O que está acontecendo com a engenharia brasileira?

Por Motta Araujo

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A ENGENHARIA BRASILEIRA?

Repetidos desabamentos de prédios, quedas impressionantes de viadutos novos, crateras lunares em estradas,

buracos vulcanicos em obras desabadas de metrôs, o que está acontecendo com a outrora reputada engenharia brasileira?

Tenho algumas respostas presumiveis:

1.Degradação do ensino de engenharia. Tradicionalmente uma das tres profissões clássicas da elite brasileira (ao lado de direito e medicina), o Brasil teve excelentes engenheiros que construiram com qualidade a infra estrutura do Pais ora em operação, rodovias, pontes, tuneis, predios, uma das maiores pontes maritimas do mundo, a Rio Niteroi, a Escola Nacional de Engenharia do Rio, hoje da UFRJ, o Instituto Militar de Engenharia, a Politecnica de São Paulo e outras escolas de ponta garantiram a construção de um pais gigante como o Brasil.

A crise de falta de obras entre 1980 e 2000 fez minguar o numero de estudantes de engenharia e uma parte dos que se formaram foram para o sistema financeiro que cismou que engenheiros são os financistas ideais.

2.Com a falta de obras se desmontaram as grandes empresas de projetos que cresceram no Governo Militar, Montreal de Engenharia, Internacional de Engenharia, CNEC, Orplan e outras grandes plataformas que congregavam engenharias treinados em projetos que acumularam vasta experiencia, hoje quase todos fora do mercado por aposentadoria, viraram empresarios em outros ramos, mudaram de Pais, etc.

3.O MEGA FATOR da péssima qualidade atual de nossa engenharia que atende pelo nome de REDUÇÃO DE CUSTO, uma obsessão de Tribunais de Contas, de investidores em PPP, de Secretarios de Fazenda, querem o MINIMO CUSTO agora porque o BAIXO CUSTO na verdade vai custar muito mais no medio e longo prazo. Um viaduto mal feito, como o que desabou em BH, VAI CUSTAR MUITO MAIS para desmontar o mal feito e refaze-lo, mas ninguem enxerga isso por  queprecisa ter alguma inteligencia e seriedade profissional.

4. A CORRUPÇÃO, tanto no setor publico como no privado, na area estatal tradicionais comissões de 3% viraram hoje de 20% para começar, é preciso economizar na obra para pagar a comissão, no setor privado, quem contrata e paga a obra em muitos projetos NÃO É COM O DINHEIRO DELE, são companhias abertas com muitos acionistas, são fundos de pensão, clubes, hospitais de ONGs, então para gerar comissão a construtora precisa economizar no cimento e aço.

5. A TERCEIRIZAÇÃO. No passado uma grande construtora fazia a obra inteira, do canteiro às chaves, hoje a grande construtora só assina o contrato e paga a comissão, tudo o mais é terceirizado e ai perde-se o controle da qualidade porque cada um dos terceirizados quer ganhar o maximo com a redução de custo no seu subcontrato.

6.FALTA DE MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA – Como todo filho de operario quer ser “”dotô””, ninguem mais quer ser pedreiro, carpiteiro, encanador, soldador, na falta o subempreiteiro que na ponta faz o serviço contrato no laço quealquer um que aparece. Nas crises dos anos 80 muitos bons profissionais emigraram para os EUA, em Washington o grosso dos carpinteiros de construção são brasileiros, dominam o mercado e isso se repete em muitos lugares.

7.FALTA DE FISCALIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE ENGENHARIA – Os CREA estaduais são hoje meros cartorios arrecadadores, tem pouquissima eficiencia em fiscalização de obras, faz-se preciso uma MEGA REESTRUTURAÇÃO desses Conselhos para colocar na rua inspetores, alem disso os CREA deveriam tambem credenciar engenheiros projetistas com Exame de Capacidade, hoje pela escassez tem construtoras usando recem formados sem experiencia pratica para assinar projetos, cabe ao CREA aprovar em exame quem possa fazer uma ponte, é preciso um profissional com dez anos de curriculo.

8.DESMONTE DA ENGENHARIA OFICIAL – No passado o DER de São e o DNER tinham otimos engenheiros de carreira para aprovar e fiscalizar projetos, a COMPANHIA DO METRO DE SÃO PAULO tinha um grande Departamento de Engenharia, tudo isso foi desmontado por causa da filosofia de terceirização que no Brasil é muito mal feita, sem engenharia propria os orgãos contratantes oficiais ficam sem parametros para verificar projetos, está tudo terceirizado, desde o projeto basico até a fiscalização, o orgão oficial sem engenheiros não tem mais controle sobre a qualidade. Tanto o DER de S.Paulo como o DNER tinham ALTA REPUTAÇÃO de engenharia propria, tinham os dois REVISTAS DE ENGENHARIA do orgão, com artigos de seus engenheiros.

Pata uma nova onda de obras de infra estrutura o Brasil precisa se preparar, ao contrario muito viaduto vai desabar matando gente e atrasando o Pais, temo um grande apagão de engenharia que é uma barreira ao crescimento.

Redação

47 Comentários

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  1. Penso que já é hora de

    Penso que já é hora de importarmos engenheiros.  Li ontem que noventa por cento dos prédios construídos na grande Recife são do tipo caixões, quer dizer que foram construídos sem ferro e concreto armado.  Uns já caíram e os que ainda restam de pé cairão em um pequeno período de tempo.  A corrupção grassa na área de engenharia, além das ignominiosas e abjetas comissões existem também a substituição de materiais de primeira, por materiais de baixa e discutível qualidade.   A única coisa que não muda, é o lucro exorbitante do empreiteiro construtor.  E assim, vão se produzindo vítimas do descaso e da ganância desmedida.

  2. outro

    O péssimo ensino de matemática no Brasil.  Estudantes chegam na universidade sabendo pouco mais do que uma regra de três,  e olhe lá. 

    Alguns anos atrás 70% dos universitários estavam em dois cursos: direito e administração. 

    Nos países asiáticos que se desenvolveram nos últimos anos, de 20% a 40% dos alunos fazem engenharia.

     Mas para os neolibelês as áreas técnicas são irrelevantes pois o tal do mercado resolveria tudo.

    1. Quantos engenheiros o Brasil formava?

      Acho que o problema está na mudança de paradígma e não apenas no ensino. O Brasil possui ainda excelentes escolas de engenharia. Conheci vários egressos do IME e da UFRJ que estavam fazendo carreira em bancos de investimento no Rio e em São Paulo.

      A questão da redução de custos e pressão por comissões é sim um dos maiores problemas da engenharia Brasileira. Haja visto a comparação entre obras executadas pelo exército, que não está sob tais pressões, e as construtoras.

      A terceirização no Brasil também é um problema que precisa ser resolvido, e não só na construção civil. Nestas empresas, não existe plano de cargos, muitas vezes os funcionários estão sugeitos a regimes terriveis e não há férias.

      1. haviam mais

        Haviam mais quando se faziam obras de infraestrutura, e a profissão era atraente.  Com a redução nas obras, a criação de muitos cursos em áreas de administração e direito, e a redução do nível de ensino fizeram as engenharias caírem. 

        Lembrem que o tal do FHC assinou documento com FMI em 1998 e uma das condições era aumentar a aprovação nas escolas.

        Como fazer?  Reduzir a média de aprovação para 5. Simples.

        1. Eu quase fui para a engenharia civil.

          Concordo que a questão do mercado da engenharia ter estado tão ruim, por tanto tempo, contribuiu e muito para que eu, e muitos outros, escolhessem outras áreas de formação. Eu mesmo tive professores no ensino médio e fundamental que  eram engenheiros e estavam dando aulas para complementar a renda Na faculdade e pós graduação, conheci também muitos professores que migraram da engenharia para a matemática e física ou mesmo do mercado para a vida acadêmica.

          Por outro lado, acho que historicamente as pessoas expostas a essa educação deficitária sequer cursavam uma faculdade. Portanto, eu acho que a a questão do nível da educação básica, por enquanto, ainda pouco tem a ver com o nível de nossos engenheiros, aqueles formados pelas grandes escolas.

    2. Análise correta.

      No curso de Redes de Computadores que fiz no IFES, nego cortava um dobrado pra passar (ou repetir umas 3, 4 vezes) em Cálculo I e II justamente por essa base matemática fraquíssima do Ensino Médio. Na Informática, é fundamental saber fazer cálculos polinomiais para entender mecanismos de criptografia, e sofri muito com isso, pois não aprendi no tempo de estudante adolescente. Tive que correr atrás por conta própria e com uma boa ajuda do professor.

      Lógica Matemática, que é uma disciplina fascinante, é outro desastre acadêmico. Deveria ser disciplina de Ensino Médio pra que os alunos, ao chegarem na faculdade, mesmo as áreas de Humanas, aprendam a pensar fora da caixa.

  3. Caro André,
    Em algumas coisas

    Caro André,

    Em algumas coisas você está coberto de razão, como no que vc chamou de desmonte da engenharia oficial, falta de fiscalização dos CREAs, corrupção e redução de custo.

    Mas eu faço um diagnóstico um pouco diferente do seu, pois na minha humilde opinião, vc acabou fazendo uma salada de causas-consequências equivocada, no final.

    Por exemplo, o mega-fator da péssima qualidade atual das obras não é o da busca da redução de custo.

    A péssima qualidade atual das obras é fruto do desmonte do que vc chamou de engenharia oficial. Os órgãos que vc citou e mais alguns outros foram desmantelados e hoje a adminstração pública contrata as obras e fiscalização praticamente não há.

    Quanto a redução de custo, óbvio que as empreiteiras e os seus terceirizados estão sempre nesta busca desenfreada da redução de custos, o que muitas vezes ultrapassa o limite do razoável.

    No entanto, era dever dos órgãos fiscalizadores não aceitar estes descalabros.

    E vale observar o seguinte: não houve redução de custo algum para a administração pública. Pelo contrário.

    A engenheria de projetos praticamente desaparaceu ou é feita de maneira que até Deus duvida.

    O enorme controle dos Tribunais de Conta da vida se dá especialmente em termos de comparação de preços unitários de insumos com os preços ditos “de mercado”, ou seja, preços dados pelos bancos de dados oficiais, que com o fim da hiperinflação e com os novos recursos de informática e redes ficaram cada vez mais potentes.

    Mas nenhum destes Tribunais de Conta tem a mínima consideração em avaliar a solução técnica adotada para as obras.

    O resultado é que os preços foram razoalmente controlados mas os projetos em geral são todos superdimensioandos.

    Estamos vivendo o paradoxo de ter hoje algumas das melhores construtoras do mundo, mas estas construtoras aqui dentro só fazem obras mal feitas, enquanto no exterior a qualidade das obras executadas pelas mesmas construtoras é muito melhor e o custo muito menor.

    Dá uma olhada no link abaixo na ponte que a OAS vai constriur no Chile.

    http://americaeconomiabrasil.com.br/negocios-e-industrias/oas-vai-construir-ponte-de-us-680-milhoes-no-chile

    Não temos uma única ponte sequer deste porte no Brasil. Na Copa do Mundo tivemos um navio de cruzeiro mexicano que teve que desembarcar todo mundo para seguir viagem por terra porque o vão da ponte não permitia a navegação por baixo da ponte:

    http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/04/1439870-ponte-faz-turista-de-navio-andar-280-km-para-chegar-a-natal.shtml

    Mas também, olha o que fez o governo chileno em 2005:

    “Sua construção foi proposta em 2005 pelo então presidente chileno, Ricardo Lagos, mas no ano seguinte foi rejeitada pelo governo de Michelle Bachelet devido ao seu alto custo de US$ 900 milhões.”

    Ou seja, em 2005 ele optou por não fazer a ponte por US$900 milhões e depois o governo fechou em 2013 por US$680 milhões. Ou seja, quase dez anos após, com desconto de 25%.

    No Brasil, fazem uma estimativa sempre bem abaixo do custo da obra. Fazem uma licitação duvidosíssima e depois sempre fazemos aditivos mil, o preço da obra passa de três ou quatro vezes o valor inicial, a qualidade da obra sempre deixa a desejar e daqui cinco, seis anos, a obra já está precisando de manutenção corretiva.

    É um absurdo por qualquer ângulo que vc olhar, seja de esquerda, de direita, de centro, petista, tucano, etc. Acontece em todas as esferas da administração pública e com qualquer governante de qualquer partido.

    Infelizmente.

  4. Concordo plenamente

    Em 2002, fiz um estágio  técnico em edificações na Light, companhia de eletricidade do Rio de Janeiro. Após a privatização, sob controle da EDF, houve um desmonte completo no corpo técnico da Light. Departamentos inteiros foram demitidos. Muitos destes engenheiro hoje formaram empresas que prestam serviços para a Odebrecht, Queiroz Galvão. Estão trabalhando em Angola e em outros lugares.

    Durante o meu estágio, pude acompanhar a construção de uma subestação na Baixada Fluminense e foi imprecionante ver que, os engenheiros que antes eram executores e projetistas, agora eram meros fiscais que a cada diaviam o aumento da pressão para se demitirem ou pedir aposentadoria.

    Essa subestação estava sendo construida pela Siemens, mas cada etapa era executada por uma empresa terceirizada diferente. A Siemens apenas gerenciava esta obra e fornecia os equipamentos. Numa visita ao canteiro, foi constatada uma séria de problemas na execução, pois a firma contratada não tinha nenhuma experiência em fazer subestações. Por exemplo, não havia telas para impedir a entrada de pássaros na sala das blindadas e o portão da subestação fora encomendado ao ferreiro da esquina!

    Esse trabalho de desmonte foi tão bem feito que há pouco tempo pessoas ficaram feridas com a explosão de vaults contendo transformadores, devido a falta de manutenção. O presidente da Light na época, após a sua saida e retorno a França, estava sendo processado por crimes do colarinho branco.

    Além disso, uma das primeiras atitudes da gestão francesa a frente da Light foi a compra de um prédio caríssimo na praia do Flamengo, que depois fora vendido, por ter se mostrado inviável.

    É impressionante como a EDF, uma empresa estatal, com um excelente corpo técnico, que desenvolve pesquisa de ponta em diversas áreas, inclusive no estudo de instrumentos financeiros no mercado de eletricidade (cmmodity não-estocável), promoveu o desmonte de uma das maiores empresas desse pais, dispersando o seu corpo técnico e transformando a Light numa empresa campeã em reclamações.

  5. OK p/ quase tudo, mas antes tb nao era essa maravilha toda

    Um dos pilares da ponte Rio-Niterói, por ex., aqui citada como uma das grandes obras da engenharia nacional no passado, desabou. E lembra-se da queda do elevado da Paulo de Frontin? E do edifício que caiu na Barra? E outro da Encol? 

  6. A crise entre 1980 e 2000 é o

    A crise entre 1980 e 2000 é o principal motivo, Brasil desaprendeu a fazer obra e aos poucos vai reaprendendo.

    A falta de mão de obra também, apesar de que muitos estão voltando para o país o salário médio de um pedreiro no Brasil já é maior que EUA e Europa. Brasil também vem atraindo operários de outros países, seja do 1º mundo (devido a crise) ou do 3º mundo (que sem a crise migrariam para os países mais ricos).

    No caso do viaduto em BH tivemos a pressa em fazer a obra (já que o grande tempo perdido é na fase de licitação), a obra é feita com redução total de custos (terceirização, choque de gestão).

    Se a obra é muito cara gera desconfiança (desvios, corrupção) a obra muito barata também.

  7. http://infraestruturaurbana.p

    http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/Transporte/autorizada-a-construcao-da-maior-ponte-pensil-da-america-latina-307858-1.aspx

    http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/chile-iniciara-construcao-de-ponte-pensil-de-2-750-metros

    Nos dois links acima a mesma ponte que citei abaixo.

    Reparem no tamanho do desafio: uma ponte pênsil (o sistema mais complexo em termos de engenharia), com 2750m de comprimento ( divididos em dois vãos).

    Aqui a gente fica fazendo estes monstrengos da engenharia, estas pontes estaiadas, em que normalmente estaiados mesmos são um ou dois vãos centrais, com 100 a 200m de vão, no máximo. Depois, a ponte é completada por uma série de pilares e vigas pré-moldadas.

    A ponte sobre o Rio Negro é um exemplo. (procurem as imagens desta ponte no google). Mas há várias semelhantes a esta de norte a sul do Brasil (aqui em SC estão construindo uma em Laguna).

    É óbvio que são mega-obras de engenharia.

    Mas o aspecto fica horrível , os vãos de navegação são menores e o custo é maior!

    Simplesmente deplorável.

  8. “O que está acontecendo com a

    “O que está acontecendo com a picaretagem da construção civil do Brasil?” – Zé do Andaime

  9. Além do mais, o medo acabou

    Cai um viaduto daquele tamanhão e não acontece NADA, a não ser (infelizmente) as 2 mortes. Luto nas famílias dos mortos, e nada mais.

    Ninguém será preso, provavelmente ninguém pagará nada, e daqui há 50 anos o processo ainda estará rodando nos diversos níveis em que a justiça brasileira se divide para fazer de conta que existe.

    Os donos da empreiteira fundam outra e tocam o bonde; os donos de quem fez o projeto, idem. Devolver o dinheiro gasto??? – KKKKKKK!!!

    É como se fosse episódio de novela: amanhã estará todo mundo desligado e pronto para se espantar com novos desabamentos. 

  10. .

    AA, temos muitas e profundas divergências político-ideológicas, mas há coisas que somos unânimes. Seu artigo acima é uma delas. Há ainda outros fatores que, junto aos enumerados por você, contribuiram para o apagão da engenharia que presenciamos no Brasil. Incluiria também o sucateamento do ensino superior público em geral pelos governos tucanos, acentuando as sombrias perspectivas na formação do engenheiro. A multiplicação de escolas superiores privadas de engenharia provocou, além de apenas reproduzir de forma precária conhecimentos, o surgimento de distribuidoras de certificados e diplomas de péssima qualidade com resultados desastrosos para todos. O fato compromete ainda mais o futuro de uma das mais importantes áreas de infraestrutura, principalmente em um país como o nosso, em dimensões e em estágio de desenvolvimento.

    É necessário um esforço descomunal de todas as partes envolvidas, para sair do caos que nos encontramos, porque é um milagre que as coisas ainda funcionem no país, embora a um altíssimo preço, mas até para milagres há limites.

    O assunto tem sido frequentemente debatido aqui no blog de Nassif e deve continuar sendo pois, enquanto não for levado a sério, o problema comprometerá ainda mais o futuro, levando a economia e sociedade em geral a um xeque-mate de proporções gigantescas. Isso inclui tudo: Estradas de ferro e rodagem, tráfego e transporte público, saneamento, urbanismo e habitação, grandes e pequenas obras de infraestrutura que vão do setor energético às questões ambientais. 

    Ou o país salva e dá valor à engenharia ou sucumbirá por asfixia infraestrutural.

  11. Meterial!!!

    Material de péssima qualidade, material reduzido é a causa desses desmoronamento. A prefeitura do rio construiu várias calçadas há menos de 4 anos aqui no RJ está tudo esburacada enquanto a calçada que eu construí a 24 anos atrás está em perfeito estado! Por que? Eu não poupei material!

  12. Que futuro?

    Não é so com a engenharia que esta triste realidade se repete. Em todas as areas  as atividades foram niveladas para baixo.

    Toda estrutura do sistema no Brasil esta bichada.

    Esta coisa de terceirização é o sintoma do cancer que tomou conta do Brasil. Na busca de driblar a burocracia e tornar os projetos viaveis, mesmo descontando a corrupção, fez com que as empresas adotassem esta estratégia como solução.

    Terceirização foi a pior coisa que poderia ter acontecido no Brasil anulando com a possibilidade de competencia e competitividade. No primeiro momento as empresas ganharam, fugindo de alguma maneira da burocracia, da CLT, dos impostos e da corrupção, mas, perdem no longo prazo com a perda da competitividade.

    Sei não… Muita oração.

     

    1. Claro, as pessoas mais

      Claro, as pessoas mais capacitadas vão para países de primeiro mundo com bons salários. Ninguém ‘louco de ficar no Brasil sendo que pode ter uma vida melhor fora do país: a velha e boa fuga de cérebros….

  13. outros tempos

    Estava eu, certa feita acompanhando teste de equipamento na fábrica de uma das maiores multinacionais da indústria de base e após vários ensaios sempre desastrados na incumbência de emitir relatório par o cliente. Emitimos uma sentença: todo trabalho foi executado com base de “engenharia pobre”. O adjetivo pobre foi devastador e a matriz lá de fora para salvar a face e não o dinheiro mal gasto finalmente alocou os seu melhores recursos e dinheiro para a tarefa e enfim satisfatoriamente.

    Falta isto: reconhecer que a engenharia é atualmente “pobre” pois prevalece o conceito custo, um engenheiro recém formado e aquele outro velhinho tem o mesmo diploma, mesma qualidade?

  14. Parabéns André

    Um tema muito interessante e muito bem colocado.

    Existe um pouco de todo, de modo que não é a engenharia e o engenheiro o único culpado disso. Lamentavelmente, não tenho todo o tempo que gostaria para mergulhar num tema tão abrangente. As pequenas coisas somadas chegam a essa situação: Ensino de 4 horas/dia (cadeira quente com turmas de dia, tarde e noite); desaprendemos a construir grandes obras; excesso de burocracia; corrupção; políticas e políticos que visam o imediatismo (obras de curto prazo); engenharia de “controL c e control v”; etc.

    A mãe de todas as obras é o planejamento, onde muitas partes participam e, ao começar a obra, todas devem apoiar e fazer seu o planejamento comum (como as grandes obras na China). Hoje, é um trauma começar com uma obra (licenças, projetos, corrupção, meio ambiente, etc.) e, quando ela começa, existem dezenas de fatores que a interrompem a toda hora (CGU, fiscalização, índios, inveja política, CPIs, CREA, greve, etc.). O maior problema com as grandes obras no Brasil é a sua falta de continuidade, onde entra e sai funcionário e tudo deve ser recomeçado, a cada instante. Por isso, as obras tocadas pelo Exército brasileiro andam melhor.

    As soluções são primeiramente políticas: juntar eleições totais para 4/4 anos, permitindo maior horizonte de trabalho aos políticos eleitos. Tentar fazer política de Estado nas grandes obras de infra-estrutura. Aumentar o prazo dos planejamentos, ultrapassando governos e conveniências locais. Aprender mais com quem sabe e faz melhor.

  15. Dizer que houve um passado

    Dizer que houve um passado glorioso e que hoje as coisas estão ruins é uma afirmação vazia e discutível. Existem indicadores que registram a suposta curva descendente da engenharia brasileira?

    Do mesmo modo, as respostas com as quais o autor procura sustentar a tese de que a engenharia brasileira está se degradando merecem reparos e, até mesmo, contestação.

    Degradação do ensino é um argumento que é utilizado de um modo geral para todo o sistema educacional, da educação infantil ao ensino superior. Para contrapor cobro, com fiz acima, a existência de indicadores que permitam comparação entre o passado e o presente. Por outro lado, o autor pode ter razão sobre a falta de engenheiros (e da formação de experiência) decorrente da falta de trabalhos entre 1980 e 2000. Da mesma forma, é um argumento interessante – se bem que meio contraditório com a tese da degradação da formação – o do esvaziamento do mercado de engenharia por conta da atração exercida pelo mercado financeiro. É fato que engenheiros com excelente formação acabaram (e acabam) indo trabalhar em bancos e se afastam do setor tecnológico.

    A redução de custos é um dos objetivos da engenharia. Produzir algo gastando muito é relativamente fácil (e pode inviabilizar qualquer projeto). Produzir a mesma coisa (ou mais, ou melhor) gastando menos é o que se procura quando se faz um projeto com com bons profissionais. Da mesma forma, o controle sobre o uso dos recursos públicos é uma obrigação. O interesse público não pode ser colocado como fator para degeneração da engenharia. Pelo contrário: a boa engenharia coloca o interesse público em primeiro lugar. Do mesmo modo, se existe corrupção o problema não é da engenharia.

    A terceiriziação é um tema controverso. Em princípio não deveria interferir. Se a engenharia trabalha com normas técnicas, não deveria haver problemas entre separar o projetista do contrutor. Além do mais, a verticalização – com uma única empresa fazendo tudo – pode ser até impossível diante da complexidade de muitos projetos. Por outro lado, não podemos negar que a fragmentação pode deteriorar um projeto.

    Quanto à falta de mão-de-obra especializada, esse é um problema de mercado e de formação técnica. Precisamos pagar melhor para pedreiros, carpinteiros, soldadores e, ao mesmo tempo, aumentar as oportunidades de formação técnica. Aliás considero que temos um enorme problema nesse campo. Tirando o SENAI, a formação técnica (no nível do ensino médio) está desmantelada. As reformas na área da educação, por conta de preconceitos da corrente majoritária dentro da academia, simplesmente jogaram fora o que se fazia em termos de ensino técnico na educação escolar.

    Sobre o CREA, vamos pular essa parte porque não há o que falar. Falta – como sempre faltou – algo como as associações de engenharia americanas – SAE, ASTM, etc. – que são fomentadoras do desenvolvimento tecnológico e não uma repartição burocrática como o CREA.

    Engenharia no setor público. É importante. Contudo, há que se ter equilíbrio. Não pode ser uma mera repartição burocrática – tem de ser engenharia mesmo. Para isso, precisa ser valorizada e ter excelência para ser respeitada.

    1. .

      Muzius, há uma diferença fundamental na diferença de custos. Num exemplo simplório, você pode fazer uma casa com alvenaria de tijolos ou de taipa com massapê. A matéria-prima é a mesma, mas a qualidade e preços não são. É esta diferença que está em questão, a que interfere na qualidade, porque o problema de custos, claro, é inerente a qualquer profissão, não apenas aos engenheios. No mais, você discorda dos conceitos para, logo em seguida, ao propor soluções, sublinhar o que foi dito, concordando com o que a princípio discordou. 

      Por outro lado, não se trata apenas do fator técnico Por exitirem as normas técnicas não significa que não há problema na separação ou junção do projetista e construtor. As normas técnicas existem para estabelecer parâmeros técnicos comuns aos que trabalham em determinada área e não para possibilitar a separação ou junção de setores de atuação de engenheiros, entre outros equívocos.

      1. Falta um indicador que seja verdadeiramente um indicador

        Toni, como você observou, minha discordância é conceitual. Não há um indicador que comprove que a engenharia brasileira hoje é pior do que a praticada no passado. Como alguém mencionou num comentário abaixo, houve acidentes na construção da ponte Rio-Niterói e edifícios desabaram no passado.

        Os aspectos apontados pelo autor, por outro lado, também não explicam a suposta curva descente da engenharia brasileira. O CREA de hoje é o mesmo CREA do passado; a corrupção de hoje será maior do que no passado? (e a corrupção não é um problema exclusivo da engenharia). Da mesma forma, o fato de os engenheiros bem formados irem trabalhar no setor financeiro não é um problema da engenharia mas uma distorção de nosso modelo. O que a engenharia brasileira pode fazer se gente que se dispõe a estar a frente da gestão do Estado – supostamente pensar o futuro do Brasil – afirma que não temos “vocação” para produzir e por isso impõe um taxa de juros que inviabiliza a produção. Aí, em seguida, as empresas nacionais, supostamente “ineficientes” são vendidas para grande grupos internacionais e o dinheiro da venda é investidos em titulos lastreados por títulos da dívida pública. Ora, a engenharia paga o preço desse modelo maluco que foi gestado nos anos 90 e que é considerada a melhor coisa que já se fez nesse país. A engenharia, portanto, sofre os efeitos dessa maluquice.

        Agora, o tema proposto é interessante. No final da década de 1950 e início de 1960, nos EUA, houve um movimento resultante de uma certa percepção de que eles estavam perdendo a corrida tecnológica para a então URSS – especialmente depois do lançamento do sputinik. Os americanos não se perguntaram se a engenharia deles tinha problema. Eles se perguntaram se a formação científica na escola básica não tinha problemas. Eu acho que essa sim deveria ser a pergunta a ser feita aqui no Brasil. As escolas de engenharia são conhecidas pela seletividade. As disciplinas básica – cálculo, geometria analítica, física – são obstáculos para muitos estudantes. Aliás, foram, e continuam sendo obstáculos. Ora, ninguém se pergunta por quê isso ocorre? Será que temos bons professores de matemática na Educação Básica? A resposta é: não, o problema é que nem temos professores de matemática. Sim, faltam professores de matemática, de física, de química. Por isso, o problema não está apenas nos cursos de engenharia. Ele está antes. Ninguém que ser professor da educação básica porque os salários e as condições de trabalho não são boas.

        Então, o problema é um tanto mais complexo.

        1. Muzius

          Eu não discordo de nada que você escreveu. Por isso considero produtivo que o blog, como escrevi, fomente e continue fomentando a discussão. Nós não solucionaremos os problemas, mas podemos, debatendo, ir às raízes deles. Tudo precisa de um início.

  16. Mais engenheiros?

    Pelo que venho acompanhando ao longo dos anos, concordo integralmente com o exposto.

    Só duvido um pouco dos 3% de “tradicional comissão”. Na construção de uma hidrelétrica próximo à cidade onde morei nos anos 70, conheci pessoas da construtora que garantia que a porcentagem mínima era 10%, naquele tempo. Tempo do regime militar.

    Penso que importar profissionais, enquanto não suprimos a carência interna, é uma das únicas soluções disponíveis.

    Na parte da mão-de-obra, cursos técnicos e salários decentes. Ninguém mais quer trabalhar por salário miserável.

     

     

    1. Não falta engenheiros

      Não falta engenheiros, na área citada temos engenheiros qualificados. O mais importante na área de engenharia é o dominio da tecnologia, e em algumas áreas não dominamos e pode haver uma “transferência” de tecnologia. A Coréia do Sul tem seu desenvolvimento pela tranferência de tecnologia dos E.U.A, mas, o mais interessante seria invesitimos mais em pesquisas, pois, só assim teremos o domínio da tecnologia.

      Na área citada pela reportagem temos bons profissonais, os erros são por causa do “lucro”, que faz o engenheiro contratado dimensionar no limite de segurança, ou nem isso. Outro fator é o modelo de contrato, já trabalhei para um empreiteiro em uma obra para particular, como ele fechava um valor “x” quanto mais rápido terminasse a obra, maior seria o lucro dele, conseguentemente trabalhando sobre pressão tinhamos mais chances de errar, pois, contratar mais funcionários seguinifica menor “lucro”.

  17. Sem empresas inovadoras não teremos bons engenheiros

    A queda de qualidade dos cursos de engenharia na Brasil vem ocorrendo há meio século e é amplamente reconhecida pelas pessoas que conhecem a evolução do nosso ensino superior. Todos os grandes matemáticos brasileiros nascidos até cerca de 1940 são engenheiros. O mesmo ocorre com quase todos os físicos. Até 1960, a maioria dos melhores cérebros do país optava pela engenharia. Principalmente engenharia civil, pois o país investia razoavelmente em infraestrutura. Ingressar numa boa escola de engenharia era mai difícil do que nas melhores escolas de medicina. As escolas não tinham bons professores, mas tinham excelentes alunos, e isso é o que faz uma grande escola. Do pro-reitor de pós-graduação de Harvard ouvi em 1993: Harvard não compete para ter os melhores professores, e sim para ter os melhores alunos. Professores de alto nível, principalmente professores famosos, atraem alunos que sequer precisam de ensino. Com essa estratégia, Harvard formou mais de trinta futuros ganhadores do Nobel.

    A nossa trajetória de desenvolvimento, principalmente a de industrialização, optou pela instalação no país de empresas multinacionais que importavam da matriz toda a tecnologia. Sequer foi exigida alguma internalização dos investimentos em P&D. Como resultado, essas empresas passaram a contratar dois tipos de engenheiro, o administrador (razão pela qual também nossos economistas pioneiros eram engenheiros) e o engenheiro “chão de fábrica”, encarregado de acompanhar os procedimentos de produção. Não havia mercado para o engenheiro pesquisador e com isso os melhores alunos se afastaram da engenharia. Os relativamente raros alunos brilhantes que se formaram em engenharia (bons, apesar de passarem por péssimos cursos) acabaram trabalhando em bancos, uma das razões pelas quais os bancos brasileiros foram (e talvez ainda sejam) o setor mais inovador da nossa economia.

    Não se cria qualidade em um ambiente que não demanda qualidade. Nos últimos vinte anos, boa quantidade de bons professores ingressaram nas escolas de engenharia, quase sempre com doutorado e pós-doutorado no exterior, mas as escolas já não tinham bons alunos. A recuperação do sistema só ocorrerá se o país formular e praticar políticas industriais com o objetivo de tornar nossa economia competitiva. Empresas voltadas para a inovação demandarão engenheiros qualificados para a pesquisa e com isso os bons alunos ressurgirão.

    1. Competitividade

      A recuperação do sistema só ocorrerá se o país formular e praticar políticas industriais com o objetivo de tornar nossa economia competitiva.

      Este que é o problema…

      Terceirização foi a pior coisa que poderia ter acontecido no Brasil anulando com a possibilidade de competencia e competitividade. No primeiro momento as empresas ganharam, fugindo de alguma maneira da burocracia, da CLT, dos impostos e da corrupção, mas, perdem no longo prazo com a perda da competitividade.

      Tercerização não é a causa do fracasso brasileiro e sim o sintoma da doença.

      As causas são muitas, as mais visiveis são, corrupção, burocracia, CLT, sera que existem interessados em corrigir com estas anomalias?

      Ou o Brasil esta condenado a ser uma bela promessa inatingivel.

       

  18. Engenharia

    Senhores,

    não acho que temos maus engenheiros ou que nossas escolas de engenharia formam maus profissionais. O fato é que quando há uma grande obra, a primeira coisa que vem à mente da politicagem em geral é:   quanto vou ganhar com isto ? (no âmbito financeiro e político). No financeiro para angariar fundos para si próprio e para o partido; no político buscando “aparecer” para o eleitorado, daí não termos em muitas cidades e estados obras que não aparecem como troca de tubulações de água e esgoto, por exemplo, ou a falta do famigerado investimento na captação de água visto a olhos nús em SP.

    Outro ponto é a maximização dos lucros. Tenho um primo engenheiro civil que me disse que projetos sérios e bem elaborados são descartados pois e evitam “verbas adicionais” no decorrer das obras.

    Não podemos esquecer da impunidade. Algum dono de construtora foi preso neste imenso Brasil? Não. Continuam ganhando contratos e prestando as merdas de serviços, colocando em risco a vida das pessoas. Me desculpem, mas com a classe política e muitos pseudo-empresários que temos, que só sabem pedir desonerações, estamos fadados a ver desastres como esses e outros que virão.

    1. Disse bem: impunidade

      Enquanto a Justiça brasileira continuar como está, nada feito por “ricos” se fará com responsabilidade. Há o consenso geral entre os de cima de que são inatingíveis, por mais sacanagens que pratiquem, notadamente quando entra em jogo o dinheiro público.

      Vejam o caso das roubalheiras praticadas nas obras do metrô paulista (caso Alstom). Aquilo é tão ruim quanto viaduto desabado, mas não dará em nada. 

  19. O Pronatec veio exatamente

    O Pronatec veio exatamente para isso, tal quual fez a Gloriosa. Como muitos pobres, mesmo que entre, vai demorar muito para se formar em pública, o ideal é curso bem rápido para que engenheiro possa mandar esse fazer, ganhar dez vezes mais e nem sujar as mãos.

    =========

     

     

    6.FALTA DE MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA –

  20. Nas décadas de 80 e 90 houve

    Nas décadas de 80 e 90 houve o desmote da engenharia brasileira. E os engenheiros passaram a virar sucos. Tenho um parente que da engenharia de materiais,  da USP, virou  livreiro. É duro ter assistido à grande desmobilização e desmotivação na nossa engenharia, a falta de empregos foi terrível. A culpa maior, a meu ver, foi a falta de grandes obras, e tudo o mais foi decorrência disto. Nossa engenharia, se não era a melhor, era uma das melhores e respeitadas do mundo. Aí teve início a reengenharia, em grandes setores brasileiros, que nada mais era do que  economia, começando nos funcionários e nos materiais. A reengenharia foi uma moda, vinda de fora e que tantos estragos proporcionou.

  21. Vá nas páginas do maiores

    Vá nas páginas do maiores cursos de engenharia de pública, privada apenas cheira mal, e veja o nível de reprovaão em cálculo I, o mais básico. E embora tudo que se trata nisso pode constar em vídeo de 10 mim que o aluno poderia receber e cursar de casa em apena 5 min, se gasta tempo com docente em sala de aula só falando de umas baboseira que se dizia nos tempos de Leibniz.  O Brasil precisa inovar em  engenharia sem precisar estudar  matemática, apenas saber apertar algumas teclas em computador para obter o resultado

    1. Sem nexo e sem lógica seu comentário

      Sem nexo e sem lógica seu comentário, pois, é óbvio que o cálculo 1 vai ter mais reprovações, por ser a 1° matéria de cálculo  como o próprio nome diz, e às vezes alguns estudantes não possuem conceitos matemáticos do ensino médio. E por isso que há livros de pré-cáculos, e as próprias faculdades às vezes dão a matéria de pré-calculo. No vestibular cai matéria de ensino médio, nem não todos irão saber todas as funções matemáticas, para chegar em derivadas precisa de um bom conhecimento de funções entre outras divisões da matemáticas.

  22. Desertificaçãoir

    A desertificação da década perdida é sentida hoje.

    E o conceito de que escola (todas elas) devem criar mão de obra especializada, não pessoas com senso crítico e capacidade a pensar.

    Outros culpados?  TCs com vies político, falta de projeto (projeto custa caro é o que mais se ouve!) , a crença de que o computador pode substituir  o ser humano,  salários de fome (estes são reflexo da década perdida, ou porque acham que engenheiros viram sucou ou vendedores de mel silvestre?)

  23. Desconhecimento da complexidade da engenharia.

    Caro Motta.

    Alguns dos teus itens não passam pelo crivo de uma análise mais criteriosa, pois tanto no passado como no presente em alguns itens produz imensos equívocos.

    Falar que a engenharia do passado era maravilhosa e ousada é simplesmente ignorar grandes acidentes de engenharia que ocorreram no passado.

    Alguns que respondem o teu texto simplesmente ignoram acidentes bem mais importantes e letais que mostram quão era arriscado construir no passado.

    Pode-se começar com o que se chama “o primeiro grande acidente da engenharia brasileira” o edifício Edifício Luiz de Queiroz, mais conhecido por Edifício Comurba em Piracicaba que ruiu em 6 de novembro de 1964 matando 45 pessoas, este acidente foi tão marcante que durante anos na cidade as pessoas não compravam apartamentos na cidade.

    Porém mais enigmático e o maior acidente ocorridos em zona urbana, que nunca é citado, é a queda do Parque de Exposição Bolívar de Andrade (pavilhão da Gameleira) em quatro de Fevereiro de 1971. Apesar do acidente ter provocado no mínimo 69 óbitos de operários que trabalhavam nas obras (os que morreram posteriormente não foram computados). Talvez a origem da ausência de citações é devido a todos os atores que interviram na obra o projeto foi de Oscar Niemeyer, o cálculo do escritório do engenheiro Joaquim Cardozo, a construção da SERGEN Engenharia (ainda atuante), o agente fiscalizador a Companhia de Desenvolvimento Urbano (Codeurb) do governo do Estado de Minas Gerais.

    É interessante que tanto num como em outro acidente não há a clara identificação dos culpados, simplesmente porque em acidentes de engenharia não há um único culpado, geralmente é uma sucessão de erros e concepções tanto de arquitetura e engenharia erradas que acumuladas causam tragédias.

    Estes acidentes ocorreram numa época em que muitos citam como época gloriosa da engenharia brasileira, que por arrojo, por projetos mal calculados, por pressa na construção e defeitos na fiscalização vários sinistros ocorreram. A engenharia brasileira na época desses acidentes não andou sozinha, como não anda nos dias atuais, temos barragens de concreto na França em 1959, barragens de terra na Índia na China.

    Em resumo, o ensino da engenharia não se degradou temos professores altamente qualificados e alunos de ótimo nível.

    Quanto aos itens 2, 3 e 4 tivemos evoluções e involuções, a lei das licitações 8666/93, que por um lado procurou diminuir a condução de licitações para dados construtores, exigindo determinadas características das construtoras que somente algumas tinham, permitiu por outro lado a contratação de qualquer profissional para elaboração de projetos ao menor custo. Ou seja, firmas de projeto como as citadas foram substituídas por outras sem quadro permanente adequado, valendo muitas vezes o currículo dos diretores e proprietários que registram as obras nos seus nomes. A terceirização neste caso fica tanto no projeto como na execução como a norma e não como a exceção. A ação dos tribunais de contas neste item não tem muito relevo, pois estes só levam em conta os grandes números.

    Os conselhos de engenharia e Arquitetura (Creas e Caus) não tem por função a fiscalização da qualidade dos projetos ou da execução dos mesmos, e isto é muitas vezes exigido pelo público em geral e é completamente impertinente. Até hoje não vi alguém exigir que em cada operação que um cirurgião faz que haja um representante do Conselhos de Medicina no ato cirúrgico, o mesmo não acontece com Advogados, Cirurgiões Dentistas ou outras profissões regulamentadas. Cabem aos conselhos a verificação da existência de profissionais legalmente habilitados na execução dos serviços.

    Talvez um item que não foi levantado por ninguém e que não chama a atenção mesmo quando se citam as três profissões clássicas da “elite” brasileira (alguém este meio desatualizado na origem social dos profissionais de engenharia e direito!), os engenheiros, os médicos e os bacharéis de direito.

    Qual a diferença entre os engenheiros e as outras duas profissões? Qualquer médico pode fazer uma cirurgia plástica, mas os exemplos deste procedimento feito por profissionais não especializados geram muitas notícias nos jornais, por outro lado um advogado “genérico” não é chamado para grandes causas, geralmente são procurados escritórios especializados para este fim. Agora os cuidados na contratação de profissionais de engenharia civil não são os mesmos do que na contratação de um cirurgião. Espera-se que um engenheiro civil conheça tudo sobre a sua profissão da mesma forma que se esperaria que um médico sem a mínima especialização tivesse condições de tratar de problemas sérios. Ou também, quando se tem uma causa de direito comercial que envolva alguns milhões, não se contrata um advogado especialista em direito trabalhista.

    O desconhecimento da engenharia é presente tanto no homem comum como em muitos que pretendem escrever ou opinar sobre o assunto.

  24. Motivos?
    – cursos em privadas

    Motivos?

    – cursos em privadas fast-food, tipo graduação em 3 anos de um curso que teria 5 no mínimo numa Federal ou Estadual;

    – o aluno ou aluna já entra sabendo que não vai ter que lidar com “coisas chatas e inúteis” como Álgebra Linear ou Cálculo III… vai aprender muito de longe a noção de derivadas e Espaço Vetorial (no dia que ouvirem falar disso) vai ser coisa de ficção científica…

    – Resistência dos Materias aprendida em manuais via Google ou coisa parecida;

    – Cálculo de estruturas… bastam as tabelas já a venda na net, é só pescar um parecido com a obra;

    – e a vontade de ficar logo rico, adeus aos livros, nos primeiros projetos aprovados pelos CREAs…

    que é uma instituição tão ou mais corporativista e mafiosa que os CRMs.

    1. Eu, como engenheiro formado

      Eu, como engenheiro formado numa faculdade particular, sou obrigado a concordar.

      E olha que não me formei numa faculdade ruim, mas na renomada Escola de Engenharia Mauá.

      Não sei se as coisas melhorararam nos últimos 15 anos, mas eu pensaria duas vezes antes de contratar um aluno saído desta faculdade — pois sei que a maioria deles passaram os 5 anos com muita cola e pouco conhecimento.

      Só de pensar que alguns destes alunos possam ser responsáveis por grandes obras. me dá calafrios.

      Não estou dizendo que todos os alunos da Mauá são ruins. Existem bons alunos, mas eles são a exceção.

       

  25. Meu primo é estudante de

    Meu primo é estudante de engenharia, há um tempo atrás estava comparando a engenharia em outros países e no Brasil, expressava orgulho porque no Brasil se fazem sapatas (ele pode ter usado outra expressão, não recordo com exatidão) usando muito menos concreto do que em países da Europa. Reconheço que sou leigo, mas isso me cheira a discurso de empreiteiras que economizam concreto pra reduzir custos, sem se preocupar com padrões de qualidade e segurança, e que está se disseminando nas universidades como se fosse alguma vantagem. Esse é o atual cenário do ensino universitário brasileiro, ditado pela lógica de mercado de reduzir custos e maximizar lucro, sem se preocupar com qualidade ou outros princípios básicos, como ética, honestidade ou mesmo compaixão pelo próximo. É o que se observa nos recém formados em Medicina, mais preocupados em montarem suas clínicas e ficarem ricos rapidamente, não tendo o menor pudor em recusar tratamento a quem não pode pagar, assim como o que se relata aqui sobre atual estado da engenharia no país.

  26. Redução de matérias fundamentais

    Há um discursos que sempre aparece em cursos de engenharia tradicional com relação a novas faculdades da áreas, de que em tal faculdade o tempo do curso é menor e cadeiras que “nunca se vai usar” nem são oferecidas. Pior é que o MEC aprova tais novos corrículos que mais pode parecer engenuaria “meia-boca”, só para cativar alunos apressados e com menos recuros para pagar.

  27. O PERIGO DA GESTÃO
    Amigos, cuidado quando ouvirem a palavra GESTÃO.Lá vem corte de custos (corte na qualidade), salário baixo (desvalorização das pessoas),eficiência (perda de qualidade de vida) etc, tudo para os de sempre (empresários e políticos) ganharem mais em nome da modernidade e do progresso (deles). Essa mania de GESTÃO tem invadido o serviço público… Então já sabem (claro que há exceções, como em tudo): vai cair qualidade dos serviços públicos, os salários e a qualidade de vida (!?) do servidor. O Nassif é Haddadista roxo, mas muitos leitores já sabem que o prefeito de SP está preocupado com GESTÃO. E o PSDB dispensa comentários. Lá vem – com nomes modernos – downsizing, reengenharia de procedimentos, baixos salários, mais burocracia para controlar mais a máquina, terceirização, falta e evasão de mão de obra de qualidade, desmonte do que há de bom. Acompanhem.Valorizem as PESSOAS, e não a GESTÃO. 

  28. O Brasil ficou desde a década
    O Brasil ficou desde a década de 70 sem grandes projetos de engenharia.
    Na década de 90 era moleza passar no vestibular.
    Todos os engenheiros, os melhores pelo menos, foram todos para bancos.

    O que VC vê é o resultado disso tudo.
    Todo dinheiro do estado é para carreiras jurídicas. Aí vem a sociedade e pergunta, onde está a qualidade?
    Precisa perguntar mesmo?

    Libera a verba. Sem dinheiro, esquece.

    1. Vc tem toda razão.

      Vc tem toda razão. Procuradores, juizes, defensores a famosa “turma do concurso publico” começa com super salarios, já médicos e engenheiros do Estado ganham miseria. É a opção da sociedade brasileira.

  29. Discordo da mão de obra qualificada! O maior problema é o lucro

    Discordo da mão de obra qualificada! pois o maior problema está na terceirização, corrupção e o lucro, esse “lucro” que os empreiteiros querem, compram materiais no limite de segurança ou nem isso, vários engenheiros conseguem dimensionar e projetar essas obras. O problema maior é o lucro das empreiteiras, sendo quanto mais rápido e quanto menos gastarem em materiais, maiores serão seus lucros, logicamente falta fiscalização por parte do poder público.

    Pelo menos na área citada pela reportagem o Brasil tem ótimos engenheiros.

  30. O que precisa é flexibilizar como é feito lá fora, dando a oportunidade de físicos e matemáticos depois de uma especialização a trabalharem com engenharia dentro do segmento em que se especializou. Com isso iremos abrir uma porta de oportunidades para esses profissionais e ao mesmo tempo iremos subir o nível de alguns projetos e de setores da engenharia.
    Sou favorável a isso de que os Crea´s possam registrar físicos e matemáticos (independente de modalidade) e que possuam especialização em alguma área da engenharia ficando liberado para atuar dentro da engenharia naquela especialização que obteve.

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