Ministério Público vai apurar descumprimento de outorga da Sabesp no Sistema Cantareira

Do G1

MP vai apurar se má gestão agravou crise do Sistema Cantareira
 
Órgão quer saber se Sabesp desrespeitou regras de outorga. Nível do Sistema Cantareira foi de 13% no sábado e domingo.
 
Márcio Pinho

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) vai instaurar esta semana um inquérito para apurar uma possível má gestão da água no estado e o descumprimento da outorga que concedeu à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) o direito de explorar o Sistema Cantareira.

No sábado (5), o nível do sistema chegou a 13% e se manteve no domingo (6). O Cantareira é responsável por abastecer cerca de 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo, além de atender as regiões de Piracicaba e Campinas, no interior do estado.

A informação sobre o inquérito é do promotor do Meio Ambiente, José Eduardo Ismael Lutti. “Queremos saber se houve má gestão. Uma das principais exigências da outorga é que a Sabesp tomasse medidas para não ficar tão dependente do Sistema Cantareira”, disse.

Em 2004, a Sabesp recebeu autorização válida por dez anos da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), órgão ligado ao governo estadual. Na portaria que concedeu a outorga, o Daee determinou que a Sabesp deveria providenciar, em 30 meses, estudos e projetos para viabilizar a redução de sua dependência do Sistema Cantareira.

Uma reunião será realizada nesta segunda-feira (7), na sede do Ministério Público em São Paulo, para definir o promotor da área de meio ambiente que ficará encarregado do inquérito. Procurada, a Sabesp não respondeu ao G1 até a publicação desta reportagem.

Julho
A estiagem atípica registrada no primeiro trimestre de 2014 antecipou, do fim de agosto para meados de julho, a previsão de “colapso” no Cantareira, aponta um novo estudo do Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão (GTAG) do sistema.

Em fevereiro, a previsão era que o volume útil das represas se esgotaria no final de agosto, no cenário mais pessimista de falta de chuvas. Agora, nas mesmas condições, a estimativa é que a água acabe já em julho, forçando a retirada, a partir de então, do chamado “volume morto”, que necessita de bombeamento para ser captado.

O relatório do GTAG é assinado pelo Daee, pela ANA, pelos comitês das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e das Bacias do Alto Tietê, e pela Sabesp, após uma reunião no dia 28 de março.

O governo de São Paulo tenta conter a crise no abastecimento de água com um bônus de cerca de 30% no valor da conta para consumidores de 31 cidades da Região Metropolitana que economizarem 20%.

“Apenas cinco [municípios da Grande São Paulo ficaram de fora]: Guarulhos, Mogi das Cruzes, Mauá, Santo André e São Caetano, porque não são operados pela Sabesp”, afirmou o governador do estado, Geraldo Alckmin, no dia 31.

 

Redação

2 Comentários

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  1. Ministério Público de São

    Ministério Público de São Paulo… Ministério Público de São Paulo… Ministério Público de São Paulo…

    Onde foi mesmo que eu já ouvi isto antes?…

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