. Todos eles sempre perseguem a mesma agenda sinistra, da hegemonia mundial a qualquer preço.

Venezuela – e nesse sentido também o Irã – são assunto completamente diferente. A Venezuela elegeu dia 29/7/2017 a Assembleia Nacional Constituinte, processo elaborado, transparente, para estabelecer um verdadeiro Parlamento do Povo. A ideia é brilhante, mas, claro, foi condenada pelo ocidente, declarada fraudulenta –, porque a elite reinante do ocidente não pode permitir e não permitirá que o povo assuma o poder.

Quando o presidente Rouhani do Irã foi reeleito em maio de 2017, Washington festejou, certa de que Rouhani se curvaria às regras do ocidente. Não. Não aconteceu assim. De fato, manteve o curso definido antes, embora tentando preservar relações cordiais – e de negócios – com o ocidente, mas pelas regras do Irã. Dado que isso não parece admissível, especialmente depois de Trump ter-se retirado unilateralmente do Acordo Nuclear Iraniano [ing. Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA)], e de ter reimposto “as mais duras sanções que o mundo jamais viu”, restou ao Irã separar-se decididamente do ocidente e unir-se às alianças orientais, a União Econômica Eurasiana (UEE), à Organização de Cooperação de Xangai (OCX). Precisamente o que a Venezuela também está fazendo, assumindo as dificuldades, mas procurando pastagens mais amistosas – e um futuro que certamente será mais próspero.

Os parlamentos ocidentais estão convertidos em cortinas de fumaça, cuja utilidade é camuflar ditaduras financeiras e ainda pior, mais recentemente, opressão policial e militar das populações, com os governos cada dia mais temerosos de que o povo levante-se – o que afinal o povo está mesmo fazendo, nesse momento, na França, contra a nova lei trabalhista de Macron, o projeto de tirar dos trabalhadores todos os direitos adquiridos em décadas de trabalho duro. Basicamente, desde fevereiro passado, os franceses tomaram as ruas de Paris, sem medo, apesar de a França já ser o país mais fortemente militarizado da Europa. Os cidadãos franceses enfrentam gás lacrimogêneo, canhões d’água e munição de borracha, mas não desistem de defender, não só seus direitos trabalhistas, mas também o direito democrático deles e dos demais povos da Europa à livre manifestação – que em muitos países da União Europeia (UE) morreu morte sem alarde.

Dia 20/5/2018, a Venezuela realizou mais uma eleição pacífica e absolutamente democrática para e presidência, acompanhada por observadores internacionais vindos de mais de 40 países, incluindo o ex-presidente do Equador, Rafael Correa, e o ex-presidente da Espanha, José Luis Zapatero. Todos confirmaram a transparência do sistema eleitoral venezuelano e conclamaram a comunidade internacional a respeitar os resultados da eleição. Verdade é que EUA e Europa têm muito a aprender do processo eleitoral e da democracia da Venezuela.

Washington, seus vassalos europeus e a Organização dos Estados Americanos (OAS), mais uma vez – nunca muda! – condenaram as eleições como fraude, antes até de as eleições acontecerem, e queriam que o presidente Maduro cancelasse as eleições (que arrogância! Que arrogância abjeta!). Assim também o chamado Grupo de Lima – um colegiado de 14 nações latino-americanas – acusou o governo do presidente Maduro de manipular as eleições e declarou os resultados “ilegítimos”, também antes de o primeiro voto cair na urna. Mas o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter, fundador do Centro Carter, foi claro: “Consideradas as 92 eleições que monitoramos, eu diria que o processo eleitoral na Venezuela é o melhor do mundo.”

Zapatero disse em conferência de imprensa que a UE, que foi convidada diretamente pelo presidente Nicolas Maduro para participar do grupo de observadores internacionais, não enviou representantes, por causa de seus “preconceitos”. Zapatero disse que “Há preconceito, e a vida e a experiência política consiste em combater os preconceitos e poder conhecer a verdade sem intermediários.” Disse também que a OEA usa dois pesos e duas medidas, sempre contra a Venezuela: “O que a OEA declarou, até hoje, sobre o que se passa no Brasil e em Honduras?”

Correa complementou: “Ninguém pode questionar as eleições venezuelanas (…) não há no mundo eleições monitoradas com tanta transparência como as eleições da Venezuela.”

A perfeita correção das eleições na Venezuela também foi confirmada pelo Conselho de Especialistas em Eleições Latino-americanos (CEELA). Moscoso, presidente do CEELA, disse que a delegação de seu Conselho reuniu-se com especialistas e candidatos antes das eleições do domingo [20/5/2018] e confirmaram a plena “harmonia no processo eleitoral.”

Nenhum membro da comissão altamente qualificada de observadores que acompanharam as eleições na Venezuela tem qualquer dúvida de que as eleições na Venezuela foram corretas e de que Nicolas Maduro foi legitimamente reeleito com 68% dos votos para mandato de seis anos – de 2019 a 2025. O dito “baixo” comparecimento às urnas, de 54% é atribuído, no ocidente, ao trabalho do governo, que teria impedido que eleitores dos candidatos da oposição votassem. Verdade é que o comparecimento foi de ‘apenas’ 54%, porque o ocidente (UE e EUA) trabalharam ativamente com a oposição, para boicotar as eleições. Nessas circunstâncias, 54% de comparecimento é número excelente, especialmente se comparado ao comparecimento de eleitores em eleições nos EUA. Em 2016, ‘apenas’ 55,7% dos eleitores compareceram às urnas para eleger Trump em 2016 – proporção apenas ligeiramente superior ao que se viu na Venezuela; Obama só tirou de casa, para a eleição de segundo mandato, em 2012, 58% do eleitorado.

É horrendamente vergonhoso que nós, jornalistas independentes e analistas de geopolítica, pouco tenhamos feito para defender a transparência e a correção das eleições e do sistema democrático venezuelano – o melhor do mundo –, contra governos nos quais mentiras e fraude são itens do cardápio diário das autoridades, servidos em geral com táticas para iniciar conflitos e guerras e morticínio de milhões, como o pão com a manteiga. Sim, pão e manteiga, porque a economia dos EUA não sobrevive sem guerras, e os fantoches ditos “a elite” europeia já estariam reduzidos a estrume se não se tivessem convertido em estados policiais militarizados opressores.

A isso está reduzido o mundo neoliberal/fascista do século 21 –, um punhado de estados mafiosos sem ética, onde a lei é feita por criminosos de colarinho branco a serviço de governos dominados pelas grandes empresas.

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Há outras razões pelas quais a Venezuela tornou-se uma vanguarda do novo mundo emergente – um mundo que se vai gradualmente separando do ocidente.

Ao lado de China e Rússia, a Venezuela está entre os primeiros países a abandonar o EUA-dólar como moeda comercial. Caracas já vende seus hidrocarbonos para a China em troca de Yuan chineses conversíveis em ouro. A Venezuela é também o primeiro país do mundo a introduzir uma criptomoeda com lastro em petróleo, o petro, que logo será desenvolvida para o petro-ouro [esp. Petro-Oro], outra criptomoeda controlada pelo governo, com lastro em ouro e outros minerais.

Nenhuma das outras moedas lançadas privadamente, como Bitcoin, Ethereum, Litecoin, Monero, Ripple – e literalmente mais de 3 mil moedas digitais – têm qualquer lastro. Podem ser consideradas fiat money, altamente especulativas, que se prestam para lavagem de dinheiro e outras fraudes.

Quando o petro foi lançado em março de 2018 atraiu interessados de 133 países, na pré-venda do equivalente a US$ 5 bilhões. O primeiro dia de pré-venda alcançou equivalência de US$ 735; é número impressionante, que indica o grande interesse em todo mundo, à procura de uma alternativa ao sistema monetário ocidental dominado pela moeda dos EUA – indispensável e construído sob medida para manobrar sanções, bloquear transferências monetárias internacionais e confiscar fundos de outros países em vários locais do mundo. Isso porque todas as transações internacionais em dólar têm de transitar por algum banco norte-americano, em Londres ou em New York.

Sem divulgar muitos detalhes sobre o petro – e por boas razões – o presidente Maduro elogiou o petro como arma chave em sua luta no que ele chamou de “guerra econômica” comandada pelos EUA. A criptomoeda digital com lastro em petróleo pode ser convertida em yuan, rublos, liras turcas e em euros – moedas que, todas, indicam que o mundo deseja uma alternativa – e a Venezuela deu o primeiro passo na direção de oferecer uma possibilidade.

Ao mesmo tempo, Rússia e Irã também anunciaram a introdução de uma criptomoeda oficial. São escudos poderosos contra a intrusão e a interferência do EUA-dólar. Criptomoedas gerenciadas pelos estados são de fato ferramentas de excelência para uma abordagem de “Resistência Econômica” contra sanções comerciais. A Rússia está muito à frente desse grupo. Como o presidente Putin disse já há dois anos, as sanções foram a melhor coisa que poderia acontecer à Rússia, economicamente devastada desde o colapso da União Soviética. Forçada pelas sanções, a Rússia avançou na direção da autossuficiência; reconstruiu a própria agricultura e o seu parque industrial ultrapassado; iniciou processos de pesquisa e desenvolvimento para energia e uso racional dos recursos – e fato é que, nos últimos três anos tornou-se o maior exportador de trigo do mundo.

Abordagens semelhantes já se veem também em larga escala em outros países alvos do regime de sanções de Washington, a saber, no Irã, em Cuba, na República Popular Democrática da Coreia e, claro, na China. Ser independente da economia ocidental também significa afastar-se da globalização e, especialmente, da hegemonia globalizada do EUA-dólar.

A Venezuela é a vanguarda de um movimento de países que começa a crescer e que já abandonaram o EUA-dólar para negócios internacionais – como Índia, Paquistão, Irã.

Essa tendência é crescente e pode se converter num grande movimento de nações independentes, que tem potencial para pôr de joelhos a economia dos EUA. É guerra sem agressão, mas com vias alternativas para sobreviver à violência econômica promovida por Washington, às tentativas comandadas pelos EUA para subjugar o mundo à ditadura do EUA-dólar – vale dizer, à hegemonia do EUA-dólar. O movimento de resistência vencerá.*******

 

* Peter Koenig é economista e analista geopolítico. Trabalhou por 30 anos no Banco Mundial como economista, em vários países, nas áreas de água e meio ambiente.

 

http://www.iranews.com.br/ira-e-venezuela-vanguarda-de-um-novo-mundo/

Original: https://journal-neo.org/2018/06/04/will-iran-follow-in-the-footsteps-of-venezuela-a-vanguard-of-a-new-world/

 

 

Redação

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  1. CARTA DO PRESIDENTE LULA À NAÇÃO :

    CARTA EM DEFESA DA DEMOCRACIA

    ​Meus amigos e minhas amigas,
    Chegou a hora de todos os democratas comprometidos com a defesa do Estado Democrático de Direito repudiarem as manobras de que estou sendo vítima, de modo que prevaleça a Constituição e não os artifícios daqueles que a desrespeitam por medo das notícias da Televisão.
    A única coisa que quero é que a Força Tarefa da Lava Jato, integrada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público, pelo Moro e pelo TRF-4, mostrem à sociedade uma única prova material de que cometi algum crime. Não basta palavra de delator nem convicção de power point. Se houvesse imparcialidade e seriedade no meu julgamento, o processo não precisaria ter milhares de páginas, pois era só mostrar um documento que provasse que sou o proprietário do tal imóvel no Guarujá.
    Com base em uma mentira publicada pelo jornal O Globo, atribuindo-me a propriedade de um apartamento em Guarujá, a Polícia Federal, reproduzindo a mentira, deu início a um inquérito; o Ministério Público, acolhendo a mesma mentira, fez a acusação e, finalmente, sempre com fundamento na mentira nunca provada, o Juiz Moro me condenou. O TRF-4, seguindo o mesmo enredo iniciado com a mentira, confirmou a condenação.
    ​Tudo isso me leva a crer que já não há razões para acreditar que terei Justiça, pois o que vejo agora, no comportamento público de alguns ministros da Suprema Corte, é a mera reprodução do que se passou na primeira e na segunda instâncias. 
    Primeiro, o Ministro Fachin retirou da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal o julgamento do habeas corpus que poderia impedir minha prisão e o remeteu para o Plenário. Tal manobra evitou que a Segunda Turma, cujo posicionamento majoritário contra a prisão antes do trânsito em julgado já era de todos conhecido, concedesse o habeas corpus. Isso ficou demonstrado no julgamento do Plenário, em que quatro do cinco ministros da Segunda Turma votaram pela concessão da ordem.
    Em seguida, na medida cautelar em que minha defesa postulou o efeito suspensivo ao recurso extraordinário, para me colocar em liberdade, o mesmo Ministro resolveu levar o processo diretamente para a Segunda Turma, tendo o julgamento sido pautado para o dia 26 de junho. A questão posta nesta cautelar nunca foi apreciada pelo Plenário ou pela Turma, pois o que nela se discute é se as razões do meu recurso são capazes de justificar a suspensão dos efeitos do acordão do TRF-4, para que eu responda ao processo em liberdade.
    No entanto, no apagar das luzes da sexta-feira, 22 de junho, poucos minutos depois de ter sido publicada a decisão do TRF-4 que negou seguimento ao meu recurso (o que ocorreu às 19h05m), como se estivesse armada uma tocaia, a medida cautelar foi dada por prejudicada e o processo extinto, artifício que, mais uma vez, evitou que o meu caso fosse julgado pelo órgão judicial competente (decisão divulgada às 19p0m).
    Minha defesa recorreu da decisão do TRF-4 e também da decisão que extinguiu o processo da cautelar. Contudo, surpreendentemente, mais uma vez o relator remeteu o julgamento deste recurso diretamente ao Plenário. Com mais esta manobra, foi subtraída, outra vez, a competência natural do órgão a que cabia o julgamento do meu caso. Como ficou demonstrado na sessão do dia 26 de junho, em que minha cautelar seria julgada, a Segunda Turma tem o firme entendimento de que é possível a concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário interposto em situação semelhante à do meu. As manobras atingiram seu objetivo: meu pedido de liberdade não foi julgado.
    Cabe perguntar: por que o relator, num primeiro momento, remeteu o julgamento da cautelar diretamente para a Segunda Turma e, logo a seguir, enviou para o Plenário o julgamento do agravo regimental, que pela lei deve ser apreciado pelo mesmo colegiado competente para julgar o recurso?
    As decisões monocráticas têm sido usadas para a escolha do colegiado que momentaneamente parece ser mais conveniente, como se houvesse algum compromisso com o resultado do julgamento. São concebidas como estratégia processual e não como instrumento de Justiça. Tal comportamento, além de me privar da garantia do Juiz natural, é concebível somente para acusadores e defensores, mas totalmente inapropriado para um magistrado, cuja função exige imparcialidade e distanciamento da arena política.
    Não estou pedindo favor; estou exigindo respeito.
    Ao longo da minha vida, e já conto 72 anos, acreditei e preguei que mais cedo ou mais tarde sempre prevalece a Justiça para pessoas vítimas da irresponsabilidade de falsas acusações. Com maior razão no meu caso, em que as falsas acusações são corroboradas apenas por delatores que confessaram ter roubado, que estão condenados a dezenas de anos de prisão e em desesperada busca do beneplácito das delações, por meio das quais obtêm a liberdade, a posse e conservação de parte do dinheiro roubado. Pessoas que seriam capazes de acusar a própria mãe para obter benefícios.
    ​ É dramática e cruel a dúvida entre continuar acreditando que possa haver Justiça e a recusa de participar de uma farsa.
    Se não querem que eu seja Presidente, a forma mais simples de o conseguir é ter a coragem de praticar a democracia e me derrotar nas urnas.
    Não cometi nenhum crime. Repito: não cometi nenhum crime. Por isso, até que apresentem pelo menos uma prova material que macule minha inocência, sou candidato a Presidente da República. Desafio meus acusadores a apresentar esta prova até o dia 15 de agosto deste ano, quando minha candidatura será registrada na Justiça Eleitoral.

    Luiz Inácio Lula da Silva
    Curitiba, 3 de julho de 2018

  2. Lula

    Lendo o texto uma certeza: Pelas mãos do império e de seus capitães do mato, Lula apodrecerá na prisão. Só o povo nas ruas tira ele de lá.

    O Brasil, pela extensão, riquezas e economia é peça chave geopolítica. É o líder natural da América Latina. Dai o Brasil com os BRICS serem uma ameaça para o domínio dos ricos. O pais tem a capacidade de erguer a região, Venezuela incluída. O que pega é a voz do dono difundida pela globo PLIMPIG. A coxinhada de plantão ainda sonha e briga para aparecer no plimplim.

    -A coisa está feia “mermão”, com a globo não há solução!

  3. Dúvida

    Caso uma moeda tenha lastro numa unidade fisica de medida, quilograma ouro, por exemplo, então ela não é uma criptomoeda. E, nesse caso, onde entram as criptomoedas nessa história?

    A criptografia não seria justamente um meio de substituição do lastro físico ou político-econômico-militar, no caso do governo americano?

    Enfim, o Petro, não seria apenas uma moeda com lastro em petróleo? E, nesse caso, não é uma criptomoeda?

    A criptografia, no meu entendimento seria um meio para criar uma espécie de “controle social” ou dos usuários da moeda.

    Em relação a uma criptomoeda, as dúvidas são: a) como ela é gerada?; b) quem pode gerá-la?; c) para que serve?

    E o “x” da questão está na relação: meio de troca X reserva de valor. Se todos podem gerá-la, ela perde referência de valor de troca. Se apenas alguns podem gerá-las, elas deixam de ser meio de troca para se tornarem fonte de poder (pela simples posse).

  4. Bobagem

    “Venezuela é estado campeão em democracia, em eleições democráticas, como ficou provado duas vezes nos últimos 12 meses…”

    Parei aqui nessa primeira grande bobagem…democracia com inúmeros oposicionistas presos? Fraudes evidentes nas eleições? Uma ANC controlada pelo governo e que age no interesse dele? 

  5. Inverdades e manipulação

    Há claros indícios de manipulação neste artigo.

     

    O embaralhamento cronológico é extremamente desonesto.

     

     

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