As controvérsias sobre a Guerra do Paraguai

Jornal GGN – 150 anos depois do início da Guerra do Paraguai e ainda há controvérsia entre os historiadores sobre os motivos do conflito. O Paraguai lutou contra Brasil, Argentina e Uruguai, acabou derrotado e ainda sente as conseqüências da guerra. Alguns especialistas afirmam que a guerra era parte da política expansionista de Solano López, outros que foi uma reação desproporcional do ditador à invasão do Uruguai pelo Império brasileiro.

Após 150 anos, estopim da Guerra do Paraguai ainda gera controvérsia

Por Tahiane Stochero

Do G1

Historiadores divergem sobre a verdadeira razão para o início do conflito. Mas há consenso em dizer que ditador paraguaio errou ao declarar guerra.

Procissão no Tagy durante a Guerra do Paraguai (Foto: Fundação Biblioteca Nacional)

Já se passaram 150 anos do início da Guerra do Paraguai (1864-1870) e ainda há controvérsia entre historiadores sobre os motivos que levaram o ditador paraguaio Francisco Solano López a dar início ao maior conflito armado da América Latina. O Paraguai lutou contra a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) e acabou derrotado. Até hoje o país não se recuperou plenamente das consequências da guerra.

Alguns especialistas entendem que o conflito era parte da política expansionista de Solano López, outros afirmam que foi uma reação “desproporcional” do ditador à invasão do Uruguai pelo Império brasileiro.

Solano López declarou guerra ao Brasil em 13 de dezembro de 1864 e, em seguida, invadiu a região que hoje corresponde a Mato Grosso do Sul. No mesmo ano, o Brasil havia invadido o Uruguai e destituído o presidente. 

Para o cientista social e doutor em história das relações internacionais Francisco Doratioto, Solano López tinha um plano: ele teria declarado a guerra em busca de novos territórios e de uma saída para o mar através do domínio do Rio Prata – libertando-se, assim, das tarifas alfandegárias cobradas pelo porto de Buenos Aires.

O líder paraguaio Francisco Solano López (Foto: Reprodução/Site da Vice-Presidência do Paraguai)

Autor do livro “Maldita Guerra”, Doratioto afirma que, na época, havia litígio de territórios no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul. “López usou a invasão ao Uruguai como desculpa, pois já havia mobilizado forças na fronteira mesmo antes disso acontecer e sem nenhum risco de ameaça”, afirma.

Estudioso autodidata do conflito, o brasileiro Júlio José Chiavenato vê em Solano López apenas uma atitude de defesa dos interesses paraguaios, após o Brasil invadir o Uruguai sob alegação de que brasileiros estavam sofrendo ataques em meio à guerra civil que acontecia no país. Para Chiavenato, López entendeu como um ato de guerra a invasão ao país com o qual tinha acordos de defesa mútua.

General Mitre e seus oficiais do Estado-Maior durante a Guerra do Paraguai (Foto: Reprodução/Fundação Biblioteca Nacional)

Autor do livro “Genocídio americano: a guerra do Paraguai”, publicado em 1979, Chiavenato entende que Solano López se sentiu ameaçado por pensar que seria o próximo alvo do Império brasileiro. O ditador, porém, não acreditava que a guerra se estenderia por tanto tempo e que se trataria depois de uma atitude suicida iniciar o conflito, afirma o escritor.

“A intervenção brasileira no Uruguai era uma coisa que vinha sendo preparada há muito tempo. A reação do Paraguai foi desproporcional, pois não tinha diplomatas com traquejo para negociar a situação. López teve uma reação passional: quando se viu ameaçado, reagiu de forma patriótica”, diz Chiavenato. Apesar disso, ele acredita que o Brasil queria a guerra. “López só a antecipou.”

Em um ponto, porém, há consenso entre os historiadores: Solano López errou ao iniciar uma guerra que matou boa parte da população de seu país e provocou consequências econômicas, sociais e políticas que o Paraguai não conseguiu superar até hoje.

‘Culpa do Brasil’

O historiador Ricardo Henrique Salles, autor do livro “Guerra do Paraguai: escravidão e cidadania na formação do Exército”, enxerga no Brasil a culpa pelo conflito. “O Paraguai avisou que, se o Brasil invadisse o Uruguai, declararia guerra. López só declarou guerra porque achou a invasão uma ameaça fatal a ele.”

Segundo Salles, a História oficial brasileira trata a invasão ao Uruguai e a Guerra do Paraguai como conflitos diferentes quando, na verdade, trata-se de um só. A invasão ao Uruguai foi um “ato agressivo” do Império brasileiro que desencadeou a guerra, afirma.

“A ação do Brasil no Uruguai foi sem provocação alguma, foi uma invasão mesmo, usando pretextos fúteis do assassinato de brasileiros no país quando, na verdade, o governo brasileiro comprou a briga de estancieiros gaúchos que tinham interesse em terras”, defende.

Corpos de paraguaios mortos durante a guerra empilhados no campo, em imagem de 1866 (Foto: Fundação Biblioteca Nacional)

Apoio na Argentina

Segundo o historiador, não havia evidências de que, depois do Uruguai, o próximo país a ser invadido seria o Paraguai. Além disso, Solano López teria apostado que enfraqueceria o Brasil e que teria o apoio de grupos na Argentina – superestimando suas forças e subestimando as forças do Império. “A estratégia dele deu errado, ele fez uma guerra errada. Já o Brasil achou que a guerra seria um passeio e que, com o que tinha na época em efetivos militares, daria conta, o que não ocorreu”, diz Salles.

Ele diz que a guerra se estendeu mais que o esperado para ambos os lados devido ao “terreno inóspito muito desfavorável e desconhecido” em que foi travada, na fronteira pantanosa, e também “à bravura do soldado paraguaio, que via a guerra como uma agressão à sua terra”.

População paraguaia e mortes

Outro ponto controverso que envolve a Guerra do Paraguai é a situação do país na época que começou o conflito.

Com base em dados demográficos, Júlio José Chiavenato diz que é possível apontar a população paraguaia em “mais ou menos 800 mil pessoas”, e que “a guerra provocou uma matança absurda” deixando o Paraguai em uma situação “que até hoje não se recuperou”. Segundo ele, morreu na guerra cerca de 90% da sua população masculina maior de 20 anos.

“Esta guerra foi uma coisa tão indecente e vergonhosa que só durante o conflito que se soube que, no pacto da Tríplice Aliança, havia uma cláusula que previa que ela só terminaria com a morte de López e a troca de poder no Paraguai, não se poderia assinar armistício”, afirma o escritor, acrescentando que o conflito produziu um trauma no continente.

Residência do Barão do Triunfo, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, é protegida por tropas (Foto: Fundação Biblioteca Nacional)

“Todos estes números são polêmicos. As informações que eu tenho é que o Paraguai tinha cerca de 400 mil pessoas e que sobraram 180 mil a 200 mil no fim da guerra. Mais de dois terços da população masculina”, aponta o professor Doratioto.

Já para Salles, que leciona história na UniRio, os números sobre a população paraguaia na época eram de 300 mil a 700 mil. “Ninguém consegue chegar a um número preciso”. Ele discorda de Chiavenato quanto à “matança” provocada pela guerra e afirma que 80% dos mortos – cerca de 300 mil pessoas – foram vítimas de fatores indiretos, como fome e doenças.

Negros e escravos

Outra polêmica do conflito foi o fato de o Brasil ter enviado escravos como soldados. “A maioria dos soldados era negra, mulata, mestiça, mas o Exército não aceitava escravos. Há uma confusão entre a população negra que era livre e a população que era escrava. Cerca de 10% da tropa era de escravos, que foram libertos para lutar. Isso pegou mal para o Brasil na ordem moral e social, um país escravagista ter que recorrer a escravos para se defender”, afirma Salles.

Já para Chiavenato, que teve acesso à documentação do conflito, apesar de não haver números oficiais, a maior parte da tropa brasileira era, sim, de escravos. “Eles eram enviados para irem no lugar de brancos de classe média que eram convocados. O Brasil não tinha Exército na época, era uma Guarda Nacional, mas que só existia no papel, com cerca de 23 mil homens que não tinham nem farda”, diz. Já do lado paraguaio, Chiavenato vê o patriotismo como fator preponderante na luta: “Foi uma luta coesa, o povo entendeu que, se a guerra fosse perdida, seria o fim do Paraguai”, diz.

Salles e Doratioto também dizem acreditar nisso: “O paraguaio lutou bravamente. O povo viu a guerra como uma ameaça e uma agressão à sua terra. Claro que, por ser uma ditadura, o governo de López tinha poder coercitivo. Mas isso não explica o povo paraguaio lutar como lutou”, afirma Salles.

Redação

44 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

      1. Na ponte do Itororó,

        Então, eis que, à frente, um “general”, dispara em direção ao inimigo e grita o “brado retumbante” que ficou conhecido:- Sigam-me os que forem brasileiros! (Havia sido que um soldado, inadvertidamente, cutucou o cavalo dele com a ponta de uma lança…)

        1. E tem um tenente, também…

          …parece que lá pelos lados de Guia Lopes da Laguna, que teria dito, em momento histórico memorável ao enfrentar o inimigo paraguaio:- Sei que morro, mas o meu sangue e de meus companheiros cravará na terra e servirá de protesto solene contra os invasores do solo da minha pátria!

          1. E tem aquela famosa lápide…

            “Aquí radica veinte valientes soldados paraguayos muertos por un cobarde brasileño”!

          2. Estava em Pedro Juan Caballero junto a Ponta Porã

            E eram sete velentes soldados paraguaios mortos por um covarde brasileiro.

          3. Tenente.

            Tenente Antonio João, dizem que não era tenente e sim cabo. Como cabo não podia ser herói, ele virou tenente. Era para abandonar o posto, mas ele ficou e morreu. 

  1. Até onde sei, a guerra

    Até onde sei, a guerra diplomática começou quando o Paraguay iniciou a construção da Fortaleza de Humaitá para ter poder absoluto sobre o tráfego de embarcações no Rio da Paraguai . Naquela época o principal acesso a algumas cidades brasileiras no Mato Grosso era feito por via fluvial e a referida fortaleza poderia interromper, como de fato interrompeu, toda a navegação rio acima isolando uma parcela imensa de nosso território. Argentina e Uruguai também se sentiram ameaçados pela ambição de Solano Lopez e crescente militarização do país que ele governava com mão de ferro. O caudilho paraguaio, pelo que pude entender, queria ter o monopólio da produção de chá e cometeu um erro de cálculo ao ameaçar seus visinhos e, depois, invadir territórios brasileiros que julgou indefesos e que seriam considerados perdidos por D. Pedro II. O Brasil uniu-se a Argentina e ao Uruguai e selou o destino da guerra. Solano Lopez acreditava que era um invencível Napoleão latino-americano, mas acabou morrendo a golpes de baioneta nas barrancas de um córrego. Bem feito. 

    1. Exato, Solano López era o

      Exato, Solano López era o típico filhinho de papai vagabundo latino-americano. Cercado por “yes men”, possui o pior serviço de inteligência de todos os países, pois seus assessores, com medo de serem presos e mortos, só relatavam o que ele queria ouvir. Por isso acreditou que venceria a guerra facilmente, Brasil e Argentina se desintegrariam, e ele, López, conseguiria o controle absoluto sobre o sistema fluvial do Prata, de Assunção até Montevideo, anexando, ainda, os ervatais brasileiros de Mato Grosso.

  2. Li dois livros

    Do Chiavenato, no início dos anos 80 e sua história de levantamento bibliofráfico numa motocicleta. Como adolecente acreditei piamente. Depois adulto li Maldita Guerra do Doratiotto. Não tem como comparar o levantamento minucioso dele com a copia do Chiavenato de um livro argentino como soube depois. O primoroso trabalho bibliográfico acaba com a versão do Chiavenatto que a Inglaterra queria a guerra, que o Paraguai era uma nação próspera e democrática e que os soldados brasileiros eram bestas feras que trucidavam as pobres crianças paraguaias. Interessante que depois da dezembrada e derrota definitiva do exercito de Solano Lopes e com a queda de Assunção o exercito Brasileiro e Caxias queriam encerrar a guerra, mas Solano Lopes não queria se entregar e continuou utilizando o povo paraguaio como bucha de canhão. Algo semelhante a que Hitler fez ao povo alemão na 2º Guerra.

    1. “Estudioso autodidata do

      “Estudioso autodidata do conflito, o brasileiro Júlio José Chiavenato”

      Traduzindo: “Historiador” amador.

      O livro do Chiavenato é uma vergonha, um verdadeiro monumento à ignorância e falsificação históricas, muito bem recebido pelos ditadores colorados do Paraguai.

      Esses “historiadores” de botequim, quando falam em “invasão” do Uruguai, ignoram todo o contexto histórico da região(outrora parte do Vice-Reino do Prata e do Império do Brasil), a posição do Brasil como garante, segundo os termos da Convenção de Paz de 1828, a disputa entre o Império e as Províncias Unidas pelo território, já bastante eqaucionada quando o desastrado Solano López decidiu intervir, com o iontuito de conquistar territórios e fragmentar o Brasil(López acreditava que a guerra promoveria uma guerra civil no Brasil, um levante de escravos e a reativação do conflito farroupilha) e a Argentina(Corrientes, Entre-Ríos).

      Esses historiadores de botequim “esquecem” também as interferências uruguaias e argentinas em conflitos internos do Brasil, como a Guerra dos Farrapos, e o papel incendiário dos orientais, desde Artigas, no surgimento de conflitos nos países vizinhos.

      Quer dizer, o Uruguai intervir em conflitos internos no Brasil pode, mas, se o Brasil fizer o mesmo, é invasão?

      Toda a região sul era conturbada, ainda não estava consolidade a formação dos Estados nacionais, e alianças nos pampas se baseavam em alianças entre clãs, sem qualquer limitação em termos de fronteiras nacionais. Por isso não se pode falar em “invasão brasileira” do Uruguai, o que havia eram conflitos transfronteiriços entre Brasil, Argentina e Uruguai, com intervenção de todos os participantes.

      Para os defensores das sandices do historiador de botequim Chiavenato, basta ver como a não-pacificação desses movimentos montoneros, no caso argentino, se estenderam bem no século XX, com consequências terríveis para todos.

  3. Nassif
    O Paraguai era a nação

    Nassif

    O Paraguai era a nação que tinha um desenvolvimento superior a todos os países da america e ameaçava a industria inglesa e seus interesses na região.

    Vejo a guerra do Paraguai como uma pauta estrangeira, que com certeza nos beneficiou.

    1. Falso, a Inglaterra era a

      Falso, a Inglaterra era a principal fornecedora de produtos industrializados ao Paraguai, havia técnicos ingleses por todo o país, os britânicos sempre se posicionaram contrários à guerra, que não seria boa para o comércio inglês.

      O que houve no Paraguai foi uma abertura tardia, iniciada apenas após a morte de Francia, uma abertura que gerou o mesmo sentimento de prosperidade da Abertura dos Portos no brasil, quase meio século antes.

      O dilema de Solano López consistia em manter o ciclo de expansão da economia paraguai, necessidade indispensável para a manutenção da ditadura paraguai(o regime menos democrático de todos os participantes da guerra). Para isso, López necessitava eliminar a competição a seu único produto de exportação – a erva-mate, única fonte para geração de divisas que assegurassem a continuidade das importações – no Mato Grosso, e a conquista de um porto que livrasse o Paraguai de sua dependência histórica do porto de Buenos Aires.

      Curiosamente, os paraguaios só se livrariam do gargalo portenho com sua ligação terrestre aos portos do sul do Brasil, estratégia geopolítica brasileira para reduzir a influência argentina naquele país.

    2. Também já li isso por diversas vezes,

      Também já li isso por diversas vezes, a Inglaterra não via com bons olhos o crescente desenvolvimento industrial do Paraguai, com exceção dos Estados Unidos era o mais industrializado da América e tanto a Espanha como Portugal desestimulavam as indústrias em suas colônias, obrigando esses países a comprar produtos industrializados dos países sedes. A Inglaterra ganhou muito dinheiro vendendo uniformes, botas, armas e canhões às tropas dos três países, Brasil, Argentina e Uruguai e fez vultosos empréstimos ao Brasil para os gastos de guerra.

    3. A reportagem omite esta causa continda no livro do Chiavenato

      Caro Mário,

      A reportagem omite esta “causa inglesa” da guerra.

      É curioso, pois o objetivo da matéria é exatamente buscar as causas da guerra. E para o Chiavenato, pelo que me recordo, a causa está associada a exigências inglesas.  

      Enfim, não entendi. Ou melhor, acho que entendi. A matéria saiu no G1.

      Abraços

       

       

  4. Outro ponto interessante é a

    Outro ponto interessante é a propaganda de guerra paraguaia, baseada na superioridade racial dos paraguaios contra o exército de “macacos” do Brasil.

  5. Guerra do Paraguay.

    Doratioto supera todos os outros autores. Seu livro é embasado em estudo minucioso de fontes, se não me engano chega a mil fontes.  Chiavenato fala aí no final do texto que o Brasil não tinha exército e que usou escravos, o que é correto e mostra que o país não estava preparado para a guerra e não tinha intenção de fazê-la. Já o Paraguai tinha exército regular. A violência da guerra foi provocada pelos paraguaios, em território brasileiro eles estruparam e queimaram casas, faziam a tática da terra arrasada. O revide brasileiro foi brutal, mas tem explicação. Afinal era uma guerra.

  6. Histórias e suas estórias

    Olá pessoal,

     a versão em que me baseio para compreender essa “guerra” é outra. Vejamos. ( de forma bem rápida)

    Inglaterra  queria um reaproximação com o “Brasil” ( no fundo brasil coisa nenhuma, colônia de  Portugal mesmo depois do berro no ipiranga sobre uma mula doente).

    Antes dessa guerra de idiotas, uma arbitragem teria “solucionado” um desentendimento na compra e venda da principal MERCADORIA da época: seres humanos, mais conhecidos como ESCRAVOS.  Semoventes! Um CAPITAL  e tanto não!? Trata-se do RENTISMO DA ÉPOCA, mutatis mutandis, permenecendo até hoje, como gosta de se referir  Mino Carta à Casa Grande e a Senzala. 

    Em suma, Inglaterra se reaproximou.

    Depois, é preciso considerar que  o Paraguai não era tão “colônia”  assim. Era um exceção na América Latina , pois era o único país que sobrevivia SEM RECORRER AO CAPITAL ESTRANGEIRO. Fonte: livros de história que não me lembro mais o nome dos autores( desculpem-me)

    Bom, o restante foi o incentivo, sabe como, aquele impurrão alienígena( dos paises desenvolvidos)  para o “Brasil” ( que não era brasil) para  destruir aquela “potência latino americana”. prepotente,   metido a besta,  que não precisava  do pais desenvolvido, DA POUPANÇA EXTENA, como diria os economistas de escol de meia tigela! Vá lá “Brasil” e destrua-os para que eles se tornem nossos servos também.

    E o restante a gente já sabe no que deu.

    E foi assim que o Paraguai deixou de ser Paraguai para se tornar, com o devido respeito, uma  “merdinha” – junto com as outras – Brasil  por exemplo, aqui no continente dos “mestiços”.

    Recentemente, novas intervençoes dos anglos saxões  ocorrerão aqui no QUINTAL, isto é, no POMAR DO  MUNDO.

    Reforma sugerida por Thacher e Regan e copiada pelo PSDB.

    Vamo que vamo…

    Saudações 

     

  7. Perdemos uma grande chance

    O livro Maldita Guerrado historiador Francisco Doratioto é a obra definitiva sobre a Guerra do Paraguai. O de Julio José Chiavenatto é apenas um livreco, panfleto ou libelo infanto-juvenil escrito por um “autodidata” sem qualficação acadêmica para o assunto. Tem o nível candente de outra porcaria: As veias abertas abertas da América Latina do uruguaio Eduardo Galeano que se inspirou no relato inqualificável do Padre Bartolomeu de Las Casas. Antes que alguem proteste é bom saber que Eduardo Galeno repudia sua obra escrita na adolescência e não gostaria de ser lembrado por ela.  O Brasil deveria ter anexado o Paraguai por questões humanitárias e também mantido a Provincia Cisplatina por razões estratégicas. Agora é tarde. Não dá mais. Mas o Jânio imaginou anexar as Guianas.

    1. Francisco Doratioto  não

      Francisco Doratioto  não passa de um escritor mediocre. Leia Thomas Whigham, Léon Pomer, Cárcano, R.J., De Marco, M.A., Franco, V.I.,, De Marco, M.A. , Thompson, G, , García Mellid, A …Leiam escritores serios !!! 

      1. Justifique sua afirmativa

        e cite os livros. Seu comentário parece um bebê chorão dor de cotovelo. Questione o levantamento bibliográfico e fale aonde o Doratioto barberou

    2. História

      Desconheço as qualificações do senhor ao fazer esta série de afirmações qualificando diversos livros para arrematar com “o Brasil deveria…” como se os fatos dependesem dum único fator: a vonrtade.

      Em relação ao que eu sei, Galeano não só não era adolescente ao escrever As Veias Abertas, mas já era editor em Buenos Aires da revista Crisis, tinha perto de 30 anos, não partiu do livro de Bartolomé de las Casas e nunca repudiu esse seu primeiro livro.

      O que eu já li foi ele dizendo que não mudaria uma vírgula dele (o livro) mas que também não voltaria a escrevé-o pois ele, depois de vários anos, também era outra pessoa e sua maneira de se expressar era outra. Normal, alguém não ocngelado no tempo.

      1. Manipulações da historia

        Bem, satisfaço-lhe a curiosidade: apenas formação, discernimento intelectual e 38  anos lendo, escrevendo, estudando e lecionando  Historia do Brasil. Daí as apreciações sobre os 4 autores; Doratioto, Chiavenatto, Galeano e Bartolomè de Las Casas. Opinião que divulgo em publico ou nas aulas e não obrigo ninguem a compartilhar; apenas peço competência na contestação. Galeano repudiou o livro em diversas entrevistas, Procure na net. Escreveu-o em 1970, perto dos 30 anos, com ideias que vinham da adolescência, leituras como a de Las Casas e fortes influências do ambiente político da epoca. Quanto a anexação, foi apenas uma ironia da minha parte. Mas, convenhamos, teria sido um bom negocio, embora não muito digno. Já que driblamos Tordesilhas, era só um pecadilho a mais. Abraços.

        1. Chiavenatto e Galeano

          Chiavenatto e Galeano produziram panfletos de propaganda política, não trabalhos históricos. A contradição é recepção e acolhimento dessa propaganda política de esquerda pela ditadura colorada no Paraguai, que aproveitou a exaltação feito com inverdades e mistificações do caudilho López II, o pior e mais retrógrado ditador da América do Sul no século XIX.

          Já o debate histórico desse tópico é um exemplo do clima de forte polarização da última eleição. Se o senhor continuar a defender a obra de Doratiotto e criticar Chiavenatto, já será classificado de “tucanalha” ou algo do tipo.

          Faz-se necessária maturidade e integridade intelectual para superar a infantilidade desse pensamento binário.

           

  8. E o contexto?

    Qual o contexto econômico em que foi travada a guerra? Quais as disputas comerciais existiam entre os dois países, quais as alianças internacionais de cada um?

    Não sou historiador, mas acredito que sem levar em conta o contexto, focalizando apenas nos eventos que deflagraram o conflito não ajuda a esclarecer sua motivação.

    1. Loucura.

      Não havia motivos para a guerra. Solano Lopez era um ditador e fez uma loucura ao invadir o Brasil. Se ele queria uma saída para o mar, invadir o Brasil o ajudou em quê?

    2. As causas externas se

      As causas externas se referiam principalmente ao comércio de erva-mata na região, e o desejo paraguaio de incorporar os ervatais de Mato Grosso, fonte de mate de alta qualidade(ao contrário da erva mate ao sul, de menor qualidade), e à geopolítica do sistema fluvial do Prata, de qual todo o comércio dependia.

      Todas as partes tinham interesses na questão. Argentina e o Uruguai competiam por meio dos portos de Buenos Aires e Montevideo; o contorle argentino do delta do Prata(onde está localizada Buenos Aires)remete à disputa pelo controle do sistema fluvial do Prata por portugueses e espanhóis, iniciada em fins do século XVII com a fundação da Colônia de Sacramento pelos portugueses, nas margens orientais do Prata(em frente à Buenos Aires).

      Brasil e Argentina(Províncias Unidas) herdaram o conflito colonial, que se desenvolveu tendo como teatro, principalmente, o território uruguaio, colonziado por espanhóis e portugueses. Porém, o conflito se estendia por toda a região sul, vide a invasão argentina em fins do século XVIII.

      Ao longo do século XVII, a Coroa portuguesa procurou ocupar o território meridional do Brasil por meio de atividades oficiais(a expansão no litoral, com a fundação de Paranaguá, Santa Catarina, Colônia de Sacramento), e extraoficiais(a expansão Bandeirante rumo às missões jesuíticas do Guairá e outras, obra de Raposo Tavares.

      O primeiro entendimento efetivo sobre os limites da região se deu com o Tratado de Madri, de 1750, na qual os portugueses garantiam o controle sobre o que é hoje o sul do país(os 7 Povos)e a Banda Oriental(Uruguai)era entregue aos espanhóis. Nesse ponto há o problema das missões jesuíticas, que se estendiam ao longo dos rios Paraná e Paraguai, e que, apesar de estarem em território espanhol, estavam sob o controle efetivo da Santa Fé. Da resistência jesuítca-guarani decorre a Guerra Guaranítica, sinal das dificuldades de ocupação da região, seja por portugueses ou espanhóis.

      Com a recuperação da Espanha dos efeitos da Guerra de Sucessão, as Reformas Borbônicas, fruto da “Aliança das Famílias”(os tronos de Espanha e França)há uma reformulação do Império espanhol na América do Sul, com sua descentralziação, do qual surge o Vice-Reino do Rio da Prata, com capital em Buenos Aires, signo da importância geoestratégica conferida pela Coroa espanhola à região.

      Os termos do Tratado de Madri são abandonados com o distrato de El Pardo, anterior à invasão argentina de fins do século XVIII. Após a vitória, os espanhóis impõem aos portugueses o Tratado de Santo Idelfonso, garantindo, entre outras coisas, o território dos 7 Povos, praticamente quase todo o que é hoje o estado do Rio Grande do Sul e partes de Santa Catarina, o que inviabilizaria completamente o domínio português sobre o sul. Uma invasão comandada de São Paulo, aproventiando conflitos europeus, inade e retoma 7 Povos aos portugueses, o que seria confirmado pelo Tratado de Badajós.

      A invasão da península ibérica pelas tropas de Napoleão, a fuga da família Real e a transferência da corte para o RJ e a prisão do rei espanhol teria fortes impactos no Cone Sul. Em reação à invasão francesa, aliada do novo rei da Espanha, José Bonaparte, irmão de Napoleão, D. João determina, em retaliação, a invasão da Guiana e da Banda Oriental.

      A criação de uma junta em Buenos Aires e a expulsão do vice-rei, que foge para o RJ, o alcaide de Montevideo reage proclamando sua lealdade ao rei, acusando os argentinos de traição e proclamando Montevideo como a nova capital do Vice-Reino do Prata, rejeitando a autoridade de Buenos Aires. O clima político na Europa se espalha pela região, que adota os conceitos políticos em voga, como a República(Buenos Aires), a Revolução(Artigas, Banda Oriental)e Legitimidade(o Império Português, com capital no RJ).

      O alcaide de Montevideo, proclamando o princípio da legitimidade, requisita intervenção da Coroa portuguesa para fazer frente aos revolucionários artiguistas, no que é atendido. A Banda Oriental seria futuramente, por decisão de uma Assembleia local, incorporada ao Império português, com o nome de Província Cisplatina.

      O Paraguai se declara independente, sendo o Brasil o primeiro país a reconhecê-lo, em 1840, sob fortes protestos de Buenos Aires.

      Com a declaração das independências sul-americanas, a tentativa argentina de retomar a banda oriental, apoiando os 33 orientais, dá início de um conflito indecisivo com o Brasil. Economicamente esgotados(os argentinos mais ainda, que ainda tinham problemas políticos internos)é assinada a Convenção Preliminar de Paz de 1828, garantindo a existência do Uruguai como estado independente.

      Mas o fim das hostilidades não representou a pacificação da região, que continuou conturbada, com a interminável guerra civil no Uruguai, o levante farroupilha no Brasil e a disputas montoneras nas Províncias Unidas, além dos conflitos entre federalistas e unitários.

      O caudilho Juan Manoel Rosas pode ser visto como um antecedente de Solano López. Rosas consguiu manter longo domínio sobre a política argentina e, de sua posição de força, começou a agir para consolidar o objetivo maior dos argentinos desde 1810: o reestabelecimento territorial do Vice-Reino do Prata, incluindo o Paraguai, o Uruguai e partes do sul do Brasil.

      Apesar da grande complexidade da política interna uruguai, e dos inúmeros interesses extrernos envolvidos, os uruguaios estavam basicamente divididos entre blancos, apoiados pelos argentinos, e colorados, ligados ao Brasil. Salientando a fluidez dessas alianças. O Paraguai se mantinha em isolamento, procurando defender-se dos desígnios agressivos de Buenos Aires, o que propiciou uma oportunidade a aproximação com o Brasil.

      O objetivo de Rosas era controlar todo o sistema fluvial do Prata, de Buenos Aires até o alto Peru, alémd e exercer controle sobre o porto de Montevideo. Nesses propósitos, entrou em conflito com todos os vizinhos, além de potências estrangeiras, como se pode ver das intervenções francesas e inglesas. Isolado, Rosas foi derrotado por uma aliança entre Brasil, Uruguai e as províncias argentinas de Corrientes e Entre-Ríos, cujos portos interioranos competiam com o de Buenos Aires.

      Vide-se aqui um prelúdio do que seria a Tríplice Aliança, coalizão anti-hegemônica voltada para impedir a hegemonia de um único país no Prata, seja ele Rosas, seja López II.

      A Guerra do Paraguai estaria relacionada com esses processos de consolidação dos estados nacionais: A manutenção da integridade territorial do Império do Brasil(preservando o RS e MT, para que necessitava da liberdade de navegação nos rios do Prata para integrá-los ao restante do país); a consolidação do Estado argentino, diante de províncias separatistas(Corrientes, Entre-Ríos), instigadas pelos paraguaios(a população de Corrientes era mais parecida com os paraguaios do que com os portenhos); a definição política interna no Uruguai, país no qual as intermináveis guerras civis só se encerraram em fins do século XIX; e o projeto Imperial paraguaio, devisado por Solano López que, apesar do conselho de seu pai(que no leito de morte o preveniu de não fazer guerra ao Brasil)levou adiante um projeto expansionista, por meio do qual pretendia expandir seu Estado militaristas, de moldes prussianos, ao longo do sistema fluvial do Prata, consolidando um Estado, ou peloo menos uma coalizão de estados menores e dependentes, que iria de Assunção até Montevideo.

      Note-se que, pelo modelo adotado, o projeto paraguaio muito se assemelha à Alemanha de Bismarck, outro estado militarista(foi o modelo empregado pelos paraguaios)que se consolidou às expensas de territórios vizinhos, como a Dinamarca, o Império Austríacos, a França, a Baviera e outros estados alemães, os quais submeteu sob o controle de Berlim.

      No caso do sistema de relações internacionais do Prata, nota-se, à partir da derrubada de Rosas, o começo de um entendimento entre as duas potências regionais(Brasil e Argentina, principalmente com a ascensão dos liberais de Buenos Aires,c omo Bartolomé Mitre), que iniciaram o processo de distenção do conflito secular herdado dos impérios coloniais de Portugal e Espanha. Nota-se a continuidade desse entendimento, iniciado com a derrota do projeto hegemônico de Rosas, e consolidado com a vitória sobre o projeto hegemônico de López II. Apesar da continuidade da disputa por influência econômica e política sobre os vizinhos, esse entendimento iniciado com a queda de Rosas, e desafiado por López II, impediu que a rivalidade entre Brasil e Argentina resultasse em um conflito armado, o que, por si só, denota a supoerioridade do projeto vencedor na Guerra do Paraguai.

  9. Paraguai? Mas não esqueça o genocídio de Canudos, no Brasil.

    Não vi referências ao livro “Reminiscências da Guerra do Paraguai” de Dionísio Cerqueira.

    Ele esteve lá, viu as matanças e considerava o conde D’Eu , o explorador de cortiços, um herói.

    Cerqueira tinha direito a um escravo para manter suas botas limpas.
    O Brasil foi até o Paraguai para libertar o país de um ditador tirânico que não se preocupava com as liberdadees individuais? E os escravos brasileiros?

    É um livro bom sob o ponto de vista de informações nem sempre contidas na história oficial, como o fato de Cerqueira afirmar que tinha o direito a ser capitão por parte de pai, e major por parte de mãe, ou algo semelhante.

    Crimes equivalentes ou muito piores do que os perpetrados no Paraguai foram os cometidos pelo exército brasileiro em Canudos, Bahia. 

    Trinta mil brasileiros moravam em Canudos, o segundo maior aglomerado urbano da Bahia,  e todos os moradores   foram barbaramente assassinados.

    Na época, Salvador possuía 200.000 habitantes e o genocídio de Canudos  foi o equivalente, hoje, à destruição de Feira de Santana – BA.

    Para esconder a c@g@d@, durante a ditadura o exército mandou construir, no local do Arraial do Belo Monte, a barragem de Cocorobó. Com a seca, vestígios do antigo aglomerado podem ser vistos hoje, dezembro de 2014.

     

     

     

     

     

    1. evidenciar fatos

      Ora, CHIAVENATTO fala que foi a mando da Inglaterra; ja outros autores falam oocontrário; mas vamos à matemática humana, na guerra da independência, em 1822, no momento em que os brasileiros estavam jogando os portugueses para o mar, entrou a Inglaterra daquele tempo e, “intermediando ” a independencia, arbitrou o valor de compra da independencia do Brasil em , salvo engano, tres milhoes e duzentas mil libras esterlinas.

      Outra: O brasil foi amparado pela Inglaterra emtodos os momentos da guerra. por que?

      Naquele tempo o Brasil era muito forte para o Paraguai afrontar; por que então houve a guerra realmente? não tem qual quer dedinho ingles nos motivos não? Isto levando em consideração que os produtos paraguaios escoavam pelo rio da prata em direçao ao mar? A historia da empresas texteis paraguaias são só historias de carochinha?

      O BRasil sempre foi de querer colinho e, na época , quem dava colo era a Inglaterra.

           

  10. O Paraguai e a guerra…

    Peço desculpas aos que aqui comentaram, mas não poderia deixar de dar uma pequenina contribuição diante de tudo que li e que, em alguns casos fez-me pensar que por aqui baixou forte o espírito saudoso de Sérgio Porto com seu Stanslislaw Ponte Preta. Achei pertinentes os comentários sobre o real início da guerra com a intervenção imperial no Uruguai e a construção da fortificação guarani em Humaitá, atos bastante significativos para o desenrolar do conflito que deve ser visto sob a ótica da época em que o Império do Brasil, as Provincias Unidas (Argentina) e o Uruguai se equivaliam em potencial militar e isoladamente não tinham a força do Exército de Lopes com mais de 30 mil homens treinados e em armas. O ponto que mais me chamou a atenção, no entanto, é a afirmativa equivocada de que as forças brasileiras eram formadas em sua maioria por escravos libertos. Não é verdade. O Brasil tinha escravos em suas tropas e até um batalhão de Zuavos Baianos – com soldados e oficiais exclusivamente negros – foi criado em Salvador e participou da primeira fase do conflito, pois um decreto imperial prometia alforria aos escravos engajados na campanha do Paraguai. Ex-escravos os havia em todas as unidade de Voluntários da Pátria que fizeram incorporação nas cidades onde se formaram e nas quais ex-escravos viram a oportunidade de ascenção social com o atendimento à convocação imperial. Houve também casos de senhores de escravos que trocaram a incorporação de seus filhos pela cessão de gente para compor unidades. As unidades regulares do Exército de Caxias e depois com o Conde D ´Eu tinham em sua maioria mulatos e brancos pobres já que o racismo do oficialato fez com que experiências como as dos Zuavos Baianos fossem desencorajadas para não equiparar negros libertos a soldados e oficiais brancos. O conflito deixou como resultado prático o surgimento de espírito de nação entre os Paraguaios que transformaram a Grande Guerra em epopéia nacional e serviu ao Brasil para se impor militarmente no campo interno e no Prata após a primeira fase da Guerra quando, já bem equipados e treinados, o Exército e a Marinha Imperiais puderam dar real combate às tropas de Lopes. Reside na Guerra o surgimento entre os oficiais militares brasileiros de um pendor republicano que viria a desembocar na Proclamação de 1889. Mas, foi uma tragédia monumental para todos os participantes que se endividaram por décadas a fio; tiveram mortos às dezenas de milhares e acabaram por se obrigar a levar o conflito ao final em razão da tal cláusula pétrea do Tratado que buscava a deposição e morte de Lopes.

  11. A história oficial do Brasil,

    A história oficial do Brasil, particularmente de suas forças armadas, sempre escondeu o fato de grande parte dos soldados brasileiros ser de negros, com muitos escravos. As poucas fotos das tropas comprovam isso, como a primeira, acima. Muitos brancos que seriam convocados se escondiam para não irem para a guerra. Isso meu bisavô relatava.

  12. É horripilante ver o estrago

    É horripilante ver o estrago que Chiavenato promoveu no Brasil, ao popularizar uma versão fantasiosa e falsa da história.

    Paraguai, país mais industrializado na América após os EUA, competidor da Inglaterra no mercado por manufaturas. O sujeito que acredita nisso é muito ignorante.

  13. O mais importante não é a história…

    Depois de ler o que está escrito por todos vejo que o mais importante, o impasse não é a história da guerra do Paraguai, mas sim o que leva em 150 anos após um grande evento ainda se continue uma perfeita ignorância de eventos reais desta história.

    Desculpe-me todos os interlocutores, mas eu que não conheço quase nada da Guerra do Paraguai, li o que todos escreveram e o que cheguei a conclusão é que há uma total desinformação de fatos básicos que já deveriam estar perfeitamente conhecidos. Ficam todos imaginando o que passava pela cabeça de Solano Lopes e dos demais governantes dos outros países sem saber fatos quantificáveis que dariam alguma luz a história.

    Um evento ocorrido há 150 anos tem os documentos oficiais de todas as partes completamente abertos a pesquisa, por exemplo, se alguém quiser saber a influência da Inglaterra e Estados Unidos no conflito deveria pesquisar nos arquivos históricos desses países, e não ficar conjecturando de a Inglaterra era contra ou a favor.

    Saber quantos habitantes existia no Paraguai na época é um trabalho arqueológico que pode ser feito nos dias atuais e resultar em dados mais confiáveis do que dizer que existiam entre 300 mil a 700 mil. Nos dias atuais historiadores e arqueólogos conseguem determinar qual era a população em Israel no ano 2000 A.C. com mais precisão do que isto, logo é impossível que se continue nesta historiografia do eu acho isto eu acho aquilo.

    O que é certo é que autores brasileiros, paraguaios, argentinos e uruguaios tem preguiça de ir a fontes primárias para dirimir dúvidas pontuais que permitiriam conhecer a história correta da Guerra do Paraguai, me parece que há mais preocupação de interpretações sobre a psiquê de Solanao Lopes do que fatos reais. Todos procuram escrever livros que sejam a história definitiva do que realmente entender o que se passou, e a conclusão que tiro é que o que falta mesmo é TRABALHO.

  14. Interessante notar que

    Interessante notar que gerações de estudantes brasileiros (inclusive a minha) aprenderam na escola que o Paraguay da época era um país próspero, industrializado, desenvolvido, e que o Brasil se prestou ao papel de fantoche da Inglaterra para ir lá e massacrar o país, já que esse suposto desenvolvimento não interessava aos britânicos.

    Todavia, a cada dia que passa essa versão é desmascarada por novos estudos históricos, que indicam que o Paraguay era governado por um típico Caudillo, que detinha seus próprios interesses e não exitou em tomar um gesto passional e inconsequente de invadir o território de um Imperio trocentas vezes maior que seu país, Império esse governado por um soberano (Pedro II) pertencente a algumas dàs mais tradicionais casas europeias (de Bragança – Portugal, Bourbon – Espanha e França e Hapsburgo – Austria). Ou seja, uma guerra perdida, uma loucura expansionista que só poderia terminar em derrota total do agressor (lembrando que foi o Paraguay quem invadiu o Brasil).

    Todavia, ainda persiste a versão ingenuamente romântica de um Paraguay ilustrado sendo aniquilado em meio às trevas latino-americanas.

  15. o chiavenatto até que pode

    o chiavenatto até que pode ter exagerado em

    alguns pontos, mas a tese dele de que interesses ingleses

    foram importantes para a guera é bem coerente.

     

  16. Ateh ha poucos anos vivi na

    Ateh ha poucos anos vivi na fronteira com o paraguai. Uma vez ao mes viajava a Asuncion, conheco bem o povo paraguaio e deixei lah varios amigos.A percepcao que notei, eh que ateh hoje ha um misto de admiracao e magoa em relacao ao Brasil. A referencia dos paraguaios eh sempre o Brasil, em negocios,cultura,etc. Assim como a nossa eh os EUA.Percorrendo a bela Asuncion historica,veio-me o pensamento que  finda a guerra, o Paraguai arrasado, sem governo,sem nada, o que teria se passado nas cabecas do imperio brasileiro para nao anexar  o Paraguai. Quando ss diz que o Brasil eh um pais pacifista eh a mais pura verdade, pois preferiu como pais abrir mao da conquista para pacificar definitivamente a regiao, entenda-se, argentina,uruguai e paraguai. O Brasil perdeu muito na guerra, recursos financeiros enormes foram canalizados para o esforco de guerra, a custa de uma enorme divida com as bancas europeias. Soh quem ganhou foi a Argentina, seus comerciantes eram fornecedores de suprimentos as tropas brasileiras; e mobilizou uma fracao diminuta de combatentes.Ganhou tambem , ao contrario do Brasil, uma enorme extensao de terras paraguaias.Terminada a guerra, Solano era um nome maldito no Paraguai, sim o cruel Solano.Hoje, gracas a estes lixos historicoas-chiavegato e o tal uruguaio, eh o heroi nacional.Seria o mesmo que reabilitar Hitler.

  17. Sobre Paraguai Pos Guerra
    Visitei o Paraguai recentemente. Ainda continua um pais com dificuldades. Ainda culpam o Brasil pela situação. Eu me pergunto: Houve em nossa historia países que foram tao destroçados ou mais, e o que fizeram pra se reerguer? Vejo Japao e Alemanha por exemplo. O Paraguai foi vítima da política de seus governantes, assim como Lopez, ditadores. O Paraguai é o único país da modernidade que perdeu uma guerra, foi destruido por ela, e 150 anos nada mudou? Sera que o que o Paraguai é hoje é culpa do Brasil? Só do Brasil?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador