Os dados da Pesquisa Mensal da Indústria (PMI) nao permitem muito otimismo em relação ao setor.
Em relação a março de 2021, houve alta de 1,3% na indústria extrativa, mas queda de 1,7% na indústria total e 2,4% na indústria de transformação, na série com ajuste sazonal houve alta mais robusta em relação a março de 2020, início da pandemia. Mas queda expressiva em relação a março de 2018: 4,5% de queda na ind’;ystria geral, 11,2% na extrativa e 3,6% na de transformação.
Em relação ao ano passado, houve alta apenas nos bens de capital (+6,4%), mas quedas expressivas em todos os demais setores, com queda de 10,6% em bens de consumo duráveis.
Em relação a março de 2018, a queda em bens de consumo duráveis chega a 27%.
Uma análise dos principais grupos mostra uma estagnação nos últimos cinco anos, período em que houve a imposição ampla de princípios ultraliberais.
Tirou-se o estado da linha de frente da economia, esvaziou-se o BNDES, impediu-se a Petrobras de continuar com seus investimentos em conteúdo nacional. Houve reforma da Previdência, redução dos direitos do trabalhador. E não resultou em recuperação da economia.
Uma avaliação das 25 seções e atividades industriais mostra que, nos últimos 12 meses, houve queda de 19 e alta em 6.
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Nassif, a questão industrial brasileira se mostrou muito complexa.
Sugiro um post com referências de livros, teses, seminários e palestras (nesses últimos, o YouTube ou similares podem ajudar muito) sobre o tema.
Após o golpe, presenciamos um laboratório de experiências mal sucedidas, com implementação tanto de políticas defendidas pelos desenvolvimentistas e parte da esquerda como também pela direita neoliberal.
Pelo lado da direita neoliberal: “esvaziou-se o BNDES, impediu-se a Petrobras de continuar com seus investimentos em conteúdo nacional. Houve reforma da Previdência, redução dos direitos do trabalhador.”
Os desenvolvimentistas e parte da esquerda sempre defenderam a desvalorização da moeda e juros baixos, por ironia adotados pela dupla Bob Fileds III e Paulo Guedes, o Ultrapassado.
Como o seu texto diz, nenhuma das medidas acima trouxeram recuperação econômica e apenas aumentaram a desindustrialização.
Assim como o crescimento do PIB, o setor industrial se mostra muito dependente do consumo das famílias. Políticas que valorizem empregos com carteira assinada, crescimento dos empregos qualificados (há quantas décadas nossos engenheiros viram suco?), aumentem o poder de compra da população, disseminem créditos e eliminem a pobreza.
Para isso, temos que aceitar que medidas que valorizem o Real, incentivem o consumo, aumentem a educação superior, estimulem a vinda de profissionais qualicados em setores essenciais para a população, para a economia e tenham como objetivo uma sociedade de classe média são necessárias.
O Brasil está destinado a adotar politicas sociais democratas.
Só na cabeça dos otários – a maioria dos crentes – e na cabeça dos ‘goelas’ – os manipuladores daqueles – é que existe essa coisa de economia forte com pobres, consumidores, sendo levados cada vez mais à miséria.
É no que resulta essa “economia de cafua”; de mero jogo de vaidades e usura.
O Brasil é um País com uma população 20 vezes a população de Portugal, e isso não diminui o valor do país português; apenas expressa quão pouco valor se tem atribuído aquilo que para muitos seria um incentivo. Pela própria dimensão, já se tem muitos desafios que impulsionaríam a industrialização em qualquer outro lugar. Isso não impediria manter-se relações de importação e exportação, apenas intensificaria. A questão é que indústria precisa investimentos e planejamento. Essas coisas são o alicerce indispensável, sem o quê ninguém vai se arriscar. À medida que outros setores tiveram maior presença na realização do PIB, a indústria perdeu o peso. Sem referir o atraso a que fica condicionado o País, devido todo o envolvimento gerado pelo crescimento da indústria. Quando ele não acontece, muitas coisas deixam de acontecer. É necessário dar atenção para essa importância, afim de que a indústria ocupe um espaço melhor no contexto do País.
Mais uma prova de que a iniciativa privada não tem iniciativa e não arrisca qualquer $$$ seu. Quer os benefícios do Estado, senão nada feito. A preguiça é geral, poucos investimentos e grande irresponsabilidade quanto aos destinos do país. Para a elite, tanto faz morar aqui ou em Miami, Roma, Paris…
Estamos lascados!
Onde estão os empresários que se beneficiaram dos investimentos na área de petróleo e gás durante as gestões do PT?
Seria possível retomar este modelo ou isso é coisa do passado?