Indústria

Abertura comercial não é suficiente para retomada da indústria

O fraco desempenho da indústria brasileira ao final do primeiro trimestre é resultado de uma série de decisões equivocadas do governo federal, e a abertura comercial não será suficiente para que o segmento se recupere.

Os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que, na comparação com março de 2021, a produção industrial foi 2,1% menor neste ano, e as perdas foram generalizadas.

Na comparação com 2021, a indústria apresentou resultados negativos em três das quatro grandes categorias econômicas, além de 17 dos 26 ramos, 55 dos 79 grupos e 60,1% dos 805 produtos pesquisados – vale lembrar que março de 2022 teve 22 dias úteis, um a menos do março de 2021.

Em artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo, o economista Antonio Correa de Lacerda defende a necessidade de um ambiente macroeconômico mais favorável à produção.

Além disso, o economista também defende “a adoção de políticas de competitividade (políticas industrial, comercial e de inovação), além do fomento à cultura empresarial e o intercâmbio universidade-institutos de pesquisa e empresas”.

Isso significa reavivar a presença do Estado e de órgãos públicos no fomento da estratégia do segmento, algo comum em países como a China e que foi deixado de lado pelo governo federal, como lembra o jornalista Luis Nassif em artigo publicado nesta quarta-feira.

“Tirou-se o estado da linha de frente da economia, esvaziou-se o BNDES, impediu-se a Petrobras de continuar com seus investimentos em conteúdo nacional” , afirma Nassif.

Nos últimos cinco anos, quando houve a imposição de princípios ultraliberais, “houve reforma da Previdência, redução dos direitos do trabalhador. E não resultou em recuperação da economia”.

Quanto a uma possível retomada do setor, Lacerda afirma que não basta apenas uma aposta no “mercado” e na reabertura do comércio, e que os desafios a serem enfrentados “envolvem implementação de políticas de competitividade nos moldes das melhores práticas internacionais e locais”.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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